PEDAGOGIA DO AFETO EM SALA DE AULA

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Diante disso observa-se de uma forma visível que os alunos são tratados como adultos em miniatura, sendo-lhes atribuído um comportamento precoce, fora dos padrões sociais, fazendo com essas crianças se tornem indivíduos arredios e agressivos. Nesse sentido, é imprescindível que se compreenda a relevância da construção de uma ambiente educacional que respire o exercício dos laços afetivos, em que o processo de aprendizagem tenha significado e que o ato de ensinar e aprender seja uma troca prazerosa de saberes entre docente e discente, e que estes não se constituam separadamente no processo ensino-aprendizagem. Para tanto, o presente artigo apresentará uma pesquisa de caráter bibliográfico qualitativo, sendo que serão confluídas ideias e concepções de autores que versam sobre o tema estudado.

Palavras-chave: Afetividade; Educação; aluno; Aprendizagem; Professor; Abstract The present work aims to present a reflexive analysis on the importance of affectivity in the teacher-student relationship, in which the benefits of the good relationship between teacher and student will be pointed out in the classroom context and successively in Teaching-learning process. It is notorious that affectivity is conceived as an important contribution in all kinds of human ralations, and this affection should be present in all phases of human existence, specifically during childhood, which is the phase in which the human being conceives all Emotions that will serve as support for their intellectual, cognitive, social and cultural development, and these factors will follow them throughout their trajectory in the environment in which they are inserted. Segundo Gadotti (2000), a educação do início do século XXI se encontra numa dupla encruzilhada, onde de um lado está o desempenho do sistema escolar que não tem conseguido efetivar a universalização da educação básica de qualidade e do outro lado as novas matrizes teóricas não têm demonstrado a consistência global necessária para indicar caminhos que demonstrem segurança numa época de constantes transformações.

Confluindo suas ideias com Padilha (2001), Lipman (1990) destaca que a construção do sujeito se dá através de normas e valores adquiridos nas vivências com o meio em que vive, sendo imprescindível cultivar ações democráticas pautadas no diálogo no Sendo assim, vale salientar que o processo ensino-aprendizagem a quando focado no desenvolvimento das habilidades e das competências do aluno, é notoriamente o meio que possibilitará a construção de uma vida digna, autônoma e da transformação relações interpessoais em bem comum, favorecendo a criação de valor humano que contribuirá para a construção de uma sociedade que seja acessível a todos de forma indistinta. Nesse sentido, a atuação da escola e de seu corpo docente, deve estar focada na formação do indivíduo dotado de competências e habilidades com capacidade de decisão e de produção de novos conhecimentos, conciliando a teoria e a prática de ensinar, mudando o olhar que na maioria das vezes sempre esteve voltado para a prática tecnicista em direção ao desenvolvido do potencial humano e sua inserção autônoma no meio em que vive.

Sendo assim, a presente pesquisa apresentará em seu objetivo a relevância importância da implementação de um processo de aprendizagem focado na relação aluno/professor em que a afetividade deve ser vista como um dos fatores determinantes para o desenvolvimento integro da criança e sua interação com o saber de forma significativa e prazerosa, devendo considerar o individuo com seus saberes e vivências como principal sujeito do processo de ensino-aprendizagem Esta será uma pesquisa de caráter qualitativo bibliográfico, em que serão confluídas ideias e teorias de autores que versam sobre o tem de estudo. Segundo Minayo (2002) a metodologia pode ser definida como referência para abordar a realidade, sendo estas concepções teóricas da abordagem, que permitem a compreensão da realidade, onde é incluída a criatividade do pesquisador como instrumento a ser utilizado.

Neste sentido, com a criação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), houve a preocupação de inserir neste documento a preocupação com as emoções, dando enfoque à educação emocional, sendo esta definida como parte primordial do ensino estabelecido por este instrumento legal. Conceituando a Pedagogia Afetiva, esta se baseia no desenvolvimento cognitivo, através da interação de afetividade, para que a aprendizagem ocorra de forma significativa, autônoma e integra. Esta tem como objetivo conceber o aluno de forma humanizada, abandonando os métodos pedagógicos tradicionais, em que o tecnicismo sobrepõe as ideias de uma educação humanista, dotada de significado para o educando e da construção do conhecimento de forma interativa e participativa. Na Pedagogia do Afeto, o individuo deve ser visto por uma ótica transparente, não devendo tratar a criança apenas como um número no meio dos demais.

Esta metodologia de ensino também pode ser expressa como a forma de propagar a empatia, o respeito e a valorização do individuo como parte integrante e atuante na sociedade em que vive. Dessa forma é de suma relevância que os docentes fiquem atentos para os aspectos afetivos e sua relação de parceiro e mediador da aprendizagem com seus educandos. Isso nos leva a crer que se levado em consideração a afetividade, esta pode subsidiar de forma positiva a construção significativa do conhecimento e o desenvolvimento integro do processo ensino-aprendizagem. Diante de tais concepções confluindo as ideias de Wallon (1975), vale ressaltar a importância da afetividade no que diz respeito ao entendimento de que o eu e o outro se correlacionam de forma simultânea, em que o Outro atribui uma realidade íntima pela consciência como o Eu, e este não demonstra conter menos aparências externas que o Outro.

Nesta mesma direção é evidente que o ato de educar não se caracteriza apenas pela transmissão de conhecimentos, mas se traduz na ação de auxiliar a criança na apropriação de sua realidade tendo consciência de si próprio, da sociedade em que vive, assim como sua função dentro do meio. À escola é atribuído o papel de possibilitar ao aluno a aceitação de si mesmo, aceitar o outro dentro de suas peculiaridades, fazendo com que seja desenvolvido o sentimento de empatia em relação ao semelhante, devendo ser estabelecida no contexto escolar a interação entre aluno e professor, favorecendo dessa forma o desenvolvimento ativo e participativo da aprendizagem. Nas dificuldades do neurodesenvolvimento, a afetividade se apresenta como uma ferramenta indispensável para estimular a aprendizagem, sendo este o canal que permite ao adulto promover situações prazerosas, através das quais buscamos orientar a criança na conquista de objetivos para enriquecer seu desenvolvimento integral.

Nesse sentido, em se tratando da educação infantil, o afeto favorece a aprendizagem em todas as áreas do desenvolvimento infantil. Para Piaget (1975), a adaptação é uma consequência de dois processos: assimilação e acomodação.  O primeiro permite que o indivíduo enfrente uma nova situação usando o conhecimento de suas experiências passadas; No entanto, se a pessoa enfrenta ambientes anteriormente não codificados, há um conflito cognitivo que é a porta para a acomodação, pelo qual as estruturas mentais são progressivamente modificadas para incorporar os resultados do novo cenário. A partir desse procedimento, Piaget propôs um modelo individual que é guiado pelo imperativo categórico e participa do processo educacional, pois busca um pensamento científico e um julgamento moral a partir do princípio dialético da aprendizagem.

afirma que: Toda criança tem o direito de dominar os conhecimentos e habilidades que provavelmente usará na vida; ela tem o direito de viver naturalmente feliz e plena; o progresso humano depende do desenvolvimento de cada um de seus filhos. Possuem a capacidade plena; o bem-estar da sociedade humana requer o desenvolvimento de uma forte consciência social em cada indivíduo. Segundo Vygotsky (1987), o cenário em que está inserido interfere diretamente no desenvolvimento humano. Portanto, a ação docente constitui uma atividade complexa, o que justifica a preocupação de reformularem constantemente seus planos de aula a serem desenvolvidos nas salas de aula. Wallon (1999), em sua teoria psicogenética, ressalta que o indivíduo é um ser corpóreo, concreto e deve ser visto como tal, ou seja, seus domínios cognitivos, afetivos e motor fazem parte de um todo, que o próprio sujeito, sendo que a criança não pode ser concebida de forma fragmentada.

 Após o trocadilho, a incorporação de novos conhecimentos no aluno consolida esse processo. Sua essência é que as ideias expressas simbolicamente estão relacionadas de maneira não arbitrária e substancial com o que o aluno já conhece.  Parte do princípio de que se manifesta uma atitude de aprendizado, uma disposição de relacionar substancial e não arbitrariamente o novo material à sua estrutura cognitiva.   Segundo Ausubel (1990), o conteúdo do que é aprendido é potencialmente significativo para ele; isto é, relacionado à sua estrutura de conhecimento de maneira não arbitrária ou memorial.   Se a intenção do aluno é literalmente memorizar o que aprendeu, como resultados do aluno, eles serão considerados mecânicos e sem sentido.  Isso nada mais é do que apreender semelhanças e diferenças, resolvendo contradições reais ou aparentes entre novos conceitos e proposições; bem como, aqueles já estabelecidos, a reformulação do material didático em termos de formação intelectual, vocabulário peculiar e pessoal.

Nesse sentido, a aprendizagem centrada no modelo tradicional deve ser descartada, pois esta é caracterizada pela aprendizagem mecânica, centrada na ideia de que o educando deve ter acesso às informações passivamente, ao mesmo tempo em que deve memorizar os conteúdos através da repetição do que lhe é apresentado, não atribuindo nenhum significado ao que aprende. Dessa forma, falar aprendizagem significativa, deixando a inovação das práticas de ensino à margem dessa discussão, é um equívoco imenso, sendo que estas cada vez mais se fazem presentes no cotidiano do educando que na maioria das vezes está além do das propostas pedagógicas ofertadas nas instituições de ensino. Nesta mesma direção, observa-se que além de uma aprendizagem significativa, a afetividade serve como subsídio para o bom relacionamento entre o professor com os alunos, permeando também o processo de ensino-aprendizagem, sendo que estes devem criar uma interdependência entre si.

Nesse sentido, percebe-se uma certa resistência da escola e de seu corpo docente em aderir às práticas inovadoras de ensino, em que a comodidade de permanecer na zona de conforto se apegando a práticas arcaicas, maçantes e cansativas se tornou premissa para que professores e escola responsabilizam o aluno pela falta de interesse, pela indisciplina e até mesmo pela evasão escolar. Diante deste contexto, ser professor, é estar próximo aos alunos não só na aplicação dos conteúdos, resolução e correção dos exercícios que foram propostos, saber ouvir cada aluno ajudar nas suas dificuldades e nas suas inseguranças mostrando alguns caminhos em que o aluno deve buscar ser feliz. Contudo, há uma certa complexidade no que se refere à verdadeira atribuição da escola e seu papel formador no atual cenário em que se apresenta a sociedade em sua estrutura globalizada, dinâmica, competitiva e em constante transformação, onde o convencional cede lugar à inovação e à rotatividade de concepções sobre o ato de aprender e ensinar, em que a hiperconectividade é assimilada quase que imediatamente pela sociedade atual, assim como, os novos conceitos e paradigmas dos meios de produção, das relações de trabalho, de seus produtos e serviços ofertados.

Da mesma forma, com a afetividade relacionada às práticas de ensino, as crianças podem ter a oportunidade de valorizar e enriquecer suas experiências de vida, especificar sua vontade e inteligência, conhecer suas limitações e potencial de realização. de certas atividades, facilitando sua integração ao ambiente social circundante.   Sendo assim, a escola deve fortalecer as manifestações do espírito democrático, participativo valorizando a autonomia que deve caracterizar a educação de base, possibilitando uma reflexão coletiva com apoio teórico que amplie a visão dos docentes estabelecendo o equilíbrio entre teoria e prática para que novas ideias sejam fundamentadas. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers. p. BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Dinâmica da Pesquisa em Ciências Sociais: os polos da prática metodológica.

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