OS MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Tipo de documento:Análise
Área de estudo:Engenharias
Muitas vezes a família e nem a escola conseguem lidar de forma eficiente com essa situação, levando a jovem a se sentir sozinha num momento tão importante, levando a perca de perspectiva de futuro e entrada na fase adulta de forma precoce. É abordado a necessidade de programas de assistencialismo e orientação quanto às formas de prevenção da gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis. A metodologia utilizada foi bibliográfica, qualitativa, exploratória e descritiva com finalidade de trazer uma visão mais ampla sobre os impactos da gravidez precoce na vida de uma adolescente. A inspiração para a escolha deste tema foi a observação do trabalho realizado pelo Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro Cidade do Povo, localizado na Cidade de Rio Branco/AC.
A principal solução encontrada é a inserção da educação sexual integradas as políticas públicas e sociais, dentro das escolas, comunidades e instituições de saúde, como forma de desenvolver um importante trabalho de conscientização acerca da prevenção sexual e as doenças transmissíveis, necessidade do diálogo familiar voltado a orientação sexual e a sexualidade, além de orientações de todos esses agentes com relação a gravidez precoce não planejada. Transmitir essa orientação e conhecimento aos jovens pode contribuir para diminuir as incidências de gravidez precoce. Caso ocorra, será importante que haja um direcionamento focado na aceitação do problema, e construção de bases sólidas para lidar com a situação. É necessário que a sociedade de modo geral e as famílias tenham conhecimento dos resultados desta pesquisa, uma vez que terão a oportunidade de refletirem sobre a relação existente entre pais e filhas principalmente no âmbito da orientação sexual.
Através do conhecimento dos dados desta pesquisa, os pais e a comunidade poderão desenvolver mais ações sólidas e complementares as já estabelecidas pelos centros de saúde e de assistência social na cidade de Rio Branco, além de instituições de ensino, programas do governo e outros. As ações sugeridas buscam promover uma orientação sexual eficaz com o intuito de prevenir a gravidez precoce ou intervir nas situações já estabelecidas, orientando-as no período gestacional, este último em função do estado emocional que a jovem vivencia e as dificuldades que virão durante esse período e após gestação. O preparo da gestante no período do pré-natal é importante para que a mesma possa desfrutar de um parto sem problemas, saudável e tranquilo, por isso, o pré-natal não pode de forma alguma ser assinalado como uma ingênua e simples assistência, mas como um trabalho imperioso na prevenção de intercorrências clínicas obstétricas como ao mesmo tempo assistência emocional (AROSO, 1998, p.
A gravidez é sinônimo de diversas mudanças nas mulheres. Durante os nove meses de gestação, a futura mãe passará por mudanças hormonais, circulatórias, digestivas, metabólicas, musculares, digestivas e outras; com o objetivo de se adaptar e permitir o desenvolvimento normal do feto (MATHEUS, 2007, p. A gravidez na adolescência tem sido percebida no mundo moderno como um relevante assunto de saúde pública. Esse tema não é recente, todavia, o que difere é que presentemente a gravidez neste momento da vida da adolescente passou a ser compreendido como uma manifestação da questão social, em virtude ao direito a atenção, em face dos vários fatores ocasionados como, psicológicos, educacionais, sociais, econômicos que a submerge. Neste aspecto, trata-se de um padrão efetivamente social, pautado no ideal de que a mulher deve engravidar por volta dos vinte anos.
Atualmente, a gravidez na adolescência quando o casamento ou a união estável não acontece, como dito, no século anterior ocorria em face do casamento. O cerne da questão extrapola o contexto, a ocorrência da gravidez na adolescência é considerada um fenômeno social, uma denominação que se dá a um momento do desenvolvimento em que certas perspectivas sociais incidem sobre as pessoas e representa um modo de ser adolescente, produto da conjugação de modificações cognitivas, biológicas, sociais e emocionais pelas quais procedem as pessoas. É oportuno lembrar do mesmo modo, que sendo a gravidez um fenômeno social, as determinações da adolescência não podem ser em termos irrestritos, uma vez que tal significação estar sujeito do lugar que a sociedade comina ao adolescente em um dado período histórico.
Por outro lado, a gravidez ocasião da adolescência não é determinada exclusivamente por fatores etários e biológicos, visto que, esta abrange múltiplos fatores, por isso que suas situações mudam dependendo da condição social e das propriedades de cada um. A violência, situação de vulnerabilidade, evasão escolar, negligência, separação conjugal e o desemprego, para Dias e Teixeira (2010) são características comuns em cenários onde a gravidez na adolescência acontece com mais frequência. Num segundo vislumbre, pode-se de igual forma corroborar que quando caso de gravidez incide na adolescência a vivência de riscos e problemas psicológicos e biológicos tem a tendência a ser maiores ocasionando problemas tanto para a jovem mãe assim como para o bebê, tornando, como dito anteriormente, mais grave quando a jovem adolescente passa por exclusão social, onde falta alimentação, moradia e educação.
Percebe-se a relevância da educação ou orientação sexual, pois é imprescindível o diálogo e o processo de informação na prevenção da gravidez precoce, entretanto é importante observar e conversar sobre o tipo de educação sexual que os adolescentes recebem, além de que a prevenção deve ocorrer também na área da saúde e assistência social através de programas e projetos sociais de saúde, campanhas educativas/preventivas, etc. onde a população participe e seja inserida. A GRAVIDEZ PRECOCE NO BRASIL Segundo Mandu (2000) em consequência das transformações em face do comportamento dos adolescentes no que faz referência à questão sexual e a preocupação decorrente da gravidez precoce, profissionais de várias ciências tem sentido o imperativo de mobilizar e prevenir os jovens.
Os projetos sociais nesse eixo preocupam profissionais de diversos setores, como da saúde, educação e social, pois a vida dimensional do adolescente é interligada a essas áreas em geral. O adolescente tem seu convívio social dividido entre a família, escola e amigos; em virtude da grande socialização que abrange a vida dos jovens é de suma importância a parceria dos profissionais em múltiplas áreas, a soma desses trabalhos é que irão nortear o futuro desses jovens amanhã com relação à gravidez precoce, aos cuidados e orientações à vida sexual e servirão de motivação e incentivo frente a gravidez na adolescência, visando que os jovens aceitem o problema e consigam encontrar soluções de acordo com suas relações e vínculos com a família, sociedade e projetos de vida.
Com a aceitação do problema a adolescente deve ter a orientação sob as responsabilidades a partir do momento que se inicia a gravidez, tendo todos os cuidados essenciais, como realização de todos os exames pré-natais, com a intenção de cuidar da saúde da mãe e do bebê. E posteriormente, após o nascimento da criança, cuidar da amamentação para que a criança tenha saúde, buscando todo apoio médico e psicológico se for necessário, para que esta se sinta segura em proceder com todas as obrigações que se farão necessárias nesse período tão difícil, período ao qual a jovem deixará o papel de adolescente e passará a assumir responsabilidades como adulta, assim sendo responsável por cuidar, educar uma criança, principalmente garantindo melhores condições de vida.
No Brasil existe muita desigualdade social, concentração de renda e exclusão social, desta forma é preciso potencializar as ações das políticas públicas no atendimento às famílias para que haja o desenvolvimento humano e da sua dignidade minimizando as situações de vulnerabilidade social. Entre as principais questões observadas pelos profissionais através das conversas com essas adolescentes, é a falta de estabilidade financeira e emocional, pois muitas dessas gravidezes não são bem aceitas por familiares, e existe certo preconceito da sociedade, além de que há um grande número de mães adolescentes solteiras, o que abala mais ainda o emocional dessas jovens. O Serviço Social atua através da intermediação frente a essas questões, proporcionando qualidade e dinâmica nos projetos conforme as necessidades estabelecidas pelo olhar crítico e da realidade inserida em cada caso, onde o foco é a motivação dos adolescentes frente a realidade da gravidez, a importância da continuidade da vida social, familiar, dos estudos e dos planos para o futuro, bem como do bem estar durante a gestação e do bebê.
Assim, como a importância em ressaltar a prevenção sexual, de modo interativo, dinâmico e de acordo com a linguagem dos adolescentes, frisando a construção do caráter emocional, conjugal, e familiar dos jovens em relação aos conflitos vivenciados pelas mazelas da sociedade moderna. O profissional de serviço social tem plena aptidão no enfrentamento dessas questões sociais, através do olhar crítico e do amplo estudo acerca da família e suas relações sociais no contexto histórico, contribuindo positivamente frente às intervenções necessárias aos eixos discutidos em relação aos problemas enfrentados pelos adolescentes. “o assistente social é capaz de identificar as problemáticas, analisá-las e propor saídas para as problemáticas detectadas” (IAMAMOTO, 2008, p. O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Cidade do Povo foi inaugurado dia 08 de agosto de 2017, construída com recursos próprios do Tesouro Estadual com o intuito de atender mais de 3,1 famílias residentes nesse bairro.
Esse centro soma bastante ao propor assistencialismo às famílias carentes, oferecendo qualidade em atendimento, sendo assim o projeto do CRAS Cidade do Povo contempla ambientes com recepção, salas de administração, atendimento social, auditórios (para a realização de palestras sociais), copa, praça com paisagismo e acessibilidade. Teve grande aceitação pela população que necessitava de um centro de atenção básica para orientação dos jovens, para trabalhar questões tão preocupantes da sociedade, como a criminalidade que surge na adolescência, gravidez precoce e tantas outras questões e caráter social e que necessitam de maior acompanhamento por parte das políticas públicas. Assim, a criação do CRAS num bairro considerado de alto risco e de considerável índice de pobreza, acaba contribuindo para que os jovens e a comunidade tenham mais acesso às informações e orientações, bem como acesso a educação, cultura, saúde, esporte e lazer.
É um projeto social que vem beneficiando os moradores do bairro, e principalmente contribuindo de forma importante para a redução dos índices de mortalidade infantil e gravidez precoce. Iamamoto (2008) complementa dizendo que esses problemas ainda podem ser mais graves se não tiver essa base familiar, pois a adolescente nesse momento precisa de todo o apoio necessário, seja com alimentação, moradia, cuidados com a saúde. Não somente nesse momento, mas como explicito nos direitos da criança e do adolescente, os pais devem prover todos os cuidados necessários e acesso aos direitos básicos inerentes a todos os indivíduos, dentre estes o direito a dignidade da pessoa humana, acesso a saúde, assistência social e principal o cuidado e amor dos genitores. Uma relação familiar eficiente é pautada no respeito, na importância do diálogo e no processo dos pais orientar os filhos sobre a importância do entendimento e conscientização acerca da educação sexual, relacionado a sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis que pode ser adquirida pela falta do uso de preservativos, da importância de a maturidade física e emocional para as relações conjugares e sexuais, além dos riscos da gravidez precoce.
Não somente no seio familiar, no qual essas ações podem ser desenvolvidas em meio a comunidades, entre estas as carentes, e em projetos ou campanhas educativas em escolas, centros de saúde e outras, onde observe a necessidade de sua inserção, com foco o público mais jovem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se perceber através da elaboração deste artigo, que o problema não é tão comum, e pode ser considero como um dos problemas mais preocupantes da atualidade, e que traz consigo sérios problemas psicossociais ao adolescente. O adolescente deve perceber o profissional da assistência social, como alguém capaz de promover apoio no compromisso à saúde desta população adolescente. Esses profissionais irão ter um papel importante em buscar diminuir os índices de gravidez, através das palestras e dos informativos que irão abordar temáticas como: projeto de vida, educação sexual, métodos contraceptivos, riscos e complicações na gravidez precoce.
É necessário que programa social tenha um foco maior no âmbito da atenção básica, procurando promover o máximo possível de ferramentas que conscientizem os adolescentes, além das palestras, esses profissionais devem ser capazes de fazer orientações individuais, além de discussões em grupo para auxiliar que o jovem esclareça todas suas dúvidas acerca do assunto da gravidez na adolescência. A breve vista e observação das ações realizadas pelo CRAS Cidade do Povo, foi possível perceber o trabalho de assistencialismo realizado por assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais. Torna-se, portanto, necessário que o governo crie políticas públicas que voltem seus esforços em conscientizar os jovens e pais sob a educação sexual e os riscos de uma relação sexual sem proteção e sem o total desenvolvimento psicológico e físico da adolescente.
REFERÊNCIAS AC, Agência. Gravidez na adolescência: como o Acre lida com a problemática social um olhar sobre o fenômeno complexo. Rio Branco, AC: 2017. Disponível em: http://www. agencia. BARSTED, Leila Linhares. As mulheres e os direitos humanos: Os direitos das mulheres são direitos humanos. Rio de Janeiro: CEPIA, 1999. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Secretaria especial dos direitos humanos; Ministério da Educação, Acessoria de Comunicação Social. Brasília: MEC, ACS, 2005. D’ANDREA, Flávio Fortes. DIAS, Ana Cristina Garcia; TEXEIRA, Marco Antônio Pereira. Gravidez na adolescência: um olhar sobre o fenômeno complexo. Ribeirão Preto: 2010. Vol. nº45. Gravidez na adolescência: um problema? Revista projeto acolher: um encontro da enfermagem com o adolescente brasileiro.
Brasília, 2000. MATHEUS, Thiago Corbidier. Adolescência: história e política do conceito na psicanálise. São Paulo: Casa do psicólogo, 2007. Acesso em 05 de junho de 2021. SOARES, Guiomar Freitas. Gravidez na adolescência. In: Corpos, gêneros e sexualidades: questões possíveis para o currículo escolar. Organizado por Paula Regina Costa Ribeiro e Raquel Pereira Quadrado.
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