OS DESAFIOS DE EMPREENDER POR NECESSIDADE OU OPORTUNIDADE
Msc. XXXXXX ___________________________________________________________________ Prof. Esp. XXXXXX ___________________________________________________________________ Prof. Msc. Para tanto, diferencia e caracteriza empreendedorismo por necessidade e por oportunidade; descreve as variáveis dentro das dimensões da teoria visionária de Filion (1991) que mais influenciam na intenção de empreender; e discute a possibilidade de ensino do empreendedorismo. A pesquisa foi desenvolvida partindo-se da relevância da teoria visionária de Filion, a fim de vislumbrar os fatores que interferem na intenção de empreender. Para tanto, como metodologia, empregou a pesquisa bibliográfica realizada a partir de materiais já publicados, a exemplo de livros, artigos científicos e sites da internet que discutem o tema “empreendedorismo por necessidade ou por oportunidade”. Ao final do estudo restaram confirmadas as hipóteses propostas concluindo-se que os conhecimentos teóricos podem ajudar os empreendedores a enfrentar problemas relacionados à gestão e que podem levar ao fracasso do negócio e que a formação para o empreendedorismo pode fornecer aos empreendedores conhecimentos que ajudam a prever e transpor as dificuldades que possam eventualmente surgir.
Assim, enfatiza-se que as instituições de ensino devem preparar os discentes com informações de empreendedorismo voltadas para a realidade econômica, social, política e cultural. At the end of the study, the proposed hypotheses were confirmed, concluding that theoretical knowledge can help entrepreneurs to face problems related to management and that can lead to business failure and that entrepreneurship training can provide entrepreneurs with knowledge that helps to predict and overcome the difficulties that may arise. Thus, it is emphasized that educational institutions should prepare students with entrepreneurship information geared to the economic, social, political and cultural reality. It is understood that teaching focused on entrepreneurship will directly reflect on the ability to awaken the individual perception of the student, as it will enable personal development, creativity, innovation and knowledge in management, enabling him to become an agent of economic transformation , social, political and cultural background of the family you belong to and the neighborhood, city, state or country where you live.
Keywords: Entrepreneurship. Opportunity. REFERENCIAL TEÓRICO 15 2. Evolução do conceito de empreendedorismo 17 2. Perfil empreendedor 18 2. Escolas do empreendedorismo 21 2. INTENÇÃO EMPREENDEDORA 22 3. Identificação da visão 42 5. Desenvolvimento da visão 42 5. Tipos de visões 43 5. Passos do processo de desenvolvimento da visão 44 6. DA POSSIBILIDADE DE ENSINO DO EMPREENDEDORISMO 45 7. Lima et al. lembram que na década de 1990 emergiram com força no campo educacional brasileiro, os discursos sobre a reestruturação produtiva, inovação tecnológica e empregabilidade. PROBLEMA É importante que, no século XXI, a academia intensifique as pesquisas relacionadas ao empreendedorismo e ao empreendedor com vistas a direcionar as metodologias que poderão ser aplicadas com sucesso nas Instituições de Ensino Superior. No Brasil, as IES estão adotando em vários cursos a disciplina “Empreendedorismo” na tentativa de formar profissionais com conhecimento técnico e com perfil empreendedor, com vistas a contribuírem para o desenvolvimento econômico e social do país, estado ou cidade em que estão inseridos.
A questão que norteou esta pesquisa foi: como as barreiras enfrentadas pelos empreendedores por oportunidade ou por necessidade podem ser transpostas? 1. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O presente estudo está organizado em oito capítulos. O primeiro capítulo refere-se à introdução da monografia, parte do trabalho em que se apresenta o problema, os objetivos e a justificativa para a realização da pesquisa. O segundo capítulo expõe um breve referencial teórico sobre o Empreendedorismo, apresentando a evolução do conceito de empreendedorismo; explicando o perfil do empreendedor; e expondo as escolas do empreendedorismo. O terceiro capítulo elucida a metodologia deste trabalho. Na sequência, o quarto capítulo, enfrenta o primeiro objetivo específico deste trabalho e diferencia o empreendedorismo por necessidade do empreendedorismo por oportunidade.
Embora o uso do vocábulo “empreendedor”, com o significado que ele possui hoje, seja recente, o espírito empreendedor sempre esteve presente na história humana. Ele pode ser encontrado desde as antigas civilizações até hoje (SANTOS, 2008). No período nomeado de pré- histórico, o espírito ou atividade empreendedora esteve mais ligado às atividades militares e à guerra. Ao lembrar as tabuletas com caracteres cuneiformes da Babilônia, que guardam registros de transações comerciais entre empreendedores, Santos (2008) recorda que o empreendedorismo integra a história humana. A evolução do pensamento sobre o empreendedorismo já percorreu um longo caminho desde suas bases pré-históricas, quando ainda era comum o desencorajamento das atividades inovadoras, até os momentos atuais, quando é mais forte o interesse dos economistas em estudar o empreendedorismo, o que pode ser visto pela quantidade de artigos publicados recentemente, e pelo novo enfoque da conexão do indivíduo com a oportunidade.
Porém, para Silva e Bassani (2007), essa expansão é consequência de um modismo que dissemina a utilização do termo como saída para os problemas econômicos que atingem os indivíduos na atualidade. Ademais, a disseminação na utilização do termo foi acompanhada de um enfraquecimento conceitual (MARTES, 2010), o que demanda um resgate de seus diferentes conceitos para uma compreensão mais precisa das características e aspectos fundamentais do fenômeno do empreendedorismo e do indivíduo empreendedor. Evolução do conceito de empreendedorismo A definição de empreendedorismo e de empreendedor é abordada por estudiosos de diferentes áreas de conhecimento, motivo que explica a inexistência de consenso entre os diversos significados que os termos assumem. Na intenção de definir os termos, esses pesquisadores formulam pensamentos visando abranger o tema em sua essência.
Para Dolabela (1999), o termo empreendedorismo é empregado para definir as atividades daqueles que geram e distribuem riquezas para a sociedade, por meio da transformação de conhecimentos em novos produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento ou na inovação em áreas diversas. Neste sentido, o empreendedorismo pode ser classificado em dois tipos principais, o empreendedorismo de oportunidade e o de necessidade. Cada uma das definições citadas aborda o tema sob uma perspectiva distinta, porém todas englobam os principais elementos presentes na literatura referente ao tema. Envolvem criatividade, estabelecimento de objetivos, capacidade de identificar oportunidades, conhecimento de mercado, assumir riscos e capacidade de inovar. Deve-se, porém, atentar para uma visão clássica do empreendedorismo, como a construída por Joseph Schumpeter, que defende que o empreendedorismo significa promover inovações capazes de transformar radicalmente setores, atividades ou territórios onde se atua, criando novos ciclos de crescimento para produtos ou serviços, capazes romper com o fluxo econômico existente e modificar os canais de rotina econômica e, por fim, propiciar desenvolvimento econômico (MARTES, 2010).
Assim, os conceitos de empreendedorismo, de um modo geral, trazem ao menos alguns dos seguintes aspectos: iniciativa na criação de um novo negócio; gosto pelo que faz; uso dos recursos disponíveis de maneira criativa; transformação do ambiente econômico e social em que vive; aceitação dos riscos calculados e do possível fracasso. Objetivando fugir dessa figura mítica do superempreendedor, e fundamentando-se na lógica do empreendedorismo sugerida por Schumpeter, que defende que empreender não é uma condição permanente, mas somente uma função, Martes (2010, p. cita três pontos importantes para a compreensão do que é o indivíduo empreendedor: Em primeiro lugar, o empreendedor não pertence a uma classe social (o que novamente o difere do capitalista), nem tampouco a um estamento, pois sua posição não é fruto de herança, mas de conquista.
Em segundo lugar, o empreendedor pode ser aquele que possui função de direção, mas sem que necessariamente possua título de propriedade da empresa, o que faz com que a condição social para o exercício desta função seja ampla. Por outro lado, o conceito exclui proprietários e diretores de empresas que simplesmente “operam” o negócio já estabelecido, pois nem o capitalista nem o acionista, são necessariamente empreendedores [. Finalmente, se é uma função, ser empreendedor não é uma condição duradoura, pois poucos são os momentos em que inovações tão significativas e “revolucionárias” podem realmente ser levadas a cabo. Este ímpeto para a inovação, uma verdadeira obsessão, paradoxalmente pode ser estimulado pelas dificuldades de ordem institucionais que o próprio empreendedor enfrenta.
Dificuldades e habilidades - Reação de oposição do ambiente social, mais exatamente “impedimentos legais e políticos”, definem o quadro institucional com o qual o exercício da função empreendedora se defronta. No âmbito econômico, as resistências vêm dos competidores, dos agentes com os quais precisam estabelecer relações de cooperação e dos próprios consumidores. De modo geral, trata-se de organizações novas e que competem com as antigas que desfrutam da mesma posição, sendo que na concorrência capitalista a tendência é de que as inovadoras eliminem as antigas. Uma vez que tais dificuldades devem ser por ele superadas, uma das mais importantes características do empreendedor é sua capacidade de liderança, pois a ele caberá orquestrar a implantação da inovação.
Escolas do empreendedorismo O termo empreendedorismo apropria-se de um conceito poderoso, pois move a economia mundial e permite às pessoas realizarem suas metas e mudarem o mundo para melhor (REIS; ARMOND, 2010). O empreendedorismo é uma área do conhecimento fundamentada em duas escolas principais: a que contempla o viés econômico (SCHUMPETER, 1982) e a que contempla o viés comportamentalista (FILION, 1991). Na primeira escola, Schumpeter (1982), entre outros teóricos, observa a importância do empreendedor para a sociedade quando diz que ele é o motor da economia capitalista. Schumpeter (1982) corrobora que a contribuição dos empreendedores é primordial na formação da riqueza de um país por intermédio do processo de ‘destruição criativa’. Esse processo é o impulso que aciona e mantém em evolução o capitalismo. Segundo esses pesquisadores, o uso, com maior ou menor freqüência e intensidade destes comportamentos, não é devido somente ao conhecimento e à capacidade de empregar de maneira racional os comportamentos empreendedores, mas, principalmente, à influência exercida pelo meio e pelas circunstâncias vivenciadas por essas pessoas.
Então, sob esta ótica, as pessoas empreendem também por necessidade. Souza (2015, p. defende em sua tese de doutorado que “o tema do empreendedorismo esteja associado com a capacidade produtiva versus a capacidade do indivíduo, fatores importantes que podem contribuir para o desenvolvimento econômico de um país e gerar benefícios para a sociedade. ” De acordo com Gimenez, Ferreira e Ramos (2008), o conceito de empreendedorismo configura-se enquanto ação humana, visto que é um acontecimento complexo que se relaciona com interações entre pessoa e abarca o uso e a articulação de diferentes tipos. a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Os principais autores pesquisados foram: Filion (1991), Dolabela (1999), Reis e Armond (2010), Lee et al.
Araujo et al. Dornelas (2014), Lima et al. e Souza (2015). Nas últimas décadas, diversos estudos têm sido desenvolvidos num contexto global com o intuito de observar a intenção das pessoas para empreender. Observa-se nesses estudos que os modelos se aplicam aos alunos do ensino superior, chamando a atenção do papel importante das universidades, no que diz respeito às intenções de empreender. Para Souza (2015, p. a intenção em empreender é um tema que, “na década de 1980 despertou interesse por parte de inúmeros pesquisadores de diversas áreas e de instituições públicas e/ou privadas nacionais e internacionais, pelo fato de que possibilidade e oportunidade estavam mais reconhecidas e divulgadas”. Nos dizeres de Thompson (2009, p. No modelo de Santos, Caetano e Curral (2010) os fatores são agrupados em quatro grupos: motivações empreendedoras, que promovem os esforços e energia gastos com a atividade empreendedora; competências psicológicas, que são as aptidões e atributos inerentes ao indivíduo empreendedor; competências sociais, que exprimem a capacidade de interação com outras pessoas; e, por fim, competências de gestão, que são as competências básicas para uma boa gestão de negócios.
Mais recentemente, um modelo preditivo de intenção empreendedora para estudantes universitários foi construído e validado por Sousa (2014), sendo composto por seis grupos dimensões: a) Incentivo Institucional: refere-se às oportunidades oferecidas pela Instituição de Ensino Superior no tocante ao empreendedorismo, como o oferecimento de disciplinas relacionadas, o incentivo para empreender e a existência de parcerias com instituições de fomento; b) Motivações sociais empreendedoras: relacionadas com as motivações pessoais presentes no processo de empreendedorismo, como finalidades sociais na abertura de empresas, seguir o exemplo de ídolos ou tradição familiar; c) Antecedentes pessoais para empreender: influência da formação, experiências pessoais ou familiares no desejo de empreender; d) Contexto econômico para empreender: incentivos do governo, desenvolvimento local, estabilidade econômica, acesso a novas tecnologias etc.
e) Autoeficácia empreendedora: crença nas suas capacidades de sucesso, organização e até mesmo personalidade; f) Dimensões culturais empreendedoras: aspectos relacionados com a cultura familiar, religiosidade ou cultura regional que favorecem o empreendedorismo. Em suma, percebe-se a grande diversidade de fatores que são comumente relacionados com a intenção empreendedora de estudantes universitários nessas investigações. Contudo, como defendido por Santos, Caetano e Curral (2010), ainda permanece o desafio para a compreensão do fenômeno e construção de instrumento consistente de avaliação. Eles demonstraram, ainda, que, somente nos anos 90, as maiores empresas dos Estados Unidos cortaram mais de 6 milhões de empregos, no entanto, os indicadores de desemprego diminuíram nos níveis mais baixos registrados em função dos novos negócios criados por empreendedores.
Assim, segundo os autores, a relativa congruência entre situações econômicas, tecnológicas e institucionais de países desenvolvidos apontam que elementos não vinculados a condições econômicas das nações possam ajudar na compreensão da diferença entre o grau de empreendedorismo nos diferentes países. O empreendedorismo, para Baron e Shane (2007) ultrapassa a condição de instrumento econômico e transmuta-se em um instrumento social, posto que não só proporciona o desenvolvimento, mas também promove a inclusão social de grupos minoritários, como negros e mulheres. Assim, é possível conceber a relevância e o efeito do empreendedorismo na conjuntura econômica. Observando um país como o Brasil, especialmente no panorama de crise pelo qual o país passa, o empreendedorismo surge, indubitavelmente, como resposta financeira para a população.
Assim, Dolabela (1999) conclui que o Empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, empreendedores são influenciados pelo meio em que vivem. Autoeficácia empreendedora A autoeficácia vem mostrar até que ponto uma pessoa acredita em suas próprias capacidades para desenvolver uma tarefa. Trata-se de uma característica de personalidade que pode afetar diretamente a motivação para a realização de tarefas com sucesso, ou mesmo a seleção de uma carreira, ou o nível de tolerância no enfrentamento de determinadas situações adversas e a percepção individual sobre o risco (BANDURA, 1982). Ainda para Bandura (1982), o conceito de autoeficácia faz referência à crença nas habilidades do indivíduo para organizar e realizar cursos de ação necessários que satisfaçam determinadas realizações.
Essa teoria foi cultivada por alguns estudiosos sobre a intenção empreendedora. Além de características próprias da personalidade de cada indivíduo, muitos estudos colocam os fatores de natureza sociodemográfica como possíveis influências no comportamento empreendedor (RUBIO LÓPEZ; CORDÓN POZO; AGOTE MARTÍN, 1999). Para Carvalho (2004), as pessoas com melhor nível de formação educacional têm maior probabilidade de atingir suas metas pessoais não só abrindo suas empresas, como também trabalhando nas empresas como funcionário. Pode-se observar que as pesquisas sobre o tema têm demonstrado que a idade também é uma variável importante para indicar uma propensão para fundar sua própria empresa (REYNOLDS, 1995). Em relação à variável sexo são muitos os estudos nos quais se encontram evidências de que existem diferenças nos traços de personalidade entre sexos, o que pode impactar a atitude empreendedora (RUBIO LÓPEZ; CORDÓN POZO; AGOTE MARTÍN, 1999).
Esta variável pode se relacionar com o desejo de criar uma empresa e, desta forma, influenciar de alguma forma a intenção empreendedora. Filion é professor de Empreendedorismo na Montreal Business School. A teoria visionária da qual é autor foi apresentada em sua tese de doutorado em Gestão na Universidade de Lancaster, na Inglaterra, em 1988, com o título: “A estratégia de empresários de sucesso no small business: visão, relacionamentos e aprendizagem antecipatória”. Sua área de especialização é o empreendedorismo e o autor possui vasta experiência profissional em empreendedorismo e gestão, contemplando os campos de recursos humanos, gestão de operações e marketing. Criou e gerenciou pequenas empresas, foi consultor de gestão na empresa Ernst & Young. Entre os anos de 2004 e 2008, recebeu vários prêmios por sua contribuição para o campo do empreendedorismo e em reconhecimento a seu compromisso ao longo da carreira para a promoção de uma cultura empreendedora entre os jovens.
Eles as moldam, modificam e manejam fazendo surgir um sistema favorável à realização de seus sonhos. É importante destacar que a visão disponibiliza ao empreendedor uma referência que o auxilia a chegar onde deseja. Esta referência pode atrair e motivar os colaboradores do empreendedor. Os colaboradores que integram seu círculo de relações na empresa parecem ficar bastante motivados para trabalhar e auxiliar na realização da visão. O processo de criação da visão proposto por Filion (1991) é chamada de metamodelo. Isto o empreendedor pode fazer procurando entender a sua própria história, os valores e os modelos resultantes do seu passado familiar, a sua experiência profissional, sua educação formal, sua educação informal (leitura, viagens, filmes etc. suas crenças, seu sistema de relações etc.
FILION, 1991, p. Denise, Cunha e Bulgavov contribuem com a visão de Filion ao afirmar o que segue: O indivíduo passa a ser empreendedor no momento em que introduz nova combinação, podendo deixar de sê-lo a partir do instante em que se torna um mero administrador de rotinas. Esse não é um comportamento permanente e depende do indivíduo e de suas condições ambientais, culturais, sociais e políticas. A energia despendida para assumir uma liderança deverá ser recuperada pelo empreendedor, ao menos parcialmente e em alguns casos em quantidade superior à energia investida. Filion assegura que: A energia despendida na criação e manutenção de relacionamentos é compensadora, porque um empreendedor que esteja bem situado num sistema de relações beneficiar-se-á de um fluxo constante de informações, que lhe permitirá reajustamentos continuados (FILION, 1991, p.
A quantidade de energia investida pelo candidato a empreendedor é diretamente proporcional aos benefícios que serão recebidos, já que as diretrizes desenvolvidas pelo empreendedor geram motivações naqueles que estão próximos. Empreender demanda energia mobilizadora (CIMADON; MANFROI; RUPPENTHAL, 2007). Filion (1994) explica que a energia é a intensidade colocada pelo empreendedor com vistas a conhecer seu ramo de negócio, estabelecer as relações necessárias para seu desenvolvimento, desenvolver novas visões, buscar processos de inovação, além das tarefas de organização e controle de suas atividades. Com o passar do tempo, a tendência é que o empreendedor desenvolva relações secundárias e terciárias, sendo que algumas delas se transformam em relações primárias. A seu turno, as relações terciárias são escolhidas com o objetivo de satisfazer uma necessidade bem delineada.
Elas não requerem, obrigatoriamente, contato pessoal, mas contato somente com a área de interesse (FILION, 1994). Segundo Filion (1991), as relações e visões motivam as ações, que requerem frequentemente o estabelecimento de novas relações, o que por sua vez influencia o surgimento de novas visões. Quanto mais articulada for sua visão, maior importância terá o papel por ela desempenhado na seleção dos critérios para estabelecer um sistema de relações. Assim, o significado da ação empreendedora é apreendido enquanto ação social. O que aqui se destaca são as relações sociais dando suporte à ação empreendedora, ao mesmo tempo em que a inovação vai provocar mudanças no ambiente e nas relações sociais. Nessa perspectiva, que envolve uma rede de relações voltadas para interesses utilitários de mercado, Schumpeter, em sua obra Capitalismo, socialismo e democracia (1984), evidencia a ação empreendedora como sendo coletiva e um processo social (DENISE; CUNHA; BULGAVOV, 2008, p.
A seguir, aborda-se o papel da liderança na constituição da visão do empreendedor segundo Filion. O quarto elemento de constituição da visão é a liderança. Dornelas (2007, p. assegura que “a experiência anterior no ramo ou atividade correlata é fator fortemente presente entre as características dos empreendedores de sucesso”. Assim, além do preparo técnico e profissional, em diversos casos a experiência ajuda o empreendedor conhecer o mercado, tornando possível conhecer as ameaças e aproveitar as oportunidades. Shane e Venkataraman (2000) acreditam ser improvável que o empreendedorismo seja explicado adequadamente levando-se em conta somente características pessoais, mas que é influenciado pelas situações e ambientes em que elas se encontram, impactando o desenvolvimento da visão. Identificação da visão Conforme Filion (1988) existem etapas que o empreendedor deve seguir para definir o que necessita aprender no sentido de identificar e desenvolver visão daquilo que almeja realizar, como: fazer uma avaliação da área em que pretende atuar; avaliar seus pontos fortes e potencializá-los e neutralizar ou melhorar os pontos francos; estimular a imaginação por meio de leitura de casos de sucesso; alinhar a área de interesse com suas habilidades e competências; e despertar o desejo (intenção) de iniciar o desenvolvimento da visão.
Desenvolvimento da visão No modelo sugerido por Filion (1991), o desenvolvimento de uma visão demanda, desde o começo, que determinadas condições sejam cumpridas. As principais condições para realizar o desenvolvimento da visão encontram-se representadas em ações que resultaram na evolução da visão, como: canalizar a energia em uma direção particular e manter o foco; concentrar-se em um determinado campo de atividade e em um determinado lugar para assim adquirir experiência e conhecimento em um assunto específico, tornando-se especialista em uma área; desenvolver o saber continuamente no campo de atividade de atuação; adquirir capacidade de analisar criticamente e fazer escolhas acertadas; evoluir a habilidade da comunicação e facilitar os relacionamentos; iniciar e concluir atividades com determinação; trabalhar e esperar resultados de longo prazo acreditando no resultado positivo.
O empreendedor precisa evoluir por meio desse processo da visão, o qual vai permitir estruturar a reflexão e possibilitar a execução. Adicionalmente, fornece ao empreendedor a possibilidade de integrar todos os seus colaboradores no projeto em que estiver trabalhando. Referido processo inclui alguns elementos citados anteriormente como o conceito de si, energia, liderança, compreensão sobre um setor e sistema de relações (FILION, 1994). Com base nessas visões, é que Filion criou a teoria visionária, estudada nesta pesquisa, que permite compreender como se dá o processo empreendedor, o qual parte de uma ideia quanto a um produto ou serviço que vem a formar uma oportunidade de negócio. Passos do processo de desenvolvimento da visão A visão está atrelada a metas. Quanto maior e mais arrojada a meta, maior será a visão do empreendedor.
Filion (1991) entende que aquele que tem uma visão pode ser considerado como um sonhador cujo desejo é a realização de uma meta. A capacidade de formar uma visão exige a habilidade de visualizar um ou mais cenários futuros. Para Dornelas (2008), é mítica a ideia de que atributos empreendedores sejam inatos. O autor rejeita a ideia de que os empreendedores já nascem para o sucesso, uma vez que defende que é tão somente no decorrer do tempo que os empreendedores aglutinam um amontoado de experiências, habilidades relevantes, contatos e capacidade para obter visão empreendedora e para buscar novas chances. O desenvolvimento do empreendedor, para Gonçalves (2004), significa, em última instância, mudança. Para ele, tal desenvolvimento relaciona-se com a capacidade de mover-se no sentido de uma finalidade, assumindo os riscos inerentes aos processos de transformação.
Segundo o autor, observa-se que a ação empreendedora ultrapassa a criação de novos negócios, e vincula-se, também, ao trato humano no processo de desenvolvimento, sendo o empreendedor aquele que proporciona a articulação das esferas econômica, financeira, sociocultural e pessoal. Isso não garante que apenas pelo ensino do empreendedorismo serão gerados novos mitos como Bill Gates, Sílvio Santos, Olavo Setúbal e Antônio Ermírio de Moraes. No entanto, com certeza o ensino do empreendedorismo ajudará na formação de melhores empresários, melhores empresas e na maior geração de riqueza ao país (DORNELLAS, 2008, p. Neste sentido, a European Commission Enterprise and Industry Directorate-General (2008) expõe que não se pode confundir o ensino do empreendedorismo com estudos de economia ou de negócios; seu objetivo é promover criatividade, inovação e autoemprego, e pode incluir os seguintes elementos: desenvolvimento de atributos e habilidades pessoais que formam a base de uma mentalidade e de um comportamento empreendedor (criatividade, espírito de iniciativa, assunção de riscos, autonomia, autoconfiança, liderança, espírito de equipe, etc.
sensibilização dos alunos acerca do autoemprego e do empreendedorismo como possíveis opções de carreira; trabalho em projetos e atividades empresariais concretas; fornecimento de habilidades específicas de negócios e conhecimento de como abrir uma empresa e administrá-la com sucesso. Dornelas (2008) apresenta como temas fundamentais no ensino do empreendedorismo: identificação e compreensão das habilidades do empreendedor; identificação e análise de oportunidades; como acontece a inovação e o processo empreendedor; impacto do empreendedorismo no desenvolvimento econômico; preparação e utilização de um plano de negócios; identificação de fontes de obtenção de financiamento; gerenciamento de empresas para o crescimento. asseguram que os resultados expostos pelo Estudo GUESS Brasil reforçam a importância de estudos em universidades e apresentam subsídios apropriados para guiar ações para os campos mais distintos.
Da mesma forma que indicam que as políticas públicas revejam suas ações para estimularem também as universidades em relação ao empreendedorismo como facilitadoras de competências para criação de novos negócios. Assim, a educação tem-se fundamentado em um dos pilares para que as competências e habilidades empreendedoras possam ser desenvolvidas, a fim de estimularem intenções empreendedoras. Para Fischer (2008), o conceito de empreendedorismo, de um modo mais recente, permite variedades de estudos capazes de auxiliar o desenvolvimento do próprio conceito, o que o torna cada vez mais atrativo para os pesquisadores. Seguindo essa ótica, entende-se que a educação para o empreendedorismo tem sido uma das principais ferramentas para expandir e ajudar as atitudes empresariais. Outros fatores também exercem influência, como os conhecimentos empresariais que possibilitam uma constante busca, identificação e desenvolvimento de novas oportunidades de negócios e tomada de decisões complexas.
Também, as capacidades conceituais do empresário se relacionam com a compreensão por parte deste sobre a interação entre a empresa e o meio em que ela se encontra. E, quanto mais elevados forem seus conhecimentos empresariais, maior será a possibilidade de o indivíduo ter uma intenção favorável para criar sua própria empresa. Complementarmente, dentre os fatores de intenção empreendedora, incluem-se as motivações empreendedoras, que serão maiores ou menores conforme a necessidade de independência ou autonomia, necessidade de desenvolvimento pessoal, percepção de riqueza e necessidade de aprovação. Certificou-se, na pesquisa em questão, que a energia e percepção individual, formada a partir das de valores adquiridos com família, amigos, professores, colegas de trabalho e com as experiências vivenciadas no âmbito pessoal e profissional, poderá influenciar positivamente ou negativamente a intenção empreendedora.
É necessário priorizar ações de fortalecimento do ambiente empreendedor nas instituições de ensino. REFERÊNCIAS ALMEIDA, G. O. Valores, atitudes e intenção empreendedora: um estudo com universitários brasileiros e cabo-verdianos. f. jan. abr. AUTIO, E; KEELEY, R. H; KLOFSTEN, M; ULFSTEDT, T. Entrepreneurial intent among students. A; SHANE, S. A. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo: Thomson Learning, 2007. BARROS, F. BIRD, B. Implementing entrepreneurial ideas: The case for intentions. Academy of Management Review, v. n. p. L; KIRSCBAUM, C. Inovação social e empreendedorismo institucional: a ação da ONG “Ação Educativa” no campo educacional da cidade de São Paulo. Organizações & Sociedade, v. n. p. F; MONTEBELO, M. I. L. A influência do grau de escolaridade do pequeno empresário sobre sua percepção de negócio.
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