O USO DA LITERATURA NO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Gestão ambiental
O foco aqui foi a literatura infantil como um produto cultural com o qual a criança tem o direito de interagir, mas as ideias também podem ser aplicadas no processo de alfabetização de adultos. Nesta tese defendemos que para alfabetizar letrando, a literatura é material essencial que deve estar presente na rotina da escola, mais especificamente das práticas de sala de aula. Por esse motivo, algumas obras de literatura infantil serão objeto de reflexão, com o objetivo de trazer a tono a proposta contida nas mesmas e, ainda, as potencialidades para alfabetizar letrando e letrar alfabetizando. Palavras-chave: alfabetização, letramento, literatura, PNBE. INTRODUÇÃO A literatura, embora não com a frequência adequada, tem sido um instrumento presente, em especial no processo inicial da aprendizagem da leitura e da escrita.
que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca” (2002, p. um encontro ou uma relação com algo que se experimenta, o que se prova. ” (2002, p. Portanto podemos definir o educar como ação essencial capaz de transformar qualquer indivíduo e colocá-lo em movimento para que ele aja sobre si mesmo e seu entorno. Através da educação é que o ser humano torna capaz a visualização de seu entorno de forma crítica e vislumbrando a construção de um mundo melhor. Por isso é necessário é necessário clareza nos fatores que fundamentam a educação, para evitar uma postura focada em “ideias” que nos leve a ignorar as dificuldades praticas presentes no sistema educacional. LINGUAGEM E APRENDIZAGEM NOS PROCESSOS EDUCACIONAIS Com base no exposto acima podemos concluir que a educação é uma ação complexa que exige dos sues profissionais uma constante reflexão, estudo e ressignificação de conceitos e concepções.
Senso assim, quando falamos em educação escolarizada devemos partir do início, ou seja, na Educação Infantil e Básica no sentido do processo de alfabetização. A linguagem escrita é constituída por um sistema de signos que designam os sons e as palavras da linguagem falada (VYGOTSKY, 1998, p. Para que uma criança evolua no simbolismo, “[. Pode-se dizer que é um produto cultural elaborado no decorrer da história da humanidade. Também trata-se de um sistema de representação do mundo real que de certo modo é extremamente sofisticado. Por isso, percebemos que é impossível explanar sobre a elaboração cognitiva da escrita, retirando esta do contexto de sua função social. Ou seja, o desenvolvimento da escrita se torna efetivo na participação de vivências diárias, quando estas são relevantes e têm significado, caso contrário, o ato de produzir algo escrito não irá passará de exercícios executados de forma mecânica e artificial.
Observando Vygotsky (1998, p. A região de desenvolvimento real pode ser expandida mediante interação e mediação, o que encaminha outras aprendizagens. Se leva em conta conhecimento já adquirido pelo estudante para ampliação do nível de desenvolvimento real. Com relação ao ambiente alfabetizador nos primeiros anos de educação formal do Ensino Fundamental e na Educação Infantil, é fundamental a presença da literatura com papel de mediação nesses processos de aprendizagem. A sua presença nas práticas escolarizadas ajuda na criação de um ambiente letrado e do sentido à aprendizagem da leitura e da escrita como habilidades que proporcionam contato com o universo simbólico. A literatura é um produto da linguagem, um objeto intencional formado para viver por meio da recepção do leitor.
Através dessa mudança de paradigma encontramos os dois termos temas deste capitulo, que se diferenciam e se complementam: a alfabetização e o letramento. Para conceituar alfabetização, vamos levar em conta o entendimento de Soares (2004, p. processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e para escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita”. Já para o letramento “[. considera que o indivíduo letrado não é apenas o que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita”. aprendizagem das habilidades básicas de leitura e de escrita, ou seja, a alfabetização, quanto o desenvolvimento, para além dessa aprendizagem básica, das habilidades, conhecimentos e atitudes necessários ao uso efetivo e competente da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, ou seja, o letramento (2004, p.
No contexto da escola é possível identificar a falta de clareza no que diz respeito à complexidade do processo de alfabetização. Dessa forma podemos observar como práticas rotineiras de ensino a fragmentação da escrita e da leitura. Ao se depara com essa realidade surgem vários questionamentos: O que de fato é ser alfabetizado? Como desenvolver este processo de alfabetização? Que visão os alunos têm a respeito da leitura e a escrita? De que forma, leitura e escrita aparecem no dia a dia de cada criança? Tais perguntas fazem com que a discussão a respeito de como alfabetizar letrando ser torne cada vez mais presente no contexto educacional. Ao se pensar nessas concepções nos deparamos com um grande desafio: De que forma os educandos aprendem este código escrito e, ao mesmo tempo, inserem esta aprendizagem em suas práticas diárias? É responsabilidade da escola criar diversas possibilidades para que o discente construa habilidades relativas a este processo e utilize efetiva e competentemente a tecnologia da escrita.
A literatura direcionada à criança busca atender às expectativas das mesmas pela fruição e contribui para o amadurecimento emocional já que “[. torna o mundo e a vida compreensíveis, porque revela outros mundos e outras vidas” (SOARES, 2010, p. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) criou em 1997 criou o Programa Nacional da Biblioteca Escolar (PNBE), com intuito de distribuir acervos de obras de literatura às bibliotecas escolares (BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, 2008). Estes acervos têm como objetivo contribuir para a melhoria do processo de alfabetização e do letramento dos estudantes, no entanto, “[. a democratização do acesso à leitura esperada pela distribuição de livros do PNBE, com alcance amplo no que diz respeito a usuários de diversos segmentos (. a literatura é, ao mesmo tempo, uma experiência de linguagem e de pensamento.
Ele entende a literatura não como uma forma de expressão e/ou de construção de determinadas ideias, mas “[. sobretudo, do que é que a literatura pode fazer a nossas idéias (sic. do que é que acontece a nossas idéias (sic. quando fazemos essa experiência de linguagem de pensamento que chamei de literatura. Esta interação com o texto literário contribui e muito para a formação do estudante. Quando estruturamos estratégias de leitura em conjunto com às vivências do aluno, criamos a oportunidade para que o mesmo relacione o texto com outras obras, outros discursos e imagens as quais a adicionadas às suas vivências fazem nascer as devidas conexões para preenchimento então desses vazios. Dessa forma, a literatura estabelece com o leitor uma interação específica - a possibilidade de inserir sua subjetividade no texto, o que é mais restrito em textos não literários, senão inexistente (RAMOS, 2008, p.
Por isso e possível concluir o quão importante é realizar no trabalho com o texto literário estas aproximações com as vivências do leitor, criando possibilidades, como por exemplo, o confronto dos personagens das narrativas com as suas vivências, trazendo também estímulo para o imaginário a partir dos elementos presentes no espaço e no tempo da história, assim como também o contanto com sentimentos e emoções que fazem parte do enredo. O USO DO LIVRO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Podemos considerar o livro como um material admirado pela criança, por isso, podemos observar obras literárias com o propósito de agregar a aprendizagem da leitura e da escrita, isso desde o processo de formação da literatura infantil brasileira.
No caso da letra X podemos identificar a forma de aprendizado, ora destacando a forma gráfica da letra, ora o fonema: “Com um X se escreve XÍCARA, com X se escreve XIXI[. ” (1999, p. Nos dias atuais encontramos muitas produções em circulação que têm como meta apresentar as letras do alfabeto aos estudantes que estão iniciando os primeiros anos do Ensino Fundamental, mas em sua maioria assumem tom didático. Obras que dão destaque as letras do alfabeto tem a tendência para atender dois senhores, quando imprimem tom lúdico ao texto, mas ao mesmo tempo não perder de vista a função didática que prioriza a identificação das letras e, ainda, mostrar alguns usos da mesma em algumas palavras, mesmo que de modo predominantemente desordenado, apresentam termos que iniciam com uma mesma letra.
Notamos isso no fragmento de texto de Cecília Meireles e de Josué Castro ou mesmo em outras publicações bem recentes, como “Ao som das letras”, de Germán Montalvo (2008), a qual se limita a listar temos que iniciam com a mesma letra: “Baleia (maior animal da Terra), Brasil (país dos brasileiros), Beleza, Barco, Belo Horizonte (capital de Minas Gerais), Batman (homem-morcego), Balões, Bosque, Banco (da praça e do dinheiro), Bomba (nunca deve ser usada), Brasília (capital do Brasil). No caso do “X”, logo no enunciado já identificamos a proposta, essa qual trata-se de apresentar as sutilezas da escrita em que um mesmo som pode ser grafado de maneiras diferentes: “Quem bebeu o chá da xícara? / O xá. Mas ponha sentido: É com X o bebedor / com CH o bebido.
” (p. O tom didático do registro também pode ser observado no conjunto do título, onde o texto verbal é grafado em letras maiúsculas, uma vez que no estágio inicial de escolarização é privilegiada a letra de forma. Encontramos também outras obras que ao mesmo exploram o alfabeto e trazem o viés didático, com prioridade ao lúdico mediante a proposta de sentidos carregada na palavra e pela interação entre a linguagem visual e verbal. Outro exemplo: “COMO FAZER UM PAPA VOAR” (2008, p. ao virar a folha, encontra‐se a palavra “PIPA” (2008, p. Embora não exista uma explicação verbal a respeito da alteração, observa-se que visualmente a palavra e a imagens de pipa e papa e ainda abaixo da vogal que dá origem a nova palavra, esta resposta do desafio, aparece em tom mais escuro do que a base da página a vogal que compunha a palavra anterior.
Nessa obra, cabe ao leitor identificar o que foi alterado. Os desafios referentes a essas duas últimas obras pressupõe um leitor com uma consciência fonológica mais desenvolvida do que os outros títulos citados. Formar um aluno que saiba ler, nessa ótica, não significa apenas o desenvolvimento de uma habilidade mecânica, mas também compreender o mundo e a si próprio, bem como saber escrever é muito mais que a capacidade de representar gráficamente uma palavra, mas diz também a saber expressar ideias de modo reflexivo e com sensíbilidade, que contribuem para que o sujeito se coloque no mundo por meio da palavra grafada. Nesse sentido entende-se que a literatura pode contribuir para o desenvolvimento humano e o incremento do pensamento e da linguagem verbal.
Desse modo, podemos compreender que o texto literário é apresentado como um caminho para potencializar o processo de alfabetização na otica do letramento, de acordo com que os estudos sobre o tema, como os de Magda Soares (1998), propões, isso porque está prática possibilita a interação com a criança levando em conta as vivências anteriores, do ludismo e da atuação reflexiva a qual ela deve apresentar. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. FREIRE, Ana Maria Araújo (Org. A pedagogia da libertação em Paulo Freire. São Paulo: Unesp, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. LARROSA, Jorge. Literatura e educação depois de Babel. Trad. Cynthia Farina. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. João Fahrion. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. MONTALVO, Germán. Ao som das letras.
Trad. Il. Eva Furnari. São Paulo: Globo, 1999. RAMOS, Flávia Brocchetto. A literatura no desenvolvimento da criança. Acessado em 10 nov. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. Revista Educação. Guia da alfabetização. São Paulo: Segmento, 2010, n° 2. p. VYGOTSKY, Lev Semenovich.
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