O processo de urbanização da população

Estudos e pesquisas sistemáticos podem estabelecer como uma de suas metas a reprodução do ambiente natural como foi encontrado antes das intervenções antrópicas em uma região, tal qual descreve a Teoria do Rio Contínuo (RCT). A Teoria do Rio Contínuo descrita por Vanotte et al. postula que as características estruturais e funcionais das comunidades se ajustam ao estado do meio ambiente, estando relacionadas a padrões de entrada, transporte, utilização e armazenamento de matéria orgânica, e estas características podem fundamentar a ideia sobre o curso natural das águas (FERREIRA et al. O Estado do Paraná, de população essencialmente rural, passou pelo processo de êxodo rural principalmente durante a transição do Século XX para XXI. Durante este processo, as cidades localizadas no Norte do Paraná iniciaram o desenvolvimento ao longo dos rios e seus afluentes, acarretando progressivamente diversos impactos ambientais para a região.

Considerando os impactos ambientais causados pela urbanização de regiões próximas à Bacia do Pirapó, o presente estudo tem como objetivo avaliar a qualidade da água desta bacia no trecho entre a nascente e a foz do Rio Bandeirantes, assim como realizar a caracterização de possíveis fontes de impacto na qualidade da água. JUSTIFICATIVA Ações antrópicas vêm promovendo elevados impactos ambientais, ou seja, contribuindo para a poluição hídrica, tais como a geração de efluentes domésticos e industriais, além da aplicação de defensivos agrícolas no solo. Esses impactos alteram as características físicas, químicas e biológicas do corpo receptor em relação à condição natural causando um considerável desequilíbrio nos ecossistemas dependentes desse recurso (FREIRE, 2010).

Diante do exposto, uma vez que as cidades desenvolvidas ao redor da Bacia do Pirapó são abastecidas com águas oriundas deste rio e após utilizadas, são devolvidas para o mesmo rio com nova carga impactante pelas condições de esgotos domésticos e resíduos industriais, é de extrema importância que a qualidade desta água seja analisada quanto aos parâmetros físico-químicos durante diversos momentos durante um ano, para que seja avaliado se a água é apropriada ao consumo humano. OBJETIVOS 1. Um fator de influência sobre os recursos hídricos é o processo de urbanização, que normalmente resulta na interrupção ou limitação do uso desses recursos, devido aos impactos na qualidade sanitária destes ecossistemas. Os ecossistemas aquáticos fortemente impactados devido ao aumento desordenado das atividades humanas provocam alterações na estrutura da comunidade destes ambientes, afetando o estado trófico e acelerando os processos de eutrofização dos mesmos, devido à entrada constante e elevada de nutrientes.

Dentre estes impactos destacam-se o desmatamento das matas ciliares, o uso e ocupação do solo, o desvio do curso natural de rios, o lançamento de efluentes e resíduos domésticos e industriais não tratados, e a introdução de espécies exóticas. Todas essas ações alteram a quantidade e a qualidade da água, ocasionando, dentre outros, a perda da biodiversidade aquática, em função da desestruturação do ambiente e alteração nas cadeias alimentares existentes (LIPPERT, 2014). CASSARO et al. A falta de mata ciliar nos leitos dos rios provoca outras consequências prejudiciais ao meio ambiente, tais como a erosão e o assoreamento dos rios, que por sua vez, aumentam a turbidez da água, dificultando o tratamento e purificação da mesma para abastecer as populações urbanas.

LOPES (2001) defende que a recuperação, preservação e conservação das matas ciliares auxiliariam na proteção dos afluentes e dos rios, garantindo maior estabilidade, inclusive, nas margens dos mesmos. Na Bacia Hidrográfica do Rio Pirapó a qualidade das águas é comprometida pelo modelo de desenvolvimento econômico explorado na região, seja através da agricultura e das pastagens nas regiões rurais, seja através do adensamento urbano, além do segmento industrial, embora pequeno, mas potencialmente poluente, verificado nos municípios que contornam a Bacia. O Rio Pirapó tem sua nascente no município de Apucarana, desaguando no Rio Paranapanema, que divide os Estados do Paraná e São Paulo. A Bacia do Rio Pirapó compreende uma área de 5. Atalaia 137,65 137,65 100,00 3. Cambira 43,31 163,96 26,42 7. Colorado 354,75 403,52 87,91 22. Cruzeiro do Sul 117,96 259,03 45,54 4. Flórida 83,09 83,09 100,00 2.

Marialva 122,00 474,84 25,69 31. Maringá 273,99 486,16 56,36 357. Munhoz de Melo 137,51 137,51 100,00 3. N. Sra. Santa Inês 28,95 137,69 21,03 1. Santo Inácio 1,50 308,29 0,48 5. Sarandi 44,14 103,62 42,60 82. Uniflor 76,68 95,03 80,69 2. TOTAL 5. Amostragem e análises de laboratório As amostras de água serão realizadas em dois períodos (chuva e estiagem inverno e verão) em 14 pontos ao longo do rio Pirapó e seus tributários, desde a nascente (Apucarana) até o encontro com o rio Bandeirantes (Colorado) (Quadro 1). Quadro 1 - Coordenadas e locais aproximados das coletas. Ponto Comentário Posição geográfica 1 Nascente 23º33’52. S - 51º30’39. W 2 Rodovia Ubatuba 23º28’42. Bacias Hidrográficas do Paraná – Série Histórica. ANA/SEMA, 2008/2013. Disponível em <http://www. meioambiente. pr. ASSAD, L. Cidades nascem abraçadas a seus rios, mas lhes viram as costas no crescimento. Cienc. Cult.  vol. CASSARO, L; CORREIA, MF. Fatores de degradação ambiental da bacia de captação de água para a cidade de Maringá – rio Pirapó.

Sanare, Curitiba, v. p. FERREIRA, FC. Tese (Mestrado) - UEM, Maringá, PR, 2010. HESPANHOL, KMH. Monitoramento e diagnóstico da qualidade da água do Ribeirão Morangueiro. Dissertação (Mestrado) – UEM, Maringá, PR, 2009. IPARDES – Inst. KLEPKA, V. Qualidade da água na Bacia do Rio Pirapó: Uma análise das condições bióticas e abióticas. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. n. p. S. Ciliados Planctônicos e Epibentônicos do Rio das Velhas e tributários, MG: Ecologia e uso potencial para bioindicação da qualidade das águas. Dissertação (Mestrado) – UFOP, MG, 2012. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Água – Um recurso cada vez mais ameaçado. gov. br/port/conama/legiabre. cfm?codlegi=459> Acesso em 18/02/2017. PRISTA, A. Sedentarismo, urbanização e transição epidemiológica. – 56, jan/jun, 2014 SCHNEIDER, R. M. et al.

Estudo da influência do uso e ocupação de solo na qualidade da água de dois córregos da Bacia hidrográfica do rio Pirapó. Acta Scientiarum. pdf> Acesso em 18/10/2017. UNFPA. State of World Population 2007: Unleashing the Potential of Urban Growth. Disponível em: <http://www. unfpa.