O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

RESUMO- Atualmente presencia-se uma significativa evolução nas práticas pedagógicas, nas políticas públicas da educação e na percepção do aluno em seu processo de formação. No entanto, mesmo diante dos avanços nas pesquisas sobre o processo de ensino e aprendizagem ainda depara-se com resultados preocupantes que, muitas vezes, levam ao fracasso escolar. Partindo desse cenário, a psicopedagogia surge da necessidade de compreender o processo de desenvolvimento da aprendizagem, e com isso criar condições necessárias para garantir o desenvolvimento integral do aluno, intervindo em problemas que atribuem a defasagem escolar. Para tanto, busca fundamentos da Pedagogia, da Psicologia e das diversas áreas que se dedicam e atuam no estudo do desenvolvimento do indivíduo e no aprimoramento dos processos de aprendizagem.

Desta forma, o psicopedagogo cria estratégias que possibilitem minimizar as dificuldades em relação ao desempenho dos alunos e na atuação do professor. Diante disso, o campo de estudo da psicopedagogia visa, por meio de seus conhecimentos interdisciplinares, que engloba saúde e educação, buscar contribuir com o trabalho pedagógico desenvolvido em sala de aula, de modo que assume um papel relevante no diagnóstico e solução dos problemas de aprendizagem. A função da psicopedagogia é diminuir o fracasso escolar, em sua práxis dos conhecimentos e atua nos processo de desenvolvimento da aprendizagem no que diz respeito aos aspectos cognitivos, emocionais e corporais. Partindo disso, o presente estudo tem como objetivo primordial refletir sobre o papel do psicopedagogo nas instituições de ensino regular e a importância desse profissional em realizar um trabalho cooperativo com o professor pedagogo na superação dos problemas que provocam o baixo rendimento escolar.

Assim alguns objetivos específicos fizeram-se necessários, compreender o percurso histórico da psicopedagogia, entender como o campo de atuação da psicopedagogia pode converter o fracasso escolar e refletir como ocorre a prática psicopedagógico na instituição de ensino. O estudo se justifica por haver uma necessidade de refletir sobre a importância do psicopedagogo está inserido nas instituições de ensino regular, assim, defende-se a relevância de uma trabalho cooperativo entre professor e psicopedagogo na superação dos desafios no processo de ensino e aprendizagem. No mesmo período, a psiquiatra italiana, Maria Montessori, cria o Método Montessori de aprendizagem, classificado como sensorial, objetivando o desenvolvimento da educação da vontade e a alfabetização, destinado inicialmente às crianças com deficiência intelectual, mas posteriormente utilizado por todas as crianças em várias escolas.

COSTA, PINTO E ANDRADE, 2013).   O método criado por Maria Montessori, que levou o seu nome, foi estendido a todas crianças, sendo até hoje utilizado por muitas escolas. Seu principal objetivo é trabalhar as questões relacionadas com a educação e a alfabetização no que diz respeito a estimulação dos órgãos de sentido, ou seja, sensorial.   E foi após a Segunda Guerra Mundial, em 1946, que foi implantado o Centro Psicopedagógico, localizado na cidade de Paris, que foi originado a partir de todo os movimentos e estudos desenvolvidos por médicos, educadores e filósofos posteriores que investigavam problemas da aprendizagem. A esta confluência, junta, também, as proposições da psicologia social de Pichon Rivière, mormente porque a aprendizagem escolar, além do lidar com o cognitivo e com o emocional, lida também com relações interpessoais vivenciadas em grupos sociais específicos (França apud Sisto et.

al. p.       Os cursos de especialização em psicopedagogia no Brasil eram ofertados por institutos particulares, associação de classes ou por iniciativa pessoal de algum grupo de profissionais. Conforme Costa, Pinto e Andrade (2013) Entre os anos 50 e 70, do século passado, houve uma grande expansão de disciplinas que buscavam enfocar os processos de educação em universidades, institutos de pesquisa e instituições educacionais. O PSICOPEDAGOGO E SEU CAMPO DE ATUAÇÃO NA ESCOLA A atuação do psicopedagogo no âmbito escolar consiste em procurar compreender, orientar e ajudar a criança motivando-a, criando interesse a fim de sanar as suas dificuldades e fraquezas. Sendo assim, buscou-se uma definição para o objeto de estudo da psicopedagogia. De acordo com Kiguel (1991), o objeto de estudo dessa ciência está fundamentado no processo de aprendizagem humana, no processos evolutivos sejam eles normais ou patológicos e a influência do meio social a qual o indivíduo está inserido.

O trabalho do psicopedagogo no contexto escola possibilita potencializar as atividades desenvolvidas pelo professor regente, de modo que as atividades aplicadas em sala de aula tornem-se eficientes no desenvolvimento integral do aluno. O campo de atuação da psicopedagogia também é ressaltado por Neves (1991) como a ciência que concentra-se no processo de ensino e aprendizagem e os estímulos provocados por aspectos cognitivos e sociais. A autora ressalta que o trabalho do psicopedagogo não se limita a uma única abordagem, o profissional busca diagnosticar o problema e a partir disso adaptar o conhecimento teórico a determinada situação.   Do ponto de vista de Golbert (1985) o psicopedagogo concentra-se em duas vertentes a preventiva, atuando no desenvolvimento do sujeito e a terapeuta, que parte do problema apresentada pelo educando e com isso é traçado um planejamento que passa pelas etapas de análise da dificuldade apresentada e o diagnóstico, com base nesses dados é realizado o tratamento, visando proporcionar uma relação saldável entre o sujeito e conhecimento.

O objeto de estudo da Psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: preventivo e terapêutico. O enfoque preventivo considera o objeto de estudo da Psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento enquanto educável. O enfoque terapêutico considera o objeto de estudo da psicopedagogia a identificação, análise, elaboração de uma metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem. No entanto para alcançar tais objetivos é importante analisar e discutir os problemas de aprendizagem que podem impossibilitar o desenvolvimento das habilidades e competências que são objetivadas ao logo da educação básica. Com base nessas dificuldades apresentadas pelos alunos, buscar subsídios para compreender e ajudar o educando que apresentam problemas em seu processo de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, psicomotor, afetivo seja esses relacionados a família, a escola ou meio social.

Diante disso, um questionamento é levantado constantemente na busca de soluções favoráveis aos problemas apresentados, o “porquê”, “como” e onde é iniciado e desenvolvido o fracasso escolar.    Partindo disso, de acordo com Patto (1991) em suas pesquisas sobre o fracasso escolar, chegou à conclusão que tal problema não deve recair apenas no aluno, sua pesquisa voltou-se a olhar para os fatores externos a criança, ou seja, a influência dos determinantes institucionais e sociais, que até então existia a percepção em que as dificuldades de desenvolvimento do indivíduo se dava a criança e a família.   Uma vez que, desde do nascimento a primeira educação recebida pela criança encontra-se no âmbito familiar, assim, seja qual foi a sua contribuição torna-se de grande importância para a formação do sujeito.

O fator social é motivador não somente no fracasso escolar, mas também na evasão, como por exemplo, o trabalho infantil ocasionada pela carência socioeconômica que provocam a desmotivação no aluno em frequentar e se dedicar as atividades escolares. Outro fator que está alinhado ao social é a família que consiste na primeira sociedade do indivíduo.  O segundo ponto que deve-se atenção é a escola, espaço este que deve conter um reposicionamento, implica como os conhecimentos são transmitidos e assim como são absorvidos pelos alunos.  Como afirma Dubet (2008) “O fracasso escolar é mais do que um simples acidente de percurso, é o fracasso de toda pessoa, um fracasso social, um fracasso educativo para as famílias e um fracasso subjetivo para os alunos”      A família tem um papel significativo neste processo, que assim como nos demais fatores pode-se apontar a motivação dentro do ambiente familiar.

Segundo Martinelli e Sisto (2011) “atentam para os diferentes componentes que atuam sobre a motivação, destacando as diferenças individuais, diferenças situacionais, fatores culturais e sociais e a cognição”. PORTO, 2011, p. O autor chama a atenção para a percepção do fato educativo, uma vez que a prática pedagógica utilizada pela instituição de ensino e pelo professor refletem a percepção que se tem por educação, pelas competências que se espera desenvolver no aluno. Diante disso, o psicopedagogo deve desenvolver um olhar crítico diante de todo contexto escolar, partindo sempre da premissa de que todos os alunos tem capacidade de aprender. O processo de ensino e aprendizagem é um desafio para os profissionais da educação, sobretudo para o professor, este que está na linha de frente do processo de aprendizagem do aluno, uma vez que, deve compreender o indivíduo, suas relações históricas-sociais e cognitivas em um cenário educacional que se espera um ensino significativo e emancipatório.

Diante desse cenário a psicopedagogia tem o papel importante na identificação e resolução dos problemas no processo de aprendizagem, contribuindo com a educação em seus estudos na busca de solução para os problemas de aprendizagem, embasado nas diversas abordagem teóricas que norteiam essa área. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. COSTA, A. A. PINTO, T. M. A escola de oportunidades. São Paulo: Cortez, 2008. GOLBERT, C. S. Considerações sobre as atividades dos profissionais em Psicopedagogia na região de Porto Alegre. C. SISTO, F. F. Escala para Avaliação da Motivação Escolar Infantojuvenil. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. A produção do fracasso escolar: história de submissão e rebeldia. ª reimpressão. São Paulo: Ed. T. A. br/ Acesso em: 15 jan.

SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Petrópolis: Vozes,1994.   SISTO, F. São Paulo: Martins Fontes, 1991. WEISS, M. L. L. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica.

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