NEUROPSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL: OS DESAFIOS E A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Para tal, serão utilizados os métodos dedutivo e indutivo de pesquisa. Por fim, os resultados comprovam a necessidade da utilização da abordagem múltipla, com o intuito de analisar intervenções diferenciadas, individualizadas e direcionadas para atender às necessidades particulares de aprendizagem de cada indivíduo. PALAVRAS-CHAVE: Formação. Neuropsicopedagogo. Educação Especial. DESENVOLVIMENTO Sabe-se que um dos maiores desafios dos educadores, atualmente, é entender o seu papel na sociedade, fazendo-se necessário reformular teorias e ideias, que foram criadas para atender às necessidades de certa época. Hoje, o excepcional tem seu direito amparado por lei, a qual lhe garante conviver com os outros e receber formação educacional, dentro da instituição escolar. Por isso, deve-se analisar a estrutura escolar, as formas de avaliação, a interação com a comunidade escolar e a formação dos profissionais para atender este aluno.

Os educadores, em sua maioria, carecem de uma formação voltada para o conhecimento mais desenvolvido à inclusão, que não se limita somente ao portador de necessidades especiais, ou, deficientes (mentais, físicos, auditivos, visuais, múltiplos). A inclusão escolar é uma das virtudes para a estabilização da cidadania no Brasil. Desde a sua criação, as críticas ao uso de testes de inteligência como parte de um procedimento de discrepância de realização de habilidades foram montadas. O estudo demonstrou que o método de discrepância não discriminou bem entre crianças que têm baixo desempenho escolar e crianças com deficiências específicas de aprendizagem (FUCHS et al. Além disso, verificou-se que o método de discrepância de realização de habilidades levou à super-representação de grupos minoritários na educação especial sob a categoria de deficiências específicas de aprendizagem (MACMILLAN & HENDRICK, 1993).

Contudo, apesar das críticas teóricas e metodológicas de longa data, pesquisas recentes indicam que a maioria dos estados, ainda, permite o método de discrepância de capacidade para identificação de dificuldades específicas de aprendizagem (ZIRKEL & THOMAS, 2010). Embora as questões metodológicas tenham sido insuficientes para justificar uma mudança profissional na prática, o medo de aumentar os custos da educação especial levou a mais críticas ao uso da discrepância de desempenho de habilidades. Dada a sua utilidade em examinar as diferenças individuais no desempenho cognitivo através de uma variedade de habilidades e processos e uma falta de evidência de sua invalidez, para fins de informação diagnóstica e estratégias de intervenções educacionais individualizadas, percebe-se que os programas de treinamento devem continuar a ensinar a avaliação cognitiva.

Além disso, programas de formação continuada podem exigir modificações substanciais em seus cursos tradicionais de avaliação, para serem consistentes com as abordagens contemporâneas à interpretação baseada em teoria das medidas cognitivas. A literatura em ciência cognitiva e neuropsicopedagogia está repleta de evidências para apoiar a compreensão de como a cognição e as diferenças individuais afetam o processo de intervenção (FIORELLO et al. FLANAGAN et al. MCGREW & WENDLING, 2010; FUCHS et al. O teste intelectual que se concentra, principalmente, na obtenção de uma pontuação de QI mantém proeminência em muitos estudos (GLUTTING et al. CANIVEZ & WATKINS, 2010). No entanto, muitos destes trabalhos mostraram ser um resultado metodológico, onde se observa que mudar a metodologia, geralmente, muda as conclusões (HALE et al.

Dessa forma, é provável que a ênfase crescente das avaliações em informar a intervenção, ao invés de prevê-la, leve à compreensão das diferenças individuais, examinando os pontos fortes e fracos em vez do QI. As pesquisas neuropsicopedagógicas revelam por que as medidas de linguagem cognitiva predizem realizações de leitura acadêmicas e por que certas intervenções de leitura podem ser mais relevantes para um perfil cognitivo do que outro. FLETCHER et al. HALE & FIORELLO, 2004; e MCGREW & WENDLING, 2010). Muitas das pesquisas recentes sobre relações cognitivas-acadêmicas foram interpretadas dentro do contexto da teoria de habilidades intelectuais da CHC e com instrumentos específicos desenvolvidos a partir da mesma Além disso, análises estatísticas, como modelagem de equações estruturais, têm sido usadas para entender até que ponto as habilidades cognitivas específicas explicam a variação nas habilidades acadêmicas, acima e além da variância representada pelo QI geral (FLOYD et al.

Finalmente, muitos recursos valiosos resumem a pesquisa sobre processos cognitivos e neurobiológicos associados a déficits de habilidades acadêmicas específicas (FEIFER & DELLATOFALLO, 2007). A base de evidências para avaliação cognitiva tem aplicações diretas para resolver os problemas de avaliação associados à identificação de crianças com deficiências específicas de aprendizagem. As crianças com deficiência precisam de intervenções individualizadas para abordar o funcionamento cognitivo, para superar suas dificuldades, onde uma única abordagem de processamento pode levar à instrução diferenciada de que precisam (FIORELLO et al. Portanto, uma interpretação idiográfica que foca nos padrões de desempenho pode ajudar os profissionais a identificar os pontos fortes e fracos do processamento cognitivo de uma criança e é a chave para o diagnóstico diferencial e o desenvolvimento de intervenções direcionadas para crianças com todos os tipos de deficiência, não apenas deficiências específicas de aprendizagem.

Quando se examina os subtipos de distúrbios de aprendizagem, com base nos pontos fortes e fracos do processamento, a validade preditiva das pontuações dos testes cognitivos aumenta substancialmente. A compreensão de processos psicológicos geralmente requer uma abordagem idiográfica da interpretação - uma que enfoca o padrão de desempenho cognitivo ou neuropsicológico de uma criança e identifica os pontos fortes e fracos do processamento individual (HALE & FIORELLO, 2004). Com melhores modelos de abordagem para entender as deficiências, os profissionais têm uma posição mais informada para desenvolver intervenções direcionadas com base nas necessidades individuais de cada sujeito. Para as crianças que não respondem às melhores tentativas de intervenção precoce, uma avaliação abrangente pode fornecer informações sobre as necessidades individuais.

Esta informação não é apenas relevante para a compreensão das diferenças individuais dos alunos, mas pode levar a intervenções direcionadas e individualizadas, que podem ajudar todos os sujeitos a terem sucesso, independentemente, do estado de deficiência. Finalmente, não se pode deixar de mencionar que o fato dos alunos com deficiências terem direito de frequentar a escola (fisicamente), o que não ocorria no passado, garante que os mesmos estão participando plenamente dos processos de aprendizagem e socialização, dentro e fora do ambiente escolar, para tal, necessita-se muito mais que isso. REFERÊNCIAS BARNETT, D. W; DALY, E. BROW-CHIDSEY, R; STEEGE, M. W. Resposta à intervenção. Nova Iorque, NY: Guilford Press, 2005. CANIVEZ, G. Comunicado, 40 (7), 1 – 28, 2012. Disponível em: https://eric. ed. gov/?id=EJ981519. Acesso em: Jun.

Revista Internacional de Neuropsicologia, 12 (2), 34 – 67, 2005. FEIFER, S. G; DELLATOFFALO, D. A. Integrando o RTI com neuropsicologia cognitiva: Uma abordagem científica para a leitura (2007). P; HARRISON, P. Orgs. Avaliação intelectual contemporânea: Teorias, testes e questões (3 ed. Nova Iorque, NY: Guilford Press, 2012. FLANAGAN, D. ª ed. Nova Iorque, NY: John Wiley, 2006. FLOYD, R. G; MCGREW, K. S; EVANS, J. Sobre a importância de uma perspectiva de processamento cognitivo: uma introdução. Jornal de dificuldades de aprendizagem, 44, 99 – 104, 2011 (doi: 10. GLUTTING, J. J; WATKINS, M. W; KONOLD, T. Questões críticas na resposta à intervenção, avaliação abrangente e identificação e intervenção de deficiências de aprendizado específicas: Um consenso especializado. Learning Disability Quarterly, 33 (3), 223 – 236, 2010. HALE, J. B. Implementando IDEA com um modelo de três níveis que inclui resposta a métodos de intervenção e avaliação cognitiva.

B; FIORELLO, C. A; THOMPSON, R. Integrar os princípios neuropsicológicos com a resposta à intervenção para uma prática abrangente baseada na escola. In: ARZUBI, E. R; MAMBRINO, E. L; HENDRICK, I. G. Evolução e legados: Integração da educação regular e especial. Revista Internacional da Educação Especial, 3 (2), 23 – 48, 1993. MARICLE, D; MILLER, D; HALE, J. S; WENDLING, B. J. Relações de realização cognitiva de Cattell-Horn-Carroll: O que aprendemos nos últimos 20 anos de pesquisa? Revista Psicologia nas Escolas, 47, 651 – 675, 2010. MSALL, M. E; AVERY, R. A abordagem de discrepância/consistência para identificação de deficiências específicas de aprendizagem usando a teoria PASS. Fundamentos da identificação específica de incapacidade de aprendizagem, Revista Internacional da Educação Especial, 34 (3), 145 – 172, 2011. POWERS, K; HAGANS, K; BUSSE, R.

T. Neuropsicopedagogos como consultores instrucionais em um modelo de resposta à intervenção. Avaliação de crianças: Fundações cognitivas. San Diego, CA: Jerome, 2008. WATKINS, M. W; LEI, P; CANIVEZ, G. L. Revista Internacional da Educação Especial, 43, 60 – 73, 2010.

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