LÚDICO: UM RESGATE AO PRAZER DE APRENDER

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Portanto, ao longo deste texto o leitor é convidado a descobrir um pouco mais sobre esta importante questão. O trabalho tem ao final, uma breve conclusão dos resultados obtidos com a revisão teórica. Palavras-chave: Lúdico. Ensino-Aprendizagem. Educação. Assim, o modelo pedagógico clássico é o da criança utópica, aquele em que a criança é extremamente disciplinada, nesse modelo perfeito nada escapa do controle do educador, tudo o que é por ele proposto, é cumprido. Portanto, se uma criança escapa desse universo de disciplina, ele é automaticamente ganha o status de indisciplinada, e assim uma intervenção se faz necessária. Essa intervenção pode vir a acontecer pelo profissional de educação, ou pela direção da escola, em casos mais graves, a família tem de ser chamada, e até um psicopedagogo é chamado para orientá-la.

Da mesma forma, nessa visão utópica da pedagogia clássica, o educador é um ser dotado de absoluto controle, e vangloria-se de tal controle, como se fosse ele o dono do saber, ser onisciente do ambiente de sala de aula e detentor de todo o conhecimento. Nesse sentido, a brincadeira que é o método pelo qual a criança estabelece uma relação entre o formal e o informal, está desaparecendo. Ainda, a mobilidade reduzida da criança em frente uma TV ou com um celular a mão se torna prejudicial ao corpo, aos poucos as brincadeiras de contato, da terra, das árvores, vão sendo substituídas por selvas de concreto e aparelhos eletrônicos de última geração. Portanto, a escola que poderia ser uma fuga de todas essas construções do mundo moderno e de toda a onda de tecnologia, mais parece uma prisão, com suas carteiras e cadeiras ordenadas, adultos que vigiam até mesmo o recreio e impedem a criança de brincar, impedindo-as de ser criança, impondo regras e exigindo tarefas.

Nesse contexto, a escola é onde a criança é preparada para enfrentar o trabalho adulto. Suas irresponsabilidades e traquinagens típicas da idade infantil vão aos poucos sendo suprimidas, o objetivo disso é obter um adulto responsável. Então, a criança vai para a escola e lhe é ensinado a evitar erros, evitar experimentar, evitar se aborrecer, evitar por fim, ser criança. Nesse sentido, o currículo escolar, tema recorrente de discussões, é instituído em prol da formação de um sujeito civilizado e apto a adentrar no círculo social como uma pessoa dentro dos padrões. Portanto, podemos fazer uma analogia da escola como uma fábrica que produz manequins perfeitamente aptos a realizar suas atividades dentro de um universo padronizado, onde todos são colocados em seus devidos lugares a fim de cumprir suas devidas funções.

Nesse contexto, podemos fazer um comparativo da escola e da função de um pedreiro, que tem a função de erguer paredes e construir muros. O papel do professor na escola é exatamente o oposto disso, derrubar paredes e transpor as barreiras do conhecimento, mas o que se vê é uma escola cada vez mais formadora de cidadãos fechados e com sonhos reduzidos as suas construções e paredes erguidas pelo processo educacional. Dessa maneira, o sistema escolar ensina a criança a obedecer a todas as regras e aquelas que ousam desafiar as regras são consideradas indisciplinadas, a escola ainda ensina as crianças tidas como disciplinadas a dedurarem a criança indisciplinada e geralmente a recompensa por isso. Então, esse mito e esse sistema de ensino fechado e repleto de regras para as quais a criança é submetida, é um mundo onde a infância é apedrejada até desaparecer.

A supressão do brincar, é a limitação da consciência crítica, é o poder do adulto frente a um mundo inacessível para si, é a falta de compaixão, a falta de bom senso. Aos professores, cabe uma reflexão importante sobre a construção de regras e de um sistema de ensino que busca cada vez mais cedo a alfabetização de uma criança que deveria se preocupar apenas com a brincadeira, uma criança que tem seu tempo para aprender e deve ter seu tempo para brincar e se divertir. Afinal de contas, a inveja do adulto frente a inocência infantil não prejudica somente a criança, prejudica também uma sociedade que está sempre em evolução, altera a realidade, e essa realidade pode muito bem ser pior do que a esperada.

O LÚDICO, RESGATE DA DIVERSÃO NO ENSINO O que é lúdico? Se faz necessário verificar a definição da palavra lúdico, que segundo o dicionário Michaelis significa “Relativo a jogos, brinquedos ou divertimentos”, e ainda “Relativo a qualquer atividade que distrai ou diverte” e por último “Relativo a brincadeiras e divertimentos, como instrumento educativo”. Dallabona e Mendes (2004, p. destacam que “do ponto de vista pedagógico, o brincar tem-se revelado como uma estratégia poderosa para a criança aprender”. A brincadeira é parte fundamental da vida da criança, adaptar a brincadeira ao processo de ensino é uma maneira extremamente eficaz de produzir grandes avanços no aprendizado infantil. Por meio da psicologia, temos conhecimento que, além de ser genético, o brincar é fundamental para o desenvolvimento psicossocial equilibrado do ser humano.

Por intermédio da relação com o brinquedo, a criança desenvolve a afetividade, a criatividade, a capacidade de raciocínio, a estruturação de situações, o entendimento do mundo. Com o crescimento, naturalmente a curiosidade vai diminuindo, aliado a isso, o processo educacional vai sufocando a curiosidade com seus sistemas rígidos e extremamente regulados. Dessa forma, de descobridores, passamos a ser meros reprodutores. O resgate da curiosidade, da descoberta, do interesse, passa pela adoção do brincar heurístico pelas instituições escolares. Contudo, o brincar heurístico deve ser pautado na lógica infantil, não pode o educador, querer regular a brincadeira, exigindo da criança determinadas atitudes ou limitando seus movimentos. A proposta do heurístico, baseia-se principalmente em deixar a criança livre para a descoberta, lhe dando a liberdade que geralmente lhe é negada.

As exigências sociais e a grande competição existente para se obter lucro, contribuem para uma urgência na formação das crianças, que cada vez mais cedo vão sendo submetidas a aulas de alfabetização, e além dessas, pais preocupados com o futuro dessas crianças, as colocam em diversos programas de atividades extracurriculares. Aliado a tudo isso, o desenvolvimento contínuo da tecnologia auxilia na distração e diminuição da brincadeira de contato. Cada vez mais cedo crianças adquirem de seus pais eletrônicos que não fazem se não, a retirada dessa criança do universo infantil. Jogos cada vez mais violentos e a fraca regulação e preocupação com o sujeito participante do jogo, transformam a criança em um individuo com tempo de infância reduzido.

Assim, a infância vai se perdendo e a criança se torna um adulto precoce. Brinquedos e Brincadeiras nas Creches; v. DALLABONA, Sandra Regina; MENDES, Sueli Maria Schmitt. O lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, Vol. n. A importância do lúdico na educação infantil: enfocando a brincadeira e as situações de ensino não direcionado. Acesso em 10/05/2020. Disponível em http://www. psicologia. pt/artigos/textos/A0358.

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