LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: a arte de aprender brincando

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

O presente estudo apresenta uma reflexão sobre essa relação indispensável e exitosa. A princípio traz um breve histórico de como a ludicidade se faz presente desde os tempos mais antigos, seguido de uma explanação com a visão dos principais teóricos, como Vygotsky e Piaget, que ressaltam a importância do brincar na aquisição da aprendizagem. Enfatiza também o papel relevante do professor como mediador e executor da ação pedagógica atrelada a ludicidade. Todo trabalho foi realizado mediante levantamento bibliográfico para fundamentar a proposta pedagógica apresentada para demonstrar a eficiência do brincar no processo ensino-aprendizagem em turmas da Educação Infantil. Visando registrar o desenvolvimento da autonomia por meio de brincadeiras; especificando o desenvolvimento da psicomotricidade através de atividades lúdicas; identificando o desenvolvimento do raciocínio lógico com o uso de jogos; exercitando a criatividade e imaginação; definindo noções de conceitos matemáticos; exemplificando a aquisição dos elementos da linguagem oral e escrita.

Tema e linha de pesquisa. Justificativa. Problematização. Objetivos. Objetivo Geral. Partindo do pressuposto que as primeiras experiências marcam profundamente as pessoas e, se estas forem positivas, a tendência é que reforce as atitudes de autoconfiança, de cooperação, de solidariedade e de responsabilidade ao longo da vida, a educação infantil assume um papel de significativa importância na vida do homem, principalmente se for vivenciada com qualidade e com a devida adequação ao desenvolvimento cognitivo, motor, social e emocional. Ou seja, a educação infantil além de contribuir para a formação do indivíduo também favorece a construção de um cidadão ativo e participativo na sociedade, visto que, transmite valores, regras e atitudes que farão parte da constituição da personalidade adulta.

E para tanto, utiliza-se de experiências e interações com o mundo social e físico da criança de acordo com a idade que abrange. Dentre as experiências proporcionadas pela Educação Infantil, visando concretizar o seu trabalho, merece destaque, o brincar, que consiste em uma ação que exige participação e engajamento, e pode ser desenvolvida com ou sem o brinquedo, e constitui uma forma de desenvolvimento da capacidade de manter-se ativo e participante. Somado ao fato de proporcionar alegria e divertimento, juntamente com o estímulo ao desenvolvimento da criatividade, da competência intelectual, da força e da estabilidade emocional, e promove o contato direto com sentimentos de alegria e prazer. Na Idade Média, com o surgimento e crescimento do Cristianismo a igreja passou a considerar o jogo como algo profano, e, assim sendo, houve um retrocesso na educação em sua relação com o lúdico.

Porém, com a metodologia usada pelos jesuítas, a ludicidade ganha destaque, principalmente, no estudo da gramática e da ortografia. Entre os séculos XVII e XVIII, a diferenciação entre a fase adulta e a fase da infância passou a ser estabelecida, ocasionando a adoção de novos conceitos a respeito do crescimento da criança, e. atribuindo valores às características essenciais da infância. No contexto brasileiro, os precursores dos atuais modelos e maneiras de desenvolvimento do lúdico que mantemos até hoje foram os índios, os portugueses e os negros, isto é, o brincar brasileiro foi concebido a partir da miscigenação de seu povo, que com sua cultura, crenças, e até mesmo, forma de educar diferente uma da outra, contribuiu para a forma como se desenvolveu a ludicidade no país.

Jean Piaget defendendo “a ação sobre o brincar como elemento que estrutura a situação simbólica inerente à brincadeira” (PIAGET apud ANTUNES, 2017), e Vygotsky “privilegia a linguagem e o significado no desejo de brincar, mostrando que sem esse recurso seria muito mais áspera à transposição mental entre os significados e os recursos significantes” (VYGOTSKY apud ANTUNES, 2017). A criança que brinca está desenvolvendo sua linguagem oral, seu pensamento associativo, suas habilidades auditivas e sociais, construindo conceitos de relações espaciais e se apropriando de relações de conservação, classificação, seriação, aptidões visuoespaciais e muitas outras. ANTUNES, 2017) Para Vygotsky (1998), os elementos fundamentais da brincadeira são: a situação imaginária, a imitação e as regras, ou seja, ao brincar a criança cria uma situação imaginária, onde assume um papel acompanhado de regras de comportamento implícitas e são culturalmente constituídas.

Assim sendo, a brincadeira é como uma “zona de desenvolvimento proximal”, que se figura como o caminho que a criança precisa percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e serão consolidadas em um nível de desenvolvimento real. Já Piaget (1971) pontua quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se sucedendo e se sobrepondo na seguinte ordem: Jogo de exercício, Jogo simbólico/dramático, Jogo de construção e Jogo de regras. Sendo que, essa transformação vai ocorrer de acordo com a interação com o meio social e as ferramentas e símbolos culturalmente determinados. p. No âmbito da ludicidade, os jogos e brincadeiras se configuram como uma situação de aprendizagem, onde a ludicidade e a aprendizagem não podem ser tidas como ações de objetivos distintos.

O lúdico no processo ensino e aprendizagem torna-se uma ferramenta eficaz, pois através dele a criança é levada a construir o seu mundo e sua realidade, sua forma de brincar implica sua maneira de pensar e sentir. Brincando, as crianças podem desenvolver capacidades importantes, como a atenção, a imitação, a memória e a imaginação, que irão lhe proporcionar desenvolvimento enquanto ser humano. Cada criança é um ser único, com anseios, experiências e dificuldades diferentes. Portanto, nem sempre um método de ensino atinge a todos com a mesma eficácia. Para pode garantir o sucesso do processo ensino-aprendizagem o professor deve utilizar-se dos mais variados mecanismos de ensino, entre eles as atividades lúdicas. Tais atividades devem estimular o interesse, a criatividade, a interação, a capacidade de observar, experimentar, inventar e relacionar conteúdos e conceitos.

O professor deve-se limitar apenas a sugerir, estimular e explicar, sem impor, a sua forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação. E, mesmo se constituindo dentro do processo educativo como uma atividade muito rica, sua eficaz só é alcançada à medida que professores e alunos interagem construindo conhecimentos e socializando-se. O LÚDICO NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO INFANTIL Assim como a educação, o brincar também é um direito estabelecido juridicamente, sendo garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) em seu artigo 24 “o direito ao repouso e ao lazer”, pela Declaração dos Direitos da Criança (1959), em seus artigos 4 e 7, que confere aos meninos e meninas o “direito à alimentação, à recreação, à assistência médica” e a “ampla oportunidade de brincar e se divertir” e mais recentemente, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 16, que estabelece o direito a “brincar, praticar esportes e divertir-se”.

Está ainda, inserido na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como sendo um dos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento da criança: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se, e, encontra-se no Referencial curricular nacional para a educação infantil (Brasil 1998), constando que, as atividades de caráter lúdico, ao permitirem uma certa mobilidade à criança, podem ser eficazes também do ponto de vista da ordem, sem, contudo, limitarem as possibilidades de expressão da criança ou tolherem suas iniciativas próprias. Sendo assim, o âmbito educacional não poderia se eximir desse direito, principalmente durante a educação infantil, fase na qual a criança vivência o início de sua interação social longe do âmbito familiar e o processo de ensino que é de suma importância, pois, fornece várias bases fundamentais para as etapas posteriores do âmbito escolar.

Nesta etapa, “a Educação infantil e o lúdico se completam, pois o brincar está diretamente ligado à criança, porque o brincar desenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer criança feliz” (MALUF, 2003, p. No ambiente escolar o “brincar é uma linguagem, é a nossa primeira forma de cultura” (MEYER, 2008, p. dado que, o brincar já fez parte da vida de todo ser humano um dia. Vygotsky (1998, p. munido das palavras de Montessori, relata que “o jardim de infância é o lugar apropriado para o ensino da leitura e da escrita”, mas que estas descubram as respectivas habilidades durante as situações de brinquedo. O PAPEL DO PROFESSOR ALIADO A LUDICIDADE O educador assume o papel de peça fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois é através da sua ação mediada, que a aprendizagem acontece, e, especialmente, durante a etapa da Educação Infantil, a mediação do professor valor indispensável, uma vez que, as atividades lúdicas precisam assumir significado, o que reclama do professor uma ação planejada que consiga se estabelecer com o imaginário da criança.

Uma das formas de repensar os cursos de formação é introduzir na base de sua estrutura curricular um novo pilar: a formação lúdica. SEVERINO, 1991, p. Com uma formação qualitativa torna-se possível introduzir uma ludicidade em sala de aula, de modo a atender cada aluno de acordo com a sua necessidade, com a sua individualidade e perfil de cada turma, e, assim alcançar a real função das atividades lúdicas, prover o lazer aliado ao aprendizado, ou seja, possibilitar o aprender brincando, munindo-se de uma ferramenta pedagógica importante no exercício do ensino e, também, na sua formação. Além de formação, o professor precisa demonstrar empenho, entusiasmo, porque, mais do que está preparado para fazer é fundamental querer fazer, ter sede de programar qualidade ao seu trabalho, incluir sempre dinamismo nas aulas para torná-las interessantes.

O educador segue a evolução social e cultural de sua comunidade e do mundo, e deve utilizar todas as ferramentas e ideias disponíveis para aprender e ensinar, para tornar sua sala de aula o lugar mais encantador do mundo. Objetivos 7. Objetivo Geral - Demonstrar a eficiência do brincar no processo ensino-aprendizagem em turmas da Educação Infantil. Objetivos Específicos - Registrar o desenvolvimento da autonomia por meio de brincadeiras; - Especificar o desenvolvimento da psicomotricidade através de atividades lúdicas; - Identificar o desenvolvimento do raciocínio lógico com o uso de jogos. Exercitar a criatividade e imaginação; - Definir noções de conceitos matemáticos; - Exemplificar a aquisição dos elementos da linguagem oral e escrita. Conteúdos Os conteúdos trabalhados durante o projeto contemplaram: - Noções matemáticas; - Linguagem oral e escrita; - Natureza e sociedade; - Movimento; - Orientação espacial; - Arte; - Música.

Valorizar a cultura lúdica é fundamental no âmbito escolar, pois além de ser necessária, trata-se de uma arte, que juntamente, com as demais necessidades básicas são vitais para o desenvolvimento biopsicossocial das crianças. As escolas precisam reconhecer a importância do lúdico no contexto social, e torná-lo ferramenta pedagógica habitual em seu ambiente, uma vez que, sua eficiência é reconhecida tanto no âmbito teórico quanto no âmbito prático. No que diz respeito a Educação Infantil apresenta-se como um instrumento para transpor as aulas enfadonhas e evasivas que desmotivam e desencantam os alunos logo nos primeiros anos de vida escolar. Contudo, não se trata de um mecanismo pedagógico pronto para o uso, sua aplicação exige habilidade para que o uso inadequado ou de forma ineficiente não transforme uma possibilidade de melhoramento em uma tentativa frustrada de inovação.

E, para tanto preparo é indispensável, tanto de seu mediador, o professor, quanto da comunidade escolar, que deve aprender a vislumbrar no ato brincar mais do que uma mera distração, mas, sim, uma visão expandida de conhecimentos, de habilidades e recursos pedagógicos. ANTUNES, Celso. O jogo e a educação infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017. CARVALHO, A. M. ed. Porto Alegre: Instituto Criar, 2005. KISHIMOTO, Tizuco Morchida.  Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação.  7ªed. Rio de Janeiro: WAK,2008. SANTOS, Santa Marli Pires dos.  O lúdico na formação do educador.  5 ed.   Vozes, Petrópolis, 2002. ed. São Paulo, Martins Fontes,1998.

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