INDISCIPLINA ESCOLAR
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Gestão ambiental
A indisciplina tem causas e sejam elas quais forem, também tem possíveis soluções. E é na busca por soluções que baseia-se tal pesquisa, para preparar o pedagogo para conduzir melhor tais questões e buscar compreender o aluno antes de simplesmente julgá-lo ou repreendê-lo, é necessário conhecer as causas da indisciplina, identifica-las em cada caso e posteriormente aplicar medidas cabíveis para a solução do problema. Palavras-chave: Indisciplina. Escola. Professor. pode-se definir a indisciplina como “desordem proveniente da quebra das regras estabelecidas pelo grupo”. Em sala de aula, o professor que determina e informa princípios sociais que avalia como indispensáveis para desempenhar sua atuação pedagógica, e dessa forma ordena certos estilos e preceitos a serem aceitos. Porém, quando essas regras são estabelecidas sem que sejam estabelecidas democraticamente com a turma, os alunos podem questionar o método como o professor se posiciona, considerando-o autoritário ou injusto.
Esse descontentamento já pode ser o bastante para que os alunos rebelem-se e não aceitem imposições. Isso pode gerar conflitos disciplinares quando não há diálogo e entendimento. Os mecanismos disciplinares são, portanto, antigos, mas existiam em estado isolado, fragmentado, até os séculos XVII e XVIII, quando o poder disciplinar foi aperfeiçoado como uma nova técnica de gestão dos homens (. um modo de] controlar suas multiplicidades, utilizálas no máximo e majorar o efeito útil de seu trabalho e sua atividade, graças a um sistema de poder suscetível de controlá-los. FOUCAULT, 2002, p. Nessa perspectiva Foucault relaciona a disciplina com as relações de poder e controle de uns sobre outros. Para Estrela (1992, p. Ainda a partir dessa raiz etimológica, vemos que a palavra disciplina guarda relações com os termos educar e docência, 4 com os quais compartilha um sentido de transformação.
GARCIA (2006, p. Assim através desses conceitos percebe-se que a indisciplina está em agir de forma contrária a um padrão de regras estabelecidas por um grupo social. Quando há a quebra de regras, logo o sujeito é chamado indisciplinado por não cumpri-las e assim tirar a harmonia do grupo. A INDISCIPLINA NO AMBIENTE ESCOLAR E SUAS CONSEQUÊNCIAS. Legislação, cultura e valores da escola tradicional ficaram obsoletos e a modernidade chamou a atenção para uma nova forma de se pensar nos objetivos da educação. Quando olhamos para o cenário mais geral do funcionamento da sociedade contemporânea e focamos o perfil das instituições existentes ou daquelas novas que estão nascendo, verificamos que a escola, na verdade, está no epicentro de uma crise institucional provocada por uma mudança profunda na lógica do capitalismo atual e da cultura que o acompanha [.
Aquele capitalismo que antes precisava de produção fabril, da acumulação e concentração tanto das riquezas materiais como da própria mão de obra, confinando e concentrando as pessoas, no cenário atual estaria com outras necessidades, tais como a intensificação do ciclo de produção e de consumo, a expansão da circulação do capital exigindo o alargamento de fronteiras geográficas e psicossociais, o aumento da velocidade e a movimentação cada vez maior de mercadorias, de capital, de subjetividades, de mão de obra e assim por diante. Tais necessidades da economia capitalista atual estariam produzindo uma outra lógica de organização e funcionamento da sociedade: não se trataria mais de confinar o sujeito em espaços fechados, mas de colocá-lo em espaços abertos.
JUSTO, 2010,p. Freller ,2001, p. apud MENDES, 2008). A questão da disciplina não é um ato negativo, ela é uma ferramenta de libertação. Parrat-Dyan (2008, p. diz que a disciplina não é um conceito proibitivo; ela permite, autoriza, facilita, possibilita. Instala-se uma verdadeira crise de autoridade na educação. ” (PIMENTA, 2012, p. Muitas crianças agem de forma descontrolada para realmente chamar a atenção dos pais. Sabem que agindo de forma considerada inadequada no ambiente escolar ou de forma agressiva, os pais serão chamados a comparecer na escola. Por mais que seja por um motivo que não traga aos 7 pais orgulho e satisfação, a criança sente-se reconhecida finalmente por algo que vez e tem a atenção dos pais seja para dar-lhes conselhos ou aplicar alguma forma de punição.
Orientar a criança, ensinar valores e estabelecer regras que são impostas para o bem comum, são tarefas que inicialmente cabiam à educação familiar, mas que hoje, atribui-se também ao trabalho do professor. Entender que o professor não faz da escola uma extensão do lar é outro ponto que merece revisão. São funções diferentes. O professor é preparado e especializado ao longo de um período para compartilhar com o aluno a produção e sistematização do conhecimento. É o que denominamos de profissionalização, que deve ser exercida em sintonia com as políticas públicas de educação. Situações como essas fazem com que o professor, mesmo sabendo que muitas de suas atuações extrapolam os objetivos de sua função, faça o possível para educar o aluno da melhor maneira possível.
Mesmo com extremos casos de indisciplina, o professor pesquisa e busca meios para transformar de maneira significativa a vida daquele aluno, pois sabe que infelizmente, se depender da família, a criança terá pouco ou nenhum incentivo para se tornar uma pessoa valorosa na sociedade em que vive. A análise que o professor faz a cerca do aluno para entender as situações que incentivam sua postura interdisciplinar na escola, deve considerar uma série de fatores que podem ser: 9 Fatores de ordem social e política: interesses, valores e vivências de classes divergentes e opostas, racismo, xenofobia, desemprego, pobreza. Fatores de ordem familiar: valores familiares diferentes dos valores da escola, disfuncionamento do agregado familiar, demissão da função socializadora. Fatores institucionais formais: espaços, horários, currículo e ethos desajustados aos interesses e ritmos dos alunos.
A elaboração de regras e normas de conduta para cada turma deve ser construída com os próprios alunos, refletindo sobre que regras devem ser 10 estabelecidas para que não seja necessário ocorrer conflitos em sala de aula, e que o ambiente se transforme em um lugar harmonioso para se estudar, onde haja respeito e consideração de forma recíproca. Algumas escolas baseadas nos moldes construtivistas, realizam uma espécie de tribunal, onde aquele que desrespeita as regras estabelecidas pelo coletivo é submetido a um julgamento, onde lhe é questionado sobre sua atitude e todos os envolvidos decidem em conjunto sobre que atitudes a pessoa deverá tomar para redimirse do que fez, e certificam-se de que tal problema não ocorra novamente com aquele aluno. Na concepção de La Taille (1996, pág.
é necessário ter cuidado ao rotular atitudes dos alunos como atos de indisciplina, sem analisar a razão de ser dos regulamentos impostos e dos comportamentos esperados. Também faz-se necessário perceber a idade dos alunos, não se pode exigir as mesmas condutas e compreensão de crianças de 8 anos e de adolescentes de 13 ou 14. Com o passar dos anos e as novas tendências educacionais, a maneira de se pensar o ensino mudou, assim como também passou-se a analisar melhor os casos de indisciplina escolar e assim pode-se estuda-los como fatos que podem estar ligados a fatores que estendem-se desde a escola até a família e a sociedade. O que anteriormente era entendido como “má criação” de alunos ou “rebeldes sem causa”, hoje pode ser explicada através de um estudo focado na vida do aluno.
Para minimizar o problema que atinge grande parte das salas de aula, o trabalho não desse ser só realizado pelo professor, e a escola não pode lavar as mão e jogar a culpa toda para a família. Pensar na diminuição dos casos de indisciplina escolar é algo que deve ser realizado em conjunto, iniciando em sala de aula e estendendo-se a comunidade escolar, pois o problema e um dentro da escola é problema de todos, e o problema da escola é a reprodução de um problema da sociedade. É necessário entender o que leva o aluno a praticar atos indisciplinares, para assim poder intervir da maneira necessária. In: LAJONQUIÉRE, Leandro de. A criança, “sua” (in)disciplina e a psicanálise. In: TAILLE, Yves de La.
A indisciplina e o sentimento de vergonha. São Paulo: Sumus, 1996. ed. Portugal: Editora Porto, 1992. ESTRELA, Maria Teresa. Relação Pedagógica, Disciplina e Indisciplina na aula. Porto Editora, 1994.
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