Implicações do Bullying na Educação Infanto Juvenil
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Gestão ambiental
A metodologia escolhida foi a Pesquisa Descritiva da Literatura, relacionando as características do fenômeno estudado, foram utilizados para a amostra final 15 estudos. Conclusão: Para combater o bullying é necessário que família e comunidade sejam inseridas neste contexto, a fim de formar uma rede de apoio e combate à violência, evitando assim as consequências posteriores. Palavras-chave: Bullying. Educação Infantil. Pedagogia. Por este motivo é necessário identificar e diferenciar o que se trata de indisciplina, bullying e ato infracional, pois todas estas ações necessitam de combate, porém cada uma dentro de uma esfera de cuidados distintos. Tais práticas são compreendidas como motivo de inquietação no ambiente escolar, pois podem acarretar disfunções na saúde mental, física e ainda podendo ter seu desdobramento associado a práticas criminosas.
As ações de violência muitas vezes podem estar associadas ao ambiente familiar e social da criança, tendo em vista que na infância os comportamentos dos adultos são objeto de imitação e aprendizado. A criança que convive em um ambiente familiar hostil tende a reproduzir as ações vivenciadas em casa nos demais ambientes frequentados, tornando-se assim objeto de investigação sobre os aspectos da criação e laços familiares que cercam estes indivíduos, para que tais ações sejam cessadas, melhorando a qualidade de vida na família e na escola (ZOTTIS et al, 2013). Assim sendo, este trabalho se justifica pela necessidade encontrada pelos educadores de compreender melhor a dinâmica em que o bullying ocorre nas salas de aula, e o que pode ser feito para mediar e combater as situações de sua ocorrência.
Compreender as formas de controlar essa conduta faz parte do processo de socialização. Nesse aspecto a disciplina surge neste contexto por influenciar comportamentos positivos e desejáveis, que precisam ser observados para serem repetidos pelas crianças e desestimular os comportamentos negativos, que ao serem realizados, precisam de uma explicação clara de porque não podem ser realizados. Assim sendo, as formas de disciplina preventiva são tão necessárias quanto a corretiva, para se alcançar limites de comportamento para convivência em sociedade (ZOTTIS et al. Segundo Zequinão et al (2016), o perfil da criança que pratica bullying tem algumas características similares, que quando verificadas, merecem atenção do professor: Apresentam extroversão, aparência de segurança, comportamentos agressivos com outras crianças ou adultos, imagem corporal alta, ausência de empatia ou culpa, tendência a relação família conflituosa, dificuldade de atenção, desempenho escolar insuficiente, enxergam a agressividade como qualidade, são populares.
Já as características da vítima, são diversas, e difíceis de reconhecimento, pois a criança consegue por algum tempo, esconder as emoções, por medo, vergonha ou ameaça. Enfiar outra criança no armário. Atacar com comida, cuspe, e assim por diante. Ameaças e linguagem corporal intimidadora (Beane, 2010, pp. O bullying verbal caracteriza-se através de comportamentos ofensivos, como apelidos desagradáveis, ofensas, fofocas, mentiras, humilhação pública, provocação incessante, ameaça, intimidação, sendo essas, formas de causar sofrimento a outro individuo, prejudicando assim, muitas vezes a saúde mental da vítima. O bullying social/relacional trata-se de uma forma de usar as relações interpessoais com o intuito de prejudicar outras pessoas. Além de discriminar as pessoas, os autores são incapazes de se identificar, pois não são responsáveis o bastante para assumirem aquilo que fazem (Cabral, 2008).
Uma das características principais desta forma de violência, é a definição dos papeis de todos os envolvidos, sendo estes: O agressor, a vítima e os espectadores, gerando assim ciclos de violência, que podem ser de apenas uma das formas, ou concomitantes umas às outras. Para que ocorra o bullying é necessário que todas as partes estejam presentes, pois quando uma das partes se recusa a continuar seu papel, em geral a violência é desestimulada. Desta forma cada atuação tem papel bem definido, podendo ser representada no esquema na ilustração abaixo, esquematizado como o Ciclo do Bullying, definido por Dan Olweus (BARROS et al. Dos papeis desempenhados, os agressores assumem uma postura de superioridade aos demais, tornando se o centro das atenções, e necessitando de atenção e da realização de suas vontades, não se importando com o bem-estar ou desejo dos outros envolvidos.
Combater o bullying não deve ser uma tarefa apenas da escola, mesmo que a ocorrência desta violência aconteça em ambiente escolar, é necessário que família e comunidade sejam inseridas neste contexto, a fim de formar uma rede de apoio e combate à violência, evitando assim as consequências posteriores. O papel da escola neste sentido deve ser de ofertar propostas inclusivas para os alunos, com enfoque em estratégias de combate ao bullying, de modo a conscientizar a criança sobre as formas de violência e a possibilidade de pedir ajuda para resolver os conflitos. É necessário que os alunos se sintam interessados pelo assunto bullying, sendo esta uma forma de discutir as formas de violência sofrida e dialogar sobre as consequências posteriores, além de posicionamento acolhedor, assumindo a posição de mediador, a fim de facilitar a compreensão da criança sobre os valores de certo e errado, e dessa forma diminuindo a ocorrência da violência.
Através da problematização sobre o assunto, os alunos têm a possibilidade de aprofundar os conhecimentos e construírem a partir de sua vivência métodos resolutivos, de formas que seja possível a inclusão de todos, vítima, agressor e espectadores num mesmo contexto, em situação de igualdade. Neste sentido, é importante a presença de outros profissionais no ambiente escolar, como psicólogos e assistentes sociais, para alcançar situações de maior gravidade, para que condutas especializadas possam ser tomadas, muitas vezes através de intervenção familiar, descobrindo assim a raiz do problema para solucioná-lo. A partir da campanha Nacional Norueguesa Anti-Bullying, foi possível identificar queda nas ocorrências do bullying e diminuição da evasão escolar, impactando diretamente na melhora na qualidade e no desempenho escolar, demonstrando que o fenômeno oferecia um impacto negativo nos meios de educação (QUINTANILHA, 2012).
Neste sentido destacam-se autores como Olweus (1993), que teve seus estudos focados na compreensão e combate à violência praticada por crianças na idade escolar. O mesmo autor sinaliza a necessidade de um ciclo para a ocorrência do bullying, sendo este o principal foco de trabalho para o combate do mesmo, a desarticulação do ciclo, retirando a notoriedade do agressor, e ofertando apoio a vítima, além da importância dos espectadores neste processo que precisam compreender a gravidade das ações cometidas por outros e por eles mesmo que passivamente. Outros autores, como Bernardes (2012), salientam a necessidade da intervenção de outros profissionais de educação, como orientadores e psicopedagogos, além de psicólogos e assistentes sociais para o alcance de crianças com maiores problemas a serem enfrentados, compreendendo que apenas a intervenção do professor em sala de aula, pode não ser suficiente para a resolução dos conflitos e a diminuição dos danos causados pelo bullying.
Por último, podemos citar Silva (2015) que destaca a possibilidade do uso da legislação vigente em prol do combate a violência no ambiente escolar, e que caso as providências tomadas pela escola não surtam o efeito desejado, a intervenção de autoridades competentes pode ser necessária, assim como a realização de boletins de ocorrência, visando assim a integridade física e psicológica dos alunos e não sendo conivente com ações de violência graves, diminuindo assim a sensação de impunidade e garantindo que a escola seja efetivamente um local seguro e acolhedor para o aprendizado. Por outro lado, a família também pode ser um fator desencadeante das ocorrências do bullying, pois através dos aspectos familiares, da violência sofrida em casa, a criança aprende como deve tratar aqueles em situação que julgam inferiores, e dessa forma a intervenção multiprofissional se faz necessária, não apenas na proteção da vítima, mas também no entendimento dos fatores que desencadearam as ações violentas da criança, fazendo assim um trabalho de acompanhamento e intervenção na família, a fim de modificar a dinâmica do relacionamento, demonstrando assim as implicações dos atos através da criança.
Os programas de combate ao bullying devem também serem realizados a partir da complexidade da dinâmica escolar, não sendo realizadas intervenções padrão, pois a chance de fracasso é enorme, tendo o cuidado de elaborar estratégias a serem desenvolvidas através das ocorrências locais, além de considerar as características sociais econômicas e culturais atendidas pela escola. Desta forma, é possível constatar a importância do combate aos casos de bullying e que a intervenção deve ser iniciada logo na infância, sendo que mesmo em locais em que não sejam identificados casos, estratégias de debates para que as crianças possa elaborar soluções em conjunto, são uma alternativa viável para a diminuição dos casos desta forma de violência, e reduzindo assim danos ao aprendizado, a saúde física, mental e proporcionando uma experiencia escolar digna e produtiva.
REFERÊNCIAS BARROS, Paulo Cesar; CARVALHO, João Eloir; PEREIRA, Maria Beatriz Ferreira Leite Oliveira. Um Estudo Sobre O Bullying No Contexto Escolar. BRASIL. LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília: Senado Federal/ Senador Flavio Arns. CABRAL, G. Cyberbullying. Bullying e preconceito: a atualidade da barbárie. Revista Brasileira de Educação, v. p. HOERTEL, P. L. OLWEUS, D. Conductas de acoso y amenaza entre escolares (Tradução). Madrid: Ediciones Morata, 1993a. SILVA, A. B. SLOBODZIAN, L. HUBNER, C. A. R. Bullying No Contexto Escolar: Possibilidades De Intervenção. uerj. br/arquivos/dedu/monografias/cmq. pdf. Acesso em 01 mai. ZEQUINÃO, M. doi. org/10. S1517-9702201603138354. Acesso em 20 mar. ZOTTIS, Graziela A.
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