ALFABETIZAÇÃO: PRESSUPOSTOS PSICOLÓGICOS, MODELOS EPISTEMOLÓGICOS E TEORIAS DE APRENDIZAGEM

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

O desenvolvimento humano é visto como um processo em constante transformação e ao mesmo tempo uma construção do sujeito permeado por mudanças resultantes das condições biológicas, sociais, culturais, econômicas. Segundo Libâneo (2005) as teorias da aprendizagem são modelos teóricos desenvolvidos cientificamente para explicar os processos de ensino-aprendizagem. Segundo ele é comum, com o avanço do saber científico, que uma teoria suceda a outra, colocando-se em oposição a sua antecessora. Sabe-se que o sujeito participa ativamente na construção da cultura escolar e que a escola necessita garantir que ele participe de novas culturas e que compreenda a existência da diversidade cultural que os rodeiam. Para uma melhor compreensão da inserção do currículo na escola e para compreendermos a sua importância no processo de ensino e aprendizagem faz-se necessário destacar o conceito e a definição do que é currículo.

Segundo Libâneo (1994), os seus métodos devem ser revistos a cada momento, o ato de ensinar não pode ser algo estagnado, mas precisa passar por reformulações constantes para que a aprendizagem do aluno seja alcançada. Por esse motivo é preciso não apenas absorver conceitos, mas de que maneira iremos coloca-los em prática, pois dentro do âmbito escolar objetivo principal do educador deve ser acima de tudo alcançar o aprendizado do aluno. Neste presente artigo fizemos uma revisão bibliográfica tendo como plano de fundo o livro de José Carlos Libânio “Didática” com objetivo levantar e responder questionamentos referentes aos pressupostos psicológicos, modelos epistemológicos e teorias de aprendizagem presentes na alfabetização dos alunos hoje. Além do livro, para a coleta de dados também usamos os trabalhos acadêmicos de pós-graduação lato censo e stricto sensu buscados de forma específica na internet, considerando os escritos de acordo com a atualidade, apresentados entre o período de 2017 a 2023.

O critério de busca baseou-se na seleção de textos que citava de alguma forma: alfabetização, letramento, pressupostos psicológicos, pressupostos linguísticos pressupostos sociolinguísticos, modelos epistemológicos e teorias de aprendizagem. Dessa forma, o desenvolvimento humano é visto como um processo em constante transformação e ao mesmo tempo uma construção do sujeito permeado por mudanças resultantes das condições biológicas, sociais, culturais, econômicas que o compõem como sujeito humano. Segundo Machado; Silva; Sandoval (2021) inspirados na possibilidade de transformação do ser humano na relação com o outro e com o meio, em um processo no qual cria e recria a si mesmo enquanto espécie, buscamos compreender a relação entre o aprendizado e o desenvolvimento, bem como suas implicações no processo de aprendizagem.

Isso porque todos os seres humanos, sem exceção, independentemente de crença, situação econômica, sexo, cor ou ideologia, são capazes de aprender. Para Libâneo (2005) aprendemos mediatizados pelo outro, talvez em ritmos e velocidades diferenciadas, em diferentes contextos, por meio de objetivos, interesses e intenções variadas. No entanto, não resta dúvidas que podemos aprender, desde que os fatores e as condições necessários estejam presentes. Os organismos, sobretudo os humanos, podem transformar-se em muitas coisas durante a vida, mas sempre dentro dos limites do seu genoma. BECKER, 2011, p. Assim, de acordo com Becker (2011), os limites da sua docência estão intimamente relacionados ao seu entendimento sobre a aprendizagem. Nesse caso, os modelos epistemológicos condicionam a concepção de aprendizagem do modo de ensinar, pois ele somente consegue exercê-la entre seus limites epistemológicos.

Machado; Silva; Sandoval (2021), afirmam que na verdade, como o docente está preso à determinada concepção, reproduz em sua prática a relação sobre a construção do conhecimento, professando normalmente, uma epistemologia do senso comum. Portanto, seguindo essa visão, a prática é um recurso sensorial que oportuniza reter a teoria, não se questionam os saberes prévios. É representada pela relação: objeto–sujeito. Nesse modelo epistemológico, a prática é somente uma estratégia que torna possível a apreensão da teoria ou do objeto do conhecimento. Essa concepção considera somente o conteúdo transmitido pelo ensino. Nesse caso, a postura empirista se manifesta como a aquisição de algo externo do sujeito, ou ainda uma resposta ou reação de vários estímulos. O sujeito é ativo na sua essência, como sujeito pensa pela e em ação, no caso assimiladora e a constituição do conhecer que ocorre pela acomodação da ação.

Modelo construtivista baseia-se na interação sujeito–objeto e objeto–sujeito. Nesse modelo, o sujeito que aprende é sujeito que na medida se constitui no conjunto das relações, nele a inteligência é a construção de relações, e não simplesmente a sua identificação (BECKER, 2011, p. Normalmente, é raro no contexto escolar encontrar uma fala que o represente. Se o aluno está exposto a situações interessantes e se envolve, e se sente desafiado, a capacidade de aprender é inerente ao homem, eu aprendo quando tenho consciência que aprendi, se isso é aprender! Então, todos têm capacidade de aprender, porque tem capacidade de ter consciência que aprendeu! (BECKER, 2011, p. Seguindo as reflexões apontadas por Libâneo (2005), oferecemos um breve panorama das concepções teóricas básicas, com pequenas pinceladas dos elementos e sua implicação no processo de ensino e aprendizagem: • Abordagem behaviorista (ou comportamentalista): atua na concepção de transmissão dos conteúdos, que tem por objetivo o desenvolvimento de habilidades e competências, basicamente desconsiderando os aspectos internos do sujeito, centrando-se no comportamento desejável como resultado direto da experiência.

• Abordagem cognitivista: investiga os processos centrais do sujeito, que são observáveis: o processamento de informações, os estilos de pensamento e a organização mental. Abordagem humanista: seus principais teóricos são Rogers e Neill. São privilegiados os aspectos da personalidade do sujeito que aprende. • Abordagem sócio histórica: enfatiza os aspectos sociais, políticos e culturais da educação. Candau e Anhorn (2000) afirmam que: um currículo multicultural coloca aos professores o desafio de encontrar estratégias e recursos didáticos para que os conteúdos advindos de variadas culturas sejam utilizados como veículo para: introduzir ou exemplificar conceitos relativos a uma ou outra disciplina; ajudar os alunos a compreender e investigar como os referenciais teóricos de sua disciplina implicam na construção de determinados conhecimentos; facilitar o aproveitamento dos alunos pertencentes a diferentes grupos sociais; estimular a auto-estima de grupos sociais minoritários ou excluídos; educar para o respeito ao plural, ao diferente, para o exercício da democracia, enfatizando ações e discursos que problematizem e enfraqueçam manifestações racistas, discriminatórias, opressoras e autoritárias, existentes em nossa nossas práticas sociais cotidianas (CANDAU; ANHORN, 2000, p.

Para uma melhor compreensão da inserção do currículo na escola e para compreendermos a sua importância no processo de ensino e aprendizagem faz-se necessário destacar o conceito e a definição do que é currículo. Com base em Pacheco (2005, p. currículo “é um plano de ação pedagógica, ou como um produto que se destina à obtenção de resultados de aprendizagem organizados no âmbito da escola [. Ainda, o currículo pressupõe um processo dividido em três momentos principiais: elaboração, implementação e avaliação, tudo se conjugando numa racionalização dos meios em função dos objetivos e dos resultados (PACHECO, 2005). De acordo com Silva (2009) expõe que o aluno deve ter a compreensão da realidade da qual se insere, a interpretando e contribuindo para sua transformação.

De fato, esclarece Silva (2009), o ambiente escolar tem papel importante para a formação humana e este terá cumprido com seus objetivos ao assumir uma postura ética, crítica, estética, econômica e política, visto que o currículo não deve ser visto como uma simples lista de conteúdo a serem aplicados. O que é alfabetização e o que é letramento Antes de se falar propriamente sobre alfabetização, precisamos entender que as discussões sobre alfabetização, no sentido de que todos têm o direito de saber ler e escrever fluentemente, tiveram início com as preocupações com o analfabetismo da população. Nesse sentido, estudos de Ferreiro e Teberosky (1991) foram um marco para o ensino da leitura e da escrita, por trazerem novas possibilidades de combate ao analfabetismo.

No livro Psicogênese da Língua Escrita, as autoras revelam aspectos sobre como a criança aprende a ler e escrever. Diante dos conflitos entre os métodos de alfabetização, os professores dos anos iniciais se posicionaram resistentes diante do conceito de letramento; e de uma base teórica que auxilia na prática da leitura e da escrita, considerando o contexto histórico social dos sujeitos, o letramento passou a ser visto como mais um método em debate. Com isso, o professor passou mais uma vez a tentar se adequar à demanda que estava em voga no momento. Como reforça Mortatti (2008): Desse ponto de vista resulta e se dissemina uma concepção reducionista, segundo a qual “bom” professor é, geralmente, aquele que sabe aplicar/ executar as propostas oficiais de maneira eficiente e eficaz e de acordo com os objetivos formulados pelos sujeitos que conceberam essas propostas e que são, também, os avaliadores (externos) da prática docente, de maneira direta ou indireta (por meio de estatísticas de avaliações gerais, dados sobre reprovação, evasão de alunos, por exemplo).

MORTATTI, 2008, p. Entendida desse modo, a formação do professor que alfabetiza “[. Neste sentido, Kleiman e Assis (2016), irá dizer que a escola, acompanhando essas múltiplas formas de letramento, deve se preocupar em contextualizar os conteúdos escolares com as práticas da vida cotidiana. Essas novas interações exigem cada vez mais um letramento multimodal, pois buscamos novas formas de atribuir sentido, criamos novas formas de nos comunicar nas redes sociais, para além do modo verbal, usando imagens e gifs animados, letra maiúscula para representar um grito ou braveza, bem como “navegamos” ao invés de apenas ler um texto, tendo um papel de leitor ativo e interativo. Este movimento refere-se às várias formas que temos de nos comunicar na atualidade, por meio de textos que nem sempre utilizam apenas a linguagem escrita, mas agrega outros símbolos e imagens no texto.

Assim segundo Rosa (2021) na multimodalidade, são criados novos significados, construídos socialmente. Desenvolver o letramento multimodal seria, portanto, ter conhecimentos acerca de como se dá essa comunicação para além da leitura e escrita convencional. Então, o professor necessita oferecer, condições propícias à aprendizagem do aluno. Com isso, é indispensável o professor transpassar as metodologias tradicionais e optar por métodos contextualizadores, interdisciplinares e problematizadores. Logo, várias ferramentas didáticas e estratégias de ensino podem ser desenvolvidas para ensinar. Vimos que, nos dias de hoje, considera-se que existem multiletramentos, ou seja, que para além da leitura e da escrita, o sujeito pode desenvolver o letramento em diversas áreas, como na matemática, ou mesmo em relação às tecnologias digitais. Além disso, alguns pontos importantes foram destacados.

Aprendizagem-concepções contraditórias. Schème-Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, v. n. p. A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. Disponível em: https://www. youtube. com/ watch?v=xjfKBGIHPjs. Acesso em: 10 abril 2023. CANDAU, V. FERREIRO, E. TEBEROSKY, A. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. KLEIMAN, A. p. MACHADO, Andreia / SILVA, Stephane Juliana Pereira da / SANDOVAL, Maria Beatriz. Teorias de aprendizagem. Delinea Tecnologia Educacional, 2021. p. M. de. Currículo e planejamento: a construção do conhecimento. Disponível em: http://fce. edu. Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo: Contexto, 2014. PILETTI, N. ROSSATO, S. M. R. da. A importância da cultura no processo de aprendizagem. Disponível em: https://meuartigo. brasilescola. pp. SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

VASCONCELOS, C.

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