História da igreja protestante
TCC professor Ronel Dias Pereira. Dourados/MS 2020 Introdução O presente estudo se propõe a trazer uma reflexão sobre a História da Igreja Protestante, cuja trajetória se constitui com os princípios do movimento que culminou com a Reforma e que por sua vez, deu origem as igrejas: Luteranas, Presbiterianas, Metodistas, Congregacionais e Batistas. Ainda que algumas como a Batista, não se conceitue protestante, contudo, mantém os princípios da Reforma. Essas igrejas, por sua vez, foram divididas: protestantismo de missão ou conversão e as do protestantismo de imigração. Dada a amplitude e complexidade do tema optou-se neste estudo por um recorte que direcionaria nosso olhar investigativo, para uma abordagem da Igreja Protestante no século XVI, período rico no contexto religioso social e político com forte participação dos intelectuais da época.
“A representação do paraíso como um lugar de felicidade individual opõe-se à esperança milenarista de uma subversão da ordem social presente na fé social”. BOURDIEU, 2005, p. O caminho metodológico para o desenvolvimiento dessa pesquisa pautou-se no conceito de Fortin (1999, p. que define conceituar como sendo: “um processo, a uma forma ordenada de formular ideias, de documentá-las em torno de um assunto preciso, com vista a chegar a uma concepção clara e organizada do objeto em estudo”. Toda a metodologia aplicada será uma revisão bibliográfica de forma a conceituar toda a abordagem. Na época teve início um movimento denominado “Reforma Protestante” que tinha por objetivo a renovação da Igreja Cristã. Esse movimento foi consequência de diversos fatores que ocorreram no final da Idade Média, do ponto de vista religioso as influencias foram de acordo com Mendes (2017): a.
O Renascimento com advento da imprensa, da cultura, o primeiro livro impresso a Bíblia dando acesso ao conhecimento; b. Abusos e imoralidades do clero com as vendas de indulgencias, que era a venda do perdão dos seus pecados ou a venda de relíquias sagradas (um objeto abençoado ou tocado por Jesus, por Maria, ou por um santo) que significava a passagem direta para o Céu e tinha ainda, as vendas de cargos eclesiásticos, em que era possível um nobre comprar o cargo de bispo. No campo político a influência se dava pela conquista de poder, o rompimento de Henrique VIII com a Igreja Católica instalando a Igreja Anglicana e o absolutismo com a concentração do poder em suas mãos.
LEMOS; ALVES, 2013) Dessa forma o papado só se restabelece novamente em Roma em 1417, com o Concílio de Constança sob o comando do Papa Martinho V (MENDES, 2017). Conforme registros de Matos (2008) o papa João XXIII, convocou o Concílio de Constança (1414-1417), o qual depõe os três papas, elegeu Martinho V como único papa, decretou a supremacia dos concílios sobre o papa e condenou os pré-reformadores: João Wycliff, João Huss e Jerônimo de Praga (MATOS, 2008). A supremacia dos concílios sobre o Papa é reafirmada pelo Concílio de Basiléia (1431-1449). O Concílio de Ferrara-Florença (1438-1445) faz uma tentativa de união com a Igreja Ortodoxa e reafirmou a supremacia papal. Além destes, reformadores como João Wycliffe (1328–1384) e João Huss (1373–1415), na Inglaterra, e Savonarola (1452–1498), em Florença, se empenharam em tentar levar a Igreja aos ideais do Novo Testamento.
Pré-Reformadores A Reforma era uma perspectiva religiosa por parte dos cristãos, ou seja, foi gerada dentro da igreja em função de sua crise e o desejo não era o de estabelecer uma nova religião e sim uma renovação (MENDES, 2017). O período da pré-reforma que antecede a reforma é conturbado, com muitos movimentos e pessoas que denunciavam o poder papal e as falsas heresias entre a igreja e o Estado. Dessa forma a proposta dos reformadores era justamente libertar a igreja romana do poder secular, da autoridade do papa e das falsas heresias. As necessidades de mudanças religiosas da época, as quais já vinham sendo evidenciadas, esse cenário social, político, econômico e religioso contribuiu para o surgimento dos pré-reformadores com as manifestações de insatisfação com a Igreja.
De acordo com Ribeiro (2013) havia um grupo conhecido como pré-reformadores, os quais desenvolveram fortes contestações contra à religião dominante. Jon Huss Foi outro reformador influente, adepto dos pensamentos de Wycliff. Ele foi excomungado por defender algumas de suas teses. Seus seguidores eram chamados “lolardos” os quais eram conhecidos como os “pregadores pobres”. RIBEIRO, 2013). Jonh Huss foi executado e sua execução e gerou uma revolta na população que considerou uma ofensa à nação. Queria uma reforma de estilo humanista e um retorno às antigas virtudes dos estoicos e platônicos. RIBEIRO, 2013). chegando a concordar com o pensamento de Lutero em vários pontos, principalmente no que diz respeito a “sua preferência educacional pela Bíblia e pelos pais da igreja em detrimento dos doutores escolásticos e em cultivo das línguas bíblicas e clássicas” (Walker, 2006, p.
Ainda que Erasmo fosse seduzido pelos partidários da Reforma e pelos católicos, não apoiou nenhuma das partes e conforme aponta Gonzalez (1995, p. “do seu escritório ele continuou pedindo moderação, uma reforma de estilo humanista, e a volta às virtudes dos estoicos e platônicos de antigamente”. Assim, temos: o protestantismo - que ao lado do catolicismo compõe um dos grandes ramos do cristianismo. O nome “protestante” provém dos protestos dos cristãos do século XVI contra as práticas da Igreja Católica. João Calvino (1509-1564) Francês de Noyon. Seu pai, Gérard Calvin, era secretário do bispo e advogado da igreja em sua cidade. Perdeu a mãe ainda pequena (MATOS, 2008) Após os primeiros estudos em sua cidade, Calvino seguiu para Paris, para estudar teologia e humanidades.
Teve uma vida confortável, pretendia seguir carreira jurídica. Porém, após sofrer um acidente em 1505 em uma tempestade que quase lhe tirou a vida, se aproximou da religião e ingressou no mosteiro agostiniano de Erfurt, e dedicou-se intensamente em busca da salvação (MATOS, 2008) Em 1512, tornou-se professor da Universidade de Wittenberg, e lá mesmo, passou a ministrar cursos sobre livros da Bíblia, principalmente Gálatas e Romanos. Foi com isso, que adquiriu entendimentos sobre a “justiça de Deus, que ela não era simplesmente uma expressão da severidade de Deus, mas do seu amor que justifica o pecador mediante a fé em Jesus Cristo” (Rom 1. Até aproximadamente o ano de 1525, a Reforma foi um movimento restrito a figura de Martinho Lutero e da Universidade de Wittenberg, na atual região nordeste da Alemanha.
Na década de 1520 o movimento se expande em princípio em Zurique na Suíça, passa por diversos desdobramentos, sofre várias modificações, tanto política como teológica e acaba se associando a Genebra e a João Calvino (MENDES, 2017). No ano seguinte a bula papal Exsurge Domine1 deu-lhe um prazo de sessenta dias para que se retrata-se ou seria excomungado. Os estudantes e professores da universidade queimaram a bula e um exemplar da “Lei Canônica” em praça pública. Segundo Matos (2008) Lutero escreveu vários livros que acabaram lhe trazendo muito prestigio em toda a Europa, dentre eles “À Nobreza Cristã da Nação Alemã”, “O Cativeiro Babilônico da Igreja” e “A Liberdade do Cristão”. No início de 1521, foi publicada a bula de excomunhão, “Decet Pontificem Romanum”.
Contudo, ainda nesse ano, Lutero participou de uma reunião do parlamento, a “Dieta de Worms”, na qual reafirmou as suas ideias. Já para os historiadores políticos, a Reforma foi um mero episódio político de cunho nacionalista (MENDES, 2017). Contudo, qualquer que seja a interpretação e consideração sobre os fatores que a influenciaram, no bojo de todas está o que ela representou de fato, a quebra da unidade religiosa do mundo Cristão e destruiu definitivamente o ideal católico de se ter uma comunidade cristã mundial, unificada e guiada por um só líder, o papa (MENDES, 2017). Outro fato inegável é que a Reforma protestante foi responsável por provocar transformações em todas as esferas, dada a interferência da Igreja nelas, não teria como ficar restrita apenas a área religiosa.
A Contra-Reforma Após a análise da reforma, segundo os principais historiadores dois aspectos merecem ser registrados a Contra Reforma e a Reforma Católica. Não é nosso foco aqui discorrer detalhadamente sobre eles, mas cabe citar alguns pontos relevantes. E diga-se que foram vários, porque a Reforma começa dois ou três séculos antes. Ela não surge do nada e por mero acaso, ao contrário, foi resultado de uma série de acontecimentos políticos, econômicos, sociais e, essencialmente, religiosos. O século XVI é onde ela cresce e explode. A proposta aqui foi traçar uma linha dos movimentos que a antecedem, seus líderes com suas principais características e ações, os quais se caracterizaram como pré-reformadores e reformadores. Apresentaram-se também algumas das principais interpretações dos principais historiadores e pesquisadores.
FORTIN, M. F. O processo de Investigação: da concepção à realização. Lusociência, 1999. GIL, A. Mar. MENDES, E da C. Causas religiosas da reforma protestante. Revista Teológica DOXIA 47 ISSN 2526-2300. Serra, v. RIBEIRO, V. de S. Fatores que contribuíram para o surgimento da reforma protestante. Vox Faifae: Revista de Teologia da Faculdade FAIFA Vol. N°1 (2013) ISSN 2176-898.
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