Gestão Democrática em Prol da Cidadania Crítica
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Gestão ambiental
A gestão democrática é aliada com a cidadania, no intuito de entender como uma escola em processo de democracia pode contribuir para o exercício e a formação da cidadania. Aborda-se a escola como espaço social, e como tal discute a importância da participação da comunidade como um todo, destacando as ações necessárias para que essa participação seja possível. São apontadas na realidade a inércia e as dificuldades presentes na prática de uma gestão democrática, bem como os ganhos para a educação e a formação cidadã quando se viabiliza este processo, apontando as ações presentes em prol da cidadania crítica. Na realidade das escolas são analisados os dados obtidos na busca de uma escola democrática.
O estudo procura refletir a gestão democrática, a fim de que essa não seja vista como uma utopia, mas sim como realidade (ainda que em passos difíceis de ser implantada), podendo contribuir significativamente para construção de cidadãos críticos e participativos. A gestão democrática atualmente é uma realidade nas leis que regem a educação, neste aspecto é uma obrigação da escola a implantação deste processo. Contudo é possível perceber as dificuldades que as escolas públicas têm nesta implementação, seja pela inércia da comunidade escolar, pela falta de cobrança da sociedade, ou pelo desconhecimento dos atores escolares para tal realização. É perceptível a revolta dos alunos, ao perceberem a escola como um espaço autoritário, na qual não são ouvidos, nem atendidos, por muitas vezes até destratados em um cenário de abuso de autoridade, destes alguns que agem nas escolas como “donos”.
Posto isto o presente trabalho traz dois grandes desafios, primeiramente discutir a gestão democrática como uma realidade no âmbito escolar, posteriormente relacionar esta com a formação da cidadania de seus atuantes. A gestão democrática e a preocupação com a formação cidadã, mesmo que muitas vezes menosprezadas pela escola pública, é uma realidade, que passa ao âmbito de obrigatoriedade das instituições educacionais. em 1932 é publicado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, encabeçado por Fernando de Azevedo e assinado por 26 educadores. O documento defende a educação obrigatória, pública, gratuita e leiga como um dever do Estado, a ser implantado no âmbito nacional. Critica o sistema dual, que destina uma escola para os ricos e outra para os pobres, reivindicando a escola básica como única.
ARANHA, 1996, p. O Manifesto busca uma nova política de educação e de Estado, criticando a falta de envolvimento filosófico e científico na resolução dos problemas educacionais, problemas que deveriam ser solucionados no campo político-social. SOUZA, 2006 p. Conforme o que destaca o autor, as pessoas encontram na gestão uma forma de manipulação do poder, o autor completa dizendo “Esta é uma tentativa de compreender a gestão escolar não como ela pode ou deve ser, mas como ela demonstra ser, considerando sobre o que ela recai e com quais objetivos opera. ” A análise de Souza aponta ao fato da gestão poder ser compreendida como um sistema de manipulação e alienação, cultivando um caráter conservador da gestão escolar. Em contraponto a definição que Libâneo coloca, Tavares traz uma amplitude a esse processo considerando o fim ao qual a escola se propõe, tendo o seu funcionamento o destaque do contexto da comunidade ao qual serve.
Descentralização e autonomia Em novos ares educacionais, estabelece-se para a escola e para educação a busca da descentralização e da autonomia da escola, sendo estas entendidas peças de engrenagem para implementação da democracia escolar. Uma vez que a escola se estabelece como um espaço social é nela que se encontra a possibilidade de exercer a cidadania. a escola como instituição que representa importante centro de convivência coletiva – espaço de troca de conhecimentos e de socialização. Por isso mesmo, a escola não está isolada; tem uma relação com a comunidade em que está inserida, com as pessoas que residem em seu entorno – sejam ou não famílias de alunos. Progestão módulo I, 2001, p. A escola como centro de convivência coletiva representada acima, tem que assumir em sua prática interiorizada que suas ações exercem um papel de essencial importância na vida de seus participantes, conforme é explicitado no PCN (1997, p.
P. P), é uma das, se não, a mais importante estratégia para a democratização escolar, pois, ele aponta qual é a realidade da escola, o que se espera dela e quais ações deverão ser tomadas para atingir o bom funcionamento da unidade escolar, privilegiando a quem a escola pertence, por direito. A relação que esta escola apresenta com a comunidade interna e externa, é o elo que demonstra na realidade qual a função assumida na sociedade. A escola que em sua estrutura e pensamento, se preocupa com a formação cidadã, apresenta em sua função política e social a preocupação em atuar na sociedade de forma ativa, assim, sua preocupação é educar instrumentalizando o educando para que este seja criticamente ativo e participante na sociedade, tendo consciência de suas ações, se sabendo como ser político e provedor de ações políticas.
Identidade escolar e educação O projeto político pedagógico que conta com a participação da comunidade, é estabelecido em uma escola que assume sua identidade democrática reconhece sua função política e a utiliza na transformação social e não na manutenção. Qualifica-se essa presença do discurso ideológico como a inércia presente na educação, a imobilidade de recursos para a transformação de sua prática. Em conformidade com os estudos de Gramsci destacados no trabalho de Monasta (2010, p. demonstra que a “transformação da teoria em doutrina e, em seguida, desta em ‘ideologia’ não é ‘espontânea’, nem decorre do próprio marco teórico, contudo é “orgânica” da utilização política das teorias, ou seja, é em si mesma ‘ideológica’.
” Bem certo é comum observar nos dizeres de alguns educadores que gestão democrática, ainda mais com o propósito de desenvolver a cidadania crítica é utopia. Assim como Paro afirma não se pode desprezar o que esse olhar de utopia implica na educação, pois por constantemente acreditar como utópica a transformação da educação e da sociedade, que muitos deixam de agir e se tornam inertes e passivos ante a realidade. Conselhos escolares – democracia participativa e cidadã O conselho escolar é um ponto importante, senão o mais importante no processo de democratização escolar. A natureza dos Conselhos deve ser1: • Deliberativa: quando assume decisões no projeto político pedagógico tendo como foco o funcionamento geral da escola, elaboração de normas internas, garantem o cumprimento de normas educacionais, visam à solução conjunta de problemas propondo ações a serem tomadas.
• Consultiva: assessoramento em tomadas de decisões a serem adotadas pela direção escolar. • Mobilizadora: promove a participação de diversos representantes da escola, visando à melhoria da qualidade da educação. • Fiscalizadora: acompanha e avalia os processos das ações, o cumprimento das normas tanto administrativas quanto pedagógicas. Contudo a proposta inicial da metodologia da pesquisa não pode ser realizada, dessa forma o processo seguido para realização dessa pesquisa é o de análise de dados obtidos na busca de uma escola repetível para a pesquisa. A realização da pesquisa Com a intenção de compreender e se aprofundar na questão da cidadania, de uma escola voltada para este fim, tão importante, mais que isso, necessário no modelo da presente sociedade. Exatamente em uma palestra, que se estabeleceu o primeiro contato com um representante de um instituto renomado, que tem como um de seus objetivos, o olhar para a educação cidadã, através da gestão democrática.
Ao colocarmos as inquietações para a pesquisa, diante do que líamos na teoria, ouvíamos de profissionais da educação e observávamos na prática, a respeito da utopia, inércia diante da gestão e da falta de preocupação da escola em si com a cidadania, nos deparamos com um discurso, até então, para nós inovador. O educador, do instituto, nos colocou que é possível educar para a cidadania crítica, e que para que isto realmente aconteça na instituição escolar, esta deve ser democrática. A gestora colocou que era necessário um período de no mínimo seis meses, para que pudéssemos nos interar da realidade da escola, ler os documentos oficiais, observar as práticas e comprovar se estavam de acordo com os discursos.
O que demonstra um caráter burocrático ou de cuidado na escolha dos participantes, que a gestora não se dispôs a realizar, declarando demandar tempo. Sentimo-nos prejudicadas, pois não tivemos condições devido a diversos fatores, de utilizar e gerir o tempo. A escola da região do Butantã demonstra ter um trabalho bem consolidado em relação ao processo de gestão democrática, suas ações são conhecidas e apontadas como modelo para outras escolas no Brasil e outros países. Escola no bairro do Capão Redondo È uma escola conhecida na região e obtivemos informação de que a diretora saiu como destaque em uma revista sobre gestão. Conclusão Quando pensamos em educação, pensamos em um ser humano completo, porém não acabado, mas que se desenvolve por completo precisando ser capaz de decidir por si o rumo da sua história.
Pensar em educação para a cidadania, nos leva a refletir essa cidadania como um bem comum, é o cidadão que reflete suas ações, pois compreende a importância destas não somente para ele, mas para a comunidade, a cidade, o país e o mundo. Neste sentido a educação ultrapassa os limites de uma escola que educa em formas, que molda um cidadão somente para o mercado de trabalho (denunciando aqui uma analogia de uma educação que forma mercadorias para o mercado), que educa um futuro cidadão / trabalhador, que esquece o presente deste cidadão, que desacredita e desmerece sua cultura, seu contexto e até seus sonhos. Nenhum ser humano é igual ao outro, esse é o valor de uma educação que percebe o homem como único e como propiciador de pensamentos únicos, que se constrói e constrói aos outros, que participa, opina e decide tornando o todo uma soma muito mais rica e forte, sabendo reconhecer e valorizar a diferença a diversidade e canalizando isso para uma sociedade igualitária.
Este tipo de discussão é relevante, porque a sociedade tem impulsionado este tipo de comportamento, os espaços são reduzidos e até o lazer é pensado para o consumo. New York, 15-18/11/2007. Disponível em: <http://www. each. usp. br/uliarau/textos/PAPERAME2007-def. pdf> Acesso em: 25/04/2021 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL, Ministério da educação. Assembléias escolares. gov. br/index. php?option=com_zoo&view=item&item_id=4891> Acesso em: 20/03/2021 Brasil, Ministério da educação. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Conselhos Escolares: Democratização da escola e construção da cidadania. p. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. Antonio Gramsci. Tradução: Paolo Nosella. Recife: Fundação Joaquim Nabuco.
Editora: Massangana, 2010. Coleção Educadores) PARO, Vitor Henrique. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. ed. rev. atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.
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