GESTÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS EM POSTOS DE COMBUSTÍVEL E SUAS PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES PARA O MEIO AMBIENTE
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Engenharias
Cidade 2020 Nome Completo do Autor GESTÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS EM POSTOS DE COMBUSTÍVEL E SUAS PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES PARA O MEIO AMBIENTE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Química da Universidade Santo Amaro – UNISA, como requisito parcial para obtenção do título Bacharel em Engenharia Química. Orientador(a) Prof. Dr. Cidade,. de. A metodologia utilizada consistiu na revisão bibliográfica de artigos, dissertações, monografias e teses, disponíveis na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, e no Google Acadêmico. Os principais resultados demonstraram que os postos de combustível são responsáveis por gerar uma grande quantidade de efluentes tóxicos, nocivos ao meio ambiente e a saúde pública, que referem-se aos óleos combustíveis, óleos lubrificantes e efluentes de lavagem.
Concluindo que, a implantação de gestão de resíduos nestes empreendimentos configura uma ação necessária e fundamental, tendo em vista os inúmeros impactos que tais efluentes podem promover. O sistema de gestão ambiental tende a promover inúmeros benefícios econômicos, sociais e, principalmente, ambientais, voltados a conservação de recursos naturais e proteção da biodiversidade (fauna e flora), bem como a redução da contaminação, exploração de matéria-prima e consumo de energia. PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Resíduos. The environmental management system tends to promote numerous economic, social and, mainly, environmental benefits, aimed at the conservation of natural resources and protection of biodiversity (fauna and flora), as well as the reduction of contamination, exploitation of raw materials and energy consumption.
KEYWORDS: Management of Residues. Fuel Oil. Environment. Gas stations. Gasolina 21 2. Óleo Diesel 22 2. Óleo lubrificante 24 2. Efluentes de limpeza 25 2. Impactos ambientais, econômicos e sociais decorrentes da disposição inadequada 25 2. Dentre estas atividades, é possível destacar os postos de revenda de combustíveis que, muitas vezes, oferecem risco à saúde de seus funcionários e a preservação dos recursos naturais (BATISTA, 2013). Os postos de combustível no Brasil, apresentam, geralmente, uma estrutura precária, ações e planos falhos, direcionados a gestão de resíduos e a manutenção/monitoramento dos tanques de produtos combustíveis. Por esta questão, há um grande número de ocorrências relacionadas a acidentes, vazamentos e disposições inadequadas de resíduos líquidos, nestes empreendimentos (BATISTA, 2013). Que tendem a propor a contaminação de áreas e oferecer riscos, tanto ao meio ambiente como, também, a qualidade de vida.
Os resíduos líquidos, segundo Braga e Muniz (2015), são produzidos em maior quantidade nestes ambientes e com características mais agressivas, consequentemente, nocivas à saúde humana. Neste contexto, deu-se prioridade para as obras publicadas (trabalhos técnico-acadêmicos), pelo menos, nos últimos 20 anos, uma vez que, o presente estudo possui conteúdo teórico e, portanto, prevê a qualidade das informações. Na busca nas plataformas foram empregadas as seguintes palavras-chave: Resíduos de óleo combustível; Resíduos de postos combustíveis; Sustentabilidade; Gerenciamento de resíduos; entre outras. Justificativa O presente trabalho justifica-se pela grande importância e necessidade atual, da implantação de princípios sustentáveis, especialmente, em atividades econômicas que sejam consideradas perigosas e geradoras de impactos, como é o caso dos postos de combustível.
Em que o descarte inadequado de resíduos ou até mesmo, a ausência de procedimentos de monitoramento e manutenção, nestes locais, é capaz de gerar inúmeros impactos graves ao meio ambiente, em razão da grande quantidade de compostos químicos que abrigam. Levando em consideração ainda, como aponta Moreira e Santana (2008), que os hidrocarbonetos, que compõem a estrutura do petróleo e, consequentemente, de seus derivados, quando manejados de forma inadequada, podem contaminar o lençol freático, a rede de esgoto ou ainda, os corpos hídricos (lagos e rios) e o solo. O que implica em uma constante e crescente demanda por serviços relacionados à manutenção e preservação de automóveis, bem como a graves impactos sobre o meio ambiente e a saúde pública, uma vez que, como já relatado, o transporte rodoviário baseia-se no uso de combustíveis fósseis.
Os combustíveis fósseis constituem, segundo Bizerra, Queiroz e Coutinho (2018), os combustíveis formados a milhares de anos, por meio de processos naturais, a partir de restos de animais e vegetais e assim, da decomposição de organismos soterrados, que representam bactérias (aeróbicas e anaeróbicas). Santos (2014) complementa que, referem-se, portanto, a recursos naturais não renováveis (esgotáveis), que se encontram em quantidades limitadas na natureza e que podem vir, futuramente, a ter um fim. Visto que, são elementos de origem orgânica e por esta razão, levam anos para serem formados no meio ambiente, ou seja, quando esgotados, não podem ser produzidos. Como exemplos de combustíveis fósseis, no setor de transporte, tem-se, especialmente, o petróleo e seus derivados, como óleo diesel e a gasolina (BIZERRA; QUEIROZ; COUTINHO, 2018).
Com base no levantamento realizado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, os postos de combustíveis constituem as principais atividades contaminantes e, portanto, são consideradas as principais fontes de contaminação, sendo responsável por 74% das contaminações, seguidos das indústrias (15%) e do setor comercial (6%) como demonstra o Gráfico 1 (FERREIRA, 2010). Gráfico 1 – Principais fontes de contaminação no Brasil Fonte: Ferreira (2010, p. Em São Paulo, a CETESB divulgou que somente no ano de 2016, 5662 áreas contaminadas foram identificadas, sendo destas, 4137 contaminadas devido as atividades de postos de serviço. Estando as restantes divididas entre os demais setores: indústria (1002), comércio (300), resíduo (172), acidentes (28), desconhecido (20) e agricultura (3) (FERREIRA, 2010). Nos postos de combustíveis, há sérios problemas relacionados a falta de manutenção de equipamentos e tubulações, e a presença de falhas operacionais (abastecimento de veículos ou carregamento dos tanques), em razão do despreparo ou ainda, da falta de conhecimento e treinamento de profissionais nos estabelecimentos, que contribuem de forma significativa para episódios de contaminações no solo e galerias subterrâneas de esgoto e águas pluviais (MARQUES, 2012).
O posto revendedor compreende a instalação responsável por exercer atividades de revenda varejista de combustíveis líquidos (derivados do petróleo, álcool e dentre outros automotivos), de modo a apresentar equipamentos e sistemas de armazenamento, bem como de medição. Enquanto que o posto de abastecimento, constitui a instalação dotada de sistemas e equipamentos de armazenamento de combustível, responsável por destinar seus produtos exclusivamente ao uso do detentor ou de grupos fechados de pessoas físicas/jurídicas, previamente identificadas e associadas em forma de empresas, cooperativas, condomínios, clubes e semelhantes (CONAMA, 2000). Estes postos devem atender as normas estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível – ANP, órgão regulamentador das atividades relacionadas a indústria destes elementos no país.
Além disso, devem estar de acordo com as exigências do CONAMA, responsável pela legislação pertinente a estas atividades, assim como as da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e as legislações específicas de cada Estado (LORENZETT; ROSSATO; NEUHAUS, 2011). O posto revendedor de combustível além de atuar no armazenamento e venda de combustível e, consequentemente, abastecimento de veículos individuais pode vir, também, a prestar serviços de lavação, troca de óleo e filtros, lubrificação, oficina mecânica, loja de conveniência, entre outros (FRANQUETO; DELPONTE; FRANQUETO, 2018). Tais resíduos tendem a ser negligenciados ou ainda, descartados de forma inadequada, em redes de esgoto ou canais de drenagem (bocas de lobo), pela falta de preparo, informação ou até mesmo, cuidado (NETO et al.
Resíduos líquidos gerados nos postos de combustíveis O termo “resíduos líquidos”, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, pode ser definido como todo e qualquer líquido (efluente) proveniente de atividades humanas, em especial, de processos produtivos. Desta forma, conforme ressalta Viva e Silva (2012), constituem os resíduos que apresentam-se em forma líquida e que podem ser de origem industrial, doméstica, comercial e/ou agrícola (ABNT, 2004). Os resíduos líquidos compreendem, portanto, aos efluentes líquidos que necessitam de tratamento prévio, para o lançamento na rede pública de esgotos ou nos corpos d’ água, e por esta questão, exigem soluções técnicas para a destinação correta. Uma vez que, são materiais que não podem ser descartados em qualquer local e, principalmente, sobre o meio ambiente, em razão de suas propriedades danosas (LORENZETT, 2010).
Viva e Silva (2012) ressaltam, portanto, que os principais resíduos podem ser divididos em: óleos combustíveis, óleos lubrificantes e, efluentes de limpeza. Segundo Carvalho, Spengler e Mourão (2013), os resíduos de óleo, graxas, combustíveis e águas provenientes de lavagem (dos automóveis e limpeza do pátio) são classificados como resíduos perigosos (Classe I), com base na NBR 14. que dispõe sobre a classificação de resíduos, em relação aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, visando auxiliar o manuseio e a destinação final correta destes. Óleos combustíveis Os principais combustíveis utilizados nos pontos de gasolina são derivados do petróleo, que constitui um combustível fóssil de grande importância para a economia mundial, sendo o principal insumo energético da sociedade industrializada, assim como, também, um grande problema ambiental, devido à sua frequente introdução no ambiente, sob forma de combustível e ampla utilização industrial de seus derivados.
Como ressalta, Sorato et al. Sendo assim, nos combustíveis derivados do petróleo, a grande quantidade de compostos, está associada aos hidrocarbonetos aromáticos, especialmente, os BTEX (Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno e Xileno) e HPA (Hidrocarbonetos Policiclicoaromáticos). O mesmo autor ainda ressalta que, no Brasil, cerca de 20% do petróleo processado é convertido em gasolina automotiva e 36% em óleo diesel (AGOSTINI JÚNIOR, 2012). Já com base no estudo de Uchôa (2014), o óleo diesel possuiu uma representação de 47% no consumo nacional de combustíveis no setor transporte, seguido da gasolina com 30%, no ano de 2014, como demonstra o Gráfico 2. Gráfico 2 – Consumo nacional de combustíveis no setor de transportes (%) Fonte: Uchôa (2014, p. Além disso, outros derivados de petróleo, encontrados nos postos combustíveis, que não possuem fins energéticos, referem-se a graxa e óleo lubrificante.
Que compreendem substâncias altamente inflamáveis e tóxicas (BARROS, 2006). A gasolina, como relata Ferreira (2010), constitui o combustível fóssil mais importante, principalmente, dentro dos centros urbanos, uma vez que, grande parte dos veículos que circulam nos municípios contam com a gasolina para o suprimento de automóveis e, consequentemente, transporte e locomoção no país. É, também, considerada como um dos principais derivados do petróleo, compostos por hidrocarbonetos que apresentam uma cadeia carbônica relativamente pequena (com 4 a 12 átomos de carbono), em comparação ao óleo diesel e ao óleo bruto. Além disso, a estrutura das cadeias, referem-se a: abertas, cíclicas e aromáticas (FERREIRA, 2010). Já de acordo com Uchôa (2014), os hidrocarbonetos mais abundantes na gasolina são os BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno, o-xileno, m-xileno e p-xileno), representando uma parcela entre 18% a 25% da massa.
Composto por hidrocarbonetos que variam de 8 a 38 átomos de carbono em sua cadeia, de baixa densidade e, em grande parte, não solúveis em água (AGOSTINI JÚNIOR, 2012). O óleo diesel constitui uma mistura complexa, obtida através da etapa de refino, a qual é formada, em especial, por alcanos, hidrocarbonetos aromáticos e, por uma pequena quantidade de isoprenóides, enxofre, nitrogênio e oxigênio. De modo que, conforme ressalta Shimabukuro (2017), sua composição está associada a 68% compostos alifáticos e 20% aromáticos. Já Agostini Júnior (2012) relata que, o óleo diesel é composto, aproximadamente por 40% de n-alcanos, 39% de iso e cicloalcanos, e 20% de hidrocarbonetos aromáticos. Segundo Agostini Júnior (2012) o óleo diesel pode, também, conter vários aditivos na sua composição final, tais como: inibidores de corrosão, surfactantes e aditivos para melhorar a estabilidade e a ignição.
O Brasil é o quinto maior mercado de lubrificantes e, por consequência, o quinto maior gerador mundial de óleo usado. Em 2011, impulsionado pelo crescimento da economia e do setor automotivo e industrial, viu o consumo aumentar de 1. milhões m³ em 2007 para 1. milhões m³, um aumento de 25% em cinco anos (ANP, 2011). O óleo lubrificante representa o resíduo mais significativo gerado nos postos, visto que, é um dos poucos produtos que não são totalmente consumidos durante o seu uso (MOISA, 2005). Efluentes de limpeza Nas atividades de limpeza, que referem-se as operações de lavagem de veículos, do piso da área de abastecimento, bem como das demais estruturas do posto, os resíduos líquidos gerados podem conter contaminantes e, consequentemente, materiais tóxicos, como óleos e graxas, caracterizando um efluente inflamável.
Além disso, apresentam em sua composição, geralmente, uma boa parcela de detergentes, solventes e sedimentos (MOISA, 2005). Os produtos de limpeza adotados pelos postos são, normalmente, de base alcalina (SILVA et al. Sendo assim, os efluentes de limpeza, também, podem ser considerados resíduos perigosos, uma vez que, costumam conter hidrocarbonetos. Porém, os efluentes da lavagem do piso do posto dependem diretamente do volume de trabalho na unidade e do cuidado de seus empregados, em prevenir derramamentos e vazamentos de combustíveis e fluidos automotivos (MOISA, 2005). Por esta questão, como aborda Santos (2014), qualquer vazamento, independente de origem, traz consequências graves aos ecossistemas locais. Sendo assim, o efeito do combustível no solo ou corpo hídrico depende diretamente da composição química do óleo contaminante, das espécies de microrganismos presentes na comunidade e assim, no ecossistema, bem como de outros fatores (tipo e quantidade de óleo derramado, época do ano, condições hidrográficas e meteorológicas, clima, frequência e duração da exposição ao petróleo) (DIAS, 2007).
Porém, de acordo com Uchôa (2014), os derrames de petróleo no solo podem ocasionar a redução da biota local e promover danos irreversíveis ao meio ambiente, assim como propor a contaminação das águas superficiais próximas e subterrâneas (UCHÔA, 2014). O solo, quando contaminado por combustíveis fósseis, é capaz de trazer consequências ambientais, sanitárias, econômicas, sociais e políticas catastróficas, uma vez que, suas propriedades físicas, químicas, geomorfológicas e biológicas passam a ser alteradas, perdendo suas características de resistência, nutrientes e produtividade (PORTO, 2014). As espécies da flora, conforme complementa Santos (2014), sofrem com a contaminação, uma vez que, o óleo é capaz, em contato direto, de vedar a entrada dos estômatos, impedindo assim, a respiração e a fotossíntese, vital para estas plantas.
Já em outras regiões, a presença do óleo foi responsável por exercer efeito negativo na vegetação por cerca de 17 anos. Neto et al. relata ainda que se o óleo combustível ao alcançar a rede esgoto, pode contribuir para a inflamabilidade da rede, uma vez que, apenas um litro de óleo pode contaminar 1 milhão de litros de água. Já os resíduos de limpeza, apesar de apresentarem quantidades, geralmente, pequenas de combustíveis e óleos, como ressalta Fernandes et al. são considerados tóxicos. O primeiro conceito de desenvolvimento sustentável foi definido em 1987 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio do relatório Brundtland, também conhecido como Nosso futuro comum. Neste documento, o desenvolvimento sustentável define-se como o desenvolvimento capaz de atender as necessidades das gerações atuais, sem prejudicar o desenvolvimento e o atendimento das gerações futuras (MELO, 2014).
O desenvolvimento sustentável consiste em promover o crescimento econômico sem comprometer ou limitar os recursos naturais, estabelecendo assim, o equilíbrio. Desta forma, o sucesso da implantação de princípios de sustentabilidade depende diretamente da ligação entre três pontos: o desenvolvimento social, econômico e a preservação ambiental, como é possível observar na Figura 3 (INSTITUTO DE FORMAÇÃO E AÇÃO EM POLÍTICAS, 2012). Só pode ser alcançado quando existir equilíbrio entre as esferas ambiental, social e econômica (HUPPES, 2014). Em que as instituições devem aliar o sucesso financeiro ao equilíbrio ambiental e à atuação social, de modo a estabelecer uma estrutura capaz de suportar e suprir atividades, aumentando a produção e consequentemente, a consciência, com o objetivo de proporcionar o consumo racional de recursos (MELO, 2014).
A sustentabilidade é aplicada no setor empresarial por meio de modelos de gestão, responsáveis por estabelecer o uso racional de insumos e a redução ou eliminação de desperdícios, com base no princípio da Ecoeficiência, que representa uma estratégia responsável por produzir mais com um menor número de recursos naturais (AMORIM, 2009). Um dos principais instrumentos da sustentabilidade empresarial constitui a gestão ambiental, que visa administrar o desperdício, reduzir a quantidade de energia e consumo de material, destinar os resíduos de forma adequada, controle de riscos e aplicação de métodos de reaproveitamento e reciclagem de material (CORAL, 2002). De acordo com Dantas (2017), a sustentabilidade empresarial passa a configurar uma temática importante, devido a real necessidade de mudanças relacionadas a exploração de recursos naturais e na forma como as empresas buscam conduzir seus negócios, visto que, muitas vezes, o foco da empresa se encontra na maximização de lucros empresariais.
A aplicação da política de desenvolvimento sustentável estabelece a implantação de sistemas de gestão ambiental, a racionalização do uso de recursos naturais e entre outros, que além de objetivar lucros, possibilita melhorias na imagem e reputação das empresas, bem como na captação vantajosa de recursos financeiros e maior vantagem competitiva (BURMANN, 2010). Rocha et al. ressalta que a gestão ambiental de resíduos nesse segmento empresarial representa um instrumento fundamental, visto que, suas atividades são consideradas altamente perigosas ao meio ambiente e a saúde pública. De acordo com o mesmo autor, nem sempre a destinação correta é viável para os postos revendedores, em razão da falta de infraestrutura em grande parte do país. Já Viva e Silva (2012) alega que conforme a Lei 12.
que refere-se a Politica Nacional de Resíduos Sólidos, os resíduos devem ser armazenados e ter um destino ambientalmente adequado, de modo que, os postos de combustíveis são responsáveis pelos impactos provenientes de seus resíduos, caso não sejam tratados com base na legislação. A gestão de resíduos é caracterizada pelas ações operacionais, que visam garantir a execução de todas as atividades que envolvem a disposição. Desta forma, a gestão corresponde as operações de coleta, transporte, tratamento e disposição dos materiais descartados. Que tem por finalidade estabelecer medidas de correção ou prevenção de problemas, com o objetivo de contribuir para a preservação ambiental e economia de recursos naturais, de insumos, de energia e minimização da poluição ambiental (MUNIZ; BRAGA, 2015).
As organizações, como aponta Viva e Silva (2012), tem como obrigação, do ponto de vista inicial, reformar instalações e substituir equipamentos antigos, que possam proteger o solo e assim, atuar contra eventuais vazamentos. Além disso, um sistema de gestão de resíduos líquidos perigosos deve, também, contar com a preparação de funcionários e equipes, para lidar com emergências, principalmente, em casos de derramamentos. Desta forma, após a lavagem dos veículos ou pisos, ou até mesmo de atividades de troca de óleo, o fluido deve ser recolhido por uma canaleta impermeável de contenção, localizada, geralmente, ao redor da pista, que por meio de um duto impermeável deposita o fluido na caixa separadora (BARROS, 2006). Fonte: Rocha et al. p.
Segundo Moisa (2005), os resíduos não devem ser acondicionados em recipientes frágeis ou abertos, a fim de evitar riscos de acidentes e, consequentemente, vazamentos. Os recipientes devem estar estocados, de preferência, em locais cobertos, independentemente de sua capacidade de lacre, e, também, estarem em boas condições, colocados dentro de uma bacia de contenção. O tratamento de resíduos constitui um conjunto de técnicas e procedimentos direcionados a alterar ou retirar as características perigosas (com potencial degradador ou risco a saúde pública), como a periculosidade, letalidade, não degrabilidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade (SILVA, 2014). É responsável, portanto, por modificar as propriedades de um determinado resíduo, de modo a neutralizar assim, os seus efeitos nocivos. Bem como reduzir a quantidade de resíduos dispostos, evitando o descarte inadequado (VIVA; SILVA, 2012).
O tratamento destes resíduos perigosos, do ponto de vista inicial, consiste na recuperação e reciclagem dos óleos. A reciclagem representa um método de recuperação, em que os materiais descartados são desviados para serem utilizados como matéria-prima na manufatura de bens que, normalmente, são fabricados com matéria-prima virgem. Esta camada é realizada sempre após o despejo de resíduos (MUNIZ; BRAGA, 2015). Benefícios ambientais, econômicos e sociais A implantação de um sistema de gestão de resíduos em postos de combustíveis tende a propor inúmeros benefícios, em prol a proteção e a disponibilidade de recursos naturais, bem como a melhoria e garantia da qualidade de vida (saúde, segurança e bem-estar da população). Além disso, é capaz de promover, também, grandes benefícios as organizações (postos), principalmente, a redução de gastos (economia), a melhoria da imagem no mercado, dentre outras, como relata Muniz e Braga (2015).
A gestão de resíduos líquidos, em postos de combustíveis, segundo Silva (2014), favorece a proteção e conservação do equilíbrio dos ecossistemas, da biodiversidade e das características originais dos recursos (solo, água e nutrientes). Uma vez que, o sistema de gestão evita que tais resíduos sejam lançados ou dispostos de forma inadequada no ambiente, ou seja, na rede de esgoto, nos canais de drenagem, no solo ou ainda, nos corpos hídricos (mar ou lago). Outra grande vantagem é que quando a empresa passa a oferecer produtos e serviços, ou adotar atitudes diferenciadas, este fato contribui diretamente para a conscientização de seus funcionários e clientes, se tornando um exemplo a ser seguido. A aplicação desta ferramenta à organização empresarial, fortalece sua imagem no mercado, bem como reflete a busca ética e o compromisso com seus produtos, na luta contra a degradação ambiental e consequentemente, da qualidade de vida.
O que a torna mais competitiva e visada no mercado, passando, muitas vezes, a ser a preferência dos consumidores (ALMEIDA, 2012). Segundo Almeida (2012), contribui para o respeito de normas e legislações ambientais, para a redução de custos, a melhoria da imagem da indústria (marketing verde), bem como seu nível de competitividade no mercado. De modo a obter o equilíbrio entre as questões sociais, ambientais e econômicas, que proporcionam a extensão do papel empresarial. Além disso, os efluentes de limpeza que costumam ser, frequentemente, negligenciados nos postos, também, são resíduos nocivos ao ambiente e a saúde, e, portanto, devem estar inseridos no sistema de gestão. Conclui-se ainda que a gestão de resíduos constitui uma ferramenta fundamental, indispensável para o controle, melhoria e manutenção das atividades nos postos, que atuam na geração excessiva de efluentes.
A grande representatividade e quantidade de postos no Brasil, torna esta medida mais importante, visto que, tende a reduzir o nível de degradação e desperdício, frequente em suas atividades. E possibilitar assim, o alcance de um desenvolvimento equilibrado e, consequentemente, sustentável. A gestão de resíduos líquidos nos postos não apenas garante o manejo adequado e efetivo dos efluentes, como, também, visa reduzir níveis de desperdícios, uma vez que, uma de suas principais metas é estabelecer o reaproveitamento de resíduos (por exemplo, do óleo lubrificante). R. Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: Almeida Cabral, 2012, 220 p. AMORIM, A. S. gov. br/arquivos/central-conteudos/anuario-estatistico/2019/anuario-2019-texto-secao-1. pdf>. Acesso em: 21 de junho 2020. ARAÚJO, G. In: Congresso Online, 3, 2006.
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