EMPODERAMENTO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE DE DASSA-ZOUMÉ: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Geografia
Com o título “Empoderamento no processo de desenvolvimento da comunidade de Dassa-Zoumé: uma proposta metodológica” tem no seu desenvolvimento a contextualização do local, a forma de pesquisa, descrição de alguns agentes envolvidos no processo de empoderamento e a forma de análise dos resultados obtidos e uma conclusão sobre o que foi relatado no decorrer deste texto. CONTEXTUALIZAÇÃO Em pesquisa quando se envolve comunidades ou seres humanos é preciso previamente obter o entendimento de que mesmo estando estes grupos delimitados por fronteiras geopolíticas, eles possuem características próprias, particulares que podem ou não os diferenciar de outros grupos que juntamente mente com eles, compõem os limites oficiais do que seria denominado como cidade, região ou país. Para Gupta e Ferguson (2000) os territórios geográficos podem ser ocupados por culturas multifacetadas e assim ao analisar grupos pode se ter a delimitação do espaço como referência, mas é preciso quando se faz uma ação analítica, estar ciente de que as diferenças culturais, sociais se sobrepõem sobre as delimitações espaciais e que estas devem ser consideradas com reservas frente as composições multiculturais que irão se sobrepor a qualquer limite geográfico determinado por fatores políticos principalmente.
Assim comporta-se Benin, um pequeno país situado ao oeste do continente africano. Suas fronteiras se divisam com Burkina Faso, Níger, Nígeria e Togo. • Religião: Crenças tradicionais 51,4%, cristianismo 28% (católicos 20,8%, outros 7,2%), islamismo 20%, sem religião e ateísmo 0,3%, outras 0,3%. • População: 8. habitantes. Homens: 4. Mulheres: • 4. Moeda: Franco CFA. • Produto Interno Bruto (PIB): 5. milhões de US$. PIB per capita: 618 de US$. • Relações exteriores: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, UA. Benin, como membro da Autoridade da Bacia do Níger, coopera com outros estados ribeirinhos do rio Níger no planejamento do uso e desenvolvimento do rio para a pesca, o transporte, o controle do solo e a hidroeletricidade. A Organização Commune Bénin-Niger regula os problemas comuns de transporte e comunicação. Benin tornou-se membro da Associação dos Produtores de Petróleos Africanos em 1987.
O país é parte do Movimento de Países Não-Alinhados e da Organização para a Proibição de Armas Químicas. Na cooperação ambiental, o Benim faz parte da Convenção de Basileia, da Convenção sobre a Diversidade Biológica, da Ramsar, da CITES, do Protocolo de Quioto, do Protocolo de Montreal, da MARPOL, do Tratado de Proibição de Testes Nucleares e da das Convenções das Nações Unidas sobre o Direito do Mar , Mudança Climática e Desertificação. ROSO; ROMANINI, 2014) Assim, além de um resgate cultural na citada comunidade, é preciso uma recuperação histórica de forma ampla, e também ter a percepção que esta comunidade, como o restante do planeta, já não se desenvolvem de forma isolada, apesar das grandes diferenças que apresentam, tanto economicamente ou culturalmente.
Assim é preciso um novo posicionamento no tocante a auxiliar a comunidade e uma reinvenção das formas de agir em relação às ações humanitárias ou qualquer tipo de auxílio à comunidade aqui estudada. Este trabalho se direcionou para a comunidade de Dassa-Zoumé por suas características únicas, históricas e atuais. Dominado pela França, o país foi transformado em uma “cópia” do colonizador, idioma, costumes, religião, mas ao mesmo tempo, explorado em todas as suas facetas, das riquezas naturais à cultura e recursos humanos. Assim, depois de um período de exploração intensa, o país é “libertado” por conta dos novos rumos tomados no século XX pelas políticas colonialistas que tiveram que abrir mão dos países dominados, mas que os deixaram sob o flagelo de uma nação saqueada sistematicamente.
Dassa-Zoumé fica quase no centro do país e passa por sérios problemas sociais, econômicos, humanitários e ambientais. Em documento, Scharadac (2013) relata que Dassa-Zoumé e seu entorno tem como problema o fornecimento e a qualidade da água, que consequentemente transmite às pessoas, doenças que transformam esta contaminação em um círculo vicioso. Também relata que a Companhia Nacional de Água não fornece água suficiente e quando o faz, de forma escassa e economicamente inviável para a população. O empoderamento para esta comunidade, em específico, significa vida! Desde o mais elementar: água, saúde, educação e recursos econômicos. Já um exemplo de como um centro de tratamento de hanseníase foram transformados em centros primários de saúde, podendo atender toda a população pode se transformar num lugar para todo o povo, segundo a publicação Lepra, aprender com os êxitos, da Organização Mundial da Saúde (LEPRA, 2001).
E, voltando ao memorando – e toda a problemática da água, porque sem este elemento ou ele contaminado, não há saúde, não há produção, não há possibilidade de vida – a SOS Children tomou as iniciativas necessárias e aqui está o resultado de uma ação pontual da Instituição frente aos problemas de Dassa-Zoumé: Quando a SOS Children’s Village Dassa-Zoumé iniciou suas atividades na cidade em 2005, existia um aumento dos problemas com a água porque não só para as crianças da comunidade, mas também os outros moradores podiam optar pela água potável sem tarifas do aguilhão de água feito na vila das crianças atendidas. Entretanto, em relação à água havia muitas preocupações. Algumas crianças foram acometidas de doenças ao beber da água porque esta não estava totalmente livre de bactérias.
Felizmente a COMFORT, uma empresa suição ofereceu uma usina de tratamento de água que nunca tinha sido vista em Benin, para a SOS Children’s Village Dassa- Zoumé. O diretor da SOS Children’s Village Benin inaugurou o usina de tratamento de água em 7 de maio de 2012. A Cartilha “PRINCÍPIOS DE EMPODERAMENTO DAS MULHERES” traz sugestões que podem ser implantadas em comunidades como Dassa-Zoumé e seu entorno, já que trata de buscar alternativas para diversas situações, a seguir serão reproduzidos os tópicos afins com esta comunidade: • Construir economias fortes; • Estabelecer sociedades mais estáveis e justas; • Atingir os objetivos de desenvolvimento, sustentabilidade e direitos humanos internacionalmente reconhecidos; • Melhorar a qualidade de vida para as mulheres, homens, famílias e comunidades; e • Impulsionar as operações e as metas dos negócios.
Esta receita encaixa-se em qualquer economia que precise de auxílio para se levantar, para dar condições mínimas de sobrevivência e dignidade humana aos seus habitantes para que se tornem cidadãos plenos de direitos em relação ao ambiente em que vivem. Simples seria se governantes entendessem que quanto mais evoluída e plena em sua cidadania a população estiver, mais fácil será para que este faça de seu país um local ideal para se viver. A pesquisa científica, fruto deste trabalho tem suma importância como agregador de conhecimentos sobre realidades distintas e peculiar em que está inserido o grupo a ser pesquisado. É de grande responsabilidade a organização, não somente do material pós pesquisa, mas também da obtenção de dados que permitam uma perfeita elaboração do plano de trabalho a ser desenvolvido.
É um trabalho árduo, rigoroso e metódico, que cobra do pesquisador muita disciplina e seriedade (ARISTIDES, 2014). Esta pesquisa que se delineia como qualitativa, buscando levantar ações que interfiram na realidade de uma comunidade, a qual deve ser vista com muita seriedade e também critérios necessários para que se entendam as respostas. Delimitação da pesquisa Ao buscar informações sobre a atuação da SOS Children em Dassa-Zoumé, precisou delimitar qual tipo de pesquisa seria realizada, por razão de se procurar respostas o mais próximo da realidade e seus resultados, optou por entrevistas, que seriam desenvolvidas com os agentes da SOS Children, vinculados de forma direta (atuando no local) ou de indireta (administrativos, mas que teriam informações relevantes) e da própria população atendida, crianças e/ou seus familiares para saber como estavam as mudanças da qualidade de vida ali implantada pela instituição.
Pode-se estabelecer, neste caso, um grupo focal que estaria apto da dar respostas aos questionamentos sobre de como as ações da SOS Children estaria beneficiando não somente a infância local, mas também todos os envolvidos, pais, professores, famílias acolhedoras. Assim, como foco nestes grupos, poderão ser elaboradas as questões para que o máximo de informações seja obtido a partir da pesquisa, a definição de grupos focais permite que o direcionamento de questões seja o mais abrangente possível no tocante ao assunto. As entrevistas serão tanto individuais, quanto em grupo, uma vez que no caso de agentes administrativos da SOS Children, com informações mais de caráter técnico não há necessidade de estarem juntos, mas no caso de agentes de campo e população, as entrevistas serão em grupo, onde poderão ser analisadas, além das respostas, as reações e sua interação.
Ainda, segundo Colognese AS, Melo JLB (1998) a entrevista individual é considerada a forma mais comum de entrevista, onde isoladamente o indivíduo responde a questões e as informações são registradas, já na entrevista grupal, além de questões, é possível se lançar um tema, e da discussão, o pesquisador tirar as informações pertinentes a sua pesquisa. Neste caso, a opção foi a de realizar entrevistas semi-estruturadas, com a combinação de perguntas abertas e outras fechadas para que ao mesmo tempo se tenha uma coleta sistemática de dados, possa também se dar ao entrevistado, a possibilidade de emitir opiniões ou desdobrar um pouco mais as informações sobre o local. E é por meio das entrevistas semi-estruturadas e sua combinação de perguntas abertas e fechadas que o entrevistado tem a possibilidade de responder à questão sobre o tema proposto e acrescentar quaisquer que sejam as informações adicionais que possam complementar o assunto e não havia sido percebido pelo entrevistador.
Abre-se se também ao pesquisador, a possibilidade de inserir novas questões quando necessário para que o assunto seja esclarecido de forma completa e possibilite que os objetivos da pesquisa sejam alcançados de forma plena. Não lhe roubaram apenas os bens, mas também a liberdade, durante a época. No campo da pesquisa em geografia, torna-se um importante trabalho porque pode ir além das estatísticas, ou seja, estabelecer a realidade, não somente com números, mas com as ações da entidade e como a população se encontra. Este tipo de pesquisa, que envolve questões em que os personagens as respondam, e junto trazem sua percepção do que realmente acontece, dão uma visão muito mais ampla do que está acontecendo no local ou comunidade pesquisada.
Por ser abrangente e se perder pelo volume de informações que pode receber para ser analisado, o pesquisador precisa estar atento à delimitação do objeto da pesquisa, da metodologia, da análise dos dados. Assim podendo levantar um panorama em que possa não só visualizar dados estatísticos, mas também uma imagem social, econômica, cultural, entre outras características do local. REFERÊNCIAS ANDRADE, Ana Luíza Mello Santiago de. Colonização francesa na África. Disponível em: <https://www. infoescola. com/historia/colonizacao-francesa-na-africa/>. abr. BONI, Valdete; QUARESMA, Silvia Junqueira. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC. Vol. p. DB-CITY. COM: Dassa-Zoumé. Dassa-Zoumé. Disponível em: <http://pt. Anais do VII SEU. Viçosa: Ufv, 2009.
p. FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. Benin"; Brasil Escola. ed. Farmington Hills: Thomson Gale, 2007. p. GIBBS, Graham. Analise de dados qualitativos: Coleção Pesquisa Qualitativa. p. Mar. Abr. GUPTA, Akhil; FERGUSON, James. Mais além da cultura: espaço, identidade e política da diferença. wikimedia. org/wikipedia/commons/thumb/f/f1/Africa_map_regions. svg/1200px- Africa_map_regions. svg. png>. In: SEMINÁRIO DE PESQUISA DO OESTE DO PARANÁ, 1. Cascavel. Artigo. Cascavel: Universidade Oeste do Paraná, 1991. p. jun. SANTOS, Milton. Sociedade e Espaço: formação social como teoria e como método. In: PINTO, J. M. Dassa-Zoumé. Disponível em: <https://www. sos-childrensvillages. org/where-we-help/africa/benin/dassa-zoume>. Acesso em: 02 fev.
86 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto
Apenas no StudyBank
Modelo original
Para download
Documentos semelhantes