CURRÍCULO REFERENCIAL DE MURIAÉ

Considerando-se a necessidade de delimitar um foco, partiu-se para o “Currículo Referencial do Ensino Fundamental”. O estudo partiu de uma legislação que dá origem e legaliza o trabalho desenvolvido por professores, pedagogos, pesquisadores e estudiosos da educação do Município de Muriaé passando por toda sua estrutura, objetivos e aplicabilidade. Com o intuito de dar um encadeamento a importância do referido currículo, realizou-se uma descrição dos principais elementos e tributos pertinentes aos currículos, em um primeiro momento de forma geral e na sequencia afunilando para o “Currículo Referencial do Município de Muriaé-MG”. Dessa forma, acredita-se ter-se demonstrado os cuidados que o poder público municipal de Muriaé tem para com a qualidade dos saberes para seus educandos. Palavras Chave: Currículo Referencial.

Elementary School. Flexibility. Contextualization of Competencies. Introdução A Constituição Federal de 1988 define a educação como um direito de todos e dever do Estado e da família, tendo como um dos princípios a igualdade de condições para o acesso ao ensino todas as pessoas independentemente de gênero, etnias ou qualquer tipo de deficiência física ou mental. O espaço da escola na sociedade moderna se apresenta de forma muito diferente de épocas passadas sofre influencias das condições socioeconômicas das comunidades nas quais estão inseridos. Assim, é preciso que se conheça muito bem não apenas o que se deseja ensinar, mas sim, ter conhecimento dos valores culturais da sociedade em questão e avaliar os impactos que as decisões tomadas possam causar nos indivíduos em formação.

Com esse cenário, partiu-se para uma abordagem do Currículo Referencial do Município de Muriaé, MG, o qual servirá de base para exemplificar-se a importância desse documento, o cuidado e presteza que os especialistas desse município dedicaram em sua construção, cuja aplicação na rede pública veio somar a um ensino de qualidade. A Educação Básica A Educação Básica escolar no Brasil se constitui de três etapas: a “Educação Infantil” (de 0-5 anos), o “Ensino Fundamental” (de 6-14 anos) e o “Ensino Médio” (de 15-17 anos). Cada uma delas possui objetivos particularidades e as mais diversas formas de organização. Ao longo da sua trajetória escolar, o aluno recebe a formação comum fundamental para o desenvolvimento da pessoa e o exercício da cidadania.

Somente no final do século XIX e início do século XX é o movimento da “Escola Nova” ganha força ao apoiar a teoria curricular sob a ótica das experiências de vida do estudante (JONNAERT; ETTAYEBI; DEFISE, 2010). Os autores elencam os seguintes Tipos de currículos: a) corrente francófona -voltada à uma educação mais tecnicista e alinhada à ideia da fragmentação dos saberes, cujos objetivos são específicos de cada um; b) corrente anglófona, de natureza escolanovista, trata o programa de ensino como parte do currículo, que é flexibilizado e adaptado para que haja integração entre os saberes e práticas sociais, valores, cultura entre outras. Os objetivos são engajados em prol de um currículo que contemple o todo, e não apenas uma de suas partes.

Os autores complementam afirmando que “a flexibilidade de um currículo é um dos elementos importantes de um sistema educativo se há interesse em que ele possa se adaptar às necessidades da sociedade em matéria de educação” (JONNAERT; ETTAYEBI; DEFISE, 2010, p. Desta forma consegue-se perceber a importância do “Currículo Referencial” porque ele vai dinamizar e atualizar constantemente os saberes, e não os deixar submetidos a um plano de ensino e com um currículo pronto e acabado, com um conteúdo engessado. Amorim, Souza e Trópia (2009, p. complementam a contextualização como a forma de relacionar meio de relacionar: [. a teoria estudada em sala de aula com as vivenciadas no dia-a-dia do aluno”, sendo então uma forma de permitir a visualização e a aplicação dos conhecimentos e, ao mesmo tempo, compreender a sua origem.

Essa ligação entre interdisciplinaridade, transversalidade e contextualização são compreendidas como fatores integrados a um mesmo processo, em que “a contextualização e a interdisciplinaridade são explicitadas como eixos complementares ao fazer pedagógico, necessário para a discussão e transformação da sociedade (AMORIM; SOUZA; TRÓPIA, 2009, p. Nessa discussão, para melhor entendimento e complemento de toda a importância e função do currículo referencial Jonnaerta, Ettayebi e Deise (2010) apresentam um conceito amplo de competência, no qual sinalizam que ela está relacionada a três lógicas: curricular, construída e atuacionista. O “Currículo Referencial de Muriaé”, como documento que se fará presente no dia a dia dos alunos prevê também a valorização e autonomia pedagógica de identidade e a diversidade desse município.

As 10 competências do currículo referencial de Muriaé 3. Competências 1. Conhecimento – Visa o entendimento da realidade e se propõe a desenvolver um continuo aprendizado de forma a contribuir sempre com a construção de um ensino de qualidade 2. Pensamento científico – Investigar sempre as causas em questão para a sociedade; propiciar a elaboração e teste de hipóteses; através de atividades práticas simular problemas e suas possíveis soluções. Avaliação Segundo a LDB número 9394/96 avaliações da aprendizagem possui uma natureza cuja qualitativa, é cumulativa e ao mesmo tempo mediadora diagnóstica e de interação entre professor alunos e objetos de conhecimento. A atividade de avaliação é inerente ao ensino e possui uma abrangência que permite a escola a definição com antecedência das ações educativas a serem implementadas, sempre levando em consideração as prioridades a serem alcançadas ao longo do processo.

Ao professor cabe na pratica cotidiana constituir elementos de reflexão instrumentos que possam desenvolver suas ações de planejamento e elaboração das atividades de ensino. Já para o aluno compete ser o reconhecimento consciente do processo de aprendizagem considerando a conquistas já alcançadas as dificuldades que precisam ser superadas e as possibilidades de aprimoramento deste processo. A avaliação no ensino fundamental se constitui em um dos dispositivos legais utilizados pela escola para diagnosticar, acompanhar e intervir pedagogicamente no processo de aprendizagem, expressando com clareza o que se espera dos alunos em relação ao seu aprendizado. Luckesi (2002), garante que a forma como se avalia é crucial para a concretização do projeto educacional. O autor complementa afirmando que ela dá o tom aos alunos do que a escola e o professor valorizam (LUCKESI, 2002).

Resultados e discussão Ao publicar o documento “Currículo Referência” da Rede Municipal de Muriaé-MG, a Secretaria Municipal de Educação, manifesta sua expectativa de que esse novo currículo possa contribuir com as habilidades e orientações pedagógicas na aprendizagem dos alunos da educação infantil No que tange a elaboração do documento a proposta apresentada foi amplamente discutida e traz uma ótima estrutura, com conteúdos que permitem uma qualidade de ensino a todos, independente das diversidades individuais. A reformulação trouxe um currículo, desfragmentado e flexível de forma a garantir uma constante atualização de acordo com os avanços tecnológicos. A contextualização apresentada está em perfeita conformidade com os parâmetros curriculares nacionais (PCN) e PCNEM o que permite uma ampla abordagem das competências e sua relação com as disciplinas.

In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 7. Florianópolis. Anais. Disponível em:< www. posgrad. br> Acesso em: 10. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. educacao. mg. Disponível em: Acesso em: 12 fev. FAZENDA, I. Interdisciplinaridade-transdisciplinaridade: visões culturais e epistemológicas. In: FAZENDA, I. Org. DEFISE, R. Currículo e competências. Porto Alegre: Artmed, 2010. LUCKESI, C. C.