Cultura como meio de formação social
Por intermédio dos aspectos anteriormente citados, sabe-se que a cultura, além de preservar tradições, é capaz de integrar outras culturas, influenciando na formação e na identidade cultural de cada ser humano. É possível ressaltar, primeiramente, que a cultura social pode ser aprimorada e abrangida por meio da educação, por meio do ensino e aprendizagem. Por estarmos inclusos em um país cuja diversidade é ampla é indiscutível a existência e valorização de diferentes culturas, sem denominar como superior uma ou outra. Contudo, vale ressaltar, que, em decorrência da segregação socioeconômica e socioespacial, a valorização de determinadas culturas acabam por serem desprezadas, visando somente aquelas que integram a alta classe social. A globalização é algo que se faz presente hodiernamente, por conseguinte esta acaba por orientar a cultura de cada povo, relacionando cultura com arte, voltando para o campo educacional.
Em decorrência dessa ampliação o que deveria promover um avanço e maior acessibilidade voltada aos meios culturais, acabaram por não ter o impacto mencionado. Referente aos hábitos culturais dos paulistas, ainda que exista um esforço a fim de promover informações, existe uma gama de indivíduos que não possuem esse acesso, gerando assim, além de problemas sociais, problemas intelectuais, uma vez que há a ausência de estímulos para transformarem seus pensamentos em algo mais crítico. É indiscutível o fato de que o consumo cultural é um maio de formação social dos indivíduos, logo esta tem grande influência na vida dos cidadãos. Costumes, música, arte e o modo de agir são parte da cultura e precisam ser preservados.
Com isso é notório que a herança é aglomerada ao longo dos anos e transmitida por entre as gerações, por meio da adaptação dos elementos culturais cujo fator é cumulativo. No que concerne ao teatro, pelo menos, 28% não tiveram a oportunidade de ir a um teatro. Referente as exposições e manifestações culturais artísticas, são as menos procuradas, essas são marcadas por dados alarmantes em que apenas 14% frequentam exposições. Dentro do âmbito musical é marcada por sertanejo seguido de MPB. Quando abordado acerca da quantidade de livros lidos nos últimos 6 meses, o resultado não é animador, visto que 58% dos entrevistados não leram nenhum livro no período mencionado. Nesse viés, os referentes dados estatísticos foram retirados de uma pesquisa realizada pelo SESC.
Ainda acerca dessa cultura, convém ressaltar que lugares cujo poder de consumo é menor, não entram em questão, haja vista que esses não geram lucros para o Estado. Tal entrave está intrínseco à várias cidades, entre as quais pode-se citar a cidade de São Paulo, visto que nesta há uma grande discrepância no que concerne ao consumo cultural e distribuição de renda. Análogo ao problema supracitado faz-se o pensamento do filósofo Jean Jacques Rousseau, visto que, para ele, a propriedade privada foi responsável por introduzir a desigualdade social no mundo. “A propriedade privada introduz a desigualdade entre os homens, a diferença entre o rico e o pobre, o poderoso e o fraco, o senhor e o escravo, até a predominância do mais forte.
O homem é corrompido pelo poder e esmagado pela violência. No que concerne as atividades culturais, sabese que, por mais que existam programas que permitam o acesso cultural àqueles cuja renda é considerada baixa, aquelas não podem ser comparadas aos privados, voltados para a alta classe social. Com isso é possível perceber que o meio geográfico ou também conhecido como meio físico é o principal responsável por estimular ou não o consumo em questão, visto que o meio comportamental é resultante da interpretação e percepção do indivíduo com o meio geográfico. “A construção estatística das práticas culturais, de sua intensidade, do perfil socioeconômico dos praticantes e depois a sua interpretação cruzada, aqui especialmente a partir de grupos de renda, permite a percepção não apenas da frequência, mas também da distribuição e da desigualdade de acesso.
Também é possível construir a interpretação da desigualdade de acesso no território das cidades e entre elas, o que, por definição, também se estrutura pelas propriedades da história e do dinamismo socioeconômico. Frederico Barbosa Referente ao acesso cultural dos paulistanos, é necessário salientar que, em uma pesquisa denominada “Viver em São Paulo: Cultura na Cidade”, realizada pela Rede Nossa São Paulo, em 9 de abril de 2019 1, é revelado que, apesar do grande número de atividades culturais presentes, quase 1/3 dos municípios não frequentam esses espaços e atividades. Visto que o nível de escolaridade interfere de maneira direta ao acesso cultural de cada indivíduo, pode-se citar o sociólogo francês Pierre Bourdieu, uma vez que ele detectou mecanismos de dominação e reprodução de valores, entre os quais pode ser citado o sistema educacional.
Em seu livro “A reprodução”, foi retratado que o sistema escolar tem uma função transformadora, contudo este reproduz e reforça as desigualdades sociais, visto que a aprendizagem formal é percebida como caráter de classe que vai além da organização pedagógica se expandindo para a preparação do futuro dos alunos que frequentam as escolas. Nessa senda, conclui-se que o conceito denominado de capital cultural é outra expressão muito importante referente ao capital, precedido apenas do capital econômico cuja detenção é tida pelos agentes sociais, em síntese ainda que englobe a educação, não se limitará a essa. “Em um universo em que ainda é bastante precária a aquisição de ferramentas básicas para a inserção qualificada dos cidadãos na sociedade – como a leitura, a escrita e a capacidade de fazer contas –, seria imprudente esperar resultados muito melhores da formação cultural que é oferecida hoje aos cerca de 50 milhões de crianças e jovens que frequentam o sistema de ensino brasileiro.
” Fernando Rossetti A teoria em questão é baseada em conceitos que incluem habitus e capital cultural, ambos criados por Bourdieu. Dentre os quais é importante ressaltar que os hábitos culturais dos paulistas são definidos da seguinte forma: as mulheres são maioria nessa atividade, assim como classe social B e C e a maioria ainda cursam o ensino médio. Ainda acerca da dominância que os nichos exercem sobre aqueles que o habitam faz-se importante citar a educação, haja vista que o capital apreendido nesta se volta para a parte cultural da situação, por intermédio de conhecimentos, livros, entre outros. Sendo assim, para Bourdieu, a escola é o espaço responsável pela reprodução das estruturas sociais e pela transferência de conhecimento entre as gerações, já que o último citado é entendido como um legado econômico que é transformado em capital cultural.
Logo é necessário indagar: se existem tantas escolas, ainda que sejam públicas, ainda há essa discrepância exacerbada referente ao capital cultural? A principal diferença que envolve os alunos está relacionada ao desempenho dos estudantes em sala, haja vista o fato de possuírem ou não mais recursos para reforçar e salientar seus aprendizados. Os ensinamentos recebidos pelos familiares são levados e julgados na escola, ora pelo conhecimento ora habilidade em manter uma comunicação arrojada frente aos demais colegas e professores. Nesse sentido, o que será visto na escola levará o cidadão a esse arbitrário, contudo, ao expor somente uma classe, há a possibilidade de esquecer outras. Bourdieu afirma que a cultura legítima não representa outra coisa, salvo o arbitrário cultural dominante, uma vez que esse desconhece todos os outros.
Ainda referente ao pensamento do filósofo em questão, a escola é vista como a instituição responsável pela formação social do aluno, visto que essa trabalhará em cima da educação formal deste. Ao tratar dessa instituição, há a conformidade com a reprodução social, haja vista o fato de que essa se tornará eficiente ao conceder a aparência natural aos seus discursos e práticas voltados para o meio cultural. Com isso, sabe-se que Bourdieu acredito que o trabalho pedagógico, por meio da ética e da lógica, afasta o desconhecimento acerca das limitações aplicadas a esse assunto. Com isso é de extrema importância analisar como a cultura se comporta e qual é a sua importância na aprendizagem e formação crítica dos cidadãos, visto que essas apresentam dados benéficos acerca dos fornecimentos ao processo educacional e, posteriormente, social.
Posto isso, é possível concluir que sua importância precede a investigação de campo realizada em âmbitos escolares ou com professores de disciplinas relacionadas ao assunto em questão. Com isso, é indubitável o fato de que, para estudar como a cultura se comporta no meio de formação social, especialmente na cidade de São Paulo, é necessário compreender que esta advém, principalmente, do íntimo pessoal e do que lhe é ministrado nas escolas. Candau (2003) acredita que a cultura é algo diversificado, que está sempre em constante movimento e transformação, incluindo processos de criação e recriação. Em síntese, a cultura é um elemento diligente na vida de todos os cidadãos e é manifestada a partir de sua forma de se comportar, haja vista que todo e qualquer cidadão é propagador de cultura.
Em vista disso, o ambiente escolar é, além de um lugar voltado para a educação, uma instituição cultural, em que existem diferentes grupos sociais que não devem ser desprezados pelos professores e pela equipe pedagógica mas, sim, valorizado por meio de debates e discussões a fim de que as culturas não tradicionais tenham seu reconhecimento voltadas para sua ideologia e forma de ser. Nessa senda, faz-se necessário um olhar diferenciado para aqueles que não possuem a mesma oportunidade de alguém cuja classe social é mais elevada. De modo à criar projetos que sejam capazes de trazer benefícios, aprimorar seus conhecimentos e transformá-los em cidadãos mais críticos, independente do lugar em que vivem ou da comunidade a qual estão inseridos.
A cultura tem um importante papel quanto ao processo de aprendizagem, visto que essa é capaz de sustentar o processo educacional por inteiro, na intenção de formar um cidadão crítico e detentor de conhecimento acerca de sua origem cultural. A partir desse fato é necessário debater acerca das diferentes culturas presentes em escolas, salas de aulas, bairros, entre outros. Contudo, não pode ser esquecido o papel do professor nessa atividade, uma vez que esse será o responsável por preparar a maneira como serão apresentadas maneiras de como lidar com as diferentes pessoas e culturas. Com isso, a construção de novas metodologias e novas maneiras de se viver, baseando na existência da multiculturalidade, ainda que não seja algo de fácil execução, é necessária.
Posto isso, para os professores e para os exemplos no meio social, é necessária a adoção de uma nova postura, novos saberes, novos objetivos, estratégias e assuntos. Dessa forma, haverá a incorporação cultural no processo de aprendizagem e na vida cotidiana dos cidadãos, no entanto, vale ressaltar que é necessário um preparo, especialmente referente ao corpo docente, para lidar com o desafio em questão. Nessa senda, após uma pesquisa realizada na cidade de São Paulo, constatou que 80% dos entrevistados afirmam que a cultura influencia no processo de aprendizagem ao passo que, apenas 20% acreditam que cultura e educação são vertentes que necessitam serem trabalhadas separadamente. A dificuldade do acesso à cultura consiste no fato de que a desigualdade social é uma reprodução intrínseca a vida dos seres humanos, posto isso sabe-se que a escola, tal qual o meio no qual os estudantes estão inseridos, é responsável por introduzir o acesso cultural.
Ainda que a definição de cultura aponte esta para aspectos presentes no cotidiano pessoal, existe uma discrepância exorbitante voltada para como são retratadas e utilizadas. Sabe-se, portanto, que os conceitos históricos são aspectos fundamentais para que haja a melhor compreensão de como cada cultura é imposta em diferentes meios. Nessa senda, é necessário ampliar o acesso ao conhecimento e desenvolver modelos que possam servir de referência ou inspiração para políticas públicas são objetivos estratégicos que orientam os programas do Oi Futuro. Em especial, a aposta em iniciativas que contribuam para a reflexão, a pesquisa e a disseminação de metodologias e práticas inovadoras é algo que caracteriza nossos programas. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. WILLIAM, F. Ser humano, cultura e formação social: etnoconhecimento e correlações para formação do sujeito transformador da sociedade. Disponível em: < https://educacaopublica. cecierj. edu. br/artigos/18/5/ser-humano-cultura-eformao-social-etnoconhecimento-e-correlaes-para-formao-do-sujeitotransformador-da-sociedade> Acesso em: 20 de nov. sp. gov. br/> Acesso em: 20 de nov. Análise pesquisa viver em São Paulo: Cultura na cidade. Disponível em: < https://www.
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