CONTRIBUIÇÕES DO TREINAMENTO RESISTIDO NO COMBATE DO ENVELHECIMENTO EM IDOSOS COM SARCOPENIA
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Educação Física
As principais intervenções aplicadas para atenuação do quadro sarpênico são as atividades físicas e os exercícios resistido. Portanto, torna-se estratégico a análise dos benefícios que o treinamento resistido proporciona ao idoso com sarcopenia. Desse modo, com o objetivo de identificar qual a influência dessa modalidade de treinamento sobre a sarcopenia, realizou-se uma revisão narrativa da literatura brasileira atual, identificando por meio de estudos publicados nos últimos 10 anos, que o treinamento resistido constituí uma alternativa positiva para o tratamento de sarcopenia, pois proporciona melhora da força e tônus, e em alguns casos incremento da massa muscular. Palavras-chave: Sarcopenia, envelhecimento, treinamento resistido, força muscular. Introdução O envelhecimento é processo multifatorial e irreversível que acomete os organismos gradativamente com o avanço da idade, provocando alterações em sua estrutura e funcionalidade (CAMARGO; GONZAGA, 2015).
Além disso, a sarcopenia compromete a realização de atividades de autocuidado levando o indivíduo a dependências e institucionalizações (FREITAS, 2015). Os exercícios físicos representam a principal intervenção não medicamentosa para a prevenção e reversão de quadros de sarcopenia, pois possibilitam o desenvolvimento muscular. Além disso, a realização periódica e sistematizada de exercícios é um determinante para assegurar a saúde do idoso (ALLENDORF, 2015). Portanto, devido torna-se estratégico o estudo acerca do treinamento resistido e seu potencial de ação frente ao combate da sarcopenia, visto que se trata de uma doença que acarreta em prejuízos estruturais e funcionais para o idoso, com comprometimento da qualidade de vida do mesmo. Nesta perspectiva, objetiva-se identificar a influência dos treinamentos resistidos no combate ao envelhecimento em idosos com sarcopenia além de determinar se esse modelo de treinamento ocasiona efetivamente a recuperação, integral ou parcial, da massa e força muscular.
Devido a todas as mudanças geradas ao decorrer do tempo, o organismo passa a apresentar comprometimento de suas funções básicas, incluindo alterações na velocidade das reações metabólicas, alterações em estruturas teciduais, diminuição da mobilidade, sobrecarga no mecanismo homeostático, entre outros (NASCIMENTO, 2020). Com isso, o indivíduo pode apresentar déficits na funcionalidade, principalmente quando essas alterações afetam o sistema muscular e motor (MATTOS et al. Desse modo, torna-se estratégico a busca por métodos de avaliação da funcionalidade e qualidade de vida dos idosos, um dos métodos aplicados para tal é a Escala de Funcionamento Físico do Short-Form (SF) 36. A SF-36 corresponde a um questionário composto por 10 itens, que totalizam em 36 perguntas acerca do estado de saúde, funcionalidade e bem estar com base em diferentes níveis de resposta (LANGUARDIA et al.
A figura 1 exemplifica um desses questionamentos e como o mesmo é apresentado para o avaliado. Para avaliação de massa muscular, comumente se utiliza exames indiretos de composição corporal, como o IMC e a bioimpedância, entretanto, estudos recentes recomendam a utilização do método Dual Energy X-Ray Absorptiometry (DXA), por se tratar de um método preciso que identifica não apenas a porção muscular, mas também a quantidade de gordura e o peso ósseo, algo especialmente útil em idosos (ROSSETIN et al, 2016; FONSECA et al. São utilizados também os testes de velocidade usual de caminhada ou teste de caminhada de 6 minutos (Six-Minute Walk) para observar a aptidão aeróbica; o teste Get-up-and-go (TUG) que avalia a força, potência e equilíbrio; ou ainda o teste 8-Foot Up-and-Go (8UG) que trata-se de levantar, ir e voltar, utilizado para analisar velocidade, agilidade e equilíbrio dinâmico com metodologia muito parecida com o teste TUG (PINHEIRO, 2018, p.
Nesta perspectiva, De Paula (2016) explicita que o diagnóstico da sarcopenia deve ser realizado por meio da constatação de baixa massa muscular associado ao menos um critério auxiliar que pode ser baixa força muscular ou baixo desempenho funcional. Desse modo, o autor distingue a sarcopenia em 3 diferentes formas: 1) Pré-sarcopenia, quando for constatada a baixa massa muscular sem presença de outros critérios; 2) Sarcopenia, quando além de baixa massa existe a presença de um critério auxiliar; 3) Sarcopenia grave, quando todos os critérios ocorrem de maneira simultânea. Prevalência Por se tratar de uma doença progressiva com o avanço da idade, a sarcopenia é uma síndrome constantemente verificada em idosos ao redor do mundo. Além disso, a prevalência de sarcopenia entre sedentários pode ocorrer como resultado de sedentarismo ao longo de toda a vida, uma vez que quantidades baixas adquiridas de massa muscular na fase jovem estão relacionadas a uma maior possibilidade da ocorrência de sarcopenia, fragilidade e incapacidade com o avançar da idade (CORDEIRO, 2019).
Nesse sentido, a adesão a um estilo de vida mais ativo bem como a realização de exercícios físicos frequentes contribui para diminuição da perda de massa, e consequentes decorrentes, como a sarcopenia (ALLERDONF et al. Prevenção e tratamento Devido ao forte impacto econômico e social da sarcopenia, torna-se necessário a investigação de intervenções para mitigar ou até mesmo regredir a doença. Nesse sentido, o manejo da sarcopenia inclui alterações no estilo de vida de idoso, principalmente por meio da aquisição de uma dieta equilibrada e da incrementação da atividade física (BERNARDO; AMARAL, 2016; SANTOS, 2018). Além disso, esses dois fatores culminados ao longo da vida, representam os principais fatores preventivos da doença. O protocolo de treinamento foi pautado em duas sessões semanais, cada uma com uma hora de duração.
Após 15 semanas de treinamento os autores verificaram aumento da força muscular devido ao aumento da força de preensão manual de 28,85 kg para 32,41 kg. Além disso, observou-se, por meio de exame de bioimpedância, aumento de 900 gramas valores de massa magra bem como decréscimo da mesma quantidade de gordura. Além disso, Rego et al. por meio da revisão em estudos literários, evidenciaram que exercícios de equilíbrio e resistido contribuem para melhora da marcha em idosos, contribuindo para redução na ocorrência de quedas. Além disso, os exercícios resistidos são indicados para regressão da sarcopenia em diversos grupos de idosas, incluindo aqueles com condições físicas específicas aquém da doença. Bento et al.
realizaram ensaio clínico com 12 pacientes, com faixa etária entre 52 e 77 anos, para determinar a influência do treinamento resistido no tratamento de sarcopenia em pacientes dialíticos. A prescrição do exercício previu a realização de treinamentos anaeróbico intradialítico, duas vezes por semana durante quatro meses. Por meio da análise de bioimpedância e perimetria antes e após o período de treino, os autores demonstraram que o treinamento resistido proporcionou a elevação na força de idosos dialíticos, mas sem alterações na massa muscular. Neste sentido, Santos e Neto (2017) descrevem que a prescrição do treinamento resistido em idosos deve considerar fatores como: A máxima amplitude do movimento durante o exercício sem dor, o tempo total do treinamento, a quantidade de séries e repetições, a carga utilizada e a velocidade de movimentação em cada exercício.
Acerca destes aspectos, O Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) divulgou em 2011 recomendações atualizadas para prescrições de diversas modalidades de treinamentos para adultos e idosos. Em relação ao treinamento resistido a ACSM recomenda: • Treinamento ao menos duas vezes por semana; • Treino deve ser seccionado em cada grupo muscular principal, com variedade de exercícios e equipamentos; • Treinamento com 4 a 6 séries ajuda os adultos a melhorar a força e a potência. • De modo geral, para cada exercício realizar entre 8 a 12 repetições para melhora da força e potência, sendo que em idosos a variação de 10 a 15 repetições melhoram a força; • Adultos e idosos devem esperar pelo menos 48 horas após um treino de força para uma nova sessão; • Sessões de treino com duração média de 40 a 60 minutos, pois períodos maiores contribuem para aumento da desistência.
De modo geral, os estudos apresentados que utilizaram o treinamento resistido no combate a sarcopenia, apresentaram heterogeneidade nos protocolos de treinamento resistido para idosos, contudo, o tempo máximo de cada treino e a quantidade de treinos foi semelhante entre os trabalhos observados, com treinos de uma hora cada distribuídos em 2 ou 3 vezes na semana e duração máxima de 60 minutos. CLOSS, V. E. GOTILEB, M. G. V. R. FRANKLIN, B. R. LAMONTE, M. J. b013e318213fefb BENTO, G. R. F. FITZ, F. F. Act. Port. Nutri. V. p. CAMPOS, M. V. A. MIGUEL, H. SANTOS, D. p. CÂMARA, L. S. BASTOS, C. C. php?pid=S0103-51502012000200021&script=sci_arttext Acesso em 19 de outubro de 2020. CANCELA, D. M. G. O processo de envelhecimento. Rev. Assoc. Med.
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