AUTISMO: DESAFIOS NA APRENDIZAGEM ESCOLAR

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Foi realizado um levantamento de estudos nacionais que abordavam as dificuldades de aprendizado presentes no autismo. A busca foi realizada nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Portal de Periódicos da CAPES. Com base em alguns teóricos foi discutido quais as principais dificuldades de aprendizagem apresentadas pela criança autista, sua inserção no ensino regular e os melhores métodos de ensino para essa população. Segundo a pesquisa realizada, crianças com autismo podem ter problemas ao usar e entender a comunicação não verbal. Isso inclui o uso de gestos, expressões faciais e linguagem corporal, se constituindo um grande desafio para os educadores.

Portanto, há necessidade de se discutir alguns desafios enfrentados pelos educadores no processo de aprendizagem da criança autista e como superá-los. Ao escolher abordar o tema Desafios na Aprendizagem Escolar, dando-se um enfoque no autismo, o presente artigo se propõe a desmitificar algumas crenças referentes a essa e outras necessidades especiais de que a criança com transtornos mentais deve estudar em escolas especializadas e que não poderá aprender em escolas regulares. Constatou-se por meio das pesquisas feitas que é possível haver um aprendizado satisfatório de tais crianças quando há um engajamento de toda comunidade escolar e algumas adaptações no modo de ensinar, visto que tais alunos necessitam de um maior amparo pedagógico e de um planejamento antecipado de estratégias e metodologias que visem facilitar o aprendizado da criança com autismo.

Este artigo abordará tais estratégias e metodologias no decorrer e mostrará que é possível haver um bom resultado quando há união e boa vontade entre todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem. Isto é, quando se leva em conta as características individuais de cada aluno, independentemente de possuir uma patologia ou não. A família enfrenta uma grande dificuldade de comunicação com o autista, visto que, não esboçam reciprocidade nesse processo. Em vez de relacionar-se com outras pessoas, a maioria das crianças autistas preferem ficar sozinhas. Demonstram não gostar de contato físico, evitam o contato visual e usam as pessoas como se fossem ferramentas, sem perceber os sentimentos dos outros. Em casos graves, algumas parecem não fazer distinção entre membros da família e estranhos, parecem viver sozinhos em seu mundo, alheias às pessoas e aos acontecimentos ao seu redor.

O termo “autismo”, da palavra grega autós, com o sentido de “ si próprio”, refere-se a essa qualidade de isolar-se em si mesmo. A maioria acha difícil se comunicar através de gestos, e comumente gritam ou fazem uma cena para sinalizar uma necessidade. Nas décadas de 40, 50 e 60, diversos profissionais caracterizavam o autismo como uma retração emocional numa criança. Aos pais, especialmente às mães, se atribuía a maior parte da culpa pelos problemas da criança. Nos anos 60, iniciou-se a teoria de que o autismo seria resultado de lesão cerebral (embora ainda não se sabia exatamente quais eram). Dessa forma, a ênfase no tratamento do autismo da psicoterapia ficou voltada para a educação. O autista comumente apresentam outras condições associadas, que inclui epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

O funcionamento cerebral e a inteligência funciona de forma não padronizada em crianças com TEA podendo estar com comprometimento profundo a níveis superiores. No que concerne a epidemiologia uma em cada 160 crianças nasce com TEA no mundo. Essa estimativa se apresenta como uma média e uma prevalência que foi relatada em diversos estudos. Por outro lado, algumas pesquisas apontaram que esse número é muito maior e a prevalência do TEA em países de baixa e médio desenvolvimento econômico não é conhecida (OMS, 2017). E quando se tem um diagnóstico, os profissionais enfrentam o desafio de ajudarem os pais a lidarem com a situação. As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas há algumas teorias que tentam explicar a origem do autismo como, por exemplo, a teoria de que a origem esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva e que provavelmente seja de origem genética.

SANTOS (2008) destaca alguns das possíveis causas do autismo: rubéola materna, fenilcetonúria não tratada, encefalite, meningite, tuberosclerose, exposição química, desbalanceamento químico durante o desenvolvimento da criança e predisposição genética. Algumas carcaterísticas dos autistas são: criança é excessivamente calma e sonolenta ou chora sem consolo durante períodos prolongados. O autista não gosta de colo e rejeita aconchego, não aprende a se comunicar com gestos comumente observados na maioria dos bebês como acenar com a mão para cumprimentar ou despedir-se. É através da observação das características dessas crianças que o educador poderá perceber os sinais de um aluno autista, possibilitando que ele o adapte ao contexto escolar, preparando as outras para que possa compreendê-lo.

GAUDERER (1985) também descreve em seus estudos algumas das possíveis causas: Já é comprovado o fato de que o autismo está associado a doenças viróticas, visto que tem sido descrito em pacientes portadores de rubéola congênita, encefalite, sarampo e infecção pelo vírus de inclusão citomegálica (a última envolve estruturas cerebrais profundas, como as dos gânglios de base). Distúrbio cardiorrespiratório perinatal é outra causa possível. A hipóxia pode ocasionar dano a áreas cerebrais específicas (incluindo os gânglios basais), sendo as áreas atingidas diferentes das afetadas em consequência de inóxia. É possível que, em certas circunstâncias, o dano seja menos grave que o encontrado na paralisia cerebral. As comunidades devem ser influenciadas a aceitar a diversidade humana e as diferenças de cada um e realizar um esforço coletivo para que as oportunidades de crescimento sejam uniformizadas, com qualidade, em todas as áreas da vida (CORREIRA, 2014).

O movimento em prol da inclusão dos alunos com deficiência na classe comum, que ocorreu a partir da última década do século XX, vem levantando debates no âmbito escolar, assim como modificações nas políticas e nas práticas dos professores, frente ao aluno com deficiência, entre os quais aqueles que apresentam deficiência intelectual (SANTOS, 2015). A educação inclusiva é resultado de uma educação plural e democrática pois ,a mesma cria uma crise na identidade escolar e dos professores e faz com que ela receba um novo significado para a identidade do aluno. Nesse sentido, a educação inclusiva possui como finalidade abranger todas as crianças independente de apresentar uma deficiência seja física ou mental, assim como deve ser baseada nos valores como ética, justiça e direito ao conhecimento e a formação.

A inclusão se constituí como uma metodologia responsável por proporcionar o direito e a igualdade de oportunidade (ZOLIN, 2012). Quando a escola recebe uma criança autista experimenta um sentimento de preocupação tanto da família quanto da instituição de ensino. Nesse momento devem ser feitos questionamentos da família e corpo docente sobre inclusão pois, a escola irá necessitar de adaptações. Nesse contexto, para que haja inclusão escolar é necessário que todos se comprometam alunos, professores, diretores, pais e comunidade. E para que haja sucesso no processo pedagógico devem ser realizadas alterações no currículo nas disciplinas, promover modificações organizacionais e a utilização de outros recursos e estratégias de ensino (BATTISTI, 2015). O processo de inclusão da criança autista na escola deve estar associada á outras formas de intervenção, como podem ser citados os métodos clínicos e psicoeducacionais que podem ser associados aos pontos positivos do convívio social se constituí como diversas formas de representação de conhecimento e relações, que são de suma importância para que o autista possa sair do mundo isolado no qual ele vive e perceber as vantagens do convívio social (BIANCHI, 2017).

Esse comportamento é logo confundido com falta de educação e limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não sabem reconhecer e identificar as características de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Os profissionais da educação não são preparados para lidar com crianças autistas e a escassez de bibliografias apropriadas dificulta o acesso à informação na área. Santos, 2008, p. SANTOS (2008) destaca que a instituição de ensino possui um papel muito relevante na investigação do diagnóstico por constituir o primeiro lugar de interação social da criança separada de seus familiares. Em 2003, iniciou-se a implementação do Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, que visa o desenvolvimento de sistemas educacionais inclusivos. Esse projeto está em processo de implementação em 144 municípios-polos, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

A inclusão independente de leis ou projetos que a impõem deve caracterizar-se por ser um processo individual, onde cada pessoa tem consciência de seu papel e se esforça em fazer o seu melhor e também de maneira coletiva, pois inclui todos os agentes envolvidos no processo que podem ajudar-se mutuamente e ver estratégias que visem melhorar o ambiente escolar e que um dia ele possa está totalmente inclusivo e não apenas um lugar que tem pessoas diferentes, ignoradas e esquecidas. Toda escola deveria ter os recursos físicos necessários para atender aos alunos que tem necessidades especiais, seja qual fosse sua especialidade. Isso seria o mínimo e o primeiro passo numa longa caminhada rumo à inclusão. Outra dificuldade que influencia no processo de ensino-aprendizagem do autista é a falta de qualificação dos professores de sala de aula, que não sabem como agir mediante a ausência de interação social e comunicação deficiente.

Essa insegurança que esse profissional apresenta é devido a ausência de conhecimento durante sua formação sobre educação especial. Desse forma, para que o processo de inclusão do aluno autista seja alcançado é necessário tanto uma formação incial quanto continuada desses professores (SOUSA, 2015). O processo de aprendizagem das crianças autistas ocorre por meio de associação e apresentam dificuldades em aprender conhecimentos espontâneos adquirido, necessitando assim de um acompanhamento mais específico. Ainda nesse contexto, destaca-se que para o aprendizado da criança autista é importante a observação já que, aprender mais vendo do que ouvindo. Sendo assim, esse método de ensino contribuí de forma significativa para que o educador estabelecer um processo de aprendizagem eficiente e eficaz para o autista. É imprescindível que o professor tenha paciência e compreensão com o aluno autista para permitir seu aprendizado, pois, a mesma possui dificuldade em contato visual e não atende a comandos verbais e até demora um tempo maior para aprender determinada lição.

Porém, isso não ocorre devido a falta de interesse da criança e sim porque o autismo compromete e retarda o processo de aprendizagem, necessitando de muito elogio, motivação e carinho para desenvolver sua inteligência. Estudos posteriores mostraram que o autismo era na verdade um transtorno do desenvolvimento e que a criança com autismo precisava ser estimulada a sair de seu casulo e interagir com o meio social, ao invés de se deixar tal criança à margem com a ideia equivocada de que interferências externas seriam prejudiciais. Essa nova compreensão do autismo e de tantos outros transtornos contribuiu para o desenvolvimento de abordagens clínicas e também educacionais que visavam ajudar essas crianças bem como as famílias a lidarem melhor com o problema.

Além desse existe vários outros aplicativos com essa mesma finalidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se afirmar através da pesquisa bibliográfica apresentada neste artigo, que apesar do autista demonstrar uma barreira para a interação social e para processo de aprendizagem, porém há uma possibilidade de que o autista se torne-se uma pessoa de convívio social que evolui como qualquer indivíduo é dito "normal" ou muito mais quando se descobre sua potencialidade. Para que haja uma compreensão do autismo é necessário que seja estabelecido um diagnóstico precoce, para que ele seja acolhido, aceito e compreendido pela sociedade. As vezes essa identificação não é feita pela família e sim, pela escola, geralmente pelo professor que percebe os sinais clássicos do autismo. É de extrema relevância a divulgação de trabalhos como este, que possam discutir os conceitos e característica do autismo, uma vez que é imprescindível que não apenas o educador, mas toda a sociedade adquira conhecimento sobre esta anomalia com a finalidade acolher, compreender, aceitar e incluir o o autista.

ASSOCIAÇÃO AMERICANADE PSIQUIATRIA. Manual de diagnóstico e estatística de transtornos mentais (dsm - IV). ed. São Paulo: Manole, 1994. Brentani et al. BATTISTI, A. V. HECK, G. M. P. f. Dissertação (Planejamento e Análise de Políticas Públicas). Universidade Estadual de Paulista, França, 2017. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura / Secretaria de Educação Fundamental / Secretaria de Educação Especial. gov. br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12796. htm>. Acessado em 05/01/2020. CORRÊA, M. Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino). Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Campus Medianeira, Medianeira, 2014. COLL, C. MARCHESI, A. PALÁCIOS, J. MARTIM, R. C. O. f. A inclusão de crianças com espectro autista: a percepção do professor. Psic.

v. nº 38, 2017. GAUDERER, E C. Autismo e outros atrasos do Desenvolvimento – Uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais. Narrativas sobre a inclusão de uma criança autista: desafios à prática docente. Educación v. XXVI, N° 50, p. MARTINOTO, L. B. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Folha informativa- Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: <https://www. paho. org/bra/index. et. al. Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006. RAMIRES. P. FABIÃO, R. L. P. et al. R. Práticas de Professores Frente ao Aluno com Deficiência Intelectual em Classe Regular. Rev. Bras. Ed. n. p. jul. dez. SILVEIRA, K. Esp. Marília, v. n. p. Out. Casa do Autista - Brasília: Ministério da Saúde, 2000.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Revista de La Universidad Federal do Rio Grande do Sul. Volume 14. Porto Alegre: UFRGS, 2001, p.

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