ATIVIDADES ARTÍSTICAS E LÚDICAS EM SALA DE AULA COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Tipo de documento:Análise
Área de estudo:Gestão ambiental
Dessa forma, a ludicidade e a arte deve ser usada com o propósito de contribuir para a aprendizagem, e isso exige planejamento e bom preparo por parte do professor. Palavras-chave: Arte. Desenvolvimento infantil. Ensino e aprendizagem. Lúdico. Jogar, brincar, ouvir histórias, manipular materiais diversificados, formular hipóteses, entre tantas outras atividades escolares, são excelentes estratégias de mediação entre o prazer e o conhecimento, servindo como impulsionadores no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que esses proporcionam ao educando momentos de construção do seu conhecimento de forma prazerosa e significativa, uma vez que a criança se sente parte do processo. Pode-se dizer que as atividades artísticas e lúdicas são fundamentais no processo de ensino aprendizagem, tornando-se um potencializador nas diversas áreas do conhecimento.
De acordo com os autores estudados, que se apresentam ao logo desse trabalho, por meio da manipulação de materiais diversos, interligados com momentos lúdicos a criança tende a articular suas próprias experiências com sua herança cultural. Estudos realizados acerca das atividades artísticas e lúdicas, comprovam sua eficácia como instrumento pedagógico e metodológico dentro da sala de aula. Assim se constitui a necessidade de o professor pensar em atividades artísticas e lúdicas como aliadas em sala de aula, pensar em aulas prazerosas e diferenciadas que permitem momentos de aprendizagem significativa. Essa criação e reprodução cultural se manifesta no jeito de ser, nas brincadeiras que criam e recriam, a forma como brincam, as coisas que gostam, etc. Segundo Aguiar et al (2001), devemos compreender que a infância e o conceito que temos sobre a mesma nos dias atuais é uma construção histórica, organizada ao longo de vários séculos.
Portanto, seus significados nem sempre foram os mesmos, uma vez que as modificações que nela ocorreram e ainda ocorrem, são por transformações estruturais e culturais ocorridas na sociedade. AGUIAR et al , 2001, p. De acordo com Arroyo apud Guerra (2006), a infância não é algo estático, sempre igual. Afirmando que: É preciso considerar a infância como uma condição da criança. O conjunto das experiências vividas por elas em diferentes lugares históricos, geográficos e sociais é muito mais do que uma representação dos adultos sobre essa fase da vida. É preciso conhecer as representações de infância e considerar as crianças concretas, localizá-las como produtoras da história. Kuhlmann (2010, p. Ariès, importante historiador francês, foi um dos pioneiros a estudar a infância.
sempre houve várias infâncias, distintas entre si por condição social, por idade, por sexo, pelo lugar onde a criança vivia, pela cultura, pela época, pelas relações com os adultos. Mas também eram diferentes as infâncias dependendo de quem as olhava, de quem as registrava, de quem as comentava, de quem investia nela (MULLER, 2007, p. Percebemos que o olhar para a criança tinha formas variadas, segundo Muller (2007) variava de pessoa para pessoa, o conceito de infância era ditado por grupos sociais, idade, sexo e época. De acordo com o excerto, as infâncias são diversas e podem inclusive, serem organizadas por aspirações sociais, por classes, por faixa etária, etc. No entanto, há que se compreender que esse conceito também está relacionado ao olhar social, por isso, há uma grande tendência em classifica-las a partir de determinantes da cultura.
” (PEREIRA, 2011, p. Em consideração a tais preceitos, afirma-se inda que foi na Idade Média que as “Idades da Vida” começaram a ter uma certa importância. Nas discussões que faz sobre as mudanças na história da infância, Sarmento afirma que: Os séculos XVII e XVIII, que assistem a essas mudanças profundas na sociedade, constituem o período histórico em que a moderna ideia da infância se cristaliza definitivamente, assumindo um caráter distintivo e constituindo-se como referênciadora de um grupo humano que não se caracteriza pela imperfeição, incompletude ou miniaturização do adulto, mas por uma fase própria do desenvolvimento humano (SARMENTO, 2007, p. Foi somente no século XVIII, que começou a atribuir à criança sentimento e pensamentos anteriores à razão, porém estes, deveriam ser impostos pelos adultos, uma vez que ao invés de entenderem esta criança como um sujeito singular, com peculiaridades próprias, pensava-se nelas como páginas em branco que deveriam ser preenchidas e preparadas para a vida adulta.
Esta nova concepção de infância tem origem a partir dos pensamentos de Rousseau, que trouxe um novo olhar sobre a infância afirmando que: Não se conhece a infância; no caminho das falsas idéias que se têm, quanto mais se anda, mais se fica perdido. Pois, apesar do avanço e aparente progresso tecnológico, a humanidade não conseguiu superar o problema que está na origem dos grandes crimes cometidos contra a vida – sejam eles de ordem política, étnica, religiosa, social, sexual – na origem dos genocídios: a dificuldade de aceitar que somos feitos de pluralidade, que somos constituídos na diferença (2000, p. Ao que afirma a autora, nos parece que mesmo que a atual sociedade tenha reconhecido a infância como uma fase da vida, específica das crianças, a violência e a falta de cuidados para o seu desenvolvimento ainda são percebidos, e, inclusive, são propulsores de grande vulnerabilidade social, ou seja, o reconhecimento de infância não está totalmente atrelado ao cuidar e proteger.
Assim, segmentando a elucidação acerca da infância e da violência infantil, continua explicitando que [. é numa realidade violenta, hostil, que não sabe lidar com a diferença, que educamos nossas crianças obrigadas a conviver com chacinas de crianças, mendigos e homossexuais; torturas de presos por policiais; crianças com mãos baleadas por traficantes; métodos disciplinares que violentam os direitos das pessoas; processos visíveis e invisíveis de calar a palavra alheia, eliminando a diferença ou o dissenso. As crianças são educadas com imagens da guerra na Europa, na África e do extermínio progressivo de populações pobres da América Latina, com imagens de crianças matando colegas de escola, neonazistas vitimando gays, negros, judeus. inteligentes, curiosas, animadas, brincalhonas em busca de relacionamentos gratificantes, pois descobertos entendimento, afeto, amor, brincadeira, bom humor e segurança trazem bem estar e felicidade; Tagarelas, desvendando todos os sentidos e significados das múltiplas linguagens de comunicação, por onde a vida se explica; inquietas, pois tudo deve ser descoberto e compreendido, num mundo que é sempre novo a cada manhã; encantadas, fascinadas, solidárias e cooperativas desde que o contexto ao seu redor, e principalmente, nós adultos/educadores, saibamos responder, provocar e apoiar o encantamento, a fascinação, que levam ao conhecimento, à generosidade e à participação (BRASIL, 1998).
Pensando que, o contexto do século XX, foi marcado pelo período da ditadura militar, foi justamente este período histórico que a autora quis relatar em sua obra, uma vez que em um determinado trecho do mesmo, ressalta que “[. há que aprender com a criança a olhar e virar pelo avesso, a subverter, a tocar o tambor no ritmo contrário ao da banda militar, de maneira que as pessoas, em vez de gritar, obedecer ou marchar, comecem a bailar” (KRAMER, 2000, p. Esta diz ainda que a linguagem e a história são dimensões que dão ao sujeito humanidade, e que são as crianças que com seu olhar critico, curioso e aguçado alteram o sentido de uma história. Por tudo isso podemos então: Acreditar que é possível aprender com a experiência – também a contemporânea – pode nos ajudar a abrir espaços concretos de ação (políticos, culturais, sociais, educativos, urbanos) onde, tal como fazem as crianças com paus, gravetos, figurinhas, caixas vazias, pedrinhas, tampas, papéis, destroços, restos, pedaços de coisas, saibamos refazer do lixo, ou melhor, saibamos transformar o lixo que o século XX nos legou em história, em outra história.
Reconhecemos o que é específico da infância: seu poder de imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira entendida como experiência de cultura. Crianças são cidadãs, pessoas detentoras de direitos, que produzem cultura e são nela produzidas. Esse modo de ver as crianças favorece entendê-las e também ver o mundo a partir do seu ponto de vista. A infância, mais que estágio, é categoria da história: existe uma história humana porque o homem tem infância. p. Brincando, jogando, expressando-se através de materiais diversos, desenhos, esculturas, (construções artísticas diversas), a criança conseguirá refletir e descobrir o mundo que a cerca, bem como expressar o que entende deste mundo. Muitos estudiosos, como Rufino (2014), afirmam que as atividades artísticas e lúdicas são a maneira mais eficazes de ensinar e aprender.
Concordamos com esses autores, uma vez que pudemos verificar e confirmar todas essas teorias em nosso cotidiano profissional, onde fomos surpreendidas diversas vezes com enormes talentos, que conseguiam nos convencer de que haviam aprendido o que foi estudado através de uma simples representação artística. Trabalhar com atividades artísticas e lúdicas é algo maravilhoso, algo memorável, pois conseguimos permitir que a criança se expresse a sua maneira e não a maneira que o sistema impõe ser o certo. É fantástico ver a evolução dos pequenos frente a atividades diferentes e prazerosas, uma vez que eles aprendem de forma progressiva, já que estas atividades contribuem no desenvolvimento sócio afetivo e cognitivo. Por isso, a escolha de atividades que correspondam ao nível de desenvolvimento e a faixa etária que cada grupo se encontra, é um dos elementos fundamentais para que haja um retorno satisfatório das crianças com relação as atividades planejadas, no sentido de que o objetivo traçado seja alcançado (RUFINO, 2014, p.
Uma vez que as atividades artísticas e lúdicas oportunizam, contribuem e possibilitam momentos de troca, socialização, experimentação, expressão e envolvimentos mútuos, é preciso que o profissional docente reorganize seus conceitos frente a essas metodologias, para que crie situações e estratégias que realmente funcionem e estimulem a motivação de seus educando, possibilitando a criança um momento de real aprendizado onde ela consiga se expressar tornando-se participativa e envolvida com as atividades propostas, para que estas consigam cumprir seus objetivos propostos. A APLICAÇÃO DE ATIVIDADES ARTÍSTICAS E LÚDICAS EM SALA DE AULA Conforme discutido ao longo deste trabalho, percebemos que a Educação Infantil, é estabelecida em três pilares principais, denominados: brincar, educar e cuidar. Sabendo que as crianças nessa etapa escolar, justamente por terem aspectos particulares como a imaginação, a criatividade, curiosidade e poder de criação e indagação têm a necessidade de estarem inseridas em um ambiente mais lúdico e prático, que possibilite a elas o aprender fazendo e experimentando, onde as atividades artísticas, seja uma constante, é de suma importância que esta venha amparada com uma ação docente que permeie toda sua adequação no espaço do ambiente escolar.
Favorecendo e possibilitando um real aprender brincando, uma vez que possibilita a esta criança a imitação de sua vida real. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil (1998, p. Este documento traz a brincadeira como um meio que auxilia e ajuda a auto-estima das crianças, facilitando a superação das suas aquisições de forma criativa, transformando seus conhecimentos prévios conceitos gerais com os quais brinca. Ou seja, permitir que a criança brinque, é também permitir que elas aprendam de maneira significativa internalizando assim compreensões acerca das coisas, das pessoas, dos sentimentos e emoções, entre tantas outras coisas. Pensar em uma proposta de trabalho artística e lúdica é segundo Costa (2014, p. ”favorecer o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e social da criança”.
O processo educativo escolar oferece ferramentas para perceber a diversidade de possibilidades de escolha e entre essas possibilidades que estaria mais de acordo com os valores e com a visão de mundo de cada um. A educação promove a emancipação do sujeito. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo bibliográfico abordado no presente trabalho nos trouxe o entendimento de que quando a educação acontece de forma prazerosa, recheada de experiências inovadoras para o mundo infantil, ajudando cada criança à encontrar e tomar um lugar no mundo, a vida também se torna mais prazerosa e significativa. Os métodos lúdicos podem proporcionar estímulos mais harmoniosos, sobretudo no ensino da arte. Cabe sim ao professor inovar as suas práticas em sala de aula, propor projetos que as crianças participem diretamente do ensino-aprendizagem.
ARROYO, Miguel Gonzales. O significado da infância. IN: I SIMPÓSIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL. Anais. Brasília: MEC, 1994. Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Parecer CEB 020/2009. Brasília: MEC, 2009. Lei n. de 20 de dezembro de 1996. v. I, II, III. Ministério da Educação. Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Parecer CEB 022/98. Imagens Quebradas. Revista criança do professor de educação infantil. Novembro/ 2006 KRAMER, S. Infância e educação: O necessário caminho de trabalhar contra a barbárie. In: KRAMER, Sônia; LEITE, Maria I. Brasília: FNDE, 2006. KUHLMANN Jr. Moysés. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 2010. Disponível em: https://ria. ufrn.
br/123456789/1000. Acesso em 11 de junho de 2021. ROUSSEAU, Jean-Jacques.
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