Atendimento pré-hospitalar em IAM
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Enfermagem
O atendimento pré-hospitalar em IAM pode se dar de diferentes maneiras e por técnicas diferentes. As técnicas de reperfusão, a utilização de terapias antiplaquetárias, anticoagulantes, as drogas analgésicas, as beta-bloqueadoras e as inibidoras da enzima conversora de angiotesina são alguns exemplos, além do eletrocardiograma e a utilização de desfibriladores em âmbito pré-hospitalar também auxiliam no seu diagnóstico e na melhoria do atendimento ao paciente, aumentando sua rapidez e a eficácia dos tratamentos que poderão ser realizados posteriormente o que, consequentemente, diminui a mortalidade do IAM. Independentemente do tratamento escolhido em casos de IAM, é de extrema relevância que ele ocorra o mais rápido possível, assim que os sintomas se iniciarem, uma vez que a eficácia de diversos tratamentos está diretamente relacionada a extensão e severidade dos danos causados pelo IAM e indiretamente relacionado ao tempo de início do tratamento Palavras-chave: Atendimento pré-hospitalar.
Infarto Agudo do Miocárdio. ABSTRACT Acute Myocardial Infarction (AMI) is a multifactorial cardiovascular disease responsible for the death of millions of people and resulting from irreversible cell damage caused by decreased oxygen availability in cardiac muscle tissue. Com isso, o atendimento pré-hospitalar em IAM é extremamente relevante e é importante que tais métodos sejam bem estabelecidos e padronizados para que sejam realizados de maneira efetiva (4,5). Existem diversas técnicas realizadas comumente no atendimento pré-hospitalar em IAM. Em geral, são técnicas cujo objetivo é limitar a lesão miocárdica e restabelecer sua reperfusão e, consequentemente, reduzir a mortalidade (6). Algumas das opções de tratamentos pré-hospitalares em IAM são as (i) terapias de reperfusão com as técnicas de terapia fibrinolítica e a de intervenção coronariana percutânea; (ii) Terapia antiplaquetária; (iii) Terapia com beta-bloqueadores; (iv) Inibidores de Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) e (v) Terapia com anticoagulantes.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma doença cardiovascular com altos índices de morbidade e mortalidade, que consiste no resultado da síndrome isquêmica e de suas lesões celulares irreversíveis, devido à baixa disponibilidade de oxigênio às células miocárdicas (1,2). Os dados epidemiológicos acerca do Infarto Agudo do Miocárdio no Brasil e no mundo são alarmantes. Somente em 2011, mais de 12 milhões de pessoas foram vítimas fatais do Infarto Agudo do Miocárdio no mundo todo. Tais dados refletem um profundo problema de saúde pública e econômico e, no Brasil, as doenças cardiovasculares foram a terceira maior causa de internações no ano de 2009, ocasionando um gasto anual de 1,9 bilhão de reais, um valor que contribui demasiadamente para o aumento da entropia no Sistema Único de Saúde (SUS) (11) E das doenças da artéria coronária o infarto do miocárdio lidera os óbitos, sendo que 50% das mortes ocorrem na primeira hora de evolução dos sintomas.
O desconhecimento dos sintomas e o consequente retardo na procura de ajuda na emergência pioram o prognóstico (12). Portanto trabalha-se com as questões norteadoras; qual é o papel dos profissionais que prestam atendimento pré-hospitalar a pacientes com quadro clinico de infarto do miocárdio? Quais os fatores interferem na sua atuação ao atender o paciente com suspeita de infarto do miocárdio? A distinção dos sinais e sintomas de infarto do miocárdio de outras emergências cardiovasculares é de extrema relevância, visto que o tempo é um fator determinante e primordial para o prognóstico (12). Os enfermeiros de emergência precisam estar cientes de que os pacientes que estão tendo um evento cardíaco podem apresentar sintomas atípicos como náusea e vômito, falta de respiração, ou geralmente mal-estar.
Da mesma forma, os pacientes que apresentam um evento cardíaco podem se queixar de dor no lado esquerdo do pescoço, mandíbula, ombro ou braço, mas sem dor no peito (3). Não são apresentações incomuns de problemas cardiovasculares, particularmente em pacientes diabéticos, e falha em reconhecer um causa cardíaca pode resultar em possível atraso no tratamento. Os enfermeiros precisam demonstrar não apenas competência e rapidez, mas também empatia e compreensão (3). O atendimento pré-hospitalar consiste na assistência prestada fora do ambiente hospitalar aos pacientes que apresentem quadros agudos de natureza clínica, psiquiátrica e/ou traumática (18). Há também evidências dos benefícios a longo prazo da angioplastia primária sobre a trombólise (2). Desafios do atendimento de emergência O setor de emergência é uma seção transversal da sociedade.
A qualquer momento, pacientes de todas as extremidades do espectro social - de um pessoa muito influente, como um político ou uma figura esportiva para um indivíduo em condições vulneráveis são atendidas e, considerando suas diferentes condições financeiras, intelectuais e psicológicas, consiste em um desafio para o profissional da emergência adequar, dentro do possível, sua abordagem (1,3). Pacientes que sofrem de distúrbios psiquiátricos, comportamentais ou de uso de substâncias são comumente atendidos pelo setor de emergência. Nos Estados Unidos, aproximadamente 8,4 milhões de pessoas sofrem distúrbios de saúde mental ou uso de substâncias, incluindo álcool ou drogas ilícitas e o setor de emergência se tornou cada vez mais a rede de segurança para estes pacientes, os quais frequentemente requerem mais tempo e recursos da equipe e experimentam uma maior duração da permanência no atendimento de emergência, o que pode afetar o fluxo de pacientes e levar à superlotação (1,3,17).
A morte súbita é uma das principais causas de morte nos Estados Unidos e no Canadá. Estima-se que cerca de 250 mil das 330 mil mortes ocorram em situações pré-hospitalares e que uma parte significativa destas mortes ocorram devido à quadros de Infarto Agudo do Miocárdio (18). Portanto, é de extrema importância que manobras de atendimento pré-hospitalar sejam realizadas com qualidade e eficiência, como é o caso do uso dos desfibriladores, o qual otimiza as taxas de sobrevivência das vítimas e garante um tempo-resposta significativamente eficiente (18). Os desfibriladores externos automáticos (DEA) são equipamentos portáteis capazes de analisar a frequência, a amplitude, inclinação e morfologia das ondas do eletrocardiograma de superfície. A partir disso, se identificada a necessidade, é liberado um choque de corrente elétrica de curta duração (18).
No entanto, ficou evidente que pacientes tratados em até 2h a partir do início dos sintomas, quaisquer fossem os tratamentos utilizados, apresentaram taxas de mortalidades significativamente menores (22). Tais resultados sugerem que, embora a escolha do tratamento mais adequado para o quadro daquele paciente específico seja importante, o tempo de atendimento e início do tratamento é de extrema importância e está diretamente relacionada com as taxas de mortalidade em Infarto Agudo do Miocárdio (22). Avaliação da dor e analgesia Outra estratégia no atendimento pré-hospitalar em IAM é a avaliação da dor e analgesia. A dor pode ser considerada uma experiência sensorial desagradável associada a uma lesão tecidual que, no caso do IAM pode ativar vias neuronais de modo prolongado e aumentar as disfunções orgânicas como aumento do trabalho cardíaco, diminuição do suprimento de oxigênio e da perfusão sanguínea, além de aumentar o stress e ansiedade do paciente, aumentando ainda mais seu desconforto (23).
Desta maneira, a melhora da perfusão tissular e a minimização de lesões celulares e alterações fisiológicas relacionadas principalmente com a hipóxia, explicitam a necessidade no tratamento da dor do paciente com IAM em situações pré-hospitalares (23). Terapias Beta-bloqueadoras As terapias com beta-bloqueadoras, embora tenham sido muito recomendadas e utilizadas anteriormente no atendimento pré-hospitalar no IAM, vêm sendo questionada nas últimas décadas devido a preocupação provenientes de alguns estudos, os quais questionam sua eficácia e dificuldade de padronização da dose efetiva e do meio de administração, uma vez que a aplicação deste tipo de droga pode ser realizada de maneira intravenosa ou oral (6). Em relação à dificuldade de estabelecer a dose mínima efetiva concerne no fato de que vários estudos mostram a ampla variedade de tolerância a este tipo de droga em diferentes pacientes (6).
Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) Os inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina, também conhecida como ECA, são capazes de bloquear os efeitos do hormônio Angiotensina II e, consequentemente, promover vasodilatação dos vasos sanguíneos, o que é de extrema relevância em pacientes com IAM (HALL, 2017; CHEN; JIANG, 2009). Terapias Anticoagulantes Nas últimas décadas, o uso de agentes anticoagulantes, como a heparina, a varfarina e o xarelto, têm sido utilizados em cerca de até 75% dos pacientes no atendimento pré-hospitalar em IAM, uma vez que diminuem a formação de trombos (6). O atraso no atendimento em iam e fatores que o influenciam Alguns dos principais fatores que influenciam a mortalidade de pacientes com quadro de Infarto Agudo do Miocárdio são a extensão e severidade das lesões causadas pela doença e o período o qual o paciente permaneceu sem tratamento, uma vez que a efetividade de boa parte dos tratamentos depende diretamente de tais fatores (3).
Os estudos já realizados, de uma maneira geral, evidenciam a importância das terapias de reperfusão e a necessidade do estabelecimento de sistemas de saúde os quais possibilitem este tipo de tratamento sem, no entanto, especificar as metodologias utilizadas para avaliação perante as diversas técnicas possíveis (25). Conclusão O atendimento pré-hospitalar em IAM pode se dar de diferentes maneiras e por técnicas diferentes. As técnicas de reperfusão, a utilização de terapias antiplaquetárias, anticoagulantes, as drogas analgésicoas, as beta-bloqueadoras e as inibidoras da enzima conversora de angiotesina são alguns exemplos. Adicionalmente, o eletrocardiograma e a utilização de desfibriladores em âmbito pré-hospitalar também auxiliam no seu diagnóstico e na melhoria do atendimento ao paciente, aumentando sua rapidez e a eficácia dos tratamentos que poderão ser realizados posteriormente o que, consequentemente, diminui a mortalidade do IAM.
Independentemente do tratamento escolhido em casos de IAM, é de extrema relevância que ele ocorra o mais rápido possível, assim que os sintomas se iniciarem, uma vez que a eficácia de diversos tratamentos está diretamente relacionada a extensão e severidade dos danos causados pelo IAM e indiretamente relacionado ao tempo de início do tratamento. In: Practical Textbook of Cardiac CT and MRI. Springer; 2015. p. Xie L, et al. Factors influencing pre-hospital patient delay in patients with acute myocardial infarction. Anderson JL, et al. A randomized trial of intracoronary streptokinase in the treatment of acute myocardial infarction. N Engl J Med. KANAAN S, HORSTMANN B. Infarto agudo do miocárdio. Antman EM, Fox KM. Guidelines for the diagnosis and management of unstable angina and non-Q-wave myocardial infarction: proposed revisions.
Am Heart J. Carvalho DC, et al. A importância das intervenções de enfermagem ao paciente com infarto agudo do miocárdio. Texto Context Enferm. Costa MPF, et al. Desfibriladores externos automáticos (DEA) no atendimento pré-hospitalar e acesso público à desfibrilação: uma necessidade real. Mundo Saúde. da Silva Brasileiro AL. Eur Heart J. Calil AM. Avaliação da dor e analgesia no atendimento pré-hospitalar em pacientes de trauma. Rev Gaúcha Enferm. Hong K, et al.
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