Pé Diabético: Uma questão de saúde pública

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

RESUMO- O diabetes mellitus É um importante problema de saúde pública, devido a elevadas prevalência e morbimortalidade, além do risco de desenvolvimento de complicações crônicas incapacitantes e do alto custo econômico, gerado pelo tratamento e pela redução da capacidade de trabalho de indivíduos em idade produtiva, o pé diabético um estado fisiopatológico multifacetado, caracterizado por lesões que surgem nos pés de indivíduos com diabetes como consequência de neuropatia em 90% dos casos, de doença vascular periférica e de deformidades, as lesões geralmente decorrem de trauma e se complicam com gangrena e infecção, ocasionadas por falhas no processo de cicatrização as quais podem resultar em amputação, quando não se institui tratamento precoce e adequado.

O trabalho é uma revisão bibliográfica de natureza qualitativa realizado um levantamento nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). O objetivo desse trabalho é aprofundar o estudo e analisar sobre a complicação mais frequente da Diabetes mellitus que é o pé diabético e seu importante problema de saúde pública. Chegou-se a conclusão que os serviços de atenção básica à saúde têm importante papel no controle do pé diabético e devem desempenhar ações estratégicas investimento em medidas preventivas e de promoção à saúde para reduzir as complicações crônicas, como é um problema de saúde pública deve-se investigar os usuários com fatores de risco, é de fundamental importância que as políticas públicas de saúde, particularmente na atenção básica de saúde, priorizem ações multidisciplinares, de modo que o cuidado com os pés dos diabéticos seja contemplado, aliado a um bom controle glicêmico e ao estímulo à prática de exercícios físicos.

PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus. O gasto com as úlceras na fase prodrômica aumenta de 1,5 a 2,4 vezes, se comparado ao dispendido com pessoas sem úlceras, e, quando o problema se instala, este custo eleva-se a 5,4 vezes, duplicando o índice de mortalidade dessas pessoas (RAMSEY SD, NEWTON K, BLOUGH D, MCCULLOCH DK, SANDHU N, REIBER GE et al. As hospitalizações causadas por pé diabético geralmente são prolongadas e recorrentes, exigindo grande número de consultas ambulatoriais e necessidade de cuidado domiciliar (HARRINTONG C, ZAGARI MJ, COREA J, KLITENIC J. O processo de cicatrização das lesões ocorre de seis a 14 semanas, requerendo um período de hospitalização de 30-40 dias, em países desenvolvidos, enquanto, no Brasil, essa média fica em torno de 90 dias (PEDROSA HC, NERY ES, SENA FV, NOVAES C, FELDKIRCHER TC, DIAS MSO ET AL.

Observa-se que 85% dos casos graves que necessitam de hospitalização são causados por úlceras superficiais ou lesões pré-ulcerativas, as quais apresentam diminuição da sensibilidade devido à neuropatia diabética, esses casos estão associados a pequenos traumas originados por uso de calçados impróprios, dermatose comum, manipulações incorretas dos pés ou unhas.  (GROSS JL. Altas concentrações plasmáticas de glicose levam ao desenvolvimento de degenerações crônicas associadas à falência de diversos órgãos, principalmente olhos, rins, coração, nervos e vasos sanguíneos, retratado na imagem 1 (BARBOSA JHP, OLIVEIRA SL, SEARA LT. O DM é classificado em tipo I e II, no tipo I, tem a destruição crônica das células β pancreáticas, por meio de mecanismos autoimunes, mediados por células como linfócitos T e macrófagos, cerca de 70 a 90% das células β já foram destruídas após os primeiros sintomas de hiperglicemia (VOLTARELLI JC, COURI CEB, RODRIGUES MC, MORAES DA, STRACIERI ABPL, PIERONI F, ET.

Já no diabetes tipo II, o principal fenômeno fisiopatológico é a resistência à ação da insulina, diminuindo a captação de glicose em tecidos insulina (FERREIRA LT, SAVIOLLI IH, VALENTI VE, ABREU LC, 2011) Figura 1: Hiperglicemia crônica e suas complicações Fonte: GOOGLE (2020) 2. PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA Independentemente do desenvolvimento econômico, político e social de um país, o DM é um importante e crescente problema de Saúde Pública, sua prevalência, em particular a do tipo II, está aumentando de forma exponencial e é mais encontrada nas faixas etárias avançadas, em face do aumento da expectativa de vida e do crescimento populacional (MILECH A.    Cerca de 10 a 25% dos portadores de DM acima de 70 anos desenvolvem lesões em MMII e destes, 14 a 24% evoluem para amputação, o pé diabético é considerado uma consequência de infecção, ulceração e ou destruição dos tecidos profundos, associados a anormalidades neurológicas e a vários graus da doença vascular periférica nos MMII (NUNES PAM, RESENDE KF, CASTRO AA, PITTA GBB, FIGUEIREDO LFP, MIRANDA F JÚNIOR.

FATORES QUE DESENCADEIAM O PÉ DIABETICO A úlcera ocorre no dorso, dedos ou bordas do pé e, geralmente, está associada ao uso de calçados inadequados, é mais frequente em homens devido ao mau controle das complicações crônicas (MILECH A. as causas frequentes de úlcera diabética são a biomecânica alterada; pé com sensibilidade diminuída; insuficiência arterial; incapacidade do autocuidado; e deficiência quanto às orientações aos cuidados preventivos (REGINA, M. C ET. AL. Outro fator a ser destacado é a diminuição de sudorese que resulta em uma parede fina e ressecada, facilitando rachaduras, perda da sensibilidade e atrofia muscular. REIBER GE. SUMPIO B. AVALIAÇÃO E CUIDADO PREVENTIVO Existe a necessidade de os profissionais de saúde avaliarem os pés das pessoas com diabetes de forma minuciosa e com frequência regular, bem como desenvolverem atividades educativas, visando a melhorar o autocuidado, principalmente a manutenção de um bom controle glicêmico, a avaliação dos pés constitui-se em passo fundamental na identificação dos fatores de risco que podem ser modificados, o que, consequentemente, reduzirá o risco de ulceração e amputação de membros inferiores nas pessoas com diabetes (MAYFIELD JA, REIBER GE, SANDERS LJ, JANISSE D, POGACH LM.

A diminuição da sensação protetora, caracterizada pela redução da sensação dolorosa de trauma na pele, bem como a ausência parcial ou total do reflexo aquileu (MCNEELY MJ, BOYKO EJ, AHRONI JH, STENSEL VL, REIBER GE, SMITH DG, 1995), constituem sinais precoces de futuros processos ulcerativos nos pés, significando alto risco para o desenvolvimento de complicações. Ambas as alterações podem ser avaliadas mediante testes que utilizam vários tipos de instrumentos, um deles é o monofilamento Semmes-Weistein (SW) 5. NOZAWA. Os serviços de atenção básica à saúde têm importante papel no controle do pé diabético na medida em que desempenham ações estratégicas, deve-se fazer investimento em medidas preventivas e de promoção à saúde para reduzir as complicações crônicas, através de ações educativas dirigidas às condições de risco; controle da pressão arterial; e das dislipidemias e, ainda, promoção de ações educativas para a auto aplicação de insulina (BRASIL, 2001).

CONCLUSÃO Com esse artigo chegou-se a conclusão que os serviços de atenção básica à saúde têm importante papel no controle do pé diabético na medida em que desempenham ações estratégicas investimento em medidas preventivas e de promoção à saúde para reduzir as complicações crônicas. Como é um problema de saúde pública os usuários devem ser investigados com fatores de risco, realização de busca ativa de casos mediante visita domiciliária, instituição de tratamento adequado através de acompanhamento ambulatorial e domiciliário, com base na educação terapêutica, fornecimento de medicamentos e realização de curativos, monitorização dos níveis de glicose pelo exame de glicemia capilar e realização do diagnóstico precoce das complicações.

Portanto, é de fundamental importância que as políticas públicas de saúde, particularmente na atenção básica de saúde, priorizem ações multidisciplinares, de modo que o cuidado com os pés dos diabéticos seja contemplado, aliado a um bom controle glicêmico e ao estímulo à prática de exercícios físicos. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Brasília, 2006. p. jan. abr. SUMPIO B. FOOT ULCERS. Arq Bras Endocrinol Metab.   REIBER GE. Epidemiologia das úlceras e amputações do pé diabético. In. Bowker JO, Pfeifer MA. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;. p. ASSUNÇÃO MC, SANTOS IS, GIGANTE DP. Atenção primária em diabetes no Sul do Brasil: estrutura, processo e resultado. Rev Saúde Pub.

A importância do cuidado com o pé diabético: ações de prevenção e abordagem clínica.  Revista Brasileira De Medicina De Família E Comunidade, 2(5), 43-58. GROSS JL. Detecção e tratamento das complicações crônicas do diabete melito Consenso Brasileiro. Arq Bras End Metab; 43(1):7-13. Levin e O'Neal o pé diabético. ed, Rio de Janeiro: Di-Livros; cap. p. RAMSEY SD, NEWTON K, BLOUGH D, MCCULLOCH DK, SANDHU N, REIBER GE ET AL. Incidence, outcomes, and cost of foot ulcers in patients with diabetes.         CAPUTO GM, CAVANAGH PR, ULBRECHT JS, GIBBONS GW, KARCHMER AW. Assessment and management of foot disease in patients with diabetes. New Eng J Med; 331(13): 856-9.    MOST RS, SINNOCK P. The epidemiology of lower extremity amputations in diabetic individuals. SPICHLER ERS, MIRANDA JR F, SPICHLER ES, FRANCO LJ.

Amputações maiores de membros inferiores por doença arterial periférica e diabetes melito no município do Rio de Janeiro. J Vasc Bras; 3(2):111-22.   2004 MOST RS, SINNOCK P. The epidemiology of lower extremity amputations in diabetic individuals. GOMES MB, COBAS R. Diabetes mellitus. In: Gossi SAA, Pascali PM, organizadores. Cuidados de enfermagem em diabetes mellitus. São Paulo: Sociedade Brasileira de Diabetes; p. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. FERREIRA LT, SAVIOLLI IH, VALENTI VE, ABREU LC. Diabetes melito: hiperglicemia crônica e suas complicações. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, v. n. Pé diabético. In: Oliveira JEP, Milech A, organizadores. Diabetes Mellitus: clínica, diagnóstico, tratamento multidisciplinar. São Paulo: Atheneu; p.    COSSON ICO, NEY-OLIVEIRA F, ADAN LF.

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