ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: Métodos de atendimento em grupo a pacientes
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Saúde coletiva
José da Silva SÃO PAULO 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 DESENVOLVIMENTO 6 2. Princípios da atenção básica4 6 2. Considerações gerais sobre grupos terapêuticos 6 2. Experiências de atendimento grupal na atenção básica 10 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 13 RESUMO O objetivo do presente artigo foi abordar algumas contribuições dos atendimentos em grupos na Atenção Primária. Para isso, realizou-se um estudo teórico abordando três tópicos: princípios da atenção básica, noções gerais dos grupos e algumas experiências dos grupos nas unidades básicas de saúde. Contudo, ainda hoje, essa prática é permeada de desafios para uma acessibilidade universal. É possível apontar duas razões que dificultam a atenção primária efetiva: o investimento federal nesse setor é ainda incipiente para levantar recursos que garantam a equidade no serviço e há um baixo quantitativo de profissionais dedicados a esses atendimentos.
Essa última questão foi relativizada a partir do Programa “Mais Médicos”, contudo, essa estratégia foi desmembrada após as mudanças no cenário político atual1. A implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), pela a Lei nº 8. de 19 de setembro e 1990 é o marco introdutório para toda a reflexão sobre a atenção básica. Sobretudo, uma sistematização teórico-prática dessas estratégias, que possam auxiliar no entendimento da relevância dessa abordagem5. Nesse sentido, este artigo teve como objetivo discutir e sistematizar experiências de atendimento grupal dentro da atenção básica à saúde. Para tal, realizou-se uma pesquisa exploratória, a partir de um estudo bibliográfico. Assim, embora não se tenha adotado uma estratégia meta-analítica de seleção e sistematização dos trabalhos reunidos, buscou-se artigos e anais de congresso que tiveram como objetivo apresentar relatos de vivências a partir do atendimento em grupo com pacientes em UBS.
A seguir, serão apresentados os pontos mais relevantes desses estudos. Além disso, o acesso universal que garanta o acolhimento e a solução para asa demandas dos usuários. Formação de vínculo com os usuários para a formação da confiança e responsabilidade no atendimento. A integralidade, que prima não só pela articulação entre toda a equipe, como também o foco no usuário, a partir de ações éticas. E, por fim, a participação dos usuários, que se justifica pela necessidade de desenvolver autonomia nos mesmos e a educação para o autocuidado. Considerações gerais sobre grupos terapêuticos Antes de abordar as especificidades dos grupos terapêuticos enquanto técnica usada na atenção primária à saúde, considera-se importante discutir alguns aspectos referentes à compreensão do conceito de grupo.
Neste sentido, a organização grupal é essencialmente um procedimento científico, e, portanto, baseia-se em observação, medição e experimentação. Outra constatação é que toda a vida humana perpassa as relações sociais, ou seja, a sociedade se organiza em grupos e a vida coletiva sofre interferência de forças que podem atuar em nome da coesão, atração, resistência, rejeição, equilíbrio e independência. Assim, os estudos iniciados por Lewin, mas propagados por outros psicólogos sociais, buscaram analisar pequenos grupos e sistematizar esse conhecimento para entender a dinâmica do homem social6. O ser humano é social e relacional. Suas primeiras experiências de vida, bem como a aprendizagem, são mediadas pelos seus cuidadores, a fim de que possam conhecer o mundo a sua volta.
De outra perspectiva, Alport, mais individualista, não cria na existência do grupo, pois, para ele só o homem é real, considerando sua capacidade de se comportar8. Assim, o conceito de grupo pode ser entendido melhor pelo fragmento a seguir: “[. um grupo não se define pela simples proximidade ou soma dos seus membros, mas como um conjunto de pessoas interdependentes”8:42. Importante lembrar que, para a Teoria da Gestalt é necessário analisar a situação de uma forma holística. Isso quer dizer, não só as partes, mas o todo. ” Ainda sobre as características dos grupos focais, o moderador deve garantir e incentivar a interação entre os participantes do grupo focal. Além disso, o moderador deve atentar para selecionar os participantes para que eles tenham minimamente afinidades que possam facilitar a discussão.
Sobretudo, a etapa de preparação contempla a organização do material de apoio e o roteiro, que deve auxiliar a condução dos objetivos propostos9. Grupos focais podem ser definidos também como uma ferramenta de pesquisa social, que usa a interação entre participantes, sob determinado tema, para obter os dados desejados. Pode-se considerar que este método ocupa uma posição entre a observação e as entrevistas. Gondin10 explica que há dois propósitos básicos para o uso de grupos focais: acadêmico e prático. Além disso, eles podem se apresentar com fins exploratórios, clínicos ou vivenciais. Ainda é importante dizer que os grupos focais visam cumprir as tarefas de dar visibilidades aos processos vividos no próprio coletivo, e aos conteúdos manifestos e latentes.
Portanto, pode se enquadrar nas dentro dos saberes da psicologia social, cognitiva e clínica. Nas últimas décadas, têm crescido, em todo mundo, o número de investigações na área da saúde recorrendo ao método qualitativo dos grupos focais12. Embora com organizações diversas, 83% das instituições faziam uso de atendimentos grupais. As equipes são multiprofissionais, porém com demarcações hierárquicas, colocando o saber do médico como superior aos demais membros da equipe. Foi possível identificar isso ao constatar que a responsabilidade de coordenação, em geral, foi associada à profissionais de nível superior, especialmente, médicos. Para os entrevistados, os grupos tem papel educativo e terapêutico, além de destacar a importância da equipe para a comunidade5. O trabalho em grupos na atenção básica funciona como uma alternativa para o desenvolvimento de todos os participantes, já que possibilita reflexões sobre a saúde e o adoecimento dos sujeitos13.
A assistência pré-natal desenvolvida em grupo pode auxiliar no esclarecimento de dúvidas e também auxiliar no autocuidado da gestante e no cuidado com o bebê. Além disso, orienta sobre o papel da amamentação e da importância da constituição de vínculo com o bebê recém-nascido14. Freitas et al. buscaram avaliar os efeitos de um trabalho de educação na qualidade de vida de 14 mulheres no climatério, através de grupos de encontro semanal em UBS, avaliadas por meio do teste WHOQOL-bref. Após os encontros, os pesquisadores observaram que as mulheres do grupo experimental tiveram escores melhores no teste, enquanto que o grupo controle piorou nos indicadores físicos e sociais de qualidade de vida. fazer a sua pergunta; 4. criar a sua resposta; e 5.
buscar possibilidades de superação” 16:683. CONSIDERAÇÕES FINAIS A saúde está relacionada ao bem-estar não apenas físico, mas também emocional, à qualidade de vida, à autonomia, à competência e à auto realização. O ser humano é biopsicossocial, portanto, toda ação dirigida à sua prevenção ou promoção da saúde deve atentar para todos os aspectos da sua vida. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2018000800201&lng=en. Epub Aug 20, 2018. http://dx. doi. Constituição da República Federativa do Brasil. Organizado por Cláudio Brandão de Oliveira. Rio de Janeiro: Roma Victor, 2002. p 4 Brasil. Ministério da Saúde. [cited 2019 Oct 24] ; 16( Suppl 1 ): 973-982. Available from: http://www. scielo. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000700029&lng=en. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Rodrigues, A. S. A definição do conceito de grupo e suas implicações no funcionamento do sistema. n. p. Available from <http://www. scielo. br/scielo. Physis, Rio de Janeiro , v. n. p. Available from <http://www. scielo. Rev Esc Enf USP, v. n. p. jun, 2001. Dias VP, Silveira DT, Witt RR. php/epidemiologia/article/view/2745 15 Freitas ER et al. Educação em saúde para mulheres no climatério: impactos na qualidade de vida. Reprod clim. Vidal, Cláudia Rejane Pinheiro Maciel et al. Mulher climatérica: uma proposta de cuidado clínico de enfermagem baseada em ideias freireanas. php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672012000400019&lng=en&nrm=iso>. access on 15 June 2019. http://dx. doi. org/10.
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