A inclusão e o aluno autista
As etapas da Educação infantil e Básica precisam ser fundamentadas na prática investindo em profissionais capacitados, a partir de uma formação adequada como caminho fundamental para promoção de saúde para a vida dessas crianças. Foram abordados conceitos sobre transtornos do espectro autista, formas de tratamentos, inclusão na escola, crianças com necessidades especiais na escola e o papel da escola inclusiva. Palavras chave: autismo – escola - professor Abstract In recent years, there has been an increasing number of children being diagnosed with Autism Spectrum Disorder (ASD). Analysis of the data obtained, it can be concluded that there is still a large gap between professionals and especially family members in the diagnosis of ASD. It is noted the deficiency of strategies and the lack of political measures and pedagogical resources for people with the syndrome.
Com o advento do processo inclusivo, o tema Escolarização do Autista passa a ser discutido nos diferentes níveis educacionais. Percebe-se nos últimos anos um crescente aumento de crianças, sendo diagnosticadas com a síndrome. Este trabalho teve como temática abordar sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) e inclusão escolar. Foram abordados conceitos sobre transtornos do espectro autista, formas de tratamentos, inclusão na escola, crianças com necessidades especiais na escola e o papel da escola inclusiva. A partir dos dados obtidos, pode se concluir que ainda existe uma grande lacuna entre os profissionais e principalmente familiares no diagnostico do TEA. Para os portadores do TEA, o ensino escolar representa um desafio contemporâneo para os educadores e familiares, uma vez que as alterações neuropsiquiátricas afetam as áreas de comunicação e comportamentos restritos e repetitivos (ALMEIDA; FELIZARDO, 2015).
Vários movimentos têm surgido com a finalidade de inclusão de crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) na escola, desde á década de 90, A Declaração Mundial de Educação para Todos (UNESCO, 1990), juntamente com a Convenção de Direito da Criança (UNESCO, 1988) e a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), estabeleceu-se que toda pessoa (criança, jovem e adulto) deveria usufruir das oportunidades escolares e participar da sociedade. “A igualdade á educação básica é direito de todos segundo o ministério da educação no Brasil, assim como em todo mundo” (ALMEIDA; FELIZARDO, 2015; DE ARAUJO NOGUEIRA et al. Analisando as pesquisas mais recente observa-se taxa de 1% se pode estimar, que entre 1 a 2 milhões de brasileiros preencham critério para o espectro autista, sendo de 400 a 600 mil com menos de 20 anos, e entre 120 e 200 mil menores de cinco anos (IBGE, 2000).
Em países como os Estados Unidos, a média de idade das crianças diagnosticadas tem sido de 3 a 4 anos. Posteriormente, o psiquiatra suíço Eugen Bleuler usou para descrever sintomas de isolamento exacerbado por parte dos indivíduos tratado como esquizofrenia (MARTINS, 2007). Nos últimos anos, pesquisas têm apontado o aumento de crianças sendo diagnosticadas com o transtorno do espectro do autismo. Segundo historiadores, no final do século XV, surgia na ciência à busca da razão para explicar as deficiências, que até então eram consideradas males físicos, hereditários ou doenças mentais. No decorrer dos anos pode-se notar que a sociedade começou a olhar a deficiência com outros olhos, passando a se tornar mais humanos (GARCIA, 2011). De acordo com Carniel (2011) “a síndrome autista varia de acordo com o desenvolvimento cognitivo e envolve algumas particularidades como a associação de padrões repetitivos simples, e também quadros de autismo, chamados de Síndrome de Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social, e sem movimentos repetitivos tão evidentes.
Há bem pouco tempo, houve uma classificação que engloba Transtornos do Neurodesenvolvimento como: o Transtorno do Espectro Autista (TEA) Isso significa que o quadro engloba Autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, Transtornos do desenvolvimento e Transtorno Desintegrativo da Infância. Essas mudanças trouxeram grandes dúvidas à comunidade cientifica, neuropsiquiatras e também para a sociedade (BRASIL, 2013). O autor Mercadante (2007) relata que o autismo é um transtorno do desenvolvimento que se manifesta de maneira gradativamente por toda a vida, e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Sua classificação determina grupos e configura uma síndrome que apresenta várias denominações, entre elas: TGD (transtorno global do desenvolvimento), TID (transtorno invasivo do desenvolvimento) e TEA (transtorno do espectro autista). A portaria da Lei 12. Já a Síndrome de Rett vai se tornar uma entidade própria e deixará de ser parte do espectro do autismo” (PAULA et al.
BRASIL, 2013; GRANDIN; PANEK, 2015). “A terminologia espectro está relacionada com o envolvimento de situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves a mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades qualitativas de comunicação e relacionamento social” (SCHWARTZMAN et al, 2011). Analisando assim, o grau de gravidade varia de pessoas que apresentam um quadro leve, e com total independência e discretas dificuldades de adaptação. Grande sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações. Deve-se levar em conta a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)14 que, na área clínica, auxilia o modelo de atendimento multidisciplinar. A coleta da história clínica, a anamnese com os pais ou responsáveis legais e cuidadores, e o exame devem ser coerentes com os critérios da décima versão da Classificação Internacional de Doenças e de Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), da Organização Mundial da Saúde.
As diretrizes do Ministério da Saúde compõem um documento de leitura imprescindível para os profissionais que estejam se iniciando nas tarefas de atendimento de transtornos invasivos do desenvolvimento infantil. Essa diretrizes focam as deficiências, incapacidades e desvantagens não apenas como consequência das condições de saúde e doença. “Embora existam muitos casos que não estão contabilizados nas estatísticas no Brasil. Outras pesquisas mais recentes apontam um grande aumento de casos, alcançando a média de 40 a 60 casos a cada 10. de nascimentos” (EDELVIK, 2011). Pelos dados da Associação Brasileira de Autismo acredita que há aproximadamente 600 mil pessoas apresentam essa síndrome. “Existem evidências na literatura de que há uma maior incidência de autismo em meninos do que em meninas, sendo a proporção de 4 meninos para cada menina.
Alguns destes sintomas incluem: ansiedade, impulsividade, dificuldades de atenção e hiperatividade” (BRASIL, 2013). “O objetivo da medicação é diminuir estes comportamentos para permitir que as pessoas com autismo tenham vantagem nos tratamentos educacionais e comportamentais” (VARGAS; SCHIMIDT, 2011). É importante informar que embora um tratamento possa ter bons resultados para uma criança, poderá não ter o mesmo resultado para outra, tornando cada situação única. Atualmente existem diferentes métodos terapêuticos que podem ser usados isoladamente ou em conjunto. Muitas vezes, é necessário ensinar ao paciente realizar tarefas desde a mais simples como ir ao banheiro ou como lidar com situações em coletivo sem ter que ser agressivo e ausente para com as pessoas ao seu redor. Foi no século XVIII que surgiram relevantes perspectivas acerca da necessidade de um ensino que contemplasse o desenvolvimento dos sujeitos, de modo a alcançar suas peculiaridades psicológicas e os preparar para a vida.
De acordo com Serra “Data desse período o nascimento da Educação Especial e sua didática. Dente os principais objetivos da educação, destacam-se os de adquirir as habilidades básicas, como as de desenvolvimento da comunicação e da autonomia. As intervenções, então, dependerão da concepção teórica que é utilizada como apoio e principalmente do conceito de autismo que é compreendido” (SERRA, 2010). A inclusão escolar é um assunto em grande discussão atualmente devido ao aumento de crianças com alguma dificuldade ingressarem na escola regular. o Decreto nº 6. e Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC/SECADI, 2008). Destes documentos destacamos a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) que determina que todos os alunos tenham acesso à escola, independentemente de suas diferenças sociais, culturais, étnicas, raciais, sexuais, físicas, intelectuais, emocionais, linguísticas e outras.
Também define como público alvo do Atendimento Educacional Especializa (AEE), as pessoas com deficiência, pessoas com transtornos globais do desenvolvimento e pessoas com altas habilidades/superdotação. Determina a valorização das diferenças e a elaboração de projetos pedagógicos para atendimento das necessidades educacionais dos alunos, ainda que sejam necessárias mudanças nas práticas e nos ambientes escolares, eliminando possíveis barreiras que impeçam o acesso dos alunos ao currículo. As categorias temáticas estabelecidas foram: a) Conhecimentos sobre o conceito de Transtorno do Espectro Autista (TEA); b) Concepções sobre a interação social do aluno com TEA; c) Concepções sobre a comunicação do aluno com TEA; d) Concepções sobre aspectos de comportamentos do aluno com TEA; e) Dificuldades em relação ao processo de ensino-aprendizagem dos alunos com TEA (SAMPAIO& MIURA, 2015).
FIORINI e MANZINI (2016) e MORGADO (2016), “investigaram formas de fazer esses alunos desnecessidades educativas especiais e particularmente com limitações acentuadas, pudessem ter uma melhoria no acesso e direito à educação e igualdade de oportunidades nas escolas de ensino regular, ainda observou que alguns professores não fazem uma atividade diferenciada para os alunos autistas por alegar não ter formação direcionada e por não conhecer os aspectos desta doença. ” A formação de professores trata-se de um movimento reflexivo e dialógico, mas que precisa ter como consenso a ideia de que a inclusão escolar pode trazer ganhos para o aluno. Considerações Finais A partir dos estudos realizados, percebemos que para haver o acesso a uma educação para “todos”, é necessário um comprometimento por parte dos alunos, professores, pais, comunidade, ou seja, todos que participem da vida escolar da criança com autismo.
É preciso que o professor tenha um olhar atento às necessidades de cada aluno, foque em suas potencialidades e não em suas dificuldades, para que de fato esse aluno se sinta incluído e assim se efetive o ensino-aprendizagem Além do envolvimento da escola e comunidade é necessário que a escola possua as condições necessárias e adequadas a sua disposição para atender as necessidades e garantir o acesso e permanência desses alunos. Existem muitos desafios, mas que podem ser superados e gerar ótimos resultados, quando trabalhados de maneira correta. Para isso é importante que haja a interação entre família e escola, para que ambos saibam como está ocorrendo o processo de ensino e aprendizagem e assim entender as diversas peculiaridades da criança autista, além de melhor incluir.
A educação de crianças autistas é algo que inclui muitas habilidades sociais, visuais, comportamentais e de rotina. Todas as estratégias são fundamentais para que a criança autista cresça cognitivamente e socialmente, além de elevar o bem estar psicológico das crianças e da família. Referências Bibliográficas A. n. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico deTranstornos Mentais - DSM 5. Tradução de Maria Inês Correa Nascimento et al; revisão técnica Aristides Volpato Cordiolo. ed. São Paulo: Ciência Médica, 2010. BRITO, E. R. A inclusão do autista a partir da educação infantil: um estudo de caso em uma pré-escola e em uma escola pública no município de Sinop - Mato Grosso.
Revista Eventos Pedagógicos,v. Artigo Original, Pediatria, São Paulo, 2011. CASTELO BRANCO, M. Transtorno do espectro do autismo: intervenções focadas na análise do comportamento verbal de Skinner. Revista de Psicologia, 9 set. DE PAULA NUNES; AZEVEDO; SCHMIDT, Carlo. São Paulo: Ed. Treze, 2013. EDELVIK, S. et al. Meta-Analysis of Early Intensive Behavioral Intervention for Children With Autism. educ. espec. GAUDERER, E. C. Autismo – Década de 80. AUTISMO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO NO BRASIL. Journal of Research in Special Educational Needs, v. n. S1, p. HO, H. Lei nº 9. de 20 de dezembro de 1996. ª ed. Brasília: Câmara dos Deputados, 2011. Lei nº 10. jul/dez 2012. Lemos, E. L. M. D. ª Ed. São Paulo. Cortez, 2009. MEC/SECADI. Brasília, 2008. F. Org. Ensaios sobre autismo e deficiência múltipla.
São Carlos: ABPEE, p. MERCADANTE, M. M. S. A atividade física adaptada e a inclusão escolar dos alunos com necessidades educativas especiais. Dissertação de Mestrado em Ensino de Educação Física, nos Ensinos Básico e Secundário. UTAD, 2016. NASCIMENTO, F. F; DA CRUZ, M. L. R. M. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. SAMPAIO, M. MIURA, R. K. M. Oliveira, V. F. Nuernberg, A. H. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre. Ed. Artmed, 1999. VARGAS, R. Rev. bras. Estud. pedagog, v. n.
300 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto
Apenas no StudyBank
Modelo original
Para download
Documentos semelhantes