A IMPORTÂNCIA DO EJA E O PAPEL DO PROFESSOR NESSA MODALIDADE DE ENSINO

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

O Papel do Professor No EJA 9 2. Desafios da Atuação do Professor no EJA 10 3 CONCLUSÃO 13 1 INTRODUÇÃO A Modalidade de Ensino da Educação de Jovens e Adultos é complexa, porque envolve fatores que transcendem a questão educacional, porém para compreendê-las é necessário olhar para o passado, ou seja, conhecer a história de Educação no Brasil. A Escolarização de Jovens e Adultos perpassa por diferentes períodos históricos, onde os as pessoas ditas analfabetas eram marginalizadas e sofriam preconceitos desde a marginalização de achar que esses eram escoras da sociedade e impedidos de votar, passando pela alfabetização solidária até esta educação para os que estão fora de idade normal do ensino regular ter estes direitos garantidos por lei. Evidenciando a ligação às transformações sociais, econômicas e políticas que retratam estes diferentes momentos históricos.

Assim, a história apresenta várias mudanças na trajetória histórica do país em relação a esta escolarização. São muitas as trajetórias políticas e sociais que a educação dos jovens e adultos enfrentam. Em 1981, com a lei Saraiva as pessoas analfabetas de modo geral eram ditas como incapazes de pensar por si mesmas, sendo proibidas de votar, favorecendo o voto para as pessoas alfabetizadas, excluindo assim a maioria. Segundo Fausto: Na década de 20, há uma revolução na política brasileira articulada pela classe média urbana e setores da própria classe dominante que não tinham interesse no comércio do café. Com a vitória da Aliança Liberal (Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba) em 1929, a política brasileira se encontrava num “vazio de poder, porque havia um colapso no poder da burguesia cafeeira e uma incapacidade das demais frações para assumi-lo” (FAUSTO.

p. A Lei de diretrizes e Bases LDB 9. também regulamenta a educação de Jovens e Adultos, em seu artigo V, capitulo II. Artigo 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Parágrafo 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a modalidade de ensino destinada a garantir os direitos educativos dessa numerosa população com 15 anos ou mais que não teve acesso ou interrompeu estudos antes de concluir a Educação Básica.

Conforme assinala Oliveira (1999), a modalidade não é definida propriamente pelo recorte etário ou geracional, e sim pela condição de exclusão socioeconômica, cultural e educacional da parcela da população que constitui seu público-alvo. Os desafios colocados para a garantia do direito dos jovens e adultos à Educação são complexos, mas muitos podem e devem ser enfrentados pelas equipes escolares, sob a liderança da direção e da coordenação pedagógica, a começar pela convocação da comunidade para a mobilização da demanda pela EJA, a formação dos educadores para a criação de um ambiente acolhedor da diversidade e a flexibilização dos modelos de atendimento, outro grande desafio é que muitos destes alunos não apenas estudam, mas trabalham para sobreviver o que para muitos é mais importante do que os estudos.

IMPORTÂNCIA DO EJA NO CONTEXTO EDUCACIONAL BRASILEIRO De acordo com a Lei Federal nº 9. LDB) a EJA passa a ser uma modalidade de educação básica nas etapas de Ensino Fundamental e Médio, que tem como fundamento não só alfabetizar os jovens e adultos, mas sim dar oportunidades de escolarização no ensino regular, proporcionando a eles uma educação que possa desenvolver seu sistema crítico e inseri-los no contexto social atual. Segundo Aranha: Ao longo das mais diversas experiências de Paulo Freire pelo mundo, o resultado sempre foi gratificante e muitas vezes comovente. O homem iletrado chega humilde e culpado, mas aos poucos descobre com orgulho que também é um “fazedor de cultura” e, mais ainda, que a condição de inferioridade não se deve a uma incompetência sua, mas resulta de lhe ter sido roubada a humanidade.

  Freire fez com que os educadores através da sua metodologia, olhassem para estes alunos de outro modo, de forma a contribuir significativamente não só com aprendizagem destes, mas também como sujeitos sociais. Adaptando suas práticas de ensino- aprendizagem de forma a capacitar este indivíduo teoricamente e intelectualmente no meio político e social. Como diz Freire, para ser válida, toda educação, toda ação educativa deve necessariamente estar precedida de uma reflexão sobre o homem e de uma análise do meio de vida concreto do homem concreto a quem queremos educar (ou melhor dito: a quem queremos ajudar a educar-se). Ser alfabetizado é ser livre, é ter autonomia de sua própria vida, é poder ir e vir buscar pelo melhor, tornar-se sujeito de sua própria história, atualizando-se tecnologicamente e, assim, podendo inserir-se no mercado de trabalho e evoluir cada vez mais como cidadão.

Em busca de tudo isso e com propostas de garantir um bom futuro, inserindo-se na sociedade tanto como cidadão, quanto um bom profissional que esses indivíduos voltaram a procurar a escola, através da EJA. o papel do professor no eja O Educador deve estar atento a realidade da prática educacional, atuando se necessário para com equipes interdisciplinares, no âmbito das quais, os distintos saberes, vinculados às distintas formações profissionais, possibilitam uma visão mais ampliada, e compreensões mais consistentes em torno dos mesmos processos sociais. Assim, o profissional pode articular propostas de ações efetivas, a partir do resgate da visão de integralidade humana e do real significado histórico-social do conhecimento, tornando estes discentes em seres críticos e aptos para escrever sua própria história de conhecimento.

A educação no EJA deve ser feita de maneira inclusiva e com respeito a limitações dos alunos. É importante também ser capaz de compreender as respostas dos mesmos às didáticas propostas, além de possibilitar a autonomia dos educandos, estimulando-os a avaliar constantemente seus progressos e suas carências, ajudando-os a tomar consciência de como a aprendizagem se efetiva. Portanto, o ensino-aprendizagem nessa modalidade de educação deve evidenciar as diferentes abordagens que as pessoas por ela assistidas possuem, para assim favorecer a construção de um conhecimento pautado no compartilhamento de experiências e diferentes visões de mundo, com a perspectiva de buscar conjuntamente resoluções para os desafios a serem enfrentados. desafios da atuação do professor no eja A Escola tem uma função complexa, ampla e diversificada, e tem por necessidade o acompanhamento da evolução, oferecendo ferramentas e oportunidades para os educadores lidarem com as transformações do dia a dia.

A Escola se depara com muitos conflitos, pois ao mesmo tempo em que precisa educar e formar cidadãos conscientes e críticos precisa resolver alguma problemática social no que se refere ao aluno, sua família ou funcionários da instituição. O Papel da escola é formar cidadãos críticos para que estes possam ser objetos de transformação da sociedade, para Durkheim “a escola desempenha, então, uma ruptura no mundo da criança porque através dela, a criança ingressa numa outra esfera da vida social”. A Escola e o Professor devem levar em consideração a trajetória de vida destes alunos, como também perceber que muitos destes têm vergonha de não saber escrever, ler. Muitas vezes por preconceito dele mesmo ou de outrem.

Então, o profissional deve estar apto para lhe dá com as diversas realidades inseridas no seu contexto profissional, não só com o lado educacional, mas também com o social. Atuando assim como transformador de realidades na sua prática. É nesse sentido que eles buscam o trabalho coletivo, a troca de experiências, o diálogo com seus pares, a superação da infantilização, o manejo da heterogeneidade, o relacionamento dos saberes construídos na prática com os saberes sistematizados em estudos de disciplinas específicas tradicionais, o enfrentamento das condições precárias de ensino e aprendizagem, o estudo, a leitura e a pesquisa como dimensões ao mesmo tempo individuais e compartilhadas, o enfrentamento da rigidez da organização espaço-temporal da escola e da evasão, o engajamento no movimento de EJA e o compromisso com esse movimento.

Vol. III. Petrópolis: Vozes, 2005 FAUSTO, Boris. A Revolução de 1930: historiografia e história. ª ed. gov. br/ccivil_03/leis/L9394. htm> Acesso em: 20 de abril de 2020. Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas Disponível em: <http://www. scielo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002. BELLO, José Luiz de Paiva. Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL. História da educação. ed. São Paulo: Moderna, 1996. DURKHEIM, D. As regras do método sociológico. DI PIERRO, Maria Clara. Balanço e desafios das políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. In: SOARES, Leôncio et al. Org. Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente.

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