A importância de atividades lúdicas no processo de alfabetização de crianças com TEA

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Quanto aos objetivos específicos, estes são descrever e caracterizar a criança com TEA, refletir sobre a formação do professor para trabalhar com indivíduos com esse transtorno e identificar os recursos pedagógicos que podem ser utilizados para ajudar a alfabetizá-la conhecimentos. A pesquisa é bibliográfica tendo o respaldo de autores que abordam o autismo e outros assuntos que envolvem esse tema. Palavras chave: Alfabetização. Autismo. Ludicidade. Esse estudo se justifica porque cada vez mais, as escolas de ensino regular, recebem educandos portadores de TEA, por isso precisa oferecer uma educação inclusiva voltada para esse transtorno. Apesar da existência de muitas discussões sobre esse tema, muitos professores não sabem como trabalhar com estudantes autistas. Por essa razão, faz-se necessário pesquisar sobre recursos que favorecem a aprendizagem desses sujeitos, principalmente a alfabetização, que se constitui uma das mais importantes aquisições cognitivas do ser humano.

Isso porque a alfabetização é o caminho para outros conhecimentos. Um recurso recorrente que vem ajudando muito na inclusão de estudantes com esse transtorno é a inserção de atividades lúdicas para estimular a aquisição da alfabetização, bem como outras aquisições relativas à socialização e cognição. As crianças autistas apresentavam um comportamento de isolamento, voltando-se para si mesmos, tendo essa condição desde o início da vida, por isso tem dificuldade para socializar e se integrar ao ambiente, acarretando desafios para desenvolver a autonomia, prejudicando sua qualidade de vida, bem como a aprendizagem. Nesse sentido, as crianças com TEA possuem um repertório mais limitado que o das outras crianças, sendo esse um dos motivos de sua dificuldade de aprendizagem. Oliveira (2010) acrescenta que as crianças com esse transtorno possuem dificuldades de atenção, sendo incapazes de se concentrar, ainda que por poucos segundos.

Também, elas têm dificuldades de raciocínio e aprendem mecanicamente, sem entender o real significado do que se espera que elas aprendam, além de possuir dificuldade de aceitar os próprios erros (OLIVERIA, 2010).   Para saber se o indivíduo é autista, observa-se algumas características muito frequentes, tais como atraso no desenvolvimento da linguagem, acompanhado pela ausência de socialização ou interações sociais fora do comum, como puxar as pessoas pela mão, sem ao menos olhar para elas; formas estranhas de brincadeiras como pegar brinquedos, mas não brincar com eles, mas nunca brincar com eles e modo de comunicação descontextualizadas, podem conhecer o alfabeto, mas não conseguir responder ao próprio nome e não é caso de surdez (PAPIM; SANCHES, 2013). O que exige um educador com um perfil inclusivo e disposto a planejar, replanejar, adaptar, readaptar.

Um profissional capacitado a buscar formas, caminhos, estratégias para lidar com os desafios de alfabetizar um estudante que precisa de uma mediação intensa, seja orientando ou observando o processo de aprendizagem desse educando para descobrir como ele aprende, isto é, quais as estratégias que o levam a aprender (BRUNI et al, 2013). Perfil do Professor para Trabalhar com Indivíduos com TEA Na formação inicial ou continuada o professor não há formação específica da Educação Especial e suas conexões com a alfabetização, ficando a entender que esse profissional precisa ter sensibilidade e criatividade para dar conta da dimensão complexa de alfabetizar uma criança que apresenta necessidades especiais, inclusive aquela com TEA. Por isso, o professor precisa ter criatividade para produzir material que apoie a aprendizagem, o que não pode ocorrer sem uma base teórica para dar suporte à criação de materiais para alfabetização com coerência e eficácia (BRASIL, 2012).

Após 2012, a Lei 12. A autora fez a seguinte análise: Outra revelação importante nesses relatos é a visão sobre a sala de recursos, como se lá fosse um espaço mágico e que resolve as situações, logo, as dificuldades desaparecem, só permanece o que “tá na criança”, “ela aprende uma coisa e esquece” então não se pode fazer nada, uma postura que fragiliza fortemente o processo de alfabetização da criança com TEA. Ainda nos chama atenção, o que essas estagiárias entendem sobre aprendizagem, parece que aprender é reproduzir, memorizar o que é também fator comprometedor para o processo (ALMEIDA, 2019, p. A autora ainda acrescenta que existe uma descrença na capacidade de as crianças com TEA aprenderem e questiona: quais as chances de uma criança com TEA ser alfabetizada, quando o processo de alfabetização é a tentativa de fazer esse sujeito memorizar? “Está claro que existem muitos fatores que comprometem a alfabetização do(a) aluno(a) com TEA”.

Continua questionando “Quem vai alfabetizá-lo então?” (ALMEIDA, 2019). é crucial que se tenha o cuidado, tanto com a formação, como com a sua atuação. Nesse tocante, faz-se necessário buscar formas para alfabetizar as crianças com esse transtorno, visto que a educação inclusiva tem “como princípios e práticas que ambicionam melhor a participação e aprendizagem, com continuidade nos níveis mais elevados do ensino” (BRASIL, 2008, p. Um indivíduo com TEA pode ser alfabetizado, no entanto os educadores e especialistas precisam estar atentos para as peculiaridades de cada caso. Além disso, a formação do educador é um dos fatores fundamentais para a alfabetização desse sujeito. Para alfabetizar um autista, faz-se necessário elaborar um programa educacional específico para cada caso, considerando as potencialidades e limites e, dependendo do grau de comprometimento do educando, a alfabetização pode ser extremamente difícil (DRUMOND, 2012).

O contexto de alfabetização de aluno com TEA, além de complexo, é cheio de protagonistas que precisa ter uma mesma linha de procedimentos, com papeis bem definidos para não ficar fadado ao fracasso, causando frustrações e marcas negativas, especialmente no educando. Entretanto, o professor precisa estar disposto a utilizar os recursos que a escola oferece, contribuindo para colocar o que foi planejado em sua prática pedagógica, em consonância com o conteúdo que o estudante autista precisa aprender, principalmente conseguir ser alfabetizado (ALMEIDA, 2019). Com a flexibilização do currículo pode-se estabelecer o vínculo e a cumplicidade entre pais e professores, para que ocorra no espaço escolar, a cooperação entre educadores das aulas comuns e os que trabalham com estes estudantes no AEE, direção, coordenação pedagógica e a família do estudante autista.

Esta pode uma forma de enfrentar os desafios enfrentados com a chegada da criança autista na escola regular. O uso de recursos como o Atendimento Educacional Especializado (AEE) oferece salas de recursos multifuncionais, um serviço disponibilizado para oferecer suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, com vistas a favorecer ao educando com dificuldades de aprendizagem acesso ao conhecimento (BRASIL, 2007). Esse atendimento deveria ser complementar à alfabetização, com a utilização de recursos produzidos ou adaptados pelos professores direcionados para alfabetizar esses sujeitos. Indica visualmente ao estudante quais tarefas serão realizadas, além de instrumento de apoio para ensinar o que vem antes, o que acontece depois, proporcionando o planejamento de ações e seu encadeamento numa sequência de trabalhos (GOMES; SILVA ,2007, p. Métodos como este deve ser explorado naturalmente por meio de estímulos, quanto ao material pedagógico precisa ser trabalhado de forma a facilitar habilidades para que o autista alcance elaborações cognitivas e motoras.

a) O ensino estruturado, que permite o favorecimento da aprendizagem e a atribuição de significado as experiências sua vantagem é favorecer a comunicação receptiva, ajuda a aprendizagem, promover independência, ajudar a permanência da tranquilidade e reduzir problemas de conduta; (b) Organizar as atividades visualmente, que permite antecipar e se organizar para executar a tarefa; (c) Ensinar, que avalia as habilidades e desenvolve a estratégia para trabalhar com objetos de comunicação e interação com as outras pessoas; (d) Comunicação expressiva, que avalia como o autista se comunica, onde, com quem e por quê; (e) Jogo, que segundo o programa, o educador tem que ter em mente que o trabalho é um jogo e jogar é um trabalho educativo; (f) Problemas de conduta, que se considera realizar a avalição funcional do comportamento, cuja finalidade é descobrir seus antecedentes, para melhor manejá-lo (NICOLAS; MEDINA, 2003, p.

Esse método é utilizado no tratamento e na educação de crianças autistas e com aquelas que possuem dificuldades de comunicação. Trata-se de um ajuste perfeito que para uma intervenção eficiente, necessita da colaboração entre pais e professores. Isso quer dizer que há uma certa imprevisão para buscar no mercado algo que vá resolver todas as necessidades. Assim, “[. alguns recursos podem ser elaborados pelo professor. Dessa forma, não precisamos esperar que as tecnologias assistivas apareçam em nossas salas” (BRASIL, 2012, p. O que o professor precisa é identificar as especificidades de cada educando e escolher ou criar estratégias e recursos pedagógicos para estimular a aprendizagem (BRASIL, 2012). O uso correto das ferramentas tecnológicas ajuda esses educandos a construírem conhecimentos, com a mediação do professor.

Existem softwares educacionais com o foco em áreas específicas, inclusive para alfabetização, de indivíduos com deficiência cognitiva, incluindo o estudante com TEA (FERNANDES; LOPES, 2019). Nesse sentido, as ferramentas tecnológicas são atrativas, especialmente para as crianças e adolescentes. Desta forma, podemos utilizar essas ferramentas como como apoio para construir e apropriar do conhecimento educacional, formar cidadãos com a capacidade de exercer seus direitos e deveres, “Na escola é que temos um excelente espaço para ir colocando os andaimes para a formação do senso ético nos alunos (e em nós mesmos). E a tecnologia é uma mediadora para esta formação” (ALMEIDA, 2004, p. ufrgs. br, sendo um dos sistemas e aplicativos que mais favorecem as pessoas com TEA, e com outras síndromes e deficiências.

Outro software é o “ABC Autismo” que foi desenvolvido por meio de uma parceria entre o Instituto Federal de Alagoas e a Associação de Amigos do Autista de Alagoas, que também é voltado para a alfabetização e apresenta atividades de interação, que muito apoiam o processo de desenvolvimento de aprendizagem de crianças autistas. O ABC Autismo possui níveis diferentes, e dentro dos níveis há fases, com muitas atividades (FERNANDES; LOPES, 2019). Figura 2 – ABC Autismo Fonte: IFAL, 2019 Conforme Marteleto e Pedromônico (2015), o programa Autism Behaviour Checklist (ABC) pode ajudar as crianças TEA verbais com relação a alguns itens de linguagem, ampliando a percepção delas nas intervenções de aprendizagem inseridos nos programas especializados inserido nas salas de recursos do AEE. O professor pode usar algumas estratégias lúdicas e prazerosas para motivá-lo a aprender, fazendo adaptações simples para diminuir suas dificuldades para que ele sinta que está progredindo em sua aprendizagem.

Segundo Bruni et al (2013), a forma como o professor solicita a tarefa e instrui o educando faz diferença para que ele aceite realizá-la. Devido à sua dificuldade verbal e não verbal, é preciso empregar frases simples e diretas para facilitar o entendimento. Deve-se rechaçar o uso de linguagem figurada para instruir, pois ela pode ofuscar a clareza das instruções. Além disso, o contato visual facilita o contato e a interação dele com o professor. A alfabetização de estudantes autistas é pouco contemplada nos cursos de formação continuada e por isso, o professor além de ter uma preparação para trabalhar com esses indivíduos, precisa se empenhar para conseguir estratégias para alfabetizá-los, considerando que existem as especificidades de cada um deles, pois o grau e as características do transtorno é peculiar para cada um desses seres.

O que exige a refletir sobre o modo de aprender desses educandos. devem aprender, para encontrar estratégias que tornem o processo de aquisição da alfabetização agradável para eles com adaptações simples, pois o indivíduo com TEA tem dificuldade para utilizar materiais muito sofisticados. Conclui-se que as atividades lúdicas são recursos muito importantes para alfabetizar, uma vez que motiva os estudantes com esse transtorno a aprender e que o professor precisa ter um perfil adequado para lidar com eles. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Fernando José. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Edital n° 1, de 26 de abril de 2007. Programa de implantação de salas de recursos multifuncionais. Brasília, 2007. Brasília: MEC, SEB, 2012. CORNELSEN, Sandra. Uma criança autista e sua trajetória na inclusão escolar por meio da psicomotricidade relacional.

Universidade federal do Paraná, 2007 Curitiba. CUNHA, E. Software educativo para crianças autistas de nível severo. In: 4º Congresso Internacional de Pesquisas em Design, 2007, Rio de Janeiro. Disponível em: < www. anpedesign. org. edu. br/campus/site/maceio-noticias/aplicativo-abc-autismo NICOLÁS F. T. MEDINA C. G. br. Acesso em: 26 fev. Acesso em: 20 set.   PAPIM, Angelo Antonio Puzipe; SANCHES, Kelly Gil. Autismo e inclusão: levantamento das dificuldades encontradas pelo professor do Atendimento Educacional Especializado em sua prática com crianças com Autismo. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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