A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - A LUDICIDADE EM PRÁTICA
Tipo de documento:Produção de Conteúdo
Área de estudo:Gestão ambiental
p. Quando se pensa em Educação Infantil, é preciso pensar em práticas educativas capazes de despertar a criatividade dos alunos e interesse em construírem suas próprias hipóteses. Assim, ao refletir sobre práticas educativas na Educação Infantil surgem algumas indagações: Como se dá o processo ensino/aprendizagem na Educação Infantil? Como surgiu a preocupação em relação ao desenvolvimento de práticas educativas relevantes para esse segmento? Qual a concepção que se tem sobre Infância? Qual o valor das brincadeiras no processo de aprendizagem? Pensar sobre essas práticas é proporcionar a busca por respostas ou possibilidades que auxiliam na investigação de qual melhor metodologia de ensino o professor pode utilizar e como será aplicada para que o aprendizado seja efetivamente alcançado.
Dessa forma, é fundamental refletir sobre esses questionamentos, buscando assim promover o esclarecimento sobre a relação do brincar nas práticas educativas da Educação Infantil, além de refletir sobre as práticas utilizadas, hoje e sua importância no processo ensino/aprendizagem. O brincar é a maneira mais criativa e prazerosa para se aprender. a brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras de um jogo, ao mergulhar na ação lúdica, podendo dizer que é o lúdico uma ação. As crianças demonstram seus medos, inseguranças, alegrias e tristezas nas brincadeiras, possibilitando assim, inúmeras formas de educar. Os momentos lúdicos precisam favorecer com que as crianças explorem os espaços, sua imaginação, os objetos e vivenciem as experiências lúdicas através das brincadeiras de forma que o aprendizado e a exploração do mundo possam contribuir para o seu desenvolvimento.
Para Vygotsky (1989), o aprendizado das crianças ocorre muito antes delas freqüentarem o espaço escolar, ou seja, o aprendizado e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança. Para ele, é fundamental entendermos os dois níveis de desenvolvimento para descobrir as relações reais entre o processo de desenvolvimento e a capacidade: nível de desenvolvimento real e nível de desenvolvimento proximal. O que mais caracteriza a ludicidade para Luckesi (2009) é a experiência de plenitude que ela possibilita e cada pessoa vivencia de uma maneira diferente a experiência lúdica e isso requer uma entrega, uma interação. Atividade lúdica é “aquela que propicia a plenitude da experiência”, podendo esta ser ou não divertida. Vivenciar cada momento é algo subjetivo, é um estado interno do sujeito que age ou vivencia situações lúdicas e somente através dessa entrega que a pessoa será capaz de vivenciar momentos de fantasias, realidades e ter a oportunidade do encontro consigo e com os outros, ou seja, quando estamos, inteiros, envolvidos e alegres em uma atividade, significa que estamos vivenciando um momento lúdico.
Ao observarmos uma criança brincando podemos perceber que na maior parte dos momentos, elas se envolvem e interagem. Bacelar (2009) informa que mesmo que a criança esteja participando de uma atividade como jogo e brincadeiras não significa que esteja sendo uma vivência lúdica. Os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios de cada cultura formam um contexto do desenvolvimento. WALLON. p. A escola precisa se reconhecer como importante veículo no processo de desenvolvimento da criança, respeitando o direito ao brincar, expressar seus sentimentos, explorar e vivenciar diferentes experiências de aprendizagem. A educação infantil alcançou importantes conquistas, sendo reconhecida como espaço de transformação e construção de sujeitos críticos, de direitos e construtores do saber.
ARIÈS, 1978). A criança era desvalorizada, não possuía nenhum direito, era vista como um ser frágil, sem considerar suas emoções e sentimentos. A infância não era aproveitada em sua plenitude e importância, assim, ao completar um pouco de independência as crianças eram introduzidas ao mundo dos adultos, realizando e agindo como eles, “não existia uma consciência da particularidade infantil, a qual diferencia a criança do adulto, assim como não se fazia presente uma distinção das brincadeiras e dos jogos reservados as crianças e aos adultos. ” (POZAS, 2011. p. o sentimento da infância não existia - o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem.
Essa consciência não existia. ARIÈS. p. O atendimento a essa faixa etária só ganhou notoriedade e novos olhares quando foi instituída como parte da educação básica que se tornou uma grande conquista para a Educação Infantil, sendo um incentivo e motivos de diversos debates no que se refere à qualidade e atendimento na Educação Infantil. Levando em consideração que “hoje o reconhecimento da criança enquanto sujeito social e histórico, detentora de direitos sociais, faz da educação infantil uma exigência social, ocupando no cenário da educação brasileira um espaço significativo e relevante. ” (ANDRADE, 2009, p. Corsino (2009) contribui dizendo que: Para atender a essa expansão da educação infantil, são necessários estudos, reflexões e articulações entre a teoria e prática, formação de professores, construção e adequação de espaços, aquisição de equipamentos e materiais, organização de rotinas, elaboração de planejamentos, entre outras demandas.
CORSINO, 2009, p. p. A escola é um ambiente de oportunidades que possibilita a construção de aprendizagem enriquecedora. Sendo esse espaço tão importante para o desenvolvimento da autonomia, é necessário um planejamento que requer atenção, tempo, cuidado e compromisso com o que está sendo proposto. Desta forma, o cotidiano da Educação Infantil precisa ser pensado para essa nova concepção de criança que possui direitos, especificidades, necessidades, novas formas de agir e interagir na sociedade. Daí a necessidade da apropriação de propostas metodológicas pautadas na interação das crianças trazendo o brincar e a Ludicidade como uma experiência rica de aprendizado e desenvolvimento, objetivando a liberdade em criar e recriar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos e atitudes e vivenciar uma prática pedagógica voltada para o dinamismo proporcionado pelas atividades lúdicas.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981. ARRUDA, Kleiton Marcelo Ferreira de; SILVA, Eduardo Adrião Araujo. Desenvolvimento Motor na Educação Infantil através da ludicidade. CONNECTION LINE, n. Secretaria de Educação Básica. Brinquedos e brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica. Brasília: MEC/SEB, 2012. BASSEDAS, Eulália; HUGUET, Teresa e SOLE, Isabel. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Abril. BORBA, Ângela M. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL, MEC/SEB Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Rangel, Aricélia Ribeiro do Nascimento – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006 BROUGÉRE, Gilles. Brinquedo e cultura.
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