A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO PARTICIPATIVA NA SALA DE AULA
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Gestão ambiental
A história e os caminhos da gestão escolar 11 1. A gestão da sala de aula 15 2. A democracia e a escola democrática 19 2. As dimensões: pedagógica, relacional, política e administrativa 23 2. A dimensão pedagógica da sala de aula 24 2. Desse modo, compreendemos o termo gestão como sendo um efeito de administração, que se realiza em um ambiente, composto por um número de pessoas que precisa ser gerido e administrado, para que se torne um local onde todos do grupo tenham como meta, o crescimento da instituição e o alcance dos objetivos comuns estabelecidos para aquela instituição, organização ou grupo. Ademais, acreditamos que a gestão, no contexto escolar, está presente em todo o ambiente, no desenvolvimento de ações e atividades, desde a sala de aula até os serviços gerais.
Existem várias formas de se implantar um sistema de gestão e um deles é a participativa, que possui princípios, valores e prioridades para uma construção efetiva dessa gestão que merecem ser destacados. Nesse sentido, Luck (2013, apud LIBÂNEO, 2004, p. afirma que: A participação é o principal meio de se assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, usamos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB e também o estudo e apresentação do artigo “Um olhar histórico sobre a gestão escolar” de Josias Benevides da Silva (2011), que expõe sobre a gestão no âmbito escolar.
Pensar na palavra Gestão nos remete ao significado de “poder” que um gestor exerce ao “comandar” uma instituição, mas o significado desta palavra não é tão restrito assim, vai além do “poder de mandar”. Segundo Silva (2007), o termo gestão tem origem latina, o termo gerere significa governar, conduzir, dirigir e o termo administrare significa gerir um bem, defendendo os interesses daquele que o possui. O termo “gestão” vem tomando espaço na contemporaneidade e o termo administração está perdendo um pouco do seu status, o que significa que esses dois termos não sejam inteiramente a mesma coisa. Entre eles há sim uma relação, mas também há uma grande diferença conceitual. Aos 77 anos, quando se aposentou, transformou a sua prática em teoria e começou a escrever livros sobre “administração”.
Além de Fayol, outros três estudiosos contribuíram com as teorias nos primórdios da administração: Frederick Taylor, Henry Ford e Max Weber. Dentre estes, abordaremos um pouco mais sobre Frederick Taylor (1893), engenheiro mecânico, que aos 27 anos se formou em um Instituto de Tecnologia de Nova Jersey. De 1890 a 1893, Taylor trabalhou como gerente geral em uma companhia. Neste local, ele teve a oportunidade de testar suas teorias, em relação à administração. Os conceitos de gestão e de administração parecem semelhantes, mas cada um possui suas particularidades. De acordo Chiavenato (2014), a administração é a condução racional e a estratégia das atividades de uma organização, se preocupando com o planejamento de tudo o que será feito, na estruturação de toda organização e todo o controle das atividades que estará presente na mesma.
Nesse sentido, a administração é imprescindível para a existência, para a sobrevivência e o sucesso das organizações. É função do administrador propor estratégias, objetivos e metas, dimensionar recursos, solucionar problemas, aplicar e gerenciar conhecimento. É necessário não confundir a função administrativa com a direção. Estilos de Liderança Para Luck (2014), a teoria de estilos de liderança baseia-se na ênfase de que o poder é centralizado ou distribuído no ambiente de liderança. Ainda de acordo com este autor, o gestor autocrático é a aquele que toma as decisões isoladamente, é a figura principal dentro da equipe, não dando muito espaço para que seus subordinados deem opiniões ou sugestões dentro da organização. Esse líder atua como um pensador e planejador, colocando seus subordinados na posição de fazedores, eles apenas cumprem o que é mandado, não podendo partir nenhuma sugestão diferente e não se pode cumprir nada diferente do que foi proposto pelo gestor.
O gestor liberal (laissez-faire) é aquele que não se preocupa em ter controle sobre a sua equipe, deixando todos os subordinados com plena liberdade, para fazer tudo o que eles quiserem. Segundo essa concepção, não teria necessidade alguma de existir um líder dentro das organizações, pois a presença do mesmo seria apenas um significado representativo, podendo causar apenas efeitos negativos dentro da organização (LUCK, 2014). Assim, a escola pode e deve buscar nestes estudiosos fundamentação para exercer papel fundamental na vida dos seres humanos. Silva (2007) aponta que gestão lembra gestação, gerir dar a vida e como tal podemos afirmar que ele retrata o objetivo da escola que é fazer com que os seres humanos, por meio da passagem pela escola, se tornem um Ser mais promissor, mais digno, mais justo e mais humano.
Sendo assim, compreendemos que gestão vai além da ação de dirigir e administrar, e que o gestor tem papel fundamental de propor a interação entre a família e a escola, transformando a escola em um lugar harmonioso, de forma que reflita na vida escolar dos alunos, proporcionando a eles prazer de ir à escola e uma aprendizagem significativa. A história e os caminhos da gestão escolar “A educação que una o passado com o futuro. Comunica a herança cultural das gerações precedentes à luz das exigências do mundo de amanhã”. da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB e no Plano Nacional de Educação - PNE, em 2001. Neste contexto, a gestão democrática está presente nos documentos pertinentes às instituições escolares brasileiras, visando a integração da comunidade e da escola para uma melhor qualidade do ensino e gestão escolar.
Logo, em meados do ano de 1980, três coisas se destacaram nas lutas por uma educação de qualidade: descentralização, democratização e inclusão. O grande desafio é acolher os alunos e fazer com que eles realmente aprendam. Para isso, o processo de gestão democrática precisa estar pautado no Projeto Político Pedagógico, para assim ser possível acolher a todos e fazer com que estes sejam portadores de direitos e saberes. Nesse segmento, afirmamos que a gestão escolar precisa assumir uma forma democrática e participativa, promovendo a organização e a adaptação do sistema de ensino da gestão escolar conforme o contexto em que ela está inserida. Dessa forma, a democracia vem alavancando segundo a Constituição Federal de 1988, maior liberdade e autonomia de expressão e participação nas tomadas de decisões para as políticas sociais, estando presentes nas instituições escolares como gestão democrática.
Em relação à participação e à autonomia, podemos observar nas escolas algumas ações pertinentes, como por exemplo, instituições escolares em que a comunidade é acolhida e incentivada a participar e cuidar da educação do país. Nesse sentido, as ações pertinentes a participação, iniciam-se pela escolha do gestor, no desenvolvimento das ações didático-pedagógicas e técnico-administrativas e na avaliação das mesmas. Para melhor exemplificação trazemos como referência nacional e mundial uma ideia do estudioso Paulo Freire, “O Instituto Paulo Freire”. p. Para Menezes (2001): “Órgão coletivo, consultivo e fiscalizador que atua nas questões técnicas, pedagógicas, administrativas e financeiras da unidade escolar. Como órgão coletivo, adota a gestão participativa e democrática da escola, a tomada de decisão consensual, visando à melhoria da qualidade do ensino”.
A gestão da sala de aula “Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”. Paulo Freire) Ao apresentarmos esse subtítulo julgamos necessário destacar a compreensão que se possa ter da sala de aula, considerando esta uma tarefa complexa no sentido em que a mesma dependa de um olhar cuidadoso se vinda da parte dos professores, alunos, coordenadores ou qualquer outro pesquisador. – As instituições de educação escolar terão que possuir condições adequadas à oferta pretendida conforme sua proposta pedagógica, observando: I – organização e execução de suas atividades, em consonância com a legislação vigente; III – instalações físicas, material e equipamento didático-pedagógico e de informática, inclusive acervo bibliográfico adequados.
Art. – Os prédios escolares deverão observar as seguintes especificações: I – sala de aula com área de, no mínimo, 1 m² por aluno, acrescido de espaço físico destinado a outros fins; II – salas para biblioteca, laboratórios e, quando for o caso, salas de recursos didáticos e de oficinas pedagógicas; III – salas para diretoria, secretaria, professores e especialistas de educação; Ao tomarmos como base os artigos presentes na Resolução CEE N° 449, confiamos que qualquer instituição de ensino ao ser pensada, projetada e elaborada a oferta de ensino, primeiramente deve estar atenta às condições exigidas pela lei, pois, é pensando no aluno, que ela se constrói como um espaço, onde surgirá novos cidadãos, ou seja é um dever da mesma oferecer um ambiente propício para essa formação.
Sabe-se que é na sala de aula que se desenvolve a maior parte dos processos de ensino e de aprendizagem. E, é a partir destes processos, que a gestão vem como uma organização, organização de aulas, de procedimentos metodológicos, estabelecendo regras, pontuando o comportamento individual e de grupo, um processo constante de aprendizagem, está de natureza individual, concretizada através da instrução, tendo por referência um currículo que os alunos devem dominar, persistindo nos seus esforços para aprender e, ordem, esta que se realiza pela função de gestão, pela organização de grupos na sala, estabelecimento de regras e procedimentos, reagindo ao mau comportamento, monitorando e ritmando os acontecimentos da sala de aula (ALVES, 2009). quando ele afirma que “o professor, enquanto gestor da sala de aula precisa apoderar-se, através de formação continuada, dos conhecimentos e habilidades necessários ao bom exercício de seu papel”.
Dessa forma, a formação continuada irá proporcionar aos professores um aperfeiçoamento permanente de suas competências e saberes necessários, visando de modo objetivo assegurar uma ação docente efetiva e suficiente para o sucesso de aprendizagens significativas. O autor Júlio Furtado (2015) insiste em dizer que para se ter um resultado satisfatório em um processo de formação continuada é necessário contemplar as três dimensões da formação docente: a dimensão científica, a dimensão pedagógica e a dimensão pessoal. A dimensão científica se ocupa do desenvolvimento e atualização dos conteúdos a serem ensinados e da forma pela qual o ser humano aprende. Os professores precisam estar atualizados com relação ao que ensinam e com relação às descobertas das ciências cognitivas, hoje, bem representadas pelas neurociências.
A democracia e a escola democrática “E nós estamos ainda no processo de aprender como fazer democracia. E a luta por ela passa pela luta contra todo tipo de autoritarismo” (Freire, 2000). Conforme foi abordado no capítulo anterior, a gestão escolar tem um papel fundamental na escola. É de grande valia pensarmos na importância do papel do gestor escolar e do professor gestor dentro da sala de aula, Vimos que ser democrático é o melhor caminho a seguir. Portanto, neste capítulo, abordaremos um pouco mais sobre o que é democracia e como deve ser uma escola democrática. A escola deve ser vista como uma entidade para todos, pois é responsável por trazer o conhecimento paras as crianças. Nesse sentido, a participação da família e da comunidade se torna indispensável, pelo fato do mesmo contribuir para o desenvolvimento da escola.
Quando há uma boa relação entre a escola e a comunidade, é possível notar a diferença de uma escola onde os pais não se preocupam com uma escola onde os pais se preocupam. As reuniões e eventos culturais são formas de aproximar a comunidade da escola, buscando sempre a opinião e o conselho dos pais para que a escola consiga transmitir um ensino de qualidade para todos os alunos. Quando falamos sobre educação democrática, é de grande valia citarmos Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997), educador, pedagogo e filósofo brasileiro, reconhecido como um dos maiores pedagogos do mundo e conhecido como o Patrono da Educação Brasileira. Freire vai contra toda forma de autoritarismo, para ele, a escola deve ser vista como um espaço aberto a diálogos e discussões, no qual todos saibam reconhecer a importância que têm.
A escola deve ser o lugar de construção de seres pensantes, de sujeitos críticos e atuantes na sociedade. Freire (1981, p. reconhece o diálogo como solução para tudo, afirmando que “não há o diálogo verdadeiro se não há nos seus sujeitos um pensar verdadeiro. Pensar crítico. O professor, no espaço da sala de aula, está também como um aprendiz, pois na relação professor-aluno é possível se ter uma troca de conhecimentos. Quando os alunos têm a oportunidade de dialogar e de debater temas, uma nova janela se abre, uma grande oportunidade de aprendizado e de crescimento para todos os envolvidos, podendo afirmar que os próprios homens se educam entre si, mediante as relações interpessoais. Freire, nos seus estudos, usou como referência as obras John Dewey (1860-1952), que foi o filósofo mais importante do século XX.
O pensamento de Dewey baseava-se na convicção moral de que “democracia é liberdade”. Sua carreira se baseou na reforma da educação, para a qual dedicou toda a sua vida, elaborando uma argumentação filosófica para fundamentar esta convicção e militando para levá-la à prática. Assim, mediante tudo que foi exposto, é imprescindível pensar em outra forma de gestão além da democrática, a escola democrática é a escola do futuro, uma escola onde a qualidade da educação será influenciada pela gestão escolar e a gestão na sala de aula, na qual tem como poder o de transformar todos os alunos em seres conscientes de seus direitos e deveres. As dimensões: pedagógica, relacional, política e administrativa “Os alunos, alienados como o escravo, aceitam sua ignorância como justificativa para a existência do professor, mas diferentemente do escravo, jamais descobrem que eles educam o professor”.
Paulo Freire) Em decorrência dos conceitos citados no subtítulo anterior, entende-se, levando em consideração as concepções apresentadas por Lück (2012), que a gestão escolar participativa é de suma importância para a melhoria da qualidade do ensino; garantia de um currículo escolar que vise a realidade e atualidade da sua comunidade; aumento da qualidade profissional dos professores; promover decisões e ações que unam toda a escola, desde administrativo a serviços gerais, além da participação da comunidade. Desse modo, a gestão democrática e participativa busca promover o maior envolvimento de todos os interessados nos processos decisórios que permeiam a instituição escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei n. Dessa forma, para que essas ações entrem em vigor, é de suma importância a gestão de líderes educacionais, ou seja, bons gestores pedagógicos.
Gestores esses que estejam presentes não só na administração da escola, mas principalmente na sala de aula. Devemos pensar na escola como um ambiente atrativo para professores, alunos e demais profissionais que nela atuam, para que estes possam se sentir convidados a participar da construção de uma escola democrática. É preciso que os docentes reinventem a educação, tendo como foco uma visão educacional, usufruindo do conhecimento já construído e produzindo novas experiências no processo de ensino-aprendizagem dos educandos (ASSMANN, 2007). Em vista disso, a dimensão pedagógica não se apresenta exclusivamente como um ato somente dos professores e dos alunos. O processo requer a seleção e utilização de meios apropriados à situação e à natureza do problema de gestão. Dessa forma, procura-se criar condições que favoreçam o rendimento escolar dos alunos.
Segundo o mesmo autor, os métodos e processos da gestão da sala de aula devem tentar responder à complexidade social e organizacional da mesma. A complexidade da sala de aula advém da presença de um conjunto de características distintas, tais como a multidimensionalidade (uma grande quantidade de situações e tarefas), a simultaneidade (acontecem muitas coisas ao mesmo tempo na sala de aula), a rapidez (em muitos casos o professor tem pouco tempo para refletir antes de agir), a imprevisibilidade (os acontecimentos na sala de aula sofrem frequentemente mudanças inesperadas), o carácter público (as sala de aulas são lugares públicos em que as situações são testemunhadas por um grande número de pessoas) e a história (as aulas decorrem durante ciclos de uma semana, durante vários meses, surgindo assim um conjunto de experiências, rotinas e normas que fornecem uma base para a condução de atividades).
Desse modo, Doyle, citado por Gomes (1998, apud p. Em vista disso, “o professor deve acima de tudo ser um bom organizador, sob pena de ter enfrentar quotidianamente e com um inevitável desgaste físico e psicológico, a indisciplina de alunos” (GOMES, 1998, apud p. Contudo, é importante salientar que as principais causas de dificuldades enfrentadas pelos professores, relacionam-se com a inexperiência, os problemas pessoais e a falta de planejamento, organização e preparo profissional. GOMES citando WIENER, 1998). Sendo assim, para se construir uma gestão de sala de aula produtiva e de qualidade, é de suma importância que hajam profissionais qualificados e comprometidos com a prática pedagógica que exercerão em sala de aula, apoiados em uma gestão participativa. A dimensão relacional na sala de aula Quando pensamos nesta dimensão, logo nos vem à cabeça as relações existentes na sala de aula, sendo elas do professor-aluno, aluno-aluno, aluno-escola, professor-escola, escola-pais, entre outros.
Dessa forma, a dimensão afetiva na gestão do currículo está associada ao comportamento verbal e não verbal do professor; à postura não verbal, como a proximidade (deslocações do professor para junto dos alunos numa atitude de ajuda) e à receptividade (traduzida no esforço por olhar e ouvir o aluno). Já as formas de comunicação verbal do professor são múltiplas, destacando a verbalização de incentivo, de ajuda, de feedback e de reforço. Trata-se de comportamentos adotados pelo professor que, segundo uma síntese apoiada em diversos autores (Amado, 2001; Freire, 1990, 2001; Gonçalves e Alarcão, 2004; Leite e Tagliaferro, 2005; Leite e Tassoni, 2002), incentivam os alunos no desempenho das tarefas; ajudam e colaboram na compreensão de conteúdo, na resolução de problemas, no desempenho de tarefas; promovem uma avaliação humanizada, respeitando as capacidades e características do aluno, levando-o a participar ativamente no processo, a refletir e a aprender a partir dos seus próprios erros; implicam os alunos nas decisões e escolhas durante a aula, em relação às atividades curriculares (alguns conteúdos em opção, métodos de ensino e aprendizagem, processos e momentos de avaliação, etc.
e a estrutura das relações sociais (definição de regras, debate sobre o seu incumprimento, decisões quanto à penalização das infrações, etc. Perante os aspectos analisados sobre a relação pedagógica na sala de aula, a uma ligação com a afetividade evidenciando que, quanto mais os alunos percepcionam a ausência de favoritismo e a neutralidade por parte dos professores, mais confiam neles e lhes atribuem um estatuto de autoridade (PEREIRA, 2008, p. A escolha desses se faz perante as crenças, ideologias e interesses nos quais o professor atua e acredita. Segundo Joe Kincheloe (1997), a formação pedagógica do professor é intimamente política, pois nos leva a agir de forma crítica diante da manutenção de situações institucionais dominantes e a buscar outros arranjos educativos, da escolarização e da própria formação por meio de atitudes sociais, econômicas e políticas que os acompanham.
Desse modo, fazendo uma reflexão a respeito do papel do educador nos dias atuais, sobre sua atuação na sala de aula como formador de opiniões e de personalidades e, sobretudo, em sua importante função social, vemos em grande escala o fracasso escolar e social em nossos alunos devido a métodos arcaicos de ensino que não despertam o seu interesse e que não conseguem desenvolver o aspecto cognitivo do aluno plenamente. Em decorrência, Nogueira (1980) nos interroga: O educador hoje instrui, treina, informa, forma, controla, executa, faz tudo exceto educar. Que educação é esta: que impede o homem de ser; que limita a experiência do educando, encerrando-o dentro dos limites da escola e da sala de aula; que representa verdades feitas e incontestáveis; que não aceita que muitas vezes o outro tenha mais a ensinar do que nós a ela; que não se adapta a diferentes realidades, que favorece a primazia do ter em detrimento do ser? Diante de tais constatações, o que nós, os chamados educadores temos feito? O que deveríamos ter feito? O que devemos e deveremos fazer? (NOGUEIRA, p.
Levando em consideração a fala de Luck, a dimensão administrativa é de suma importância para a organização e funcionamento da instituição escolar. Desse modo, propondo uma administração interativa e dinâmica na escola e em sala de aula, partindo do planejamento, organização e execução das atividades pedagógicas. Em vista disso, diversos aspectos são citados por Heloísa Luck (2009, p. em seu livro “Dimensões de gestão escolar e suas competências”, que constituem a dimensão administrativa sendo eles: - Gerencia a correta e plena aplicação de recursos físicos, materiais e financeiros da escola para melhor efetivação dos processos educacionais e realização dos seus objetivos. Promove na escola a organização, atualização e correção de documentação, escrituração, registros de alunos, diários de classe, estatísticas, legislação, de modo a serem continuamente utilizados na gestão dos processos educacionais.
LÜCK, 2009, p. Em decorrência a fala de Lück, compreendemos que a administração do ambiente escolar e consequentemente da sala de aula, é de suma importância para o gerenciamento e funcionamento das atividades pertinentes ao ambiente escolar. A dimensão administrativa parte da organização de documentos de alunos, professores e demais profissionais envolvidos, além da aplicação de recursos financeiros, pedagógicos entre outros, aborda também o monitoramento dos dias letivos, formulação de diretrizes e normas para o devido funcionamento da instituição escolar e a criação de uma cultura de cidadania e responsabilidade que promova um bom funcionamento da instituição. Na sala de aula não é muito diferente, pois o professor precisa saber organizar seus recursos, metodologias e demais instrumentos pedagógicos para utilizar em sala.
Precisa ter registros dos alunos como relatórios individuais e de turma, chamada diária e outras ferramentas da dimensão administrativa que compõem a sua prática pedagógica em sala promovendo uma boa organização e aplicação de suas atividades. Em vista disso, para esse objetivo, são necessários outros registros voltados para a orientação da aprendizagem e que focalizam os seus desdobramentos. A partir dos diários de classe também deve ser feito o acompanhamento pedagógico diário da evolução das aulas, de modo a se manter o seu ritmo regular e observar possíveis dificuldades com relação a alguns professores ou turmas, que devem ser prontamente orientados para superação. Contudo, nos cabe compreender as necessidades administrativas da escola segundo os princípios da administração, promovendo o apoio à promoção de um ensino de qualidade, facilitador e estimulador da aprendizagem dos alunos.
A relação professor-aluno-conhecimento no ambiente da sala de aula Ao pensar na educação como um direito a todo ser humano assim como consta na LDB em seu Art. º onde traz a ideia da educação integral “Dos Princípios e Fins da Educação Nacional”, o qual diz: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996). ARAÚJO, 2017, p. Segundo Baker (2006 apud, BARBOSA; CAMPOS; VALENTIM, 2011, p. Essa relação, quando positiva, está associada a uma variedade de consequências escolares importantes, como o sucesso escolar e a confiança dos alunos em relação a suas capacidades, atitudes e motivações escolares.
Mediante ao exposto, os alunos passam a se sentir firmementes apoiados e confiantes em si mesmo, começam a desenvolver atitudes e comportamentos positivos em relação à escola e consequentemente passam a se tornarem autodirigidas e participantes responsáveis na sala de aula. BAKER, 2006, apud BARBOSA; CAMPOS; VALENTIM, 2011, p. Afinal o desejo também não era que os alunos questionassem o conteúdo ou apresentassem novas formas de pensar ou resolver um problema, mas que ao menos eles produzissem e assimilassem todos os processos ensinados pelos professores. Assim de fato, podemos citar Mizukami (1986), para quem, na pedagogia tradicional, os alunos eram apresentados aos resultados que já estavam estabelecidos pela ciência da época, para que fossemos armazenados cumulativamente. Nesta perspectiva, o aluno não agia sobre a informação, mas a tomava como princípio inquestionável.
Cabe ressaltar que, segundo essa concepção, qualquer tipo de questionamento a informação significaria um desrespeito ao próprio docente que a confessava, aspecto esse que definia o modelo relacional que se estabelecia entre um e o outro. Portanto, esse professor era considerado tradicional a relação estabelecida entre o professor-aluno era vertical, piramidal, pois era hierárquica e tinha como consequência a submissão, o medo do aluno de se expor perante o público, no qual precisaria do professor para absorver os conhecimentos, pois o mesmo era considerado o receptor dos saberes. É saber ofertar a eles atenção e cuidado, para que os mesmos aprendam a se expressar e a expor suas opiniões. Contudo, para que as relações professor-aluno-conhecimento possam ser desfrutadas e exitosas no decorrer dos anos, é preciso que haja liberdade nas ações interpessoais que se estabelecem e definem os pressupostos teóricos da concepção pedagógica que orienta as práticas escolares.
O papel do aluno no processo ensino aprendizagem “Sabendo que você não consegue ensinar tudo a uma criança, é melhor ensinar a ela como aprender” - Brooks Adams Para entendermos como ocorre o processo de aprendizagem dos alunos, precisamos considerar em uma matriz mais específica, a realidade e o contexto em que essa criança está inserida como sendo ela a responsável por ditar aos alunos suas reais condições de aprender- aprender, ou se ao menos consideremos assim como Ausubel (1963, p. que o interesse do aluno é crucial para que ocorra a aprendizagem significativa, assim como a interação do aprendiz com o objeto de conhecimento, ou seja, a aprendizagem significativa é o mecanismo humano. Pois se olharmos para a complexidade da vida moderna, podemos encontrar alunos ativos fora do contexto escolar, imersos, conhecedores e usuários das transformações e avanços tecnológicos.
Quais as habilidades necessárias ao professor na gestão participativa da sala de aula “Um excelente educador não é um ser humano perfeito, mas alguém que tem a serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender. ” - Augusto Cury Nesse item temos o objetivo de compreender quais as habilidades um professor gestor da sala de aula precisa ter para atingir um bom desempenho de sua função, numa perspectiva participativa. Para isso, temos como primeira visão a certeza que o papel do docente não é tarefa fácil, assim como citado em capítulos anteriores, são muitos os desafios enfrentados pelo professor. O docente que gere uma sala de aula com eficácia sabe que, assim como profere o professor Celso Vasconcellos em sua entrevista feita para a Universidade Virtual do Estado de São Paulo - UNIVESP, que o trabalho com o conhecimento é o primórdio desse processo, tanto como a organização da coletividade e o relacionamento interpessoal.
A construção da gestão participativa na sala de aula deve partir desse processo citado acima, dessas habilidades, pois acreditamos que além de administrar a sala de aula é necessário saber planejar e organizar o que irá desenvolver nesta sala, isto é, o professor deve estar preparado para lidar com situações adversas do dia a dia. Desse modo, as habilidades devem ser outras, as metodologias devem mudar, a implantação e o uso de ferramentas tecnológicas devem fazer parte dessa mudança. Tendo em vista essa formação do professor, partimos para um outro ponto marcante nessa linha tênue, pois não basta só ir em busca de renovação e conhecimentos, se a habilidade de saber ouvir esteja fora de sua competência. Na sala de aula, o professor além de educar, cria vínculos com seus alunos, dando a eles a condição de se expressar de modo confiante e abertamente, e saber ouvir nessas condições gera o sucesso e acima de tudo confiança e respeito por parte deles.
Os desafios da gestão de sala de aula “Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática”. Logo, o professor deve buscar recursos atualizados que o ajudem em sala de aula e que atraia a atenção dos alunos e estimule o aprendizado dos mesmos. Segundo professora Renata Borges (2018), Universidade de Uberaba, “a gestão do espaço da sala de aula é uma forma que o professor tem de se organizar e se firmar enquanto profissional da educação”. Em virtude desta citação, o educador exerce uma profissão intensa e que envolve muitas responsabilidades. O principal objetivo do professor é formar cidadãos críticos, pensantes e autônomos, mas para que isso ocorra, este profissional precisa estar apto a vencer diversos desafios presentes na educação.
Logo, destacamos nos itens a seguir os cinco maiores desafios encontrados pelo professor em sala de aula. A realização de atividades distintas O principal objetivo do professor é compreender que cada aluno é único e que a turma apresenta diferentes personalidades, dificuldades e competências. Segundo Rozemberg (2018, p. “o educador também deve lecionar os conteúdos a serem passados por meio de atividades variadas, atendendo às necessidades de todos”. Nesse âmbito, é de fundamental importância que o professor realize atividades que estimulem o desenvolvimento intelectual dos alunos, além de trabalhar as competências sociais emocionais que se apresentam em sala de aula, perante a realidade e emocional do aluno, pois segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) essas competências promovem a formação integral do aluno. Em decorrência dos desafios citados acreditamos que pensar na gestão da sala de aula é pensar em três grandes dimensões, uma delas é o trabalho com o conhecimento, ou seja, o espaço físico é um elemento e a aula se desenvolve por meio das relações estabelecidas, e nesse processo pode-se usar diversos recursos que são disponibilizados, por exemplo, o uso da tecnologia a favor da educação, na qual a mesma não pode se estagnar na apropriação do saber, a outra é a organização da coletividade que está ligado a questões da indisciplina e por último a relação interpessoal, pois de modo geral o professor tem que ter um conhecimento da turma em que atua.
Um bom exemplo de dificuldades ou problemas no momento do aprendizado é a indisciplina, refletindo nas relações pedagógicas dos professores, pois segundo Vasconcellos (1997, p. “sem autoridade não se faz educação; o aluno precisa dela, seja para se orientar, seja para poder opor-se, no processo de constituição de sua personalidade”. Logo, acreditamos que não se pode confundir autoridade com autoritarismo. Nesse âmbito, observamos que o planejamento deve estar presente na prática pedagógica, pois o mesmo poderá auxiliar o professor nas atividades em sala, como parte da vivência e a realidade de seus alunos, escola e comunidade, considerando o planejamento como um processo a ser pensado cuidadosamente, desenvolvido e avaliado. A importância de se adotar uma gestão participativa para a construção de um processo democrático “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Além da participação dos professores em relação à escola, é de grande valia ressaltarmos a função do professor enquanto gestor da sua própria sala de aula. A gestão em sala de aula tem o professor como sujeito gestor dos processos de ensino e de aprendizagem, em que tem como dever transformar a sala de aula em um ambiente no qual se realiza as práticas pedagógicas, a construção do conhecimento e da autonomia dos educandos. Este professor gestor tem o poder de influenciar, orientar e motivar seus alunos a buscarem seus conhecimentos, conduzindo, avaliando e executando experiências, para que a construção da aprendizagem seja completa. Gracindo (2013) destaca o pensamento de Paulo Freire afirmando que o processo de ensino-aprendizagem é uma seta de mão dupla: na qual de um lado, o professor ensina e aprende e, de outro, o estudante aprende e ensina, num processo dialético, isto é, permeado de contradições e de mediações.
Lück (2006, p. É necessário que o professor trabalhe a teoria “construtivista”, na qual o resultado de aprendizado dos alunos é visto ao decorrer do seu desenvolvimento escolar, durante todo o ano, O professor tem que proporcionar a seus alunos situações que os desafiem em relação a todo aprendizado adquirido em sala de aula, como mesmo (LAKOMY, 2003) diz: o educador deve “proporcionar ao aluno discussões, experiências, execução de projetos pode auxiliar no desenvolvimento desse raciocínio abstrato em algo concreto”. Sendo assim o professor gestor deve indagar os seus alunos que criem, questionem, interagem, participem ativamente nas salas de aula, discutindo sobre todo conteúdo exposto pelo mesmo, no qual eles se tornem indivíduos que se encontrem na situação de alguém que tenha objetivos de aprender, ser autônomo na sua forma de pensar e decide por si só, refletindo discutindo, identificando e assumindo seus direitos e deveres.
Numa educação emancipadora, que busca a transformação da realidade, o conhecimento passa a ser fruto de uma construção coletiva, e, assim, o professor é mais do que o mero “ensinante” e o processo de ensino-aprendizagem adquire movimentos de troca e de crescimento mútuo. GRACINDO 2013, p. Com tudo é de grande valia que as escolas sejam vistas como um local onde os pensamentos, as ideias e opiniões são realmente escutadas e levadas em consideração, onde os professores incentivem seus alunos a buscar cada vez mais conhecimento de forma participativa e coletiva, na qual todo aprendizado pode ser visto como uma grande troca, onde o aluno aprende com o professor e o mesmo consiga aprender com seus alunos. REFERÊNCIAS BRANDÃO, Carlos Rodrigues (org. Educador: Vida e Morte.
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