A efetividade das terapias integrativas complementares sob os efeitos colaterais dos pacientes oncológicos
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Enfermagem
Santa Cruz do Sul; 2020. Projeto de Pesquisa de Pós Graduação em Enfermagem Oncológica-Universidade de Santa Cruz do Sul]. O câncer é uma doença maligna altamente prevalente e de alta incidência anual, que pode causar dor, ansiedade e diversos sintomas indesejáveis, além disso, o tratamento contra a doença também causar eventos adversos bastante incômodos aos pacientes, como fadiga, náusea, vômitos, perda de apetite, perda de peso, ansiedade, estresse, entre outros. As terapias integrativas complementares são práticas que podem ser incorporadas ao tratamento de eventos adversos de forma a diminuir estes efeitos indesejáveis causados tanto pela doença quanto por seu tratamento, seja ele qual for. As Práticas Integrativas Complementares podem auxiliar tanto reduzindo os malefícios causados, conforme mencionado, mas também, trazer grande benefício aos pacientes, trazendo conforme físico e mental, que muitas vezes nunca havia sido experienciado anteriormente.
Complementary integrative therapies are practices that can be incorporated into the treatment of adverse events in order to reduce these undesirable effects caused by both the disease and its treatment, whatever it may be. Complementary Integrative Practices can help both to reduce the harm caused, as mentioned, but also to bring great benefit to patients, bringing physical and mental aspects, which many times had never been experienced before. Integrative Medicine, although encompassing ancient practices, is still little known and incorporated into Western medical routine. These practices are commonly used in the East and have had positive effects proven for decades. This work aims, through a literature review, to show the importance of adopting these practices in Western medicine in order to have a positive impact on the health of cancer patients.
Frequentemente, pacientes em tratamento por quimioterapia apresentam reações como náuseas, vômitos e indisposição, dias após a aplicação (PAIVA et al. Esses efeitos adversos afetam diretamente o cotidiano do paciente, fazendo com que seja necessário o uso de outras drogas e tratamentos na tentativa de amenizar essas reações. Entre os medicamentos mais utilizados para reduzir esses sintomas, estão: antieméticos, antialérgicos, repositores de vitaminas, hidratação e em casos mais específicos, medicamentos para manter o equilíbrio da imunidade (MATOSO, DE ROSÁRIO e MATOSO, 2015). No entanto, na maioria das vezes, estes medicamentos não são eficazes ou, por sua vez, também podem causar efeitos adversos ao paciente oncológico (BECKER e NARDIN, 2011). Os fatores citados fazem com que muitos dos pacientes oncológicos demandem por outros tratamentos alternativos que possam ajudar a amenizar os efeitos colaterais dos tratamentos contra o câncer, dando-lhes a força e a motivação necessária para manter a rotina diária.
OBJETIVOS 2. OBJETIVO GERAL Realizar uma revisão bibliográfica sobre as principais Práticas Integrativas Complementares e sua utilização para redução de efeitos adversos causados por tratamentos oncológicos. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Realizar um levantamento bibliográfico com as principais publicações relacionadas à Práticas Integrativas Complementares e o uso destas em pacientes em tratamento oncológico; • Realizar um levantamento dos principais eventos adversos experienciados por pacientes que estão realizando tratamento oncológico; • Descrever as principais Práticas Integrativas Complementares que podem ser aplicáveis na redução de eventos adversos apresentados por pacientes com câncer sob tratamento; • Identificar as vantagens e desvantagens na realização de Práticas Integrativas Complementares em pacientes com câncer. METODOLOGIA O presente estudo consiste em uma revisão de literatura baseada no conteúdo disponibilizado em bases de dados como: Pubmed, Scielo e Lilacs.
Os termos utilizados na busca foram: Câncer; Terapias Integrativas Complementares; Efeitos Adversos; Terapias Antineoplásicas, assim como seus respectivos correspondentes na língua inglesa. Em casos mais graves, a escolha do tratamento adequado pela equipe médica, pode reduzir a disseminação da doença e pode prolongar a sobrevida do paciente (MEDICE, 2018). As pesquisas em busca de novas formas de tratamentos mais eficazes vêm sendo realizadas constantemente. Se analisarmos a um nível mais amplo, ao mesmo tempo em que o câncer é a segunda doença com um dos maiores índices de mortalidade no mundo, mais de 50% dos pacientes conseguem obter a cura (INCA 2016). O sintoma mais comum do paciente oncológico é a dor, porém há diversos outros eventos adversos que os pacientes podem apresentar, como ansiedade, constipação, alterações hormonais, diarreia, fadiga, mucosite, mudanças na pele, náuseas, vômitos, queda de cabelo, perda de apetite, entre outros.
Estes efeitos colaterais são comuns em diversos tipos de tratamento (BATISTA, DE MATTOS, DA SILVA, 2015). As medicações podem agir em distintos pontos no ciclo celular, em geral interrompendo a proliferação desordenada de células, entretanto, além de atingir células tumorais, também atingem células saudáveis (BRUNTON, 2012). A mucosite oral, assim como eritemas, dor, úlceras, edemas e hemorragias em regiões de mucosa são sintomas comumente causados pela quimioterapia, pois como a proliferação celular é interrompida, normalmente as regiões onde há maior renovação celular, são as mais afetadas (JESUS et al. Como consequência, o paciente pode apresentar perda de apetite por conta dos efeitos adversos sofridos, levando a problemas nutricionais. As reações adversas aos tratamentos antineoplásicos citados são apenas alguns dos exemplos de sintomas indesejáveis que o paciente pode apresentar.
Além do tratamento antineoplásico, é necessário que o paciente trate estas reações adversas com diversos outros medicamentos para aliviá-los, causando também por consequência, outros tipos de efeitos indesejáveis, como sobrecarga do fígado ou problemas estomacais pelo excesso de medicamentos. De acordo com a estimativa do Ministério de Saúde, estas práticas devem atender a cerca de 5 milhões de pessoas por ano, o que representa um número ainda muito baixo, visto que o país possui mais de 211 milhões de pessoas (IBGE, 2020). Embora ainda escassos, estudos recentes vêm demonstrando os benefícios dessas terapias integradas ao método da medicina convencional. Dentre as terapias integrativas mais comumente utilizadas, estão: a acupuntura, a aromaterapia, a auriculoterapia, a fitoterapia, a terapia com florais, a homeopatia, a massagem, a meditação, a musicoterapia, a quiropraxia e o reiki.
Acupuntura A Acupuntura é uma especialidade milenar da medicina chinesa, que tem a finalidade de equilibrar o corpo e aliviar dores e tensões através da inserção de pequenas agulhas indolores em pontos que transportam a energia vital do corpo. É indicada para alívio de dores, alívio de estresse e ansiedade, regulação do sono e outros desequilíbrios hormonais (COSTA, 2017). Infelizmente, ainda há muito pouca publicação realizando estudos controlados com aromaterapia e pacientes com câncer, portanto, mais estudos são necessários para que esta prática possa ser utilizada na rotina como terapia complementar. Auriculoterapia Um dos campos da acupuntura é a auriculoterapia, que têm sido utilizada há aproximadamente 2. anos (PU-WEI et al. No Brasil, através da Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, o Ministério da Saúde passou a oferecer o curso de Qualificação em Auriculoterapia para Profissionais da Saúde, para que possam atuar no setor de atenção básica de saúde, de forma a formar profissionais qualificados.
A técnica de auriculoterapia consiste em estimular pontos específicos no pavilhão auricular, que é considerado como o "mapa do corpo humano". Em adição, seria interessante que mais estudos como este fossem realizados para outros tipos de câncer (AIELLO et al. Terapia com florais Os Florais são essências líquidas de flores e plantas que são destinadas para o equilíbrio emocional onde harmoniza a pessoa no meio em que vive. Existem diversos tipos de florais que são indicados conforme a limitação ou problema emocional. São indicados para reequilíbrio da saúde emocional tais como: ansiedade, tristeza, medo e depressão (Aureliano 2013). Homeopatia A Homeopatia surgiu na antiga Alemanha na primeira década do século XIX, a partir de estudos realizados por Samuel Hahnemann e foi introduzida em outros países por médicos e leigos passando rapidamente a interessar membros importantes da sociedade, sendo desenvolvida no Brasil a partir de 1836, difundida por Frederico Jahn e Emílio Germon, este criador do Manual de Homeopatia.
Existem estudos mostrando evidências de que a música pode causar indução nas áreas do cérebro que também são estimuladas por alimentos, sexo e drogas (SALIMPOOR et al. De fato, a música pode alterar produções de moléculas de sinalização que podem explicar estes mecanismos mencionados através de mensageiros como neurotransmissores, hormônios, citocinas e proteínas. Desta forma, apresentando como consequência, respostas ao estresse, emoções e até mesmo alterações na resposta imune (LODISH et al, 2000). Ainda é necessário que haja muitos estudos clínicos randomizados e controlados adicionais para comprovar a eficácia em diversas doenças, entretanto, nos últimos dez anos houve um aumento de estudos controlados que avaliaram o efeito positivo de reabilitação de doenças neurológicas através de intervenções baseadas em Musicoterapia, como cantar, tocar um instrumento musical ou ouvir música (SIHVONEN et al.
Quiropraxia A Quiropraxia é uma técnica natural de manipulação da coluna vertebral e articulações que tem como principal objetivo restabelecer o equilíbrio da estrutura músculo-esquelética e sistema nervoso (SILVA, ALVES e FILADELPHO, 2008). O uso de terapias complementares também pode incentivar, de certa forma, o empoderamento dos pacientes, uma vez que as práticas convencionais adotados pela medicina ocidental fazem com que os pacientes sintam-se muito dependentes dos profissionais da saúde, as Práticas Integrativas e Complementares, por sua vez, estimulam a independência do paciente, pois parte dele também realizar as práticas, aceitar e acreditar nelas, além disso, estas práticas visam o equilíbrio de sua energia interna vital, objetivando uma melhora da pessoa como um todo, integrando todas as partes do corpo como sendo um só, e não tratando apenas sintomas individualmente e dependendo de prescrições médicas unicamente para redução destes eventos adversos enfrentados.
Assim como as terapias baseadas na Medicina Ocidental, as Terapias Integrativas Complementares também não estão isentas de apresentarem riscos aos pacientes. Reações adversas, toxicidades e interações podem ocorrer ao utilizar por exemplo, plantas medicinais, entretanto, ainda assim, pode-se considerar que estes riscos são inferiores aos riscos apresentados por medicamentos industrializados. Um estudo realizado com 3. pacientes internados, mostrou que 174 deles apresentaram 211 reações adversas a medicamentos industrializados, sendo estas de grau médio e alto (graus 2 a 5 pelo CTCAE - Common Terminology Criteria for Adverse Events), e 6 pacientes apresentaram 6 reações adversas aos tratamentos considerados alternativos, sendo que foram no máximo de baixo grau (grau 2 pelo CTCAE), portanto, apesar de terem ocorrido reações adversas ao tratamento antroposófico, estes foram limitados a sintomas leves (SÜSSKIND et al.
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