A crianca autista na escola regular
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Pedagogia
p. Trabalho de Conclusão de Curso Pedagogia– R2 Formação Pedagógica, São Paulo, 2018. RESUMO Este trabalho vem abordar a cerca de como se dá a inclusão de alunos com necessidades especiais – com foco em crianças autistas – como esta inclusão se embasa na legislação brasileira, quais as dificuldades apresentadas pelo sistema de ensino e como a nossa sociedade tem trabalhado no sentido de solucionar estas dificuldades, a partir do diagnóstico e da caracterização da síndrome. Palavras-chave: Autismo; Escola regular; Inclusão. VALENTE, Renata Maria Barreto Santos. CONsiderações finais 18 6. REFERÊNCIAS. INTRODUÇÃO A educação especial, surgiu e foi fundamentada a partir dos direitos humanos – o mesmo se constitui em um conjunto de pensamentos, ações, leis e atitudes individuais ou coletivas que objetivam garantir a todo o indivíduo independente do seu gênero, da sua raça, etnia, nacionalidade ou classe social todos possam ter o acesso adequado e inclusivo a educação, em todos os seus níveis, visto que antes da implementação da mesma uma grande da parte da população mundial portadora de necessidades especiais tinha sua educação negligenciada ou seriamente comprometida por causa de condições precárias de ensino e aprendizagem.
A mesma foi fundada para suprir as demandas apresentadas por crianças e jovens com necessidades especiais que segundo o decreto n• 3298/99 – regulamentado na lei 7853/89 são definidas como “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;” Dentro dessas necessidades especiais se encontra o autismo, que é um problema psiquiátrico comumente identificado na infância visto que seus sinais aparecem desde os primeiros meses de vida ficando evidente até os 3 anos, na maioria dos casos não acarreta em dificuldades físicas para o indivíduo, mas nem por isso faz com que os mesmos não precisem de uma educação especial para favorecer o seu desenvolvimento pleno, por isso neste artigo abordaremos como se dá a inclusão da criança autista com suas potencialidades e dificuldades na escola regular.
Este trabalho objetiva compreender como se dá a integração da criança autista dento do modelo de ensino regular. • Aspectos Sensoriais: No quesito sensorial a maior dificuldade da criança autista é referente a audição, o comportamento do indivíduo com relação a estímulos sonoros é totalmente imprevisível e diretamente ligado a alterações emocionais, geralmente o transtorno torna o indivíduo alheio a ruídos extremos ou chamamentos ao mesmo, da mesma forma que torna o indivíduo intolerante a ruídos suaves ou naturais a ambientes cheios de outras pessoas o que acarreta de modo geral em reações violentas ou desesperadas. • Aspectos linguísticos: Outro domínio muito importante e que fica seriamente afetado por esta síndrome é o aspecto linguístico, nesse caso acontece o retardamento da linguagem e um desenvolvimento excessivo da linguagem não verbal, como expressões faciais acentuadas e gesticulações, além disso fatores como a compreensão da linguagem, utilização das aptidões verbais, jogos imaginativos e compreensão de linguagem abstrata ou figurativa ficam permanentemente prejudicadas.
SOUSA E SANTOS, 2018) Acredita-se que o autismo se apresenta devido a uma relação com algum desenvolvimento cerebral anormal ainda não identificado provavelmente oriundo de da genética, inicialmente acreditava-se que o mesmo estava ligado a algum tipo de trauma gerado por rejeição materna, no entanto hoje em dia essa teoria não se aplica mais, mesmo que ainda não se seja possível precisar a origem, pois até hoje a única forma de ser feito o diagnóstico do autismo é através do diagnóstico clínico, visto que não existem diagnósticos laboratoriais que possam comprovar a existência de tal síndrome. Mas apesar da dificuldade do diagnóstico, é necessário que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível para que assim acompanhamentos e intervenções cognitivas e educacionais possam ser feitas de modo que o desenvolvimento do indivíduo não seja comprometido.
O QUE CAUSA O AUTISMO? Até os dias atuais as verdadeiras causas do autismo permanecem desconhecidas, no entanto estudos levaram os cientistas a inúmeras teorias que buscam explicar a que se dá o surgimento dessa síndrome, o fato da existência da diversidade de sinais e graus de intensidade deste síndrome indicam que provavelmente a mesma é fruto de uma combinação de genes, desse modo a probabilidade mais alta é que esta síndrome se refira a fatores genéticos herdados, apesar de ainda não haverem certezas do gene causador. Pois qualificar uma escola para receber todas as crianças implica medidas de outra natureza, que visam reestruturar o ensino e suas práticas usuais e excludentes. Na inclusão, não é a criança que se adapta à escola, mas a escola que para recebê-la deve se transformar” (SAMPONARA, 2018) O que nos desperta para o questionamento, o que estamos fazendo para realmente incluir a criança autista na nossa educação regular? Na atualidade tem-se trabalhado de maneira intensa para implementar a educação especial na nossa sociedade, de fato se faz indiscutível que a educação especial – seja com salas ou escolas separadas são realmente importantes para solucionar inúmeros problemas existentes na questão quantitativa e qualitativa da educação de crianças e adolescentes que antes da implementação dessas formas de ensino dificilmente teriam acesso não a uma educação de qualidade, mas em muitos casos também a qualquer forma de educação, no entanto vale refletir sobre um alerta nesse sentido, uma escola especial reflete no ambiente ideal para a aprendizagem da criança, no entanto essa ambiente ideal difere basicamente de todas as formas da vida real que essas crianças – já formadas adultas – encontrarão na sociedade na qual irão se inserir, dessa forma como as mesmas serão capazes de exercer um papel ativo e relevante em uma sociedade para a qual não foram preparadas? Não estamos dizendo com isso que escolas especiais são prejudiciais para o desenvolvimento infantil, muito pelo contrário, ela proporciona o desenvolvimento pleno para crianças que sequer teriam a oportunidade de se desenvolverem, mas será que ela de fato tem preparado os indivíduos que forma para a vida? Foi em 2010 que crianças com necessidades especiais passaram a ser inseridas em escolas regulares – ou seja aquelas escolas sem nenhum tipo de adaptação, aquelas destinadas para as crianças consideradas normais - no início os embates eram constantes, a escola regular não possuía estrutura física e de equipe profissional envolvida para atender as necessidades das crianças que começavam a fazer parte daquela rotina.
No entanto só a partir do momento em que a presença dessas crianças já era algo presente no cotidiano escolar foi que o ambiente começou a ser pensado para elas, não como primeiro a adaptação do ambiente escolar para o ambiente ideal para a partir daí inserir as crianças com necessidades especiais, mas primeiro inserindo-as para a partir daí começar a fazer ajustes que passem a suprir uma necessidade já existente, a partir da inclusão de crianças com necessidades especiais foi que a escola regular passou a aperfeiçoar-se para recebe-las. Uma vez que as crianças com necessidades especiais - dentre elas o autismo – começaram a fazer parte da escola regular, começou a perceber-se que as mesmas apresentavam um desenvolvimento melhor, pois a mesma convivendo com crianças sem nenhum tipo de limitação passavam a conviver com desafios que a estimulavam a superar as expectativas de desenvolvimento antes imaginadas para aquela criança a partir de atitudes simples como o interagir e o brincar, como diz Vigotsky (1998): a brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.
Logo a partir da simples convivência com crianças ditas normais as crianças com necessidades especiais inclusive as crianças autistas estariam entrando em contato com um mundo que estaria a todo momento lhe estimulando e auxiliando para o desenvolvimento. No momento, o que se considera como a maior necessidade para que a inclusão da criança autista seja ainda mais exitosa é uma melhor capacitação dos professores, pois a inclusão da forma como estamos começando a compreender consiste em uma realidade muito nova para esses profissionais, para uma escolarização adequada da criança autista o professor precisa sempre saber por onde conduzir esse desenvolvimento, Segundo Dias (2018) “O professor deve "traduzir" os ensinamentos de forma que o aluno se sinta dentro de uma inesquecível "viagem" e dessa forma possa assegurar a produtividade do ensinamento, sempre se utilizando da criticidade no ensino e aprendizagem dos conteúdos.
” Desse modo cativando-os e conduzindo-os pelos caminhos de desenvolvimento adequados, pois só a partir da significação o aluno será capaz de construir cognitiva e afetivamente um conhecimento relevante a ponto de ser armazenado na sua memoria por toda a vida, e esse aprendizado significativo pode ser aplicado a crianças consideradas normais e da mesma forma as crianças diagnosticadas autistas – ou com qualquer outro tipo ode transtorno – e principalmente as segundas, visto que para elas é necessário construir uma relação com tudo o que entra em contato em suas vidas para que as mesmas sejam absorvidas permanentemente. Nesse processo de inclusão então toda a equipe escolar deve estar preparada para lidar com as particularidades desse novo aluno, mas segundo Gatti é o docente que “merece uma atenção maior de conselheiros de educação, gestores, coordenadores de curso, professores do ensino superior, no que se refere à sua iniciação formativa – estrutura, currículo e dinâmica das licenciaturas.
” Pois é o mesmo que estará no dia a dia em contato com as crianças. Porém alguns professores ainda não conseguem ter acesso a formação continuada ou formações especiais que lhe habilitem para lecionar crianças com necessidade especiais, no entanto para Cunha (2012) o ato de ensinar crianças especiais “requer um esforço específico, individualizado e com perfeita sintonia com a família, o que pressupõe profissionais preparados e atualizados em relação ao aprimoramento das novas pesquisas sobre a síndrome. The handbook of autismo: a guide for parents and professionals, routledge, londres, 1992. BEYER, H. O. A educação inclusiva: resinificando conceitos e práticas da educação especial: Revista inclusão, v. Brasil, Lei de Diretrizes e Bases da educação, Brasília, 1961 CORREIA, L.
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