A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA E INSTITUCIONAL DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Gestão ambiental
Além disso, podemos afirmar que é uma condição que afeta o desenvolvimento humano de forma global, apresentando um complexo quadro de sintomas que repercute no padrão evolutivo e comportamental das pessoas diagnosticas com este transtorno. A Psicopedagogia surgiu com a necessidade de um profissional que atendesse crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, por meio de uma linha tênue entre a psicologia e a pedagogia. Para tanto, para compreender os problemas de aprendizagem, inicialmente é necessário saber como acontece o processo de aprendizado do sujeito. Desta forma, o psicopedagogo se destaca como o profissional que irá investigar como ocorre o aprendizado, bem como atuará de forma preventiva para evitar déficits de aprendizagem. Palavras-chave: Psicopedagogia. Mas, foi em 1943, após alguns anos de observação a cerca de 11 casos de crianças que possuíam inabilidade inata para estabelecer contato afetivo e interpessoal, que o psiquiatra Leo Kanner definiu pela primeira vez a síndrome do autismo.
De acordo com Gadia (2006), além das características como incapacidade em estabelecer conexões socioafetivas e da resistência excessiva a mudanças no meio ambiente, os autistas observados por Kanner também apresentavam severas dificuldades em utilizar a linguagem com o objetivo de se comunicarem. Asperger um ano depois descreveu outros casos de crianças com algumas características semelhantes ao autismo que também manifestavam dificuldades na comunicação social. Todavia, apresentavam o diferencial de não apresentarem dificuldades acentuadas de aprendizagem. Em vista da multiplicidade dos modelos explicativos até então existentes a respeito do assunto, conforme Schmidt e Bosa (2013), na década de 1980, houve um conjunto de iniciativas dos estudiosos para uniformizar esse diagnóstico, o que se efetivou a partir dos manuais de classificação, nos quais o autismo foi abordado em três domínios: interação social e empatia; comunicação e imaginação; flexibilidade cognitiva e comportamental.
Ao atender uma criança com TEA, o psicopedagogo prioriza a autonomia da criança, ela deve aprender a realizar atividades de seu cotidiano para que se torne um adulto autônomo. Vale ressaltar a importância da parceria com professores, familiares, cuidadores e outros profissionais que atendem a criança, todos devem estar alinhados ao mesmo objetivo, como afirma Cunha (2017), para ele o currículo escolar deve ser constituído de acordo com as necessidades e possibilidades da criança e com a realidade de sua escola. Cada instituição escolar tem a sua limitação e especificidade, que irá adequar-se às necessidades das crianças que atende. O psicopedagogo deve estar atento quanto à aprendizagem da criança com TEA em sua complexidade e como a instituição escolar pode ampliar o conhecimento da criança ao promover a autonomia e a inclusão.
A escola deve educar, também, para o desenvolvimento da autonomia do aprendente, abrangendo toda a complexidade que há na individualidade de cada um, pois a natureza humana é uma unidade complexa, é um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico. Embora a inclusão escolar seja um desafio complexo, o engajamento e a capacitação de profissionais da educação como o psicopedagogo podem contribuir para viabilizar o processo na prática. A psicopedagogia instituiu-se como saber independente e complementar a outras áreas de estudo, tendo como objeto de estudo o processo aprendizagem e recursos diagnósticos próprios. A partir disso, a psicopedagogia apresenta um caráter interdisciplinar, pois busca na psicologia, psicanálise, linguística, pedagogia, neurologia e outras áreas afins os conhecimentos necessários à compreensão dos processos de aprendizagem.
Assim de acordo com as afirmações do autor acima, o psicopedagogo ensina como aprender e, para isso, necessita apreender o aprender e a aprendizagem. Todavia, para o psicopedagogo, aprender deverá participar de um processo que coloca em ação diferentes sistemas que interferem em toda a vida do sujeito. Os resultados obtidos através de avaliação da dinâmica familiar e escolar e da própria criança mostraram que a inclusão trouxe significativos benefícios para ela. A criança apresentou melhora expressiva da concentração nas atividades propostas, bom estabelecimento de relacionamentos com os colegas e além de melhoras no comportamento de atender a ordens. É crucial para qualquer educador e/ou terapeuta, assim como para o psicopedagogo entender, em todas as suas dimensões, os aspectos que compõem o desenvolvimento humano, a fim de que possam promover um atendimento efetivo aos sujeitos com os quais realiza seu trabalho.
Diante disso, cabe ressaltar que o homem é por natureza um ser social, e é através da cultura que nós vamos interagindo com o mundo, formamos experiências, significamos e ressignificamos contextos que serão forte influência na construção de nossa personalidade e identidade. Por isso, pode-se concluir que o movimento, o pensamento e a linguagem são uma unidade inseparável. Já Jorge Visca relata: A psicopedagogia foi uma ação subsidiária da medicina e da psicologia, perfilou-se como um conhecimento independente e complementar, possuidora de um objeto de estudo o processo de aprendizagem e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios” (Visca, 2007, p. A autora também nos traz alguns questionamentos, tais como: Quais as problemáticas estruturais que intervêm no surgimento do transtorno da aprendizagem? E sua resposta é: “temos em mente que é o sujeito que aprende, por isso é motivo de pergunta para os psicopedagogos” (Id, p.
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, de uma demanda o problema de aprendizagem que é pouco explorado e evoluiu devido a alguns recursos raros, mas que atendiam a essa demanda, constituindo assim a prática. Portanto, a psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como se aprende, como essa aprendizagem varia gradativamente e está condicionada por vários fatores. Esse objeto, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo, como diz GOLBERT (2007), “a definição do objeto de estudo de psicopedagogia passou por fases distintas em diferentes momentos históricos que repercutiam nas produções científicas, pois ele era entendido de várias maneiras”. Alguns objetivos devem nortear o trabalho educacional com crianças autistas, segundo Gadia (2006), a linguagem, a responsabilidade social e a capacidade adaptativa são os objetivos que, frequentemente, devem ser ensinados à criança autista e que não fazem parte de um programa de educação para crianças com desenvolvimento típico.
Não cabe ao psicopedagogo dar qualquer diagnóstico em relação a alterações no comportamento, pois esta é uma função do médico psiquiatra ou neurologista, mas o psicopedagogo será capaz de perceber se a criança está respondendo como uma criança de sua idade, se sua aprendizagem está fluindo bem ou se há atraso em seu desenvolvimento seja em relação à linguagem, à psicomotricidade ou ao comportamento que possa prejudicar uma aprendizagem acadêmica. Além disso, poderá identificar se as causas de possível atraso estão relacionadas ao ambiente familiar, a uma imaturidade ou se há suspeita de um déficit neurológico devendo fazer o encaminhamento para o serviço de neurologia. A criança com autismo pode receber o acompanhamento do psicopedagogo desde o diagnóstico, mas segundo Silva, Gaiato e Reveles (2012), é na fase da alfabetização que a maioria das crianças com autismo precisa de auxílio psicopedagógico.
No entanto, antes da alfabetização é necessária a aquisição de alguns comportamentos como permanecer sentada, ficar em sala de aula, identificar e reconhecer letras iguais e diferenciá-las. Outro método utilizado para o tratamento de autistas é o DTT (Treinamento por Tentativas Discretas) que, segundo Smith (2001), Corsello (2005) e Fazzio e Martin (2011), é mais um tipo de técnica do método ABA do que propriamente uma intervenção em si. Esse mecanismo visa ensinar habilidades em passos simplificados. Ao invés de se ensinar uma habilidade completa, esta é quebrada em pequenas tentativas discretas a serem ensinadas uma de cada vez. Tentativas se referem às oportunidades de aprendizagem oferecidas às crianças. Jesus (2013) diz que depois de selecionada a habilidade a ser ensinada à criança, as oportunidades são oferecidas para que a resposta ocorra.
Na quarta fase, o estudante aprende a formar frases, por meio da utilização das figuras. Na penúltima fase, o estudante aprende a responder a perguntas utilizando as figuras e, na última, cria comentários por meio da justaposição das figuras. Neto et al. diz que a metodologia PECS pode ser aplicada não somente em crianças, mas também em diferentes fases de desenvolvimento e em diferentes transtornos Outra ferramenta segundo o autor muito utilizada com autistas é o modelo TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children), que consiste em uma intervenção específica, caracterizada por adequar o ambiente à criança com o propósito de reduzir a ansiedade, possibilitando-lhe melhor aprendizagem. Esta metodologia fundamenta sua dinâmica funcional através do fornecimento de padrões de referência, especialmente visuais.
Para isso, ele deve montar uma intervenção adequada e singular, considerando as características individuais da criança, pois devido à variação da gravidade dos sintomas que envolvem o transtorno, o tratamento deve ser delineado conforme cada caso. Alguns sintomas do autismo se modificam ao longo da vida, em decorrência das demandas da faixa etária e das intervenções propostas no tratamento multidisciplinar. Portanto, eles podem desaparecer, diminuir a intensidade, ou ainda, permanecer sem alterações ao longo do desenvolvimento. O psicopedagogo precisa estar atento e acompanhar essas mudanças, ou seja, o planejamento do tratamento deve ser estruturado e reestruturado de acordo com as etapas da vida do paciente. A intervenção psicopedagógica deve ser abrangente, o foco precisa considerar aspectos sociais, emocionais, comportamentais e cognitivos, além de orientação e apoio para a família e escola.
Nesse sentido, na perspectiva de Almeida (2012) a atuação do psicopedagogo com educandos público da Educação Especial deverá ser compreendida como um trabalho colaborativo em razão de sua interdisciplinaridade, isto é, mediante a contribuição de profissionais de múltiplas áreas do conhecimento. Além disso, o psicopedagogo precisa fazer parte da equipe da organização do trabalho pedagógico dentro da escola. Perante esse contexto, segundo o autor é necessário observar que a inserção do aluno com necessidades educacionais especiais é realidade na escola, e com isso a educação precisa adotar uma nova postura para atender a multiplicidade dos educandos com algum tipo de deficiência, com ressalvas ao educando com paralisia cerebral, mediante seu desenvolvimento no processo de ensino e aprendizagem. Logo, o interesse em querer pesquisar e estudar sobre a temática psicopedagogia e a inclusão do aluno com paralisia cerebral foi originada por sucessivas inquietações e dúvidas, no que diz respeito a como o psicopedagogo poderá contribuir para a inclusão do aluno com paralisia cerebral no ambiente socioeducacional.
Desse modo, a pesquisa é importante pelo fato de contribuir com discussões e reflexões críticas e analíticas acerca do trabalho psicopedagógico que, poderá ser realizado na Educação Especial com a possibilidade de introduzir propostas psicopedagógicas para desenvolver as estruturas cognitivas, afetivas e sociais do aluno com paralisia cerebral. A atuação da psicopedagogia para o momento da criança com paralisa cerebral é muito importante, considerando que durante a estimulação o meio, somado a sua supervisão profissional, pode dar o início correto para a pré-formação para esta etapa do trabalho. Considerando que a psicopedagogia trabalha em conjunto com os outros profissionais, é conhecido por esta o nível de funcionamento neuropsicomotor da 20 criança, e a inclusão com a escola recebe, desta, um preparo para a fase escolar (SILVEIRA; KROEFF, 2012, p.
Segundo Silva (2014), o termo paralisia cerebral é referido como sendo um grupo de afecções caracterizadas pela disfunção motora, cuja principal causa é uma lesão encefálica não progressiva, acontecida antes, durante ou após o parto. As sequelas da paralisia cerebral podem provocar o comprometimento da linguagem, da locomoção, da postura, dos movimentos, dos usos das mãos, entre outros aspectos. Apesar destes comprometimentos que afetam a criança com paralisia cerebral, em alguns casos sua cognição permanece preservada, assim o médico neurologista precisa orientar os pais no que tange ao seu desenvolvimento. Mediante essa concepção Grassi, (2009) o trabalho que o psicopedagogo fará com o aluno com paralisia cerebral é analisá-lo primeiramente numa concepção holística. Isto é, observar o contexto, os ambientes e as relações que esse indivíduo possui com todos os organismos, em razão deste sofrer influências diretas, para posteriormente elaborar estratégias psicopedagógicas.
Cabe aqui mencionar que o psicopedagogo analisa o sujeito inserido num contexto relacional complexo por isso, é preciso conhecer e considerar o sujeito, sua família e todos os elementos envolvidos nessa teia relacional ou seja, sua história, sua origem, crenças e valores, cotidiano, comunidades, escola, colegas e professores além dos fatores determinantes do processo de aprender e de não aprender. Augé (2008) afirma que para que a análise venha corroborar com o trabalho psicopedagógico junto ao aluno com paralisia cerebral, é de extrema importância que o psicopedagogo crie vínculos de acolhimento, confiança e, sobretudo, segurança com o educando. Nesse sentido, reafirma-se que o trabalho psicopedagógico se fundamentará não só em relações de não aprendizagem, mas sem dúvida no desenvolvimento da aprendizagem.
As propostas educacionais, os materiais, as estratégias habilitadoras e reabilitadoras, etc. devem estar integradas a propostas curriculares coerentes. De acordo com Fernandes e Orrico (2012), o ambiente educacional deve oportunizar e assegurar a supressão de barreiras arquitetônicas, respeitando o direito de ir e vir, como também conceder uma boa qualidade de vida ao educando no momento de seu ingresso, permanência e saída com êxito da escola. Bem como, eliminar as barreiras atitudinais da comunidade escolar, em vista de acreditar e incluir o aluno com paralisia cerebral. Nesse sentido, o psicopedagogo deverá coletar dados no ambiente escolar para produzir e/ou traçar estratégias psicopedagógicas no intuito de favorecer a inclusão do aluno com paralisia cerebral. Tais sugestões podem ou não ser aceitas pela família e pela equipe interdisciplinar.
Porém, ao ser aceita por todos, os educandos com paralisia cerebral poderão apresentar um progresso surpreendente dentro das propostas educacionais, com propósitos da aquisição de aprimorar suas habilidades e potencialidades dentro do processo de ensino e aprendizagem. Em suma, percebe-se que ao atribuir o trabalho psicopedagógico junto ao educando com paralisia cerebral, haverá uma contribuição significativa ao estimular a criança com paralisia cerebral para adquirir um progresso que o possibilite possuir autonomia e independência em razão de sua inclusão socioeducacional. Considerações Finais Pode-se concluir que ao iniciar os atendimentos, o profissional de psicopedagogia deve conhecer a criança, suas dificuldades e habilidades. A criança com TEA demanda de uma atenção especializada, além do alhar atento. REFERÊNCIAS ASSUMPÇÃO JR.
Francisco Baptista. Autismo Infantil - Novas Tendências e perspectivas 2ª edição. São Paulo: Editora Atheneu, 2015. BRASIL. br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146. htm; acesso em: 24 Abril 2017. Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Disponível em: <https://www. Porto Alegre: Artmed, 2011. BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Avaliação educacional de alunos com baixa visão e múltipla deficiência na educação infantil. Dourados/MS: UFGD, 2009. CARDOSO, Maria Cecília de Freitas. CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2010, p 135. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. GOOGLE ACADÊMICO. A atuação do psicopedagogo com crianças com autismo, São José dos Campos, 2019.
Disponível em: <https://scholar. google. com. com. br/a-abordagem/atividades-interativas-para-pessoas-com-autismo> Acesso em: 10 de abr. de 2019. KEINERT, Maria Helena Jansen de Mello. Espectro Autista - O que é? O que fazer? 2 ed. de 2019. RIBEIRO, Luciana de Cássia. Abordagem Floortime no tratamento da criança autista: possibilidades de uso pelo terapeuta ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional UFSCar. São Carlos. Rio de Janeiro: Wak Editora,2010. SAMPAIO, Simaia. Como suspeitar de autismo numa avaliação psicopedagógica. Psicopedagogia Brasil, 2021. Disponível em: https://www. A atuaçâo do psicopedagogo com a criança com transtorno do espectro autista. Constr. psicopedag. São Paulo , v. n. R. Psicopedagogia e educação precoce: a expectativa dos pais e o desenvolvimento da criança com paralisia cerebral. Monografia (especialização)- Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, 2011 TEIXEIRA, Gustavo.
Manual do Autismo. Rio de Janeiro: BestSeller, 2016.
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