Violência na Escola
Ao companheiro das horas certas e incertas, apoiador e incentivador de tudo, dizer que te amo é pouco, frente a tudo que faz por mim. À colega Viânia pelo carinho e atenção ao me ensinar a caminhar em Vitória. Á professora, dedicada, companheira Carla de todos os momentos e para todos os momentos da caminhada muito obrigada! RESUMO O presente Projeto de intervenção é um trabalho que apresenta reflexões de cunho teórico sobre o tema violência escolar, estudos quantitativos e de relato de experiência prática de intervenção. A partir dessas reflexões, propõe-se um Plano de Ação de Combate à Violência Escolar para ser implementado na Escola de Ensino Médio Sobreiro, Munícipio de Laranja da Terra, ES. Para tal o trabalho apresenta as etapas necessárias de construção de um Plano de Ação com vistas à intervenção da prática pedagógica.
METODOLOGIA DO PROJETO DE INTERVENÇÃO. Público-alvo. Desenho da Intervenção. Parcerias Estabelecidas. Recursos Necessários. Com efeito, concebe-se uma comunidade escolar pela convivência de diferentes sujeitos mais o menos engajados na construção do conhecimento escolar, na formação de valores éticos de cidadania, na preparação para o mundo do trabalho e na formação do espírito crítico, Brasil (1988), Brasil (1996), Silva (2000), Paro (2010). Essas subjetividades presentes, alunos, gestores, funcionários, professores e família constroem uma cultura escolar que lhe é própria: Podemos dizer que existem inúmeras características que aproximam os comportamentos das escolas, bem como as investigações sobre ela, e há uma infinidade de outras que os/as diferenciam. No entanto, parece não haver inconvenientes em considerar a escola como uma instituição com cultura própria.
Os principais elementos que desenhariam essa cultura seriam os atores (famílias, professores, gestores e alunos), os discursos e as linguagens (modos de conversação e comunicação), as instituições (organização escolar e o sistema educativo) e as práticas (pautas de comportamento que chegam a se consolidar durante um tempo). SILVA, 2006, p. No que tange à prevenção da violência escolar, a intervenção pedagógica também busca a integração com a família, criando uma rede de comunicação muito importante, pois é de interesse também da família um ambiente pacífico para a formação de seus filhos. No entanto, e associando ao próprio percurso de experiência profissional na área de Psicologia, pôde-se, igualmente, verificar que o trabalho desenvolvido na escola liga-se a sensibilizar seus pares no debate e ações sobre a violência física em detrimento da violência simbólica.
É nesta questão que a motivação para realização do presente trabalho manifesta-se, ou seja, considerar a violência escolar em todas as suas vertentes. Diante disso, o trabalho contempla dois grandes blocos, o primeiro com os referenciais teóricos que embasam a reflexão-ação, nos termos de Freire (2015) e o segundo, da apresentação do Plano de Ação em suas etapas de implementação. Situação-problema O problema que se coloca na presente pesquisa é saber se a violência escolar pode ser combatida pela intervenção pedagógica. Um grande número de médicos, pesquisadores e sistemas da saúde pública têm se dedicado à tarefa de compreender as raízes da violência e à sua prevenção. UNESCO, 2002, p. De acordo com pesquisa realizada em 2016, dados colhidos em 2015, pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Ministério da Educação e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI), a violência escolar nas escolas públicas do Brasil apresenta-se da seguinte maneira: A violência verbal ou física atingiu 42% dos alunos da rede pública nos últimos 12 meses [.
a pesquisa ouviu 6. estudantes, de 12 a 29 anos, em sete capitais brasileiras: Maceió, Fortaleza, Vitória, Salvador, São Luís, Belém e Belo Horizonte [. Todas elas contribuem para tornar o ambiente escolar hostil. FLACSO-MEC-OEI, 2016). Nesse sentido, para a busca de uma práxis cotidiana escolar com vistas a propiciar um ambiente acolhedor, seguro e de compromisso com a aprendizagem, a criticidade, a autonomia e a formação de jovens aptos a exercitar a sua cidadania (PARO, 2010), a pesquisa irá estabelecer uma observação in loco na Escola de Ensino Médio Escola Sobreiro, Município de Laranja da Terra – ES para apresentar uma proposta de intervenção sobre os casos de violência vivenciados na comunidade escolar. Acredita-se que, dessa maneira, chega-se a três grandes missões de um trabalho de conclusão de curso: o aprofundamento teórico-acadêmico para a compreensão de fatos da realidade que envolvem a violência escolar bem como as suas gradações, às vezes confundidas com meras brincadeiras (FLASP-MEC-OEI, 2016); o aperfeiçoamento profissional no processo consciente de formação em Educação, pela intervenção prática na construção de uma proposta de intervenção contra os casos de violência escolar na escola selecionada para a pesquisa e uma modesta contribuição social, na medida em que se buscará soluções para os casos de violência que ocorrem na referida escola.
Objetivos - Objetivo geral Construir um Projeto de Intervenção sobre violência escolar na Escola de Ensino Médio Escola Sobreiro, Município de Laranja da Terra – ES. PARO, 2010). Instrumentos para isso já estão há muito tempo disponíveis nas escolas: o Projeto Político Pedagógico, o Conselho Escolar, a Associação de Pais e Mestres e o Grêmio Estudantil cuja força participativa decorre, sobretudo, da liderança ética da gestão escolar. Diante desses aspectos, propõe-se avaliar, do ponto de vista teórico, a violência que ocorre na escola e avaliar medidas preventivas e de superação no ambiente escolar pela intervenção da equipe pedagógica. A violência escolar Para Abramovay; Rua (2003, p. a violência escolar liga-se “a variáveis exógenas e endógenas” frente à realidade: Entre os aspectos externos [.
A violência não pode ser reduzida ao plano físico, podendo se manifestar também por signos, preconceitos, metáforas, desenhos, isto é, por qualquer coisa que possa ser interpretada como aviso de ameaça, o que ficou conhecido como violência simbólica. La Taille determina a violência como sendo um comportamento em que ocorrem duas percepções de ação e escolhas do indivíduo, a moral e a ética: 1. No plano moral, está em jogo a legitimação da violência. Esta levanta um problema moral quando traduz uma forma de desrespeito, logo quando traduz uma ação sobre outrem na qual este é visto apenas como meio, e não como fim em si mesmo. No plano ético, a violência deve ser pensada, seja como meio para realização de projetos de vida, seja como expressão de um traço de caráter valorizado (LA TAILLE, 2009, p.
PIAGET, 1977). Do ponto de vista da escola, a adoção medidas punitivas e mesmo agressivas ao tentar desesperadamente determinar o desenvolvimento moral de seus alunos está fadada ao fracasso. Sposito (2001) apud Sales; Silva (2010, p. sobre as pesquisas de violência escolar no Brasil, destaca que a “relação conflituosa entre alunos e professores tem gerado um medo constante entre professores, que apelam para a segurança policial, o que afeta a qualidade da interação educativa e o clima escolar”, pode-se questionar, nesse ponto, em que medida ações punitivas foram impostas durante o processo de escolarização desses alunos para que se chegasse a este estágio último de conflito? Nesse contexto, faz-se necessário analisar, no interior da escola, todo o conjunto de variáveis presentes que geram um ambiente escolar violento para que se possa fazer um diagnóstico preciso sobre as ocorrências observadas e, em seguida, intervir em uma práxis pedagógica de superação e realinhamento das ações voltadas à justiça e à cultura da paz escolar.
Para isso, é imprescindível a participação de todos: escola, alunos e família. Uma outra forma (4) de agrupamento é o “bando” (bande), que seria um sub-grupo da horda, embora com um número mais reduzido de integrantes. Os bandos poderiam ser definidos como grupos informais compostos por um número restrito de jovens, cuja atitude apareceria para o conjunto da sociedade como marginal, desviante. As suas atividades e às vezes sua delinquência dariam a essa apreciação um suporte objetivo. Diante dessas categorias, podem-se delimitar dois tipos de grupos de adolescentes e jovens: o grupo legítimo acordado pela própria etapa de vida social de seus integrantes, estes se reconhecem a si mesmos, enquanto pertencentes a um grupo e o ilegítimo que pelos mesmos motivos de pertencimento, está comprometido por atos ilícitos e/ou ilegais.
Interessante no estabelecimento dessa diferenciação, antagônica, é o nível de aceitação social, para o primeiro grupo como não se fere o código de leis é totalmente aceito, para o segundo, obviamente, não. Baixo status socioeconômico da família e violência futura (UNESCO, 2002, 356). Sales; Silva (2010) apresentam estudos brasileiros sobre a violência escolar, destacam que a violência entre colegas ocorre, segundo Camacho (2001) apud Sales; Silva, incivilidades “pela intolerância ao diferente, como os negros, os homossexuais, os bons alunos, os maus alunos e os feios”. No que tange à violência entre alunos e professores, as referidas autoras afirmam, a partir de pesquisas, que a negação da escola como um espaço que se quer estar é uma constante nos conflitos em sala de aula: Dubet (2003) aponta para a tensão que se cria na sala de aula pela necessidade que os alunos têm de mostrar para os seus colegas um descompromisso com a instituição escolar e pela necessidade de serem reconhecidos por seus pares por desafiarem a autoridade.
Molpeceres; Lucas; Pons (2000) e Revilla Castro (2002) corroboram essas afirmações ao assinalarem que entre os jovens da Espanha está muito presente uma atitude negativa para o trabalho educativo. Os jovens parecem fazer ostentação do seu descompromisso com a escola, pois qualquer rendimento escolar elevado é visto pelos iguais como uma conformidade com as exigências do mundo adulto. O professor é concebido como um agente facilitador do desenvolvimento de atitudes de tolerância entre os jovens e com isso contribui para a prevenção da violência e para a educação para a paz. Desta forma, o projeto tem por finalidade reduzir as variáveis de risco e potencializar as variáveis protetoras como a participação dos jovens em grupo de apoio, o aumento da autoestima e o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento de conflitos.
SALES; SILVA, 2010, p. Veem-se em relação aos dois projetos apresentados que as políticas públicas (re) estabelecem e resgatam o aluno como sujeito único e autônomo, protagonista das situações de aprendizagem em espírito de colaboração, a dialogia, como estratégia de interação e a mediação, também em espírito colaborativo, do professor. Embora Sales; Silva (2010) não explicitem o papel da gestão escolar nesse processo de resgate, pode-se inferir que esses projetos só podem ser levados ao sucesso, se houver no seu bojo uma gestão democrática e participativa, nos termos legais, teóricos e práticos. Desenho da operação O percurso metodológico é construído nas seguintes etapas: a. Coleta de dados: 1. Aplicação questionários: para a equipe pedagógica e para o corpo discente sobre as experiências de violência escolar.
Embora já se tenha feito um levantamento preliminar sobre a percepção de violência escolar, motivo pelo qual o tema foi escolhido, julga-se ser importante coletar mais informações do corpo docente e do corpo discente para verificar a compreensão desses dois grupos sobre os vários tipos de violência escolar (ABRAMOVAY, 2002/2017), (ASSIS; CONSTANTINO; CHALITA, 2008) que podem ocorrer com vistas à intervenção prática, no primeiro momento da pesquisa. A análise desse questionário permitirá a elaboração do material de apoio a ser utilizado nos encontros com os professores. Preparação: • 1 Reunião com a gestão escolar e com os professores. • Leitura crítica e Fichamento: Possato et al. CNMP, 2014; Assis; Constantino; Avanci, 2010; Cândido (1992); Garcia (2010), Vianna (1997); BRASIL. DAB/SAS/ MS (2009); Zaluar (1997); Andrade (2007); Chalita, (2008). • Confecção do material textual de apoio.
Parceria com Associação Comercial do Munícipio de Laranja da Serra para a captação de recursos financeiros e/ou doações dos materiais necessários: deslocamento em transporte público, material de escritório e insumos alimentícios para preparação do cofee break. Parceria com o Conselho Municipal de Infância e Juventude, Secretaria Municipal de Educação e Secretária Municipal de Assistência Social para possível extensão do Plano de Ação de Combate à Violência Escolar a outras escolas do Município. Recursos Necessários a. HUMANOS: • Pesquisadora técnica do plano de ação: Jomar da R. F. Avaliação A Avaliação do Plano de Ação vincula-se tanto à formação pedagógica para enfrentar os conflitos e violência escolar quanto a sua redução no ambiente escolar da EEEM Sobreiro.
Quanto à formação pedagógica, a avaliação consiste no resultado da análise do primeiro questionário a ser aplicado no Plano para verificar o grau de conhecimento sobre a violência escolar e a sua tipologia (ABRAMOVAY, 2002); na observação e acompanhamento das intervenções dos professores decididas nos encontros de formação, no resultado da avaliação parcial, segundo questionário; e no resultado da avaliação final por meio dos depoimentos a serem colhidos. Têm-se, assim, uma dimensão quantitativa com a análise dos questionários e outra, qualitativa com a observação, acompanhamento e depoimento dos professores participantes da intervenção. Com relação aos alunos, a avaliação será feita a partir dos resultados estatísticos contidos nos dois questionários e na observação, acompanhamento do Plano de Ação.
Dessa maneira, em resumo, elaboram-se as seguintes estratégias de avaliação: a. Nesses aspectos, fortalece-se a consciência de que intervenções disciplinares não colaboram para o fim da violência escolar, ao contrário, instrumentos punitivos não buscam as explicações para proporem soluções, dão-se como pena a configuração do ato em si. Diante disso, a leitura especializada muito tem a oferecer assim como os estudos empíricos mostraram a complexidade que se liga à violência escolar e que a busca por soluções estão relacionadas ao entendimento do cotidiano da realidade do entorno da escola, da família e dos grupos de referência desses alunos, ou seja, a compreensão da realidade local e como as políticas públicas voltadas à infância e juventude têm um papel de destaque no auxílio para o combate à violência escolar.
Finalmente, a formação e introdução no terreno escolar de professores mediadores para resolução de conflitos embora seja uma experiência recente no Brasil muito tem a ensinar a todos que vivem neste cotidiano onde o que menos se faz é construir o conhecimento. REFERÊNCIAS ABRAMOVAY, M. Coord. Disponível em: <unesdoc. unesco. org/images/0012/001257/125791porb. pdf> Acesso em: 20/08/2017. ANDRADE. G. CONSTANTINO, P. AVANCI, J. Q. Impactos da violência na escolar: Um diálogo com professores. Disponível em: < https://www. cienciassociais. ufg. br/up/106/o/0103_2011x. pdf> Acesso em 19/08/2017. BRASIL. Lei n° 8969, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário Oficial da União 14/07/1990. Disponível em: < http://www. gov. br/ccivil_03/leis/L9394. htm> Acesso em: 21/08/2017. CÂNDIDO, A. et al. VIANNA H.
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