Variação Linguística e Preconceito Linguístico
Sabemos que hoje isso não acontece quando trazemos o pensamento para a realidade, e que ocorre uma série de variações da maneira de se falar o idioma em diferentes partes do país. Essas variações são resultados de transformações fundamentadas ao longo de anos, através de diversas razões, desde a colonização do país até os dias atuais. O contato com novas culturas de colonizadores e imigrantes, necessidades de cada região e distância geográfica do centro do país (onde as mudanças do dialeto aconteciam de forma mais constante), são alguns fatores que nos trazem hoje o que chamamos de variações linguísticas. Em decorrência dessa diversidade, criou-se um padrão linguístico, onde se julga a forma correta e incorreta de se falar o português.
Criado pela elite brasileira, tal padrão não leva em consideração um dos fatores mais importantes como o contexto histórico e cultural da região , o que acaba gerando um preconceito linguístico. A diferença também se dá por distinção de estado,de forma fonética/fonológica (por exemplo) , onde ocorre o uso frequente de um determinado som dentro da língua, como é o caso dos habitantes que residem no estado do Rio de Janeiro (entonação no “s” das palavras) que possuem um dialeto oposto dos habitantes que moram em São Paulo (entonação do “r” das palavras). Dentre várias modificações na língua, alguns estudos linguísticos trazem três tipos de variações linguísticas associadas principalmente ao contexto social e regional dos indivíduos , os quais estão mais presentes no dia a dia das pessoas,porque além de serem mais usuais, são mais instáveis para as pessoas, possibilitando o uso de escolha da linguagem em determinados momentos de acordo com o uso na região.
São elas: variações diatópicas, variações diafásicas e variações diastráticas. As variações diatópicas estão diretamente relacionadas com questões de localização geográficas de diferentes regiões, onde um único conceito podem ter várias palavras diferentes, como é o caso da macaxeira/mandioca, que recebem nomes distintos no nordeste e sudeste, respectivamente. E também da fruta mexerica/bergamota onde é chamada no sudeste e sul respectivamente. Pesquisas apontam que a linguagem informal é diariamente mais usada do que a linguagem coloquial. Além disso, esse exemplo exclui totalmente qualquer variedade linguística da língua. Um exemplo regional presente no cotidiano é o preconceito linguístico com os habitantes do norte e nordeste, exposto principalmente pela mídia, onde enfatizam a pobreza e carência local, induzindo involuntariamente o pensamento de rejeição nas pessoas que associam o dialeto desses habitantes às características do local.
Sabendo que a forma de pronúncia se distingue entre as regiões, o preconceito se torna totalmente errôneo e sem fundamento. Quando se trata de um “imigrante regional”, a discriminação ocorre de forma bem mais intensa. Padrão esse que exclui qualquer tipo de variação e transformação que o português apresenta ter sofrido durante anos até sua formação atual. Sabendo disso, a partir de uma norma padrão que diz o que é certo ou errado, o preconceito linguístico é instalado principalmente sobre os nordestinos, que possuem uma imagem desfavorecida pela mídia e uma carência educacional relevante. E então, para resolver tal preconceito se faz necessário o trabalho conjunto da escola com a família. Onde se deve abordar conceitos de empatia (no caso da família) e diversidade linguística na sala de aula e em palestras sobre o tema ( na escola) para uma melhor formação dos alunos e a desconstrução de tal estranhamento com a linguagem de determinados indivíduos ou regiões.
Referências Bibliográficas • QUADROS LEITE, Marli. Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v. n. p. Disponível em: http://hdl. handle.
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