Teoria Crítica da Informação
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Biblioteconomia
Desse modo, a comunicação abrange uma multiplicidade de interpretações diferentes por parte de seus receptores. Segundo Mattelart, essa premissa é centralizada na Ciência da Informação como uma nova disciplina, a qual necessita dialogar com outras doutrinas para compor o seu escopo, tais como a Antropologia e a Sociologia. Apesar de as ideias do autor supracitado estarem estreitamente ligadas à área da Ciência da Informação, os seus pensamentos estão vinculados a uma reflexão ideológica relacionada a contextos informacionais e denúncias oriundas das desigualdades nos trajetos internacionais de informação. Tal processo se encontra vinculado ao Imperialismo, cuja crítica refere-se a questões da sociedade da informação. Neste sentido, é evidenciado que os estudos do escritor em questão estavam direcionados aos meios de comunicação de massa, desde a área do entretenimento à assuntos jornalísticos, por exemplo.
Os estudos ligados às teorias da comunicação iniciaram-se em meados do século XX, a partir da evolução dos meios de comunicação. Sendo assim, compreende-se por meios de comunicação a representação de instrumentos ou veículos destinados à propagação de informações na sociedade, como o rádio, a televisão, o jornal, o cinema, a internet, etc. Uma das críticas apontadas por Armand Mattelart em seus projetos de pesquisa refere-se à sociedade da informação criada na pós-modernidade, período em que a comunicação passou a ser equiparada a um objeto comerciável, tendo em vista a presença da globalização no cotidiano das pessoas. Observa-se que a sociedade está em constante evolução em razão da pluralidade dos sistemas que a evolve.
O ato de informar é visto como algo unilateral: quando conduzido ao receptor, o mesmo pode ser influenciado e mudar a sua forma de agir. Desse modo, havia algumas teorias da comunicação que abarcavam essas escolas estadunidenses, as quais eram permeadas pelas seguintes correntes, segundo Armand Mattelart: Corrente funcionalista: se concentra no papel da mídia e sua função diante da sociedade, cujos princípios de acordo com Sfez (2000), referem-se ao “Modelo de Lasswell”, ou seja, os seus estudos são resumidos exclusivamente no detalhamento da comunicação e na compreensão das mensagens em função dos seguintes questionamentos: “Quem? A quem? Diz o quê? De quê canal?”. A partir dessas respostas é possível compreender a mensagem de forma clara e concreta. Os principais estudiosos da teoria funcionalista foram o cientista político Harold Lasswell (1902 a 1978) e o sociólogo Paul Lazarsfeld (1901 a 1976).
Teoria dos efeitos: é classificada em duas ramificações, sendo a primeira caracterizada como “Teoria Hipodérmica” (ou também denominada como “Teoria da Bala Mágica”) e a segunda como “Teoria da Influência Seletiva”. Sendo assim, a Teoria Hipodérmica está centralizada no pensamento de que toda a massa de indivíduos é tratada de forma homogênea e a informação propagada para a sociedade atingiria a todos de maneira igualitária, sem resistência alguma, dando origem à manipulação midiática. Desse modo, Luhan foi considerado o precursor dos estudos sobre os impactos da tecnologia aliados à sociedade, através da comunicação em massa. Ainda neste contexto, observa-se a utilização da seguinte expressão "o meio é a mensagem", sendo o meio caracterizado como o elemento determinante para o cumprimento eficaz da comunicação.
Esse fator pode interferir ativamente no conteúdo da mensagem, tornando-se necessária a criação de novas modificações. Diante do disposto, compreende-se que os teóricos dessa escola enfatizavam que os meios são vistos como um extensor dos sentidos humanos, cujo excesso de informações se faz presente com mais intensidade aos seus receptores. c) Escola francesa: encontra-se presente a "teoria culturológica", a qual iniciou-se em meados dos anos 60, através da publicação "cultura de massas no século XX", fruto do trabalho do sociólogo, filósofo, e antropólogo francês Edgar Morin (1921). d) Escola alemã: a partir da década de 20, na escola de Frankfurt, criou-se a teoria crítica com um viés marxista, segundo esclarece Oliver (1998), cuja sua origem se deu em 1924, onde reuniu diversos estudiosos voltados à ideia da mídia como um instrumento de influência social perante o sistema capitalista.
Diante do disposto, compreende-se que a teoria crítica atua em função da repetição, uma vez que a indústria cultural é caracterizada como um consumo de massa. Os valores culturais passaram a ser comercializados como produtos, por exemplo. Nesta instituição, destacam-se os sociólogos e filósofos Max Horkheimer e Theodor Adorno, criadores do conceito de indústria cultural. Por sua vez, os pensamentos de Walter Benjamim voltavam-se para a necessidade de uma democratização diante do sistema capitalista, tornando a arte um bem material oriundo de produções industriais. Neste sentido, Mattelart explica que tal processo é muito importante para a comunicação, pois a cultura não é uma dimensão indefinida, mas uma rede complexa de significações que se inter-relacionam com o discurso e os comportamentos sociais.
No entanto, a análise cultural não é suficiente para explicar os processos de comunicação, pois esse assunto é muito mais abrangente do que se pode imaginar, por envolver questões políticas, psicológicas, econômicas, sociológicas, filosóficas, semióticas e históricas. Mattelart a define como fragmentária e incompleta. Uma grande problemática que se configura em seus estudos refere-se a recepção e o indivíduo como consumidor. É considerada como concepção neoliberal da sociedade, detendo o consumidor de caráter autônomo em suas escolhas. Vale-se enfatizar também neste trabalho a crescente utilização da internet no contexto moderno e a presença da cibercultura. Mattelart mostrou um vasto interesse após a segunda metade da década de 90 sobre assuntos ligados ao multiculturalismo, à globalização e ao pós-moderno.
Na teoria matemática da comunicação, afirma ser uma teoria científica da informação, onde sua definição era considerada neutra, porém trazia em seu escopo uma série de aglomerados ideológicos. Assim, os campos da biblioteconomia e da ciência da informação são compreendidos popularmente como sendo uma informação social, visto que suas ideologias estavam centralizadas pelos movimentos sociais organizados. É preciso levar em consideração também que o seu conceito está direcionado ao contexto sócio-político nacional daquele período aliado à redemocratização e à organização dos movimentos sociais. Desse modo, Mattelart coloca a comunicação no tempo presente como uma grande problemática. A história de sua teoria crítica abrange diferentes áreas do conhecimento, cujos princípios seguem arraigados pelas diversas epistemologias e escolas.
O ideário de que a comunicação é um processo organizado é contraditório, pois o campo da comunicação pode abranger diferentes doutrinas e teorias. Em razão da pluralidade que a comunicação passou a ocupar no cotidiano das pessoas, evidencia-se uma ciência da informação em meio à crise de utopias, de projetos de inclusão, de projetos políticos, e, sobretudo, de democratização da informação, no qual, volta-se para um contexto extremante técnico engajado com a construção da informação. Mattelart revela em suas críticas ideológicas um discurso pregado sobre o mundo exterior evolutivo permeado pelo sistema capitalista e difundido com interesses econômicos. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Carlos Alberto Avila. O pensamento crítico na Arquivologia, na Biblioteconomia e na Museologia.
InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, Ribeirão Preto, v. n. p. issn. v5i1p27-46. BARROS, José D’Assunção. Teoria da História: princípios e conceitos fundamentais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. São Paulo: Manole, 1998. SILVA, Sandro Takeshi M. D. Teorias da comunicação nos estudos de relações públicas. Porto Alegre, RS: EDIPUCRS, 2011.
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