Resumo de Livro Literário - " Éramos Seis "

Tipo de documento:Resumo

Área de estudo:Literatura

Documento 1

Aprendeu as primeiras letras com sua mãe e seu irmão, e em Botucatu estudou Música e Pintura. Transferiu-se para São Paulo onde se formou professora pela Escola Normal Caetano de Campos. Iniciou-se na Literatura depois de se casar com o engenheiro Leandro Dupré. O primeiro romance foi publicado em 1941, O romance de Teresa Bernard. Mas se tornou famosa com o editado Éramos Seis em 1943. Era pequeno o jardim;mas para nós era encantador com algumas roseiras,canteiro com cravos;havia cravos brancos,vermelhos,e outros quase roxos. Olhei as janelas e meu olhar através delas e se alongou pelo interior;revi então nossa vida. Sorri ao ver os degraus da entrada,eram de cimento,estavam gastos e escuros,mas me lembro do tombo de Carlos levou uma vez que entrou correndo,caiu e fez um “galo” na testa.

E por muitos dias meus irmãos olhavam para Carlos e gritavam co co ró co por causa do “galo”. Passei pelo pequeno vestíbulo ,onde havia uma chapeleira e entrei nasala de jantar. Esse eu visito sempre ; está deitado no cemitério S. Paulo ,dormindo sossegado entre quatro roseiras que florescem todos os anos,em Setembro. Carlos sei que está bem ,os outros não sei onde andam. Quanta saudade desse tempo da Avenida Angélica. os dois mais velhos tinham sete e nove anos quando nos mudamos para lá e não me davam muito trabalho. A mais velha se chama Clotilde. Olga tinha um namorado firme o Zeca que desde de menino trabalhava na farmácia. Quando fiquei noiva de Júlio em Itapetininga,todos diziam arregalados os olhos:Júlio Lemos? Ótimo casamento!A primeira valsa que dancei com ele foi na casa de D.

Sinhá: era aniversário dela e a valsa se chamava Monte Cristo. A mãe se chamava Eleonora por que sua mãe havia lido um romance de uma mocinha bonita com esse nome. Voltava para a sala para ouviras novidades: Júlio com o cachimbo esquecido no canto da boca, o jornal no colo,trocava uma ou outra frase com minhas irmãs,perguntando pelo tio e pelos conhecidos. Eu guardava os doces que mamãe tinha mandado. Havia uma pausa na conversa,um descanso. Júlio reiniciava a prosa: - E o Soares como vai?Sempre metido a conquistador? Clotilde e Olga olhavam-se embaraçadas, como quem perguntava: contamos ou não?E Clotilde resolvia: - Ele agora anda atrás da Maroquinhas. Júlio tirava o cachimbo da boca, um ar admirado, os olhos muito absortos:eu ficava cm a lata de doce na mão ,parada ,sem saber o quefazer com ela Olga acrescentava: - pois é.

pedi á Durvalina que tomasse conta da casa na minha ausência,pois Júlio comeria fora,preparei minhas crianças,fiz roupas novas para todos, e com malas ,trouxas,pacotes,e filhos,tomei o trem para Itapeninga no dia primeiro de dezembro de 1915. A temporada foi muito alegre por causa dos preparativos do casamento que estava marcado para o dia 31: tínhamos sempre muitas visitas que iam me ver e perguntavam tanto sobre nossa casada Avenida Angélica como se ela fosse um palácio. as crianças aproveitavam muito corriam no quintal o dia inteiro,aos gritos; um dia Alfredo caiu de uma ameixeira e torceu o pé. Ficamos muito aflitos e pensamos que tivesse quebrado algum osso;eu já estava imaginando de que modo escrevia a noticia a Júlio,quando o Zeca examinou melhor o pé e disse que não estava quebrado;era uma torcedura.

Alfredo teve de ficar quase uma semana com a perna estendida;resmungando e chorava,furioso por estar preso,mas no fim da semana ficou bom e corria como os outros. Quando disser para uma criança:tem que ficar hoje meia hora de castigo,é preciso que essa criança fique meia hora de castigo;não se esqueça disso que é importantíssimo. Meditando nessas palavras da experiência ouvidas há tantos anos atrás , penei com certa tristeza que Alfredo com onze anos apenas não me obedecia, fugia aos castigos e não dava atenção as minhas palavras. Eu sabia que papai tinha razão ,ele era professor a muitos anos de uma escola com crianças de varias raças e religiões. IV A chegada a Itapetininga foi outras festa: estavam todos esperando com ansiedade: achei mamãe muito magra e abatida, mas juntando que se sentia melhor.

A criançada começou logo a correr pelo quintal e a subir nas árvores fazendo uma garantia insuportável. Assim chegou o fim a de ano;em dezembro tivemos a satisfação dever Carlos para o segundo ano ginasial comas melhores notas;Julinho e Isabel também passaram de ano no grupo;só Alfredo tomou bomba. Não gosto de lembrar o que sofremos Júlio e eu, ao vê-lo tão vadio, desobediente e malcriado. V Recebi o telegrama e fiquei desnorteada, chamei Durvalina pedi que avisasse Júlio e parti com as crianças. Sentias perna bambas e entrei cambaleando;encontrei Clotilde e Olga chorando debruçadas sobre o caixão. Abraçaram-me convulsivamente,chorando mais alto,comecei a olhar tristemente o rosto escuro da mamãe e quando levantei a cabeça,toda a vizinhança esta pelos cantos da sala.

Felizmente eu tinha poupado algum dinheiro do meu trabalho e consegui comprar brinquedos e livros para os meninos ; e também o tapetinho da cama de Isabel. Júlio chegava da loja mal –humorado e aborrecido porque não fazia bons negócios ;não sabia se era por causa dos maus tempos que atravessamos ou por causa da concorrência,pois em cada esquina abriam uma loja nova,as vezes ate duas no mesmo quarteirão isso aborrecia muito. VII Convidei Clotilde para passar uma temporada conosco; chegou num dia abafado de novembro, com cesta e embrulhos de doces. Clotilde não ficava inativa ;costurava roupas novas para as crianças consertava roupas velhas e ajudava na limpeza da casa. Falava sempre em fazer doces para vender;dizia que isso dava dinheiro e estava tão pratica que não se cansava muito.

Ficamos de ir fazer o batizado em dezembro. O natal desse ano foi triste;um dos piores dias para Júlio. Passou o dia deitado, um livro na mão e Isabel ao lado dele. lendo também. Quanto mais velha eu ia ficando, mais forte me sentia contra as vicissitudes e as tormentas á minha volta;com o tempo,vamos aprendendo melhor conflitos da vida; a própria vida vai nos ensinando a viver melhor. Meu coração arrebenta dava ouvindo os soluços de meus filhos; depois vieram Clotilde , tia Candoca e Durvalina e começaram a falar para nos consolar. Passaram muitas dificuldades financeiras, Lola chegou a procurar trabalho para os filhos ela e sua irmã continuaram trabalhando com tricô. a tia Emilia enviou um cheque para ajudar ;Clotilde e a irmão trabalhavam bastante mais eram muito pobres e sempre faltava carne nas refeições comum tempo foram ficando magros e a tia Clotilde disseque não estavam.

assim terminou o ano de 1926. XI Esse período Lola passou por muitas dificuldades quase perdeu a casa, chegou pedira Olga e Zeca ajuda mais eles não podiam ajudar. Finalmente Alfredo se colocou num cartório: foi por intermédio de um amigo do genro de D. Genu que apareceu esse emprego. Aconselhei-o tanto dessa vez em casa pediram tanto fosse correto e cumprisse os deveres em memória do pai,que Alfredo ficou abalado e prometeu se um bom empregado. Quase no fim do ano , o dono da loja do Julinho foi nos fazer uma visita e comentou que gostaria de enviar ele para trabalhar no Rio de janeiro por ser um bom funcionário. Lola não aceitava ficar longe de seus filhos e não aceitou essa proposta Clotilde chegou a conversar com ela.

Refleti dei o dinheiro a Isabel para comprar tecidos para fazer um vestido para o baile o sapato engraxados ainda podia servir. Ela precisa se divertir de vez em quando :mocidade quer dizer alegria e ela era tão jovem!Uns dias depois, recebi a primeira carta de Julinho; estava simplesmente encanto com o Rio de Janeiro. Na carta ele destaca a cidade que é maravilhosa ,as casas e ruas, as pessoas que são boas , o patrão que o trata como da familia e que sempre vai escrever e que tem saudades de todos. XIII O ano todo Isabel disse que mesmo que tirasse o diploma de professora, seria datilografa. Então paguei um curso de datilografia para ela. XVI Dias depois, Clotilde despediu-se novamente e seguiu para Itapetininga, onde Olga reclamou a presença dela estava esperando o quarto filho e queria a irmã lá.

Nos primeiros dias do ao Carlos descobre que o namorado de Isabel ,Felício era casado e tinhas filhos;Contou para Lola que ficou desolada e foi perguntar a Isabel, ela já sabia e estava apaixonada por ele. Quando Alfredo jantava em casa, o que era raro,discutia sempre com Carlos durante o jantar;Carlos desprezava as idéias dele e ele ficava furioso,muitas vezes eu intervinha;Carlos dizia á volta da mesinha da copa:- Você pensa que eu não sei o que é socialismo ? Sei mais do que você talvez. Carlos sempre pedia para o irmão deixar as reuniões ,que poderia perder com isso,e atrapalha sua vida. Eu intervinha. Já sei o que vou fazer;vou voltar esta madrugada para Santos e embarco amanhã num cargueiro para os Estados Unidos,vou de qualquer jeito.

Aqui não fico, não quero ser preso. Talvez não haja nada,mas estou com medo que alguém denuncie. Ele estava envolvido com revolução e morte por isso a policia estava atrás dele. algum tempo depois Carlos foi para o exercito e a mãe Lola não teve mais noticia. As rugas cresceram mais minha face e continuei sem os dentes da frente porque o dinheiro que eu tinha reservado para isso foi gasto coma doença de Carlos. O ano começou com um alegre surpresa:Julinho veio passar três dias conosco para contar que ia se casar com Maria Laura,filha do patrão. E logo ficou noivo da moça. Comecei a reparar que Isabel vinha muito tarde para casa: perguntei o que havia ,e ela me respondeu que tinha serviço extra todos os dias.

Isabel falou para a mãe que casaria com Felício e fugiu e casou-se com ele e não deu mais noticias. pediram radiografia. Duas radiografias. Depois outro médico,várias médicos. Falaram em operação:a principio vagamente,depois com firmeza. Operação quando?. Sinto-me feliz;estou perto de Carlos,visito-o todos os domingos,levo-lhe rosas e ao lado do seu tumulo,recordo nossa vida numa rápida recapitulação. Penso que cada um dos meus filhos está feliz porque seguiu o caminho escolhido. Julinho sempre gostou de dinheiro e é um negociante já tem automóvel e mora numa bela casa. Alfredo tem o que quer;sem responsabilidades,sem pensar no futuro,sem se preocupar com o que ficou para trás,vive ao sabor da aventura,de terra em terra, de mar em mar,de cidade em cidade procurando seu ideal.

E as vezes em manda um cartão falando que esta bem.

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