QFD e TRIZ

A busca por inovações e soluções constantes deve ser habitual nas engenharias, agregando um grupo de estratégias e conceitos que auxiliem de maneira organizada a transformar a capacidade de resiliência em mais do que algo meramente ocasional (YARINA, 2013). Conforme Ghiya, Bahill e Chapman (1999) o QFD é um recurso criado no Japão nos anos 60, usada para dar voz às demandas dos clientes, transformando em conjunto de informações, criando estratégias novas e negócios. Atualmente um grande número de empresas japonesas já utilizam o recurso na prática. Quando a empresa ouve o cliente, ela entende melhor as exigências e necessidades do mercado, tomando decisões mais adequadas para o produto. Já tratando da TRIZ, Savranski (2000) é uma metodologia para resolução de questões, na área de engenharia principalmente.

De acordo com Silva (2015) a primeira etapa na aplicação prática do QFD é ouvir as necessidades do cliente, através de formulários, após o recolhimento delas cria-se árvores com níveis diferentes, onde essas necessidades são classificadas, criando uma hierarquia. Depois disso, se gradua de acordo com a importância de cada quesito. A segunda etapa é usar informações da qualidade nos processos da indústria, relacionando nos cálculos dos projetos. O QFD foi empregado inicialmente no Brasil para disseminar o crescimento das indústrias, consequentemente em 1990 criou-se o PBQP (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade) (CHENG, 1995). House of Quality (HOQ) A HOQ segundo Akao e Mazur (2003) como uma matriz que busca a execução de um projeto de qualidade, unindo os quesitos exigidos pelo cliente, convertendo expressões em pontos de engenharia.

A definição dessas características é fundamental para gerar uma análise mais eficaz posteriormente. Silva (2015) exemplifica que o número de reclamações é um fator importante a ser reduzido, de modo a deixar o cliente mais satisfeito. Análise de mercado Conforme Silva (2015) uma análise de mercado compara os aspectos do cliente com a concorrência. Deve ser apresentada de forma hierárquica para melhor compreensão, sendo fundamental a apresentação de requisitos em que os concorrentes estejam a frente, possibilitando haver margem para melhorias internas. Telhado da casa qualidade Se trata da parte superior de uma HOQ, chamada de telhado da casa da qualidade, nela relaciona-se requisitos e como uma é dependente da outra, explicitando como influências contribuem na diminuição ou no aumento de outro aspecto.

TRIZ O início da TRIZ se deu na Rússia, entre os anos de 1946 e 1974, através de Genrich Altshuller, que havia trabalhado com um número enorme de patentes, elencado cerca de quarenta mil com ideias mais inovadoras. Após isso avaliou em níveis diferentes, conforme seu caráter inovador, atribuindo 1 ao menos criativo até o 5 para o mais. A maioria dessas patentes foram elencadas nos grupos 1 e 2. A partir disso Altshuller definiu que as criações estavam direcionadas principalmente para quatro áreas: química, mecânica, termodinâmica e eletromecânica (SAVRANSKI, 2000). Ainda segundo o autor uma definição adequada para a TRIZ é baseada e apoiada diretamente no conhecimento, como solução dos problemas que surgem. Quando une-se os sistemas e os processos chama-se técnica. Com isso, cada técnica usada está relacionada a subsistemas que estão ligadas com o ambiente.

Já a contradição, Alshuller, em 1996, se referiu sendo determinados problemas que apresentam características conflituosas. Ela aparece no momento em que uma certa propriedade demandada é alterada e melhorada, e outra, também necessária é piorada quando um processo é alterado. De acordo com Savranski (2000), os três tipos de contradições são: • Técnica: quando existe conflito entre subsistemas, normalmente pode ocorrer uma intensificação ou criação de uma função, redução ou eliminação, ou a intensificação de determinada função; • Física: essa espécie de contradição acontece quando há intensificação ou redução de certa função de um sistema, causando redução ou intensificação de outra função; • Administrativa: acontece quando certa tarefa se faz necessária ou quando receber certo resultado, no entanto, o que é necessário fazer não se conhece.

A matriz de contradição é um recurso criado visando o auxílio no conhecimento dos princípios inventivos, que podem ser usados para resolver certos problemas identificados. Para seu uso é preciso que haja uma contradição física, podendo ser caracterizada como parâmetros de engenharia (SILVA, 2015). A utilização do recurso ARIZ também pode estar presente nos métodos, Mazur (1995) a define como sendo um algoritmo que refere-se a sequência para solucionar os problemas demandados de maneira inovadora. O número de etapas para se chegar a uma solução depende da complexidade do problema, indo de cinco até sessenta em alguns casos. O uso da ARIZ tem como vantagem a identificação das contradições e soluções que não haviam sido reconhecidas anteriormente. Conclusão A partir do estudo deste trabalho podemos concluir algumas questões referentes as metodologias QFD e TRIZ.

Os métodos aplicados pelo QFD estão relacionados diretamente com as necessidades dos clientes, alterando produtos ou até mesmo processos para que atinjam a demanda exigida, vemos com isso a grande importância da ferramenta, tanto na conclusão de um produto com as características de qualidade pedidas pelo cliente, quanto na aproximação empresa-cliente, o que gera muitas vantagens, como confiabilidade de ambas as partes, integração do cliente no conhecimento dos processos que levam ao produto, elencar prioridades, entre outros. Analisando a TRIZ separadamente podemos perceber a possibilidade de expansão do recurso para diversas áreas, o que anteriormente era restrito à engenharia. A sistemática para solucionar os problemas é eficaz e pode ser utilizada em qualquer situação ou processo, outro fator interessante, é que a metodologia da TRIZ pode ser alterada, buscando uma evolução contínua, fazendo com que se encaixe de acordo com a necessidade específica da empresa.

Podemos dizer que as duas ferramentas sendo utilizadas em união são um recurso de grande poder na melhoria dos processos relacionados aos produtos, ou até mesmo em novos negócios. Porto Alegre: Bookman, 2000. International Journal of Quality & Reliability Management. CHENG, L. C. QFD - Planejamento da Qualidade. Better Designs in Half the Time: Implementing QFD in America. Methuen, MA: GOAL/QPC, 1987. KOWALICK, J. A. Problem-solving systems: what’s next after TRIZ?" Proceedings of The 4th Annual International TPD Symposium-TRIZ Conference. Proceedings of the third Annual International Total Product Development Symposium, American Supplier Institute, Reprinted in The TRIZ Journal, January 1998, 1997. MAZUR, G. Theory of Inventive Problem Solving. Disponível em:< http://www. mazur. SMITH, L. Using TRIZ to Reduce Vibration During Idling. Proceedings of the 12th Annual GOAL/QPC Symposium, GOAL/QPC.

Methuen, MA. YARINA, 2013.