Produção de toxinas por staphylococcus sp. isoladas de amostras pele: uma revisão sistemática
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Biomedicina
M. ORIENTADOR: 2020 PRODUÇÃO DE TOXINAS POR STAPHYLOCOCCUS SP. ISOLADAS DE AMOSTRAS DE PELE: UMA REVISÃO DE LITERATURA TOXIN PRODUCTION BY STAPHYLOCOCCUS SP. ISOLATED FROM SKIN SAMPLES: A LITERATURE REVIEW Camila N. M. Os aloenxertos cutâneos são o tratamento “padrão-ouro” para pacientes com grande perda de integridade da pele, e como todo transplante, pode haver rejeição do enxerto por parte do receptor, o mesmo estar contaminado com a microbiota do doador ou ser veículo transmissor de doenças infectocontagiosas. Bancos de Pele foram criados para reduzir desfechos desfavoráveis. Não foram encontrados trabalhos que relacionem a presença de toxinas produzidas pelo S. aureus em tecidos de pele alógena. ABSTRACT The skin is colonized by microorganisms, which contribute to cutaneous homeostasis, playing an important role in the barrier function against infections.
Skin banks were created to reduce unfavorable outcomes. No studies were found that relate the presence of toxins produced by S. aureus in allogenic skin tissues. SUMÁRIO Introdução Objetivos Métodos Revisão literária Discussão Conclusão Agradecimentos Referências bibliográficas INTRODUÇÃO A pele é o maior órgão do corpo humano e é colonizado por diferentes unidades microbianas, chamadas de microbiotas, sendo que cada uma dessas unidades possui funcionalidades distintas, mas contribuem principalmente para a homeostase cutânea, criando um equilíbrio simbiótico essencial para preservar a saúde do hospedeiro, já que a microbiota da pele desempenha um papel importante na função de barreira contra infecções (LUNA, 2020). O tecido cutâneo estabelece barreiras físicas e químicas que ajudam a proteger o organismo contra agentes infecciosos, de forma que a superfície íntegra da pele saudável raramente é penetrada por microrganismos.
C. P. V. et al. A capacidade de colonização e a patogenicidade desses microrganismos são uma consequência de seus fatores de virulência, os quais desempenham papel importante na adesão celular, na captação de nutrientes e na sua evasão da resposta imunológica do hospedeiro (SANTOS, A. et al. A relação entre microbiota da pele e o hospedeiro é muito complexa e pode ser influenciada por fatores que ainda não estão bem elucidados. Torna-se evidente a importância do conhecimento científico a respeito do assunto, visto que existe a necessidade da instauração de medidas eficazes para a prevenção e controle da transmissão dos estafilococos patogênicos, tanto nos serviços de saúde e hospitais, quanto na comunidade. Além disso, são necessárias novas opções terapêuticas para combater a disseminação de infecções por cepas de Staphylococcus sp.
resistentes aos atuais antimicrobianos de escolha. MÉTODOS Esse trabalho foi realizado a partir de uma revisão da literatura nas bases de dados PubMed, Scielo e Lilacs, sendo que os artigos tinham data de publicação entre 2015 e 2020. As palavras-chave utilizadas foram “Staphylococcus”, “toxinas” e “pele” e suas correspondentes em inglês, “toxins” e “skin”. Somando-se todas as bases de dados, foram encontrados 739 artigos. Desses, 486 artigos da plataforma PubMed, 3 artigos da plataforma Scielo e 10 artigos da plataforma Lilacs foram excluídos por serem artigos publicados antes de 2015, totalizando em 499 artigos descartados apenas pelo ano de publicação. Após a leitura dos títulos dos artigos remanescentes (257), notou-se que alguns deles se repetiram nas diferentes bases e outros não preenchiam os critérios deste estudo. A microbiota da pele humana é constituída por dois grupos: os microrganismos residentes, que são a microbiota comensal, encontrados rotineiramente na pele e que tem capacidade de se reestabelecerem após alguma perturbação do equilíbrio e os microrganismos transitórios, que surgem do meio ambiente e persistem por horas a dias antes de desaparecer.
Em condições normais, ambos os grupos são não patogênicos. Os 3 gêneros mais comumente encontrados na pele são Corynebacteria, Propionibacteria e Staphylococci (DRÉNO et al. Em pesquisas de sequenciamento de adultos saudáveis, descobriu-se que a composição das microbiotas depende da fisiologia do local da pele, relacionada a microambientes úmidos, secos e sebáceos. Os locais sebáceos foram majoritariamente colonizados por Propionibacteria, enquanto Corynebacteria e Staphylococcus prosperam em ambientes úmidos (como na axila e umbigo) (BYRD et al. Além disso, também secreta ácidos lipoteicóicos que inibem tanto a liberação de citocinas inflamatórias quanto a inflamação desencadeada por uma lesão (BALDWIN et al. No que se diz respeito ao S. aureus, apesar de compor a microbiota comensal da pele, foi constatado que sua presença é um fator de risco para o desenvolvimento de uma infecção, tanto local quanto sistêmica, uma vez que essa espécie é comumente associada a condições patológicas.
Em um contexto de desbalanço entre os componentes da barreira da pele, o S. aureus é capaz de atravessar da epiderme para a derme, desencadeando expressão de citocinas inflamatórias como IL-4, IL-13 e IL-22 (BYRD et al. As toxinas esfoliativas (A e B) produzem proteases que podem afeccionar a pele. Por último, temos as enterotoxinas que são toxinas termo-estáveis, responsáveis por intoxicações alimentares (OTTO, 2015). A toxina TSST-1, responsável pela Síndrome do Choque Tóxico (SST), faz parte de um grupo de toxinas que tem a capacidade de agir como superantígenos. Ao se comportar como tal, essa toxina pode ligar-se inespecificamente à receptores da molécula de classe II do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC II) das células apresentadoras de antígenos (APC), ocasionando a proliferação de células T e a liberação de IL-1, IL-2 e TNF-alfa, principais citocinas que produzem o “choque” característico desta síndrome.
O paciente apresenta febre alta, falência múltipla de órgãos e erupção cutânea descamativa (NGUYEN; TALLENT, 2019). Comparado ao seu parente mais inócuo, o S. epidermidis, o S. aureus tem cerca de 300 mil pares de bases a mais em seu genoma – e grande parte desse material genético adicional codifica uma variedade impressionante de fatores de virulência e mecanismos de evasão das defesas do hospedeiro (OLIVEIRA; BORGES; SIMÕES, 2018). Aloenxertos A perda de integridade de grandes áreas de pele, principalmente em pacientes politraumatizados e grandes queimados, pode alterar a simbiose entre os microbiotas comensais da pele, favorecendo infecções que geralmente não ocorreriam, resultando até na impossibilidade de regeneração do tecido cutâneo (NETO, 2016). Um dos fatores mais críticos no manejo e reparo de lesões em pacientes com grandes perdas cutâneas é a adequada cobertura da área lesada de modo a evitar maiores perdas volêmicas e infecções bacterianas oportunistas (DA CONCEIÇÃO et al.
Apesar de ambas terem amostras maiores nos tecidos do bando de pele, a incidência de S. aureus foi 3,29 vezes maior do que nas amostras da comunidade, enquanto o S. epidermidis foi de apenas 1,27 vezes (HAIN, 2017). Dessa forma, entende-se que apesar dos procedimentos adotados pelo Banco de Tecidos, a contaminação é comum e indicadores de controle microbiológico devem ser elaborados para aumentar a segurança de todos os aloenxertos de pele que são captados, processados, armazenados e liberados para uso clínico. DISCUSSÃO Através da revisão da literatura, foi possível constatar que diversos microrganismos fazem parte da microbiota comensal da pele, e que em praticamente todas as situações, não são patogênicas, inclusive criando uma barreira contra agressões externas, uma vez que impedem o crescimento de patógenos ao competir por espaço e nutrientes.
Dessa forma, é importante ressaltar a necessidade do tratamento da pele doada antes e durante o procedimento de enxertia, uma vez que apenas um desses passos não garante certeza de esterilidade do tecido, e principalmente o S. aureus produz toxinas que podem não ser eliminadas com os procedimentos comumente disponíveis nos bancos de pele, elevando assim sua taxa de resistência. Apesar de conhecido o tipo de contaminação das peles utilizadas para aloenxertos, verificou-se uma escassez de artigos científicos e guidelines que relacionem a presença das toxinas produzidas pelo Staphylococcus aureus nesses tecidos, visto que apenas a presença deste microrganismo não indica necessariamente a falha do transplante. CONCLUSÃO A coleta de informações sobre os microbiomas dérmicos e epidérmicos pode ser útil para monitorar a condição da pele ao longo da vida e ajuda a prever o surgimento de doenças e a resposta aos tratamentos.
Portanto, a manutenção de um microbioma de pele saudável, preservando uma população residente equilibrada, é obrigatória. gov/pmc/articles/PMC7584528/pdf/40257_2020_Article_549. pdf. Acesso em: 9 nov. BALDWIN, HE et al. The Role of Cutaneous Microbiota Harmony in Maintaining a Functional Skin Barrier. Disponível em: http://www. sbpc. org. br/upload/conteudo/Microbiologia. pdf. Microbiologia Médica. ed. S. l. s. Nature Microbiology, 2018. Disponível em: https://www. ncbi. nlm. nih. Acesso em: 10 nov. BYRD, AL et al. The Human Skin Microbiome. Nature Reviews Microbiology, 2018. Disponível em: https://pubmed. nlm. nih. gov/pmc/articles/PMC6084363/pdf/JDV-30-2038. pdf. Acesso em: 10 nov. CUNDELL, AM. Microbial Ecology of the Human Skin. Microbial Ecology, 2018. Disponível em: https://pubmed. ncbi. nih. gov/29216934/. Acesso em: 9 nov. OLIVEIRA, D; BORGES, A; SIMÕES, M. Staphylococcus aureus Toxins and Their Molecular Activity in Infectious Diseases.
Staphylococcus aureus toxins. Current Opinion in Microbiology, 2015. Disponível em: https://www. ncbi. nlm. edu. br/jspui/handle/123456789/405. Acesso em: 10 nov. DA CONCEIÇÃO, RO et al. Estabelecimento de protocolo para armazenamento de pele autógena refrigerada. ung. br/index. php/saude/article/view/2068/1638. Acesso em: 11 nov. HAIN, TS.
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