O papel das competências culturais na atenção diferenciada realizada pelo enfermeiro na saúde indígena
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Engenharia civil
A metodologia utilizada foi de revisão. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica exploratória realizada através da busca nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de dados em Enfermagem (BDENF). Resultados: os enfermeiros que possuem competência cultural tornam a sua comunicação mais eficaz, melhor apreciação cultural e aquisição de conhecimentos relacionados as práticas de saúde de diversas culturas. Na produção do cuidado ao indígena os trabalhadores de enfermagem se deparam, constantemente, com concepções distintas daquelas que permeiam o modelo de saúde clássico das sociedades ocidentais, demandando conhecimentos transdisciplinares. As principais dificuldades vivenciadas pelos enfermeiros foram questões culturais, comunicação, acesso geográfico e aceitação dos profissionais pela população indígena.
The methodology used was revision. This is an exploratory bibliographic research conducted through the search in the databases: Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS) and Nursing Database (BDENF). Results: Nurses with cultural competence make their communication more effective, better cultural appreciation and acquisition of knowledge related to health practices of different cultures. In the production of care for the indigenous, nursing workers are constantly faced with different conceptions from those that permeate the classical health model of Western societies, demanding transdisciplinary knowledge. The main difficulties experienced by nurses were cultural issues, communication, geographical access and acceptance of professionals by the indigenous population. Esta es una investigación bibliográfica exploratoria realizada a través de la búsqueda en las bases de datos: Literatura de Ciencias de la Salud de América Latina y el Caribe (LILACS) y Base de datos de enfermería (BDENF).
Resultados: las enfermeras con competencia cultural hacen que su comunicación sea más efectiva, una mejor apreciación cultural y la adquisición de conocimientos relacionados con las prácticas de salud de diferentes culturas. En la producción de cuidados para los indígenas, los trabajadores de enfermería se enfrentan constantemente a diferentes concepciones de las que impregnan el modelo clásico de salud de las sociedades occidentales, exigiendo conocimientos transdisciplinarios. Las principales dificultades experimentadas por las enfermeras fueron los problemas culturales, la comunicación, el acceso geográfico y la aceptación de los profesionales por parte de la población indígena. Con respecto al papel de las enfermeras en la salud indígena, fue evidente que a pesar de las diversas dificultades que enfrenta este profesional, como la barrera geográfica, la comunicación, las condiciones de trabajo precarias, entre otras, buscan creativamente ofrecer siempre la mejor atención posible con los recursos disponibles.
O subsistema prevê que a maioria dos agravos deverá ser resolvida de forma municipalizada na atenção básica. E os casos mais complexos devem ser referenciados para a rede SUS de média e alta complexidade2. Nesse contexto, a saúde indígena se define como um campo de atuação específico que está inserido na saúde coletiva que tem como característica mais marcante interculturalidade. A prática dos profissionais voltados ao eixo da saúde indígena se divide em dois sistemas de cura diferentes. De uma lado, as práticas médicas ocidentais baseadas na racionalidade científica e do outro os indígenas com suas práticas de cuidado e cura representantes de um saber não validado que estão inseridas num universo cultural distinto2.
A competência cultural é uma abordagem que busca diminuir as disparidades na saúde. De início era focada apenas em grupos que possuíam diferenças raciais e étnicas, sendo atualmente expandida para outros grupos populacionais considerados marginalizados e que correm risco de estigmatização, além de raça e etnia ou que necessitam de cuidados de saúde diferenciados3. As relações estabelecidas no âmbito da saúde indígena devem contar por parte dos profissionais com o redirecionamento entre os agentes envoltos no processo de discussão acerca de como estabelecer a saúde de sua comunidade, demandando assim um diálogo intercultural, de modo a buscar o processo de tomada de decisões que favoreça não somente as dinâmicas tradicionais, mas que envolva todo o ciclo de gestão das políticas públicas.
Todas as relações estabelecidas influenciam no processo de cultura dos indígenas, inclusive as relações de poder, pois estas possuem um maior peso para os agentes imersos nesse processo denominado intercultural. Os enfermeiros são guiados pelos os modelos da competência cultural com o objetivo de atender as necessidades de saúde das pessoas que estão recebendo cuidados com as mais diversas referências culturais. Os critérios de inclusão estabelecidos foram trabalhos completos dentre artigos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e que respondam aos objetivos específicos do trabalho, publicados em português e espanhol do ano de 2010 a 2019. De acordo com os critérios de exclusão: foram retirados dos estudos trabalhos em língua inglesa, estudos duplicados que estejam fora dos anos de 2010 a 2019 e que não respondam aos objetivos de pesquisa.
No processo de seleção e análise do material foram seguidos os seguintes etapas: a) leitura informativa: leitura prévia do material para definir o assunto; b) leitura seletiva: descrição e seleção do material quanto à sua relevância para o presente estudo, c) leitura crítica: buscando definições e conceitos sobre a atuação do enfermeiro na saúde indígena. A partir desses cruzamentos foram encontrados 69 artigos no total, sendo 66 na base de dados LILACS e 3 na base de dados BDENF. A amostra de artigos analisados e incluídos na pesquisa foi composta de 33 artigos. Oliveira Pesquisa descritiva exploratória 10 Teoria da aprendizagem experiencial no ensino de empreendedorismo: um estudo exploratório. Krakauer, Santos , Almeida Estudo exploratório 11 A teoria da aprendizagem experiencial como alicerce de estudos sobre desenvolvimento profissional.
Pimentel Revisão de literatura Fonte: Autora, 2019 3. Resultados A partir dessa analise buscou-se os temas abordados em cada artigo, os principais encontrados foram Competências culturais, Interculturalidade, Dificuldades para efetivação das competências culturais no qual cada um foi abordado do ponto de vista do enfermeiro. Atuação do enfermeiro nas competências culturais Nesse tópico abordado foram elencados os artigos de Langdon (2016) que abordou a participação dos agentes indígenas nos serviços de atenção á saúde, Menédez (2016) que discutiu a saúde intercultural, Vilelas (2012) que descreveu o papel do enfermeiro nas competências culturais e por fim, Castilho (2019) que abordou a competência cultural do enfermeiro na saúde pública. O papel do enfermeiro na interculturalidade Nesse tópico abordado foram selecionados os artigos de Fernandes (2010) que abordou a história da saúde indígena no Brasil, Silva (2013) que discutiu os desafios para uma atuação intercultural e Oliveira (2012) que descreveu a situação de vida, saúde e doença da população indígena potiguara.
A peculiaridade do encontro intercultural, inerente ao cuidado de enfermagem prestado ao indígena, torna-o relevante objeto de aprofundamento teórico. No entanto, são poucos os estudos publicados. Em levantamento junto às bases de dados, constatou-se que há um déficit de informações na literatura brasileira sobre o tema trabalho de enfermagem no cuidado ao indígena. Tendo em vista, também, que a instituição da base legal que fundamenta a atenção à saúde indígena no Brasil ocorreu na década de 1990, há mais de vinte anos, é premente a produção de conhecimento sobre o processo de cuidar em enfermagem junto a essa população10. São englobados nesse quesito, mitos, costumes e crenças levando aos índios consultar primeiro o pajé e depois buscar o hospital3.
Outra dificuldade evidenciada são as condições de trabalho, falta de estrutura para realizar os atendimentos, ausência de equipamentos para aferir pressão arterial, pesar, medir, verificar temperatura, ausência de condições adequadas para higiene das mãos e até mesmo ausência de energia elétrica13. A comunicação é outro fator que dificulta o atendimento dessa população, pois alguns não falam o português só a língua nativa de sua aldeia. Diante disso, podem ocorrer equívocos no diagnóstico e tratamento da condição apresentada pelo índio. Essa divergência de linguagens gera um déficit de comunicação relacionada a cultura explicitada na timidez e dificuldade de expressar os fatos contribuindo para uma interação deficiente do enfermeiro com o paciente3. No contexto das competências culturais o conceito de aprendizagem experenciada se dá através da vivência do enfermeiro nas tribos indígenas.
No qual o mesmo aprende na prática a deixar de lado naquele momento os seus valores, principalmente da medicina ocidental para que possa compreender a cultura indígena e praticar o verdadeiro significado da atenção diferenciada. Ainda no contexto das competências culturais, o tempo que o enfermeiro passa dentro das aldeias permite a aquisição de conhecimentos antropológicos e permite a compreensão dos valores culturais da população indígena promovendo a construção de uma relação de respeito com os índios e suas práticas culminando numa melhoria da assistência à saúde. Outra vertente da aprendizagem experenciada é que ao enfermeiro conhecer e conviver nas tribos, se estabelece uma relação baseada na empatia e respeito. Além de ocorrer uma adaptação as linguagens nativas verbais e linguagens corporais para uma melhor comunicação e efetivação dos atendimentos de enfermagem.
Nesse sentido, a inserção de disciplinas e projetos de extensão nas universidades brasileiras, além de capacitações profissionais com enfoque não só nos procedimentos técnicos como também nos aspectos socioculturais dos indígenas auxiliaria na melhoria do atendimento dessa população. Quanto a atuação do enfermeiro na saúde indígena ficou evidenciado que apesar das diversas dificuldades enfrentadas por esse profissional como barreira geográfica, comunicação, condições de trabalho precárias dentre outras, os mesmos buscam com criatividade sempre ofertar o melhor atendimento possível com os recursos disponíveis. Compartilhar experiências pode ajudar na oferta de um atendimento de qualidade pois, ajuda a vislumbrar novas forma de lhe dar com a realidade, dificuldades semelhantes, intercâmbios de saberes, sabendo que aquela dificuldade não é apenas sua mas também da equipe multiprofissional.
Na revisão de literatura foi possível perceber que ainda há escassos estudos que explorem a atuação do enfermeiro na saúde da população indígena e as dificuldades enfrentadas em prestar essa assistência. REFERÊNCIAS 1. São Paulo. Dissertação [Mestre em ciências] – Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2017. Langdon, E. J. diehl, E. O trabalho de enfermagem em uma instituição de apoio ao indígena. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2015 Jan-Mar; 24(1): 138-45. Rodrigues GV, Pires EA, Alves MTG, Godoi BC, Camargo JACO. Competência cultural e lei dos cuidados inversos: caminho obscuro para a equidade? IV Congresso Sul-Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, 2014. Menédez EL. Rev enferm UFPE on line. nov. dez. spe):1951-960.
Silva CB. Análise da capacitação dos enfermeiros que atuam na atenção à saúde das populações indígenas. Manaus. Dissertação [Mestrado em educação e tecnologia em enfermagem]. Universidade Federal do Amazonas, 2013. Krakauer PVC, Santos SA, Almeida MIR.
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