O ENGENHEIRO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR E SEUS DESAFIOS
Para tanto, o método utilizado foi a pesquisa bibliográfica, o que permitiu um melhor entendimento acerca do assunto em epígrafe. Como resultados obtidos, pode-se citar que já há uma preocupação na transformação dos procedimentos inerentes à formação dos engenheiros, as quais corroboram para que estes estejam em constante aprendizado e também que possam ter mais base quando ministrarem suas aulas, deixando, pouco a pouco, de ser um processo empírico. Conclui-se que o engenheiro docente precisa das duas vertentes para melhor poder ensinar os conteúdos aos seus alunos: o embasamento técnico, tão necessário em sua profissão e o apoio pedagógico, sem o qual, deixará uma lacuna em sua formação. Palavras-chave: Professor-engenheiro. Docência. Essa é uma etapa de sociabilização e reconhecimento de si próprio na qual o professor vai se familiarizando com a cultura e o clima escolar, depreendendo os valores e normas nela aplicados.
Para Huberman (2007), na fase inicial, o docente se depara com dois sentimentos distintos, quais sejam: a sobrevivência – faz com que o profissional não desista de atuar como docente mesmo vivenciando vários obstáculos ao longo do caminho; e também a descoberta – nesse momento, o docente se descobre como professor fazendo com que ele queira permanecer na profissão que escolheu. De fato, para que o professor siga com o pensamento firme em ministrar aulas, ele passará pela fase de seu descobrimento, sendo esse, um momento de reflexão e decisão para a continuação ou não de suas atividades. É o que nos diz Costa e Silva (2015 apud SOUZA, 2014, p. apontando para um ser resiliente e adaptável às atividades de um professor: “O indivíduo ao relatar as suas memórias, mesmo que nestas, realidade, imaginário e ficção estejam imbricadas, mergulha numa viagem ao seu interior e isso lhe permite uma reflexão e uma transformação de si [.
Ora, o apoio externo que o engenheiro docente precisa ter para bem desempenhar sua função, lhe falta, e seu olhar para dentro de si deve ser profundo, caso contrário, não conseguirá se adaptar. A SALA DE AULA COMO FORMADORA DO DOCENTE Para se adquirir a experiência necessária para a docência, o professor passa por diversas situações, as quais resultam na formação e no saber do docente, fazendo com que ele faça reflexões do que vivenciou para que possa aplicar suas descobertas em sala de aula. O que caracteriza a formação do docente em sala de aula é ser um profissional ativo, reflexivo e investigador. Esses adjetivos ajudam a formar a identidade do professor e corroboram para, através de suas experiências, atuar no ensino de sua disciplina.
Por ser um ambiente muito dinâmico e que muda o tempo todo, o professor atua muitas vezes de acordo com a situação em sala de aula, e Tardif (2011, p. quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de ser de que porque estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de promover-me, no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica. Dessa forma, sempre que o professor pensar em como está agindo, em como absorve o dinamismo à sua volta, e interpretar corretamente essas assimilações oriundas de sua profissão, logrará ser um profissional completo. O ENGENHEIRO DOCENTE O engenheiro-professor geralmente não possui uma formação voltada à docência e encontra muitas dificuldades quando tem que enfrentar os desafios em sala de aula, e se não obtiver um apoio de sua instituição, ele tende a agir sozinho e da maneira que lhe pareça mais coerente, porém, sem muita base.
Nesse sentido, Bazzo (1998, p. afirma que: Os que assumem a condição de engenheiros-professores acabam aprendendo a ser docentes – quando isso acontece de fato – pela própria experiência, o que, em geral, se dá como um esforço solitário, sem os benefícios de uma sistematização racional de procedimentos. Destarte, o docente-engenheiro pode muito bem dominar a matéria que quer ensinar, mas é preciso ter um complemento de seus saberes, isto é, ser profundo conhecedor das ferramentas pedagógicas. Loder (2002) é outro autor que chama a atenção para a importância de um desenvolvimento pedagógico por parte dos futuros engenheiros-professores. Ele ressalta que: (. a ausência de um referencial teórico que auxilie o professor a interpretar a realidade vivida em sala de aula e a tomar decisões acaba por deixar o docente à própria sorte.
O professor acaba assumindo a tarefa de descobrir por si e, muitas vezes, com ônus para seus alunos, as estratégias mais eficazes para contornar e superar certas dificuldades e situações que se apresentam no cotidiano da sala de aula. NOVOS PARADIGMAS NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO DOCENTE Atualmente, antes às exigências do mercado de trabalho, o profissional deve saber fazer várias funções, possuir vários atributos e habilidades. Em outras palavras, deve possuir uma visão abrangente das atividades que são intrínsecas a determinadas profissões. Para o engenheiro não é diferente. Ele se vê obrigado a ter habilidades tais que lhe permitam ter sucesso em sua carreira, não podendo se especializar em um único tipo de trabalho. Nesse sentido, segundo Silva e Cecílio (2006), ele deve saber agir frente às mais variadas situações que sua profissão exigir, e para tanto, esse profissional: (.
O engenheiro depois de formado, caso opte por ser um docente, deve ter os conhecimentos técnicos necessários, ter uma vivência fora da escola para que possa passar experiências aos seus alunos. No que tange a essa questão, Silva e Cecílio (2006) ensinam que há dois modos evolutivos no “aprender a fazer”: Aprender a fazer, a fim de adquirir não somente uma qualificação profissional, mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais e de trabalho que se oferecem aos jovens, adolescentes e adultos, quer espontaneamente, fruto da situação local, quer formalmente, beneficiado pelo desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
Isso significa que preparar os alunos vai muito além do que conhecer sobre o assunto e saber ensinar. A questão central para os autores é tornar seus alunos hábeis para a vida pessoal e profissional para que possam se adaptar conforme o mercado de trabalho o exigir. A primeira permite ao docente obter a mentalidade de não desistir da carreira mesmo tendo muitas dificuldades e a segunda é o momento em que ele sabe que ser professor é de fato a profissão que escolheu. Nesse momento, é preciso ser resiliente para que os obstáculos encontrados no caminho não o façam desistir de sua carreira. A resiliência nesse sentido é uma ponte entre a sobrevivência e a descoberta. A sala de aula é o local onde de fato, o engenheiro docente obtém experiência e tem noções do que se pode fazer ou não no ato de lecionar.
Ademais, ele faz reflexões acerca de seu aprendizado como professor que permitem realizar descobertas tais que o auxiliarão no decorrer de sua carreira. Por esse motivo, os futuros engenheiros devem ter uma formação holística. Parece não haver mais espaço para o profissional que se especializa em um único assunto. O mercado exige, atualmente, um profissional completo e apto a resolver os mais variados tipos de problemas que possam surgir no cotidiano. Com essa completude, quebra-se o paradigma de que o engenheiro não consegue ser técnico e ao mesmo tempo, pedagógico. Portanto, transformar-se e adaptar-se são atitudes de premência importância ao engenheiro docente. ed. Florianópolis: UFSC, 2011. BUONICONTRO, Célia Mara Sales. O processo de construção da prática pedagógica do engenheiro-professor: um estudo no curso de Engenharia Mecatrônica da PUC Minas.
f. Acesso em 08/11/2017. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Terra, 2007. GAUTHIER, Clermont et. br/revce/revce/2004/02/a9. htm>. Acesso em 08/11/2017. HUBERMAN, Michael. O ciclo de vida profissional dos professores. Sísifo. Revista de Ciências da Educação. n. p. jan/abr. p. PALMIERI, Maria Perpétuo Socorro Mol Pereira. Capacitação pedagógica como um instrumento para aperfeiçoamento da prática docente de professores de engenharia. Disponível em <http://www. ufmt. ISSN 0102-4698. Disponível em < http://dx. doi. org/10. S0102-46982007000100004>.
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