O ELEMENTO NEGRO NO CONTEXTO ÉTNICO-RACIAL DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DO CENTRO UNIVERSITÁRIO MÁRIO PONTES JUCÁ-UMJ
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Serviço Social
MACEIÓ, AL 2020 GIVANILDA MARIA DE SALES RENATA BATISTA DE ARAÚJO O ELEMENTO NEGRO NO CONTEXTO ÉTNICO-RACIAL DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DO CENTRO UNIVERSITÁRIO MÁRIO PONTES JUCÁ-UMJ Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao corpo docente do Centro Universitário Mário Pontes Jucá UMJ e aprovado em: _____/____/_____ ________________________________________________________ Profª. MsC. Meirejane Ataíde Regímio Costa - (Orientadora) Banca examinadora: ____________________________________________________ Prof. Dr. Charles dos Santos Instituto Federal do Maranhão - IFMA (Examinadora externa) _____________________________________________________ Prof. A orientadora do nosso TCC Prof. Msc. Meirejane Ataíde Regímio Costa por confiar nas nossas potencialidades, pelo acompanhamento e suporte e dar espaço para contribuir diretamente a essa efetivação. Sou grata pela aprendizagem obtida na UMJ, a todos os professores que estão formando futuros profissionais e contribuem para o melhor aproveitamento do curso, a todos os colegas de classe que foram essenciais para a nossa formação.
Agradeço também aos professores componentes da banca examinadora Prof. e 11. se coloca como um marco indispensável acerca da proteção legalmente constituída deste segmento. Para o estudo em questão utilizamos a pesquisa bibliográfica tendo como principais fontes: artigos científicos, livros, legislações específicas, entre outros a partir do referencial teórico histórico crítico que nos permite ter a compreensão deste fenômeno para além dos estereótipos. A pesquisa de campo irá trazer o resultado quantitativo sobre a identidade da negritude no curso onde se fará uma análise das respostas dos entrevistados. E por fim os cursos de serviços social precisam cada vez mais defender a transversalidade como estratégia educativo-formativa possibilitando o diálogo da construção de pontes ideológicas e conceituais sobre o tema aqui estudado, e se estabeleça uma perspectiva profissional que enalteça ou respeite as questões étnico-raciais em currículos.
For the study in question, we used bibliographic research with the main sources: scientific articles, books, specific legislation, among others from the critical historical theoretical framework that allows us to have an understanding of this phenomenon beyond stereotypes. The field research will bring the quantitative result on the identity of blackness in the course where an analysis of the respondents' responses will be made. And finally, social service courses increasingly need to defend transversality as an educational-formative strategy, enabling the dialogue to build ideological and conceptual bridges on the topic studied here, and to establish a professional perspective that enhances or respects ethnic- in curricula. KEYWORDS: Blackness. Ethnic-racial. Teorias sociais das relações étnico-raciais. O contexto pós abolição e as teorias racialistas no Brasil. Conceito do racismo partindo do conceito de raça.
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E A EDUCAÇÃO. Leis 10. A pesquisa foi desenvolvida de forma on-line com prévio conhecimento dos docentes do curso de Serviço Social e obtivemos permissão dos mesmos para acessar o ensino remoto, que vem sendo aplicado neste ano devido ao contexto da Pandemia. Trata-se do novo Coronavírus, (a pandemia de COVID-19 é uma pandemia que tem como principal fator a doença respiratória aguda (COVID-19) causada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2), localizada em todo o mundo e possui fácil e rápido contágio, indícios comprovam que o mesmo surgiu na China se espalhando pelo mundo inteiro, até o momento com mais de 50 milhões de casos e 1 milhão de mortes. Foi elaborado um projeto de pesquisa delimitando o problema sobre a diversidade étnico-racial a qual o sujeito se identifica, diversidade essa que faz parte da cultura brasileira, diversidade, significa variedade, quando falamos em questões étnico raciais, diversidade racial, não estamos nos referindo apenas aos afrodescendentes mas sim com a multiplicidade de etnias que construiu o povo brasileiro.
No Brasil, Brancos Europeus, Indígenas Brasileiros, Africanos, descendentes e outros formam a diversidade étnica racial. O Brasil é um país que tem um crescimento do racismo muito forte, e deve ser combatido com ações afirmativas a partir de políticas específicas, com a valorização da cultura afrodescendente e de combate a qualquer tipo de visão negativa. CONTEXTUALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL O continente africano, é considerado o berço das civilizações, o resgate feitos por antropólogos e historiadores, identificam e discutem conceitos e práticas originados na África e que foram apropriados e reestruturados pelos povos gregos, persas, romanos, entre outros. Assim, é importante, no ensino de Ciências, promover atividades e discussões em que sejam contempladas as relações entre os povos africanos, incluindo os egípcios, os gregos e outros povos da Europa.
Em tais práticas pode ser mencionado o costume da época, de cerca de 600 a 300 anos antes da era corrente, de enviar gregos como Pitágoras, Platão, Eudoxos e Democritus, durante longos períodos de tempo, para estudarem no Egito e aprenderem com essa civilização africana (DIOP,1991, p. Discussões sobre esse tema precisam ser considerados desde cedo nas escolas como conteúdo que deve englobar a análise da origem do povo egípcio, oriundo da região etíope da África, suas características étnico-raciais e suas relações com outros povos africanos, como os núbios, os etíopes, os cuxitas e os axumitas. Para Guimarães ( 2003, p. É um conceito político ideológico constituído pela classe dominante que faz com que as raças encontrem-se uma ‘’pirâmide’’ sendo a raça branca no topo e as demais raças abaixo da mesma.
Mesmo o Brasil sendo um país multiétnico, percebe-se que a desigualdade econômica está estruturada em bases raciais. Guimarães, 2003, p. A luta pela igualdade de direitos para a população afrodescendente no Brasil não terminou com o fim do regime escravocrata. É aí que ela começa, pois a Lei Áurea e as outras que a precederam não deram conta de assegurar direitos à população liberta e a seus descendentes. Primeiramente, na história das ciências naturais, o conceito de raça foi utilizado na zoologia e na botânica para fazer a classificação das espécies animal e vegetal. Como a maioria dos conceitos, o de raça tem o seu campo semântico e uma dimensão temporal e espacial. No latim medieval, o conceito de raça passou a designar a descendência, a linhagem, ou seja, um grupo de pessoas que têm um ancestral comum e que, ipso facto possuem algumas características físicas em comum.
Em 1684, o francês François Bernier empregou o termo no sentido moderno da palavra, para classificar a diversidade humana em grupos fisicamente contrastados, denominados raças. Nos séculos XVIXVII, conceito de raça passou efetivamente a atuar nas relações entre classes sociais da França da época, pois era utilizado pela nobreza local que se identificava com os francos de origem germânica em ocasião aos gauleses, população local identificada com a plebe. MUNANGA, 2004, p. Em qualquer operação de classificação, é preciso primeiramente estabelecer alguns critérios objetivos com base na diferença e na semelhança. No século XVIII, a cor da pele foi considerada como um critério fundamental e divisor de água entre as chamadas raças. Por isso, a espécie humana ficou dividida em três raças estanques que resistem até hoje no imaginário coletivo e na terminologia científica: raça branca, negra e amarela.
Ora a cor da pele é definida pela concentração da melanina. MUNANGA, 2004, p. Teorias sociais das relações étnico-raciais A divisão da humanidade em raças, postulando a inferioridade inata e permanente dos não brancos, surge apenas no século XIX. Em 1860, as teorias raciais tinham alcançado a aceitação da ciência e reunido adeptos entre líderes políticos e culturais tanto na Europa quanto nos Estados Unidos (SKIDMORE, 2012, p. Lilia Schwarcz relaciona o surgimento das teorias raciais como também uma reação aos princípios igualitários do Iluminismo e da ideia rousseauniana do bom selvagem: Delineia-se a partir de então certa reorientação intelectual, uma reação ao Iluminismo em sua visão unitária da humanidade. Tratava-se de uma investida contra os pressupostos igualitários das revoluções burguesas, cujo novo suporte intelectual concentrava-se na ideia de raça, que em tal contexto cada vez mais se aproximava da noção de povo (SCHWARCZ, 1993, p.
A constituição da burguesia brasileira foi marcada pelas suas funções no interior da grande lavoura. Nesses termos, a sua debilidade deveu-se ao seu papel de agente interno, representante dos interesses da Metrópole, o qual a definiu “[. mais como parte e delegado das agências que operavam, política e comercialmente, a partir de fora [. que em termos de situações internas de interesses econômicos, sociais e políticos” (FERNANDES, 2006, p. Essa condição faz do agente econômico um aliado dos interesses externos, especialização que se transformou em “[. Vale a pena transcrever as impressões de Freyre acerca de marinheiros brasileiros que desembarcavam de um navio em Nova York: Vi uma vez, depois de mais de três anos maciços de ausência do Brasil, um bando de marinheiros nacionais – mulatos e cafuzos – descendo não me lembro se do São Paulo ou do Minas pela neve mole de Brooklyn.
Deramme a impressão de caricaturas de homens. E veio-me à lembrança a frase de um livro de viajante americano que acabara de ler sobre o Brasil: “the fearfully mongrel aspect of most of the population”. A miscigenação resultava naquilo. Faltou-me quem me dissesse então, como em 1929 Roquette-Pinto aos arianistas do Congresso Brasileiro de Eugenia, que não eram simplesmente mulatos ou cafuzos os indivíduos que eu julgava representarem o Brasil, mas cafuzos e mulatos doentes (FREYRE, 2006, p. Durante todo o século XX e início do século XXI as lutas pela igualdade étnico-racial e também pelo respeito à diversidade têm sido constantes. Todavia, o predomínio de atitudes e convenções sociais discriminatórias, em todas as sociedades, ainda é uma realidade tão persistente quanto naturalizada.
A Lei nº 10. de 2003, trata da obrigatoriedade do Ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira determina que a História da África seja tratada em perspectiva positiva, e que possa fazer parte dos conteúdos. As marcas da cultura de raiz africana devem ser ressaltadas particularmente em Arte, Literatura e História do Brasil. etnia são “[. as características culturais – língua, religião, costumes, tradições, sentimento de ‘lugar’ – que são partilhados por um povo”. Raça considera as diferenças de forma biológica e é considerado um conceito obsoleto e até perigoso. Como afirma o autor Caio Prado Jr. sobre as raças que entraram na constituição do Brasil, é explanado que: 21 Das três raças que entraram na constituição do Brasil, duas pelo menos, os indígenas e africanos, trazem à baila problemas étnicos muito complexos.
p. Toda estrutura da sociedade colonial brasileira teve sua base fora dos meios urbanos, como afirma Sérgio Buarque de Hollanda: “[. É efetivamente nas propriedades rústicas que toda a vida da colônia se concentra durante os séculos iniciais da ocupação europeia: as cidades são virtualmente, se não de fato, simples dependências delas. Com pouco exagero pode dizer-se que tal situação não se modificou essencialmente até à Abolição. representa o marco divisório entre duas épocas; em nossa evolução nacional, essa data assume significado singular e incomparável. Os que no Brazil tiverem nascido, quer sejam ingenuos, ou libertos, ainda que o pai seja estrangeiro, uma vez que este não resida por serviço de sua Nação. II. Os filhos de pai Brazileiro, e Os illegitimos de mãe Brazileira, nascidos em paiz estrangeiro, que vierem estabelecer domicilio no Imperio.
III. Os filhos de pai Brazileiro, que estivesse em país estrangeiro em serviço do Imperio, embora elles não venham estabelecer domicilio no Brazil. BRANCO, 2005). Para compreender a trajetória do negro no Brasil é necessário entender os motivos que levaram o continente africano a se tornar o maior centro de dispersão populacional do mundo moderno. A exemplo dos negros cuja: “[. presença do negro nos livros, frequentemente como escravo, sem referência ao seu passado de homem livre antes da escravidão e às lutas de libertação que desenvolveu no período da escravidão e desenvolve hoje por direitos de cidadania, pode ser corrigida se o professor contar a história de Zumbi dos Palmares, dos quilombos, das revoltas e insurreições ocorridas durante a escravidão; contar algo do que foi a organização sóciopolítico-econômica e cultural na África pré-colonial; e também sobre a luta das organizações negras, hoje, no Brasil e nas Américas.
MUNANGA, 2005 p,25) O Brasil é formado por várias etnias desde a chegada dos Portugueses ao país. Mundialmente, a discriminação racial sempre esteve presente em todos os lugares: Muitos de nós já ouvimos falar do antissemitismo, em nome de que o regime nazista liderado por Adolf Hitler legitimou e justificou o genocídio de cerca de 7 milhões de judeus e 300 mil ciganos durante a Segunda Guerra Mundial, de 1940-1945. Muitos sabem da história de Nelson Mandela, que passou 27 anos de sua vida ativa na prisão, por ter desafiado o apartheid, regime de segregação racial implantado na África do Sul a partir de 1948. Muitos já escutaram histórias sobre a discriminação racial nos Estados Unidos, particularmente no sul desse país onde também existiu um regime de segregação racial comparável ao da África do Sul.
MUNANGA, 2003, p. A questão relacionada ao racismo velado deve se manter em observação, tendo em vista que mesmo pelo fato do racismo ser um crime, muitos acabam destilando-o de forma velada. Assim fica muito difícil arrancar do brasileiro a confissão de que ele é racista. MUNANGA, 2003, p. A questão racial é vista na sua especificidade e como um aspecto a mais na luta de classe, como a expressão da questão racial historicamente construída. Desde a política da situação de modo institucional até a de violência contra a mulher é significante que majoritariamente os usuários são negros pela ação e omissão do Estado e no processo de exploração no contexto do capitalismo brasileiro. RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E A EDUCAÇÃO Ao tecer uma análise sobre a História do Brasil, percebe-se a estreita relação entre a exploração do território e a exploração que os portugueses exerceram sobre os índios e mais tarde sobre a diáspora africana.
O ensino da história proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais tem como finalidade viabilizar o desenvolvimento do pensamento crítico, ajuda o educando a dar sentido ao mundo que o rodeia e as experiências pessoais, a ampliar, a imaginação, a sensibilidade, e a capacidade reflexiva. Conhecendo outras culturas, o aluno poderá perceber a relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer a riqueza e a diversidade da imaginação humana (PCN, 2001, Vol. p. O conhecimento é fundamental para humanização de um povo, cabe a escola o papel de desempenhar sua função no processo de disseminar a história, arte e cultura africana e afro-brasileira.
As culturas africanas tiveram grande influência na formação cultural brasileira e a diversidade de origem dos africanos escravizados no Brasil reflete diretamente a variedade de povos existentes na África. Em todos os níveis do ensino brasileiro – elementar, secundário, universitário – o elenco das matérias ensinadas, como se se executasse o que havia predito a frase de Sílvio Romero, constitui um ritual da formalidade e da ostentação da Europa, e, mais recentemente, dos Estados Unidos. Se consciência é memória e futuro, quando e onde está a memória africana, parte inalienável da consciência brasileira? Onde e quando a história da África, o desenvolvimento de suas culturas e civilizações, as características, do seu povo, foram ou são ensinadas nas escolas brasileiras? Quando há alguma referência ao africano ou negro, é no sentido do afastamento e da alienação da identidade negra.
Tampouco na universidade brasileira o mundo negroafricano tem acesso. O modelo europeu ou norte-americano se repete, e as populações afro-brasileiras são tangidas para longe do chão universitário como gado leproso. Falar em identidade negra numa universidade do país é o mesmo que provocar todas as iras do inferno, e constitui um difícil desafio aos raros universitários afro-brasileiros (NASCIMENTO, 1978: 95). A constância nessas articulações deve ser mais intensificada para que essa naturalização não permaneça. Leis 10. e 11. Segundo Vaz (2014), as relações entre o continente africano e o Brasil aconteceram intensamente por mais de três séculos. Mas, por várias razões, com o fim do tráfico de africanos, houve significativas mudanças na dinâmica desse vínculo. tornando a instrução sobre História e Cultura Afrobrasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio.
Em 10 de março de 2008, foi sancionada a Lei nº 11. que ampliou a Lei 10. incluindo igualmente a instrução da história e da cultura dos povos indígenas brasileiros. Portanto, a LDB passou a viger acrescida dos seguintes artigos: Art. Essa lei foi consequência do pleito da comunidade afro-brasileira por gratulação e enaltecimento dos negros e de reivindicação de movimentos sociais e da sociedade civil em geral, para caucionar que nas escolas sejam resgatados elementos culturais dos afrodescendentes, os quais contribuíram decisivamente 30 para a Educação da cultura e identidade nacional. No entanto, o acontecimento de a Lei 10. não considerar o estudo da cultura dos índios brasileiros, se tornou objetivo de críticas da comunidade de grupos indígenas, portanto a Lei 11. veio consertar essa falha tornando indispensável igualmente a educação da cultura dos povos indígenas no currículo escolar.
Para os autores dessas reivindicações, a importância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira e indígena diz respeito a todos os brasileiros, uma vez que o Brasil é um país de muitas culturas e etnias, e por esse motivo devem-se instruir os alunos para serem cidadãos atuantes no ambiente de uma sociedade que abriga tanta diversidade. A formulação de 31 políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real. SOUZA, 2006) Na esfera do direito, a Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, de 1966, em seu artigo 1º, conceitua discriminação como sendo: Qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada em raça, cor descendência ou origem nacional ou étnica que tenha o propósito ou o efeito de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública.
Deve-se destacar que os termos discriminação e preconceito não se confundem, apesar de que a discriminação tenha muitas vezes sua origem no simples preconceito. Ivair Augusto Alves dos Santos (1996, p. afirma que o preconceito não pode ser tomado como sinônimo de discriminação, pois esta é fruto daquele, ou seja, a discriminação pode ser provocada e motivada por preconceito. Essa atuação culmina em 1995 com a Marcha Zumbi dos Palmares, quando 30 mil pessoas foram para Brasília e entregaram um documento pleiteando à presidência da República políticas para combater a desigualdade. Mesmo após 130 anos do fim da escravidão, ainda não fizemos da Educação um caminho para eliminar a desigualdade entre brancos e negros no Brasil. O acesso à Educação de qualidade é um direito de todos os brasileiros mas, na prática, sabemos que isso não acontece.
Após 130 anos da abolição da escravidão no Brasil, a desigualdade racial ainda persiste na nossa socied ade e, portanto, também dentro da escola pública. Basta olhar os dados do Ensino Básico, onde se vê um cenário preocupante para a juventude negra. COUTINHO,1996, p. Anterior à orientação dos PCN, a cultura afro era invisível nos currículos escolares, e apenas era revisitada quanto elemento do folclore brasileiro, durante o mês de agosto. Porém, essa utilização longe de valorizar a cultura daquele continente, salientava, não raro, aspectos reducionistas que a marginalizava. Quase metade dos homens negros, de 19 a 24 anos, não concluíram o ensino médio, diz o IBGE. Entre mulheres negras, índice chega a ser de 33%. Isso remete a uma reflexão acerca da importância atribuída à ética e aos direitos humanos no interior 34 do projeto ético-político a partir dos anos 1990, fortalecendo as bases para o desenvolvimento de um debate sobre a questão étnico/racial no cotidiano do assistente social.
EURICO, 2013). A autora Márcia Campos Eurico, Mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP, ressalta ainda que no atual cenário e apesar das crescentes reivindicações do movimento negro, em defesa de uma ressignificação da questão racial no Brasil, a contribuição da profissão do assistente social na produção do conhecimento acerca dessa temática permanece muito tímida. Para EURICO (2013): Decerto, pela própria história da profissão e o conservadorismo que marca sua gênese, o debate sobre a questão racial não encontrou terreno fértil para ser incorporado pelo Serviço Social até a década de 1980. Entretanto, diante das conquistas históricas do projeto ético-político, expressas eticamente no Código de Ética de 1993, a busca de efetivação dos princípios que norteiam o trabalho do assistente social é um imperativo ético a ser perseguido.
MARTINS, 2017,p. As transformações operadas na mentalidade dos agentes econômicos ocorreram lentamente desde o “[. aparecimento de novos tipos de agentes econômicos, sob pressão da divisão do trabalho em escala local, regional ou nacional” (FERNANDES, 2006, p. Foram as pressões do mercado externo sobre o custo social da grande lavoura extensiva que obrigaram o fazendeiro de café a deixar para trás o status senhorial em favor da sua adequação às “funções de grande proprietário”. A questão étnico-racial é uma demanda diretamente ligada ao Serviço Social, tratando-se de que em sua grande maioria, as demandas que surgem estão constituídas em sua grande maioria por negros, pobres e mulheres. De acordo com o Art. º da Lei Federal nº. ficou evidenciado que os Centros de Educação Tecnológica, públicos ou privados, têm por finalidade formar e qualificar profissionais, nos vários níveis e modalidades de ensino, para os diversos setores da economia e realizar pesquisa e desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estreita articulação com os setores produtivos e a sociedade, oferecendo mecanismos para a educação continuada.
Com base nessa perspectiva legal e, respaldado nos termos do extinto Decreto nº 2. o Centro de Educação Tecnológica de Alagoas – CET/AL tem como objetivo oferecer educação profissional, pósgraduação, pesquisa e extensão. Para tanto, o curso está estruturado com base na interdisciplinaridade dos conteúdos e na integração das diferentes atividades acadêmicas: ensino, investigação científica e extensão. Nessa direção, a organização e o funcionamento do curso pauta-se pela intrínseca articulação entre graduação e pós-graduação, os conteúdos acadêmicos e a extensão visando concretizar a proposta de formar um bacharel que seja profissional e cidadão. Essa articulação orienta o planejamento de todas as atividades, sejam acadêmicas, de pesquisa, de extensão e estágio.
O objetivo principal do Curso de Serviço Social é formar assistentes sociais que possuam uma consciência crítica da realidade social e uma visão totalizadora do homem enquanto Ser Social, com reflexão teórico-crítica para a intervenção nas expressões da questão social. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS O primeiro questionário constou de duas questões, a primeira se referiu ao gênero e a segunda como a pessoa se autodeclara de acordo com as categorias do IBGE. Todos responderam que sim, os impactos são de forma psicológica e social. Um dos entrevistados relatou que: “muitas pessoas negras são abordadas constantemente em lojas, são revistadas por policiais só pelo seu tom de pele, muitas delas são mortas somente por sua raça, hoje em dia a discriminação racial afeta vidas de forma que jamais podem ser reparadas ou esquecidas”.
Outras pessoas responderam que fere sua dignidade. Em se olhar no espelho e não se ver como exemplo de beleza, ter sua autoestima baixa por tantas humilhações que sofre desde sua infância. E isso causa revolta cada dia mais devido ao tratamento que algumas pessoas têm só por causa do tom de pele, causando traumas e indignação essa atribuição fenotípica. Essa Lei sem dúvidas trouxe um grande avanço para o País. Sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira e que foi alterada pela Lei 11. que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as 43 escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio, que ao meu ver, deveria se estender também, ao nível superior.
A questão 9: Em termos de proporções, qual relação você observa entre negros e não negros no Centro Universitário? Em se tratando do curso de Serviço Social, responderam os entrevistados que todos tem os mesmo direitos e se tratam com respeito. Em termos de universidade responderam que há minoria é negra: “Poucos negros, lembrando que estamos em uma instituição privada e que muitas das vezes eles não tem oportunidades que os levem a poder fazer a escolha de estar em uma instituição privada ou pública!”. “Quantas vezes ouvimos que nosso grito é mimimi. O racismo deve ser combatido por todos. Os não negros devem nos ouvir e respeitar nossa dor e a partir daí lutar por respeito”. Relatam ainda que há muito o que avançar, quando tivermos igualdades de direitos e cargos executivos, legislativos e judiciários ocupados com equivalência, aí sim, teremos um país justo.
Enquanto existir, crianças nos sinais, sendo a sua maioria negra ou parda, jovens negros ou não negros desempregados, um sistema carcerário, com a sua maioria negra e uma exclusão escolar, tendo a sua maioria negra ou parda. Sim! Mabel Isabel de Assis, uma rosa negra semeando a primavera. Maria Firmina dos Reis, Dandara de Palmares,Angela Davis Sim! Mabel Isabel de Assis, uma rosa negra semeando a primavera. Marielly franco Metade dos entrevistados responderam não conhecer um(a) estudioso/a negro/a ou da questão negra na área de Serviço Social. A questão 14, do segundo questionário e também ultima perguntou o seguinte: O que te motivou a escolher o Curso de Serviço Social? Os acadêmicos responderam: Identificação com o curso; Querer ajudar as pessoas, espero que daqui a uns anos o nosso país seja mais pacífico quanto aos problemas sociais que enfrentamos, principalmente com a comunidade negra que é a mais afetada; Querer entender o motivo das pessoas não terem o acesso a seus direitos.
Por fazer abordagem em várias áreas e políticas públicas que precisam de uma nova perspectiva; Identificação com sua práxis direcionada aos subalternizados; A luta pela garantia de direitos e por uma sociedade mais justa e igualitária; Há princípio ,era um curso com o menor tempo para o término. Nesta pesquisa realizada para o curso percebeu-se a dificuldade dos negros e de Graduação em Serviço Social afrodescendentes para manter seus valores culturais e preservar suas tradições culturais. Essa cultura dos africanos foi trazida para o Brasil há muitos anos pelos escravos vindos de diversas regiões da África. Com o passar do tempo, a população de descendência africana se expandiu e as relações sociais entre os diferentes povos transformaram o país em um território mestiço e rico em diversidade cultural.
Assim, herdamos desse povo sua cultura, que se transformou e se adaptou à convivência com outras esferas culturais, como a indígena e a europeia. Mesmo com essa valiosa contribuição cultural se fez necessário a presença de uma Lei que reconhece a importância desses povos respeitando seus costumes, crenças, religião e culturas como cidadãos de deveres e direitos. Além dos projetos já em vigor, o governo deve investir no ensino fundamental público, no qual a maioria dos alunos é negra. As escolas e a mídia devem conscientizar as pessoas sobre a igualdade entre as raças, a fim de promover a integração das minorias à sociedade. O assistente social em parceria com a escola pode exercer um papel primordial para combater o preconceito, tendo avanços significativos pois a escola é uma grande formadora de opinião, o profissional assistente social pode estar colaborando com a escola através de projetos de desenvolvimento social ao combate a descriminalização e o racismo.
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