O desenho na alfabetização inicial

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

O processo de aprendizagem da linguagem escrita não deve constituir-se necessariamente em uma linguagem linear, conforme aponta VYGOTSKY, (1998), da mesma forma, a maneira que o educador deve observar os desenhos de uma criança também não. Nem sempre a forma linear, seu significado primeiro é o que a criança está querendo expor. Pelo contrário, muitas vezes é uma forma de ocultar o que pensa, sente é uma fuga para esconder seu mundo real. Se observarmos sob a ótica do conceito da “estética da recepção” de Jauss, (2002), o desenho pode ser considerado como uma expressão, no qual a criança utiliza ao brincar para expor seus sentimentos e vivências do mundo, fruindo uma experiência estetizada para o desenho. Sob uma outra ótica, Edwards (2005), afirma que o processo de desenhar está interligado com a capacidade de “ver” (percepção).

Antes de aprender a escrever, ler, a criança já desenha, ainda que rabiscos, mas é a primeira representação gráfica que ela utiliza. Desenhar é um ato de colocar forma e sentido ao objeto, o pensamento que foi assimilado. A criança desenha no papel, na parede, na areia. O desenho é a ferramenta essencial do processo de desenvolvimento da criança e deve ser entendido como uma atividade funcional. Voltando a Vygotsky (1998), ele apresenta o desenho como uma maneira de se representar a língua escrita em primeiro estágio. Como já dissemos, os primeiros desenhos surgem como resultados de gestos manuais (gestos de mãos adequadamente equipadas com lápis); e o gesto, como vimos, constitui a primeira representação do significado. É somente mais tarde que a representação gráfica começa a designar algum objeto.

A natureza dessa relação é que aos rabiscos já feitos no papel dá-se um nome apropriado. Vygotsky, 1998, p. Os desenhos podem auxiliar o professor que observa o desenvolvimento da criança a entender suas significações, tanto do estado emocional, como: cognitivo, perceptivo, psicomotor e social, descobrindo possíveis irregularidades em seu comportamento, que só se tornam visível a partir da observação de seus desenhos. DERDYK, 1994, p. Sob o aspecto cognitivo Neste aspecto, os desenhos podem ser um meio que a criança utiliza para expressar concretamente o seu conhecimento sobre o universo ao seu redor. Para o professor, torna-se um recurso, que em conjunto com outros dados, possa acompanhar melhor o desenvolvimento infantil. A criança, quando constrói uma imagem do mundo real, expressa o que sabe frente ao objeto representado, e pode construir seus conceitos sob a representação da realidade.

Sob o aspecto psicomotor O desenho é instrumento importante para a criança exercitar suas habilidades motoras e desenvolver a sua imaginação. A criança pequena, ao desenhar, ela começa identificá-los atribuindo-lhe nomes, ela conhece e entende perfeitamente seus rabiscos, ainda que não tenham nenhuma semelhança com a realidade. O que importa na verdade é a representação dada a criação, porque é esse processo de linguagem que cria suas concepções. A maioria dos educadores, já há muito tempo, vem se utilizando do desenho como uma maneira de identificar possíveis problemas existentes nas crianças, que, na maioria das vezes não são explícitos e através do desenho se torna um meio de expressão da vida mental revelando o intimo da criança.

A informação será mais completa e permitirá a busca da solução se o educador tiver também o que a criança diz sobre seu desenho. Faria (2002, p. LEITE, 1998, p. É preciso considerarmos o quanto o olhar torna-se importante, ao se dedicar a imagem mais do que um olhar uma observação atenta, ela pode revelar desejos e leituras fundamentais para o trabalho pedagógico, posto que o educador e o professor podem detectar problemas através dos desenhos. O que o obter com os desenhos infantis A partir do momento que se tem consciência de que os desenhos produzidos pelas crianças podem contribuir na construção do seu processo de aprendizagem, o que especificamente os professores podem obter através deles. É extremamente difícil, para não dizer impossível, enumerar todas as contribuições, mesmo porque, não é uma solução fechada, pronta, é complexa pois cada caso é um caso e são inúmeras as particularidades intrínsecas.

Será abordado aqui, algumas, dentre as mais comuns e que exige uma solução própria. O desenho pode parecer incompreensível, porém, para a criança qualquer risco, rabisco é cheio de conteúdo, de vários significados e simbologias. O professor e a interpretação dos desenhos A criança começa a desenhar, quando percebe o mundo da escrita e tenta imitá-lo, surge então a fase das garatujas. Portanto os desenhos não são rabiscos sem importância, eles têm um significado e cabe ao professor ter um olhar que faça dessa apreciação um método de aprendizagem, posto que a criança constrói seu conhecimento a partir de sua vivência. Desta forma, cabe ao professor apropriar-se dos desenhos infantis, analisar sua relação simbólica, com o intuito de proporcionar uma aprendizagem mais adequada a realidade de vida da criança.

O professor deve conhecer as fases dos desenhos e sua importância para planejar o devido aprendizado que contribuirá com o desenvolvimento geral da criança. A percepção de que os gestos, gradativamente, produzem marcas e representações mais organizadas permite à criança o reconhecimento dos seus registros. BRASIL, 1998, p. Os professores devem observar com atenção todos os detalhes para que possa identificar com clareza as preferencias, conflitos, desejos, bem como o grau de inteligência e amadurecimento da criança. Tudo é relevante: cores, traços, fisionomias, tamanhos. A criança encontra no desenho uma alternativa para expor suas emoções, as quais não consegue expor em palavras, contudo proporciona ao professor revelações do seu inconsciente. Cabe ressaltar que a criança passa por inúmeros processos vivenciais, o desenho expresso no papel pode ser o elo entre ela e o meio em que vive, afirmando e contando suas vivências no dia a dia.

Capítulo II - Como avaliar as produções dos desenhos na fase educação infantil? A proposta neste capítulo, é trazer a reflexão sobre o papel da avaliação do desenho infantil produzido pelas crianças na escola. Far-se-á uma breve passagem pela História a fim de compreender de que maneira a escola tem cumprido o papel de ensino e aprendizagem, desde a sua origem até os dias de hoje. É neste contexto, que se questionará sobre a questão da avaliação do desenho infantil tendo o professor como agente das ações avaliativas de um sistema de ensino. Nos dedicaremos a refletir sobre a utilização do desenho infantil na construção de conhecimento físico, sobre sua evolução, que ofereça entendimento de que maneira se gerou o exercício de raciocínio permitindo alicerçar as teorias de Vygotsky.

O desenho infantil para a criança é uma forma de reconstrução do seu universo, interpretado por elas. O professor precisa ter a clareza de que o desenho revela o desenvolvimento intelectual, social, emocional e perceptivo. É com o passar do tempo e principalmente com os estímulos recebidos, que a criança evolui e seu desenho passa a ter formas mais precisas e bem definidas. A evolução do desenho infantil O desenho infantil no final do século XIX, de acordo com estudo de Silva (2002), apresenta suas descrições dos aspectos gerais, bem como das mudanças ocorridas no processo de seus estudos, essas posições vão de encontro com as de outros autores tais como: (Kellogg, (1969); Lowenfeld, (1977); Luquet, (1981); Lurçat, (1988); Goodnow; (1979) e Merèdieu, (1979). Ainda sobre Silva (2002), ele considera que a opinião desses autores carece de um amadurecimento da criança, principalmente nas áreas neuromotora, socioafetivas e cognitiva.

Enquanto para Silva essa concepção se torna “incompatível com a perspectiva histórico-cultural”, que afirma que “a constituição do homem se dá no plano da intersubjetividade”. p. E explica que: “a perspectiva histórico-cultural permite criticar e superar as concepções maturacionistas a respeito do grafismo, porque possibilita ver o desenho como um signo empregado pelo homem e constituído a partir das interações sociais”. SILVA, 2002, pp. É com o hábito de desenhar com frequência, que a criança vai formulando ideias e expressando melhor seus sentimentos, por meio dos riscos e rabiscos, o que permite que a criança use o desenho para brincar, falar, registrar e marca o desenvolvimento da sua infância. A imaginação se altera a cada período do desenvolvimento infantil.

Para a criança, a escrita não dá segurança para expressar seu pensamento, enquanto o desenho se apresenta como mais eficiente. Desta forma, a imaginação atua de acordo com a escala do seu desenvolvimento. O autor afirma ainda, que as crianças desenham o que elas entendem dos objeto e não necessariamente o que elas veem. VYGOTSKY, 1997). Esta avaliação assume um caráter de controle e de julgamento. Ao mesmo tempo que se propõe a controlar o aprendido para adequar o planejamento, também sentencia de forma irrevogável. DARSIE, 1996, apud Carvalho et. ali. p. Ainda em Read (2001), ele afirma que o desenho é um modo de expressão da criança e pode ser considerado um processo mental. É através do desenho que a criança imagina e inventa, despertando a curiosidade e o conhecimento.

READ, 2001, p. Derdkyk (1989 p. segue a mesma linha de raciocínio de Read (2001, p. Aparecem, desaparecem. A permanência da linha no papel se investe de magia e esta estimula sensorialmente a vontade de prolongar este prazer (DERDYK, 2004, p. A criança transmite suas emoções por meio do grafismo, para ela desenhar também faz parte do brincar. Porém, existe muitas crianças que encontram dificuldades de aprendizagem relacionadas à fase da função simbólica, em função de não terem desenvolvido os sistemas de representação por meio de desenhos. Conforme Luquet (1927) aponta, são estas situações que demonstram a importância do trabalho na educação infantil que priorize e preserve os momentos lúdicos, os quais contribuirão para o desenvolvimento do desenho da criança.

A criança quando desenha, expressa seus sentimentos, ao mesmo em que exercita sua criação imaginaria. Os desenhos têm um significado e relatam a necessidade afetiva da criança ou, sua alegria e motivam novas criações ligadas ao seu desenvolvimento gráfico, afetivo, motor e cognitivo. E a partir daí, pode-se perceber de que maneira a criança se manifesta. Sans (2007) afirma: [. “Apreciar o desenho da criança é perceber a dimensão do “belo” em toda sua plenitude, que não se restringe ao visual da obra, mas ao encanto geral que ela emana”. Em se tratando da criança, isso se observa quando ela ultrapassa o ato de rabiscar, substituindo-o por outros grafismos que ampliam significados, culminando na comunicação com outras pessoas em seu entorno. NOVAES, 1972, p.

E Novaes (1972) relata ainda que a criança viaja na sua imaginação ao desenhar, ela começa com alguns rabiscos, e pouco a pouco os desenho evoluindo e ganhando novas características que amplia suas ideias e sua criatividade, passando para as pessoas em seu redor um desenho mais elaborado e definido. NOVAES, 1972, p. Este processo evolutivo da criança, tem que ser comparado com ela mesma, que vai permitindo a construção do seu conhecimento e aperfeiçoando sua expressão no desenho por ela produzido, o qual serve de parâmetro de avaliação. O ato criativo tem origem na luta do ser humano contra aquilo que o limita”. E na sequência o autor observa que existe dois fatores presentes no ato criativo: “o primeiro refere-se à natureza do encontro, e o segundo, à intensidade do encontro.

O encontro pode ser com um objeto real, com uma ideia, uma visão interior, assim como pode também ser envolto em esforço, voluntário ou não”. p. E o autor segue completando, que “cada pessoa passa por uma situação de encontro com o objeto, que pode ser algo que está procurando, ou que simplesmente lhe tenha de chamar à atenção, mas, com certeza, é tomada por emoções. Estas considerações são válidas para qualquer disciplina, independentemente do tipo de avaliação, no entanto, no caso de desenho produzido pelo aluno, a autora diz que se a criança, pelo menos tentar desenhar algo, mesmo que não consiga de forma ideal, não pode ser considerado um mau aluno. SANTOS, 2004). Avaliação de acordo com a evolução do desenho a cada fase da criança É preciso que a avaliação acompanhe as fases da criança e sua evolução.

Piaget (1948 p. em sua teoria alerta sobre a necessidade de identificar as emoções em qualquer período de desenvolvimento da criança. que privilegia a maturação biológica. Para ele os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, conforme seu desenvolvimento. Ele considera que através de uma visão egocêntrica sobre o mundo vai progressivamente aproximando-se da concepção dos adultos e socializando- se. VYGOSTSKY, 1989, p. Entenda-se que do ponto de vista de Piaget (1948) a criança vai evoluindo e melhorando à medida que muda de fase. Ressalte-se que dependendo dos estímulos que a criança recebe durante seu desenvolvimento, ela pode passar ou não pelas fases citadas pelo Vygotsky (1989 p. o que demonstra a importância de se respeitar a maturidade e sua história de vida.

Outra coisa que fica nítida é o fato de o desenho ser o caminho que a criança tem, ou usa, para demonstrar suas frustrações, alegrias, tristezas, dentre tantas outras emoções, é a forma mais fácil que ela tem para se expressar: Conforme Vygotsky (1989): [. O desenvolvimento do desenho parte de duas condições, sendo um, o domínio do ato motor, por isso o desenho é o registro de um gesto e logo passa a ser o da imagem, desta forma a criança percebe que pode representar graficamente um objeto. E o outro é a fala no ato de desenhar, só se reconhece o desenho depois que a criança fala o que desenhou, identificando com o objeto desenhado. Conforme Ferreira (2003) [. Considera-se com os desenhos, as condições físicas e emocionais em que a criança se encontrava ao realizá-los, as cores que ela utilizava o espaço por ela ocupado no papel, a fisionomia expressada enquanto desenhava as figuras desenhadas e a importância e significado que a criança atribui a ela delas.

As meninas tendem a desenhar crianças, pois trazem enfeites no cabelo, carregam acessórios e grande maioria após os seis anos se voltam às coisas domésticas, como fogões, mesa, toalhinhas, bandejas, entre outros. Os meninos tendem a desenhar adultos, onde nota-se que seus desenhos possuem chapéu, boné e usam calças compridas. Após os seis anos desenham mais objetos mecânicos como veículos, moto, bicicleta, armas, entre outros. No entanto, cabe reforçar que os desenhos não devem ser tratados como instrumentos de classificação dos alunos. Não se pode levar em conta apenas a qualidade gráfica. Acima de tudo não se pode comparar o desenho do aluno “A”, com o do aluno “B”, posto que eles têm universos diferentes a ser representado.

O que importa é o que o aluno apresentou, para a partir daí oferecer-lhe meios de melhor entendimento e construção para o conceito que se pretende ensinar. Assim, neste capítulo, conseguiu-se uma importante reflexão entre a evolução do desenho infantil, expondo uma demonstração de que as escolas e os educadores, de um modo geral utilizam um critério de avaliação padrão para todas as disciplinas, sem considerar as particularidades de cada uma, seguindo uma conceituação que se resume em “aprovar” ou “reprovar” o aluno. O conhecimento neste caso, significa em um acúmulo de informações e fatos isolados, passadas pelos livros, professores e o aluno apenas recebe esse conhecimento pronto, fruto de experiencias, vivencias e conclusões que não são suas, que vão preenchendo-o como se fosse um recipiente vazio.

Somente a partir da psicologia genética é que se deu início a um aprofundamento da compreensão sobre o processo de desenvolvimento na construção do conhecimento de forma mais específica no que diz respeito à compreensão mais sistemática e profunda dos mecanismos pelos quais as crianças constroem representações internas de conhecimento. Tidos como esquemas mentais. Os conhecimentos, conforme Galvêas, (2011), são construídos através da interação direta da criança com seu meio social, em uma perspectiva psicogenética, trazendo uma enorme contribuição, que avança além dos grandes estágios de desenvolvimento. Para Galvêas, este enfoque trouxe às questões pedagógicas aspectos muito relevantes, especialmente no que diz respeito à maneira como se entende as relações entre: desenvolvimento e aprendizagem; a importância da relação interpessoal nesse processo; a relação entre cultura e educação; o papel da ação educativa ajustada às situações de aprendizagem; e finalmente, às características básicas da atividade de construção dos esquemas mentais elaborada pelos alunos a cada diferente estágio de sua escolaridade.

GUERRA, 2002, p. Guerra confirma o que já é bem claro dentro do setor, que Vygotsky foi o percussor desta teoria, pois baseou seus estudos sobre a interação social e a informação linguística para a construção do conhecimento. Mesmo considerando-se que Vygotsky, não tenha conseguido formular uma concepção estruturada do processo de construção psicológica, desde o nascimento até a idade adulta, ele desenvolveu reflexões e trouxe dados sobre vários aspectos do desenvolvimento, os quais foram fundamentais para os estudiosos e pesquisadores do tema. Oliveira (1997), confirma que o aprendizado da criança ocorre a partir do seu nascimento e se relaciona diretamente ao desenvolvimento, esse aspecto é universal e necessário para o desenvolvimento de funções especificamente humanas. Portanto, o contato com os ambientes culturais, são importantes para o despertar de processos internos no indivíduo, sem os quais esse desenvolvimento não ocorreria ocorreriam.

afirma que: A mente de uma criança certamente não está vazia de conhecimentos nem de ideias quando se inicia a educação dos seus sentidos; mas as imagens mantêm-se confusas, “à beira do abismo”. A criança começa a distinguir as propriedades dos objetos, a quantidade da qualidade; separa o que é forma do que é cor; distingue dimensões, segundo a sua predominância, em objetos compridos ou curtos, grossos e finos, grandes e pequenos. Separa-os em grupos, chamando-os pelo próprio nome: branco, verde, vermelho, azul, amarelo, violeta, preto, alaranjado; marrom, róseo. Distingue a cor em sua intensidade, dominando claro e escuro os seus extremos. O gosto é diferenciado do olfato, a beleza da feiura, os sons dos ruídos. O processo de ensino aprendizagem envolve professores e alunos que devem atuar juntos, de forma consciente, com a participação de uma gestão democrática, lembrando que este processo ocorre a todo o momento e em qualquer lugar.

Nessa perspectiva o desenho se apresenta à criança de diversas formas e uma delas é a linguagem expressiva, na qual são usados os conhecimentos construídos no cotidiano em suas interrelações. Professores diante das dificuldades de aprendizagens Existe muitas expectativas com relação ao processo de desenvolvimento das crianças, tanto por parte dos professores, como da família, da escola e até da sociedade. Há crianças que percorrem bem esse trajeto, ou por aprenderem realmente de forma mais rápida ou por serem mais facilmente adaptadas aos formatos padrão, estipulado pela escola e pelos professores. No entanto, a criança que tem um fracasso escolar nas séries iniciais, requer muita atenção de estudiosos e profissionais em busca de explicações para os possíveis fatores que interferiram no processo.

Quando a criança inicia sua vida escolar, ela já traz o conhecimento obtido de sua convivência familiar e social e a escola lhe mostrará caminhos para desenvolvê-las. Por isso, esta fase será decisiva para o resto de sua vida acadêmica. É nas séries iniciais que a criança tem sua trajetória definida como “aluno problema” ou “aluno com dificuldades”. E aí começa a ser rotulado e ele começa a se inibir ou se revoltar. Nas séries iniciais, quando a criança apresenta alguma produção, um desenho, uma pintura, ou uma apresentação oral, ela certamente será elogiada, quando ocorre o contrário, a criança se desmotiva, fica com a autoestima baixa, não consegue realizar suas atividades. JOSÉ; COELHO, 1997). O professor, a família e a aprendizagem Coll, Marchesi e Palacios (2004), colocam a importância da intervenção específica e individual por parte dos professores às crianças com dificuldades de aprendizagem, no entanto essas intervenções devem ser coordenadas entre os ambientes familiar e escolar, posto que estes ambientes compõe o universo de referência da criança.

É importante aproveitar os ambientes mais naturais e espontâneos que favoreçam e estimule a aprendizagem. Embora boa parte dos problemas da dificuldade de aprendizagem estejam fora do alcance dos educadores, porém eles podem incidir sobre as variáveis que estão efetivamente sob o seu controle. Coll, Marchesi e Palacios (2004, p. COLL, MARCHESI e PALACIOS 2004). Segundo Fonseca (1995, p. A noção de motivação está também intimamente ligada à noção de aprendizagem. A estimulação e a atividade em si não garantem que a aprendizagem se opere. Para aprender é necessário estar-se motivado e interessado. ANTUNES, 2008, p. Abreu (2000, 2001) é enfático ao alertar para o papel do professor, apontando que ao atuar com a disposição de apoiar efetivamente os alunos, ele consegue estabelecer uma situação de acolhimento, que repercute tanto nos aspectos didáticos como nas relações interpessoais, Abreu diz: [.

esse acolhimento do campo da didática – para propor e apoiar seus alunos nas situações de aprendizagens relativas ás áreas de conhecimento escolar – e também de conhecimento sobre mecanismo sociológicos, culturais e psicológicos que estão envolvidos no “desejo de saber e na decisão de aprender” para subsidir a reflexão sobre as representações pessoais que faz dos alunos e a forma que se relaciona com eles. Abreu, 2000, 2001, p. Observa-se que em sua grande maioria, os professores que em suas atitudes segue mais ou menos essa linha apontada por Abreu, são os que se dedicam a pesquisar e procurar meios para desenvolver nos alunos, interesse e motivação para realizar suas produções. Os pais devem confiar no profissionalismo dos professores, manter um diálogo em torno de temas de seus interesses.

Os professores por sua vez devem manter o respeito pelos diferentes tipos de pais, mesmo que não representem o seu ideal de família, para a criança pode ser perfeito. Até porque não existe um padrão de familia entre as crianças com dificuldades de aprendizagem. As investigações e estudo neste sentido tem demonstrado uma grande diversidade de tipos de famílias. Por tanto, não se pode estabelecer um padrão de relacionamento. Cabe ao professor acompanhar a elaboração do desenho da criança o máximo possível, tentando compreender sua expressão. O desenho é repleto de emoções e aspectos que retratam sua realidade a partir do ambiente da criança, muitas vezes, a ela expõe de forma intencional. Uma contribuição que o professor pode dar as produções infantis, principalmente no caso do desenho, é apresentar para a criança objetos e coisas que estão fora do universo real dela, muitas vezes por questões financeira.

Se a criança não tem em sua casa uma fruta, ela não a conhece e não a desenha e nem reconhece. Neste caso, o professor pode aumentar o conhecimento das crianças apresentando coisas que aumentem seu repertório. Neste estudo procura-se apresentar as diversas formas nas quais o desenho pode contribuir no processo ensino e aprendizagem de crianças, como ele pode ser uma ferramenta muito importante neste processo, considerando-se que ele pode ser um elemento motivador para aprendizagem. Aqui, neste capítulo procura-se trazer alguns elementos responsáveis pelas dificuldades enfrentadas e representadas nos desenhos produzidos pelas crianças na escola. Jean Piaget expõe de forma muito clara a importância da autonomia dos alunos em seu processo de desenvolvimento em especial com a disciplina de artes: A educação artística deve ser, antes de tudo, a educação da espontaneidade estética e da capacidade de criação que a criança, desde pequena já manifesta.

Ela não pode, menos ainda que qualquer outra forma de educação, se contentar com a transmissão e a aceitação passiva de um ideal completamente elaborado: a beleza, como a verdade, não vale senão quando recriada pela pessoa que a conquista” (PIAGET, 1954, p. O desenho é a primeira representação gráfica utilizada, e ele é considerado por estudiosos do ramo como um ato inteligente, por possibilitar colocar forma e sentido ao pensamento assimilado a partir de um objeto. Entendemos que a criança está bem, quando ela tem domínio sobre o seu próprio corpo, consegue desempenhar bem suas tarefas, sem auxílio, fatores que contribuem para seu bem estar, suas relações interpessoais e com autonomia. Quando estes elementos não se fazem presente na criança ou se apresentam de forma desordenada, geram dificuldades de aprendizagem, quer seja na coordenação de expressão no ato de desenhar, escrever ou no comando mental para o motor.

Descrevem o processo de desenvolvimento da criança, relevando que, aos 12 meses, essa criança já usa de quatro a cinco palavras, já é capaz de ficar de pé, locomover-se apoiando; aos 18 meses, já empurra uma bola com o pé, vira duas ou três páginas de um livro de cada vez, tem marcha ligeira e corrida dura, constrói torres de três cubos e domina cerca de 30 palavras. Aos 24 meses (dois anos), corre sem cair, sobe escadas sozinha, usa o possessivo meu, substantivo, chuta a bola, emite círculos na escrita e faz frases de três palavras. Aos 60 meses (cinco anos), a criança já se equilibra na ponta dos pés, arma quebra-cabeça, colore dentro do limite, escova os dentes, penteia-se e lava o rosto, saltita sem dificuldade.

Em relação ao tempo, ele é, simultaneamente, duração, ordem e sucessão. COSTE, 1978, p. e 244) Ao trabalhar exercícios que favoreçam a compreensão das partes do corpo, é importante que o educador incentive que a criança observe seu próprio corpo, pois será desta maneira que a dificuldade de aprendizagem será trabalhada. De acordo com Meur, (1991) Uma criança cujo esquema corporal é mal constituído não coordena bem os movimentos, então, nota-se um atraso nessa criança ao se despir e sua grafia é feia, além das dificuldades de leitura. MAUR, 1991, p. É fundamental estimular a criança o mais cedo possível a ter percepção do tempo. Caso contrário a criança pode não distinguir o momento da aula e o intervalo para brincar.

Terá dificuldade principalmente em criar uma rotina. Estrutura espacial: Trata-se do sentido de orientação do mundo exterior. Os objetos a sua volta. MEUR, 1991, p. Afetividade no desenvolvimento funcional Afetividade pode ter origem em função a uma falta de afeto. A falta dela, ou problemas com uma afetividade mal resolvida, prejudica na aprendizagem do aluno, devido sua forte ligação com a parte emocional. As crianças precisam de afeto para aprenderem, não existe uma aprendizagem totalmente racional. O ideal é mesclar-se a razão e emoção para que a criança aprenda e elimine dificuldades. A segunda teoria é de um condicionamento instrumental, o qual explica que o desenvolvimento envolve mudanças de comportamento, as quais são moldadas através de reforço e punição. Esta teoria representa o tipo de aprendizagem no qual a probabilidade de uma pessoa realizar algum comportamento cresce, ou diminui de acordo com as consequências que produz.

A terceira é a teoria sociocognitiva de Bandura, ela descreve que as pessoas aprendem a partir de modelos, de acordo com o que interpretam. BANDURA, 2008). Segundo (GARDIER, 2000). Uma vez que os especialistas em educação enfrentam desaparecerão. MONTESSORI, 2012, p. A desmotivação interfere negativamente no processo de ensino-aprendizagem, entre as diversas causas da falta de motivação, pode-se citar o planejamento e o desenvolvimento das aulas realizadas pelo professor, estes são fatores determinantes. O professor deve fundamentar seu trabalho de acordo com as necessidades de seus alunos, considerando sempre o momento emocional e as ansiedades que permeiam a vida do aluno naquele momento. BORUCHOVITCH; BZUNECK, 2001). conduz a imaginar que ele pode ser, sob algumas condições, capaz de ser seu próprio educador. Esta capacidade de se auto-educar integrando então a capacidade de se autoavaliar e de se autocorrigir”.

REGNIER, 2000, p. Para Vygotsky (1987), os mediadores podem ser adultos, crianças ou mesmo o ambiente. O mediador é considerado como tal, a medida em que ele se apresente capaz para oferecer algum estímulo que o aluno possa elaborar a partir da experiência, construindo novos conhecimentos e novos conceitos. Capítulo V - Qual a didática que os educadores devem aplicar em sala de aula no ensino com o desenho? Neste capítulo, será abordada a questão da didática que deve ser aplicada pelos professores do ensino da disciplina de desenho, em sala de aula para as crianças das primeira série iniciais. Partindo do princípio, de que, o que muda entre os professores é a disciplina ministrada e o domínio que cada um tem sobre a sua matéria, acredita-se que a didática, só difere se formos comparar as diferentes faixas etárias e o grau de ensino, ou seja, há uma diferença de didática para as crianças das primeiras séries escolares, (objeto deste estudo), os alunos do ensino médio, bem como do curso superior.

Fora essas diferentes fases, a didática dos professores de crianças em início escolar deve ser a mesma. Resguardando, particularidades de cada disciplina, teórica ou prática, teórico-prática, bem como a estrutura da escola e os recursos disponíveis. Para que a didática, apresente um bom desempenho e acima de tudo exerça um papel significativo na formação do professor, ela não deverá restringir-se apenas ao ensino das técnicas pelas quais deseja desenvolver um processo de ensino-aprendizagem. A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos. LIBÂNEO, 1992, P. Na concepção de Gil (1997) grifos nossos), ao abordar a didática, entende esta como “(. a sistematização e racionalização do ensino, constituída de métodos e técnicas de ensino de que se vale o professor para efetivar a sua intervenção no comportamento do estudante”.

GIL, 1997, p. No entanto, em caráter científico os estudos sobre questões didáticas são recentes, embora as preocupações a respeito se registrem desde o século passado. PENTEADO, 1979, citado por OLIVEIRA, 1988, p. O autor destaca que existe trabalhos sobre os métodos de ensino, em conjunto com pesquisas, em áreas adjacentes à Didática, sobre a conquista de conhecimentos, bem como a adaptação do ensino de forma a contemplar as diferenças individuais. Na questão dos métodos de ensino, uma questão importante e que requer atenção é em relação aos professores e suas influências sobre os alunos, posto que uma vez que há modelos teóricos a serem seguidos para o aprimoramento da prática pedagógica em sala de aula, porém, o professor precisa estar estimulado para desenvolver estratégias didáticas diferenciadas.

Conforme Piaget (2005), “para quem os métodos receptivos e baseados no verbalismo – da palavra ou da imagem – devem ser substituídos pelos ativos, em que o aluno redescobre e reconstrói o conhecimento” (PIAGET, 2005 p. O sentimento denuncia o tratamento superficial dedicado à criança, enquanto ainda era pequenina e engraçadinha, ela poderia ser comparada certamente ao animal de estimação. ARIÈS, 1978, p. O que se constatou é que a história da infância é compreendida pela concepção dos adultos, posto que não há testemunhos nem voz da criança na elaboração da sua própria trajetória social e construção. De acordo com Kramer (2003), a ênfase é que: “a crítica à naturalização infantil e consolidou a análise de caráter histórico, ideológico e cultural”.

KRAMER, 2003, p. Estudando e analisando estes documentos elaborados pelo Ministério de Educação, no caso do RCNEI, constata-se o avanço é possível constatar que obteve o aa concepção de criança e as preocupações indicadas sobre o binômio cuidar e educar, posto que analisando a história se percebe nitidamente que não havia preocupação, tão pouco se dava importância a necessidade da criança no que tange ao ato de educar. O que existia era um assistencialismo as crianças que se encontravam em situação de vulnerabilidade. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (2009) concebem a criança como sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva.

É nesta questão que entra o papel do professor e a didática no sentido de articular o conhecimento educativo, promovendo o desenvolvimento integral da criança. Quinteiro (2005), em suas colocações sobre a criança destaca: “portanto, a criança, sendo um ser humano de pouca idade, é capaz de representar o mundo e a si mesma”. De acordo com o RCNEI ao expor sobre a criança e o seu processo de construção do conhecimento, diz: No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem.

O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação. BRASIL, 1998, p. A arte demonstra, desde a pré-história, a necessidade e a capacidade do homem de criar formas para se comunicar a partir da sua criação. O professor tem que ter em mente neste momento que os desenhos infantis é uma resposta direta, pois eles podem ser vistos como expressão de ordem ou desordem em um mundo complexo, que emergem da criatividade da criança que usa o desenho para externar, deixar transparecer, ou até mesmo desabafar o seu mundo interior. Conforme fica bem evidente na exposição aqui apresentada é que a didática, assim como a abordagem da avaliação não pode ser padronizada, cada disciplina requer suas particularidades.

O que fica de comum e que, sem dúvida a disciplina de desenho também, principalmente na educação infantil é sobre a forma de corrigir uma criança, de apontar seus erros, ou expor as orientações a didática deve prevalecer de forma clara e construtiva. Capítulo VI - Existe uma metodologia específica para trabalhar com o desenho das crianças? Qual preparo o educador deverá realizar para compreender e avaliar a aprendizagem do educando através do desenho? Neste capítulo, o olhar investigativo se voltará para tratar-se da capacitação do professor para trabalhar com o desenho e a criança, em suas séries iniciais da escola. Será abordas a questão da metodologia, com o intuito de entender se existe uma metodologia específica para a disciplina ou que o professor deve entender sobre metodologia para preparar e proferir uma boa aula.

Lembrando sempre de que manter as crianças atentas, motivadas requer técnica, preparo e planejamento das atividades da rotina do professor. O professor é uma mola propulsora dentro da sala de aula para impulsionar os as crianças pequenas em seus desenvolvimentos, mas é preciso que haja um planejamento de suas ações. Conforme posicionamento de Kramer (2006) sobre o histórico da Educação Infantil, seu objetivo é desenvolvê-las integralmente conforme os direitos das crianças, no sentido de integrar os cuidados básicos que são exigidos nesta fase da vida à educação não letrada. KRAMER, 2006). Portanto, é preciso que o professor vá além dos cuidados básicos. De acordo com Barbosa, (2008), a Arte era vista como um poderoso veículo para desenvolver o raciocínio desde que, ensinada através do método positivo, subordinasse a imaginação à observação identificando as leis que regem a forma.

BARBOSA, 2008 p. Assim as atividades artísticas foram sendo inseridas nos currículos escolares da educação infantil. É necessário que os professores procurem sempre aperfeiçoar e adquirir conhecimentos a fim de ser um professor qualificado e capacitado em sua função, buscando-se conteúdos nos teóricos, para que ajudem a compreender as diversas situações pedagógicas e a trabalhar melhor com as questões existentes no cotidiano nas sala de aula. Com Jean Piaget (1975) consegue-se entender de forma mais nítida sobre a importância e a necessidade da aproximação entre o professor e o aluno para a construção do sistema de representação de forma natural. Com estes cuidados e preparos os professores conseguem ir aflorando a sensibilidade ao selecionar os escolher métodos e técnicas de ensino, que permitam trazer para a sala de aula o que for mais adequado e que possa ser utilizado como facilitadores para o ensino das crianças no sentido de criarem e desenharem sua própria visão de mundo.

Caso contrário, muito facilmente o professor estará despreparado para tentar compreender o universo infantil, como se constitui a sua concepção de mundo, qual foi o mecanismo simbólico e o seu processo de desenvolvimento biológico. Neste sentido, o desenho infantil se caracteriza como um meio em que a criança materializa a sua representação simbólica e interpretação do mundo, sua experiência de vida e manifesta coisas de seu universo interior, bem como de seu imaginário. Segundo Ostrower, (1990), permite “dar indícios do que lhe parece constitutivo da realidade”, o autor explica: As noções que vamos ganhando da realidade do mundo e de nós mesmos elaboram-se em nossa mente através de imagens. Guardemos bem este aspecto fundamental de nossa imaginação: percebemos, compreendemos, criamos e nos comunicamos, sempre por intermédio de imagens e formas.

apud GUILHERME, 2012, p. Para o devido processo da construção do conhecimento da criança é preciso utilizar-se de atividades que contenham o lúdico, pois nessa fase da criança elas se desenvolvem através de brincadeiras, assim, se o professor buscar métodos que propiciem a diversão, provocará mais facilmente o interesse e a compreensão que a criança tem de aprendizado. O brincar de faz-de-conta, por sua vez, possibilita que as crianças podem reconstruir elementos do mundo que as cerca como novos significados, tecer novas relações, desvincular-se dos significados imediatamente perceptíveis e materiais para atribuir-lhes novas significações, imprimir-lhes suas ideias e os conhecimentos que têm sobre si mesma, sobre as outras pessoas, sobre o mundo adulto, sobre lugares distantes e/ou conhecidos (BRASIL, 1998, p.

É através deste chamado mundo do “faz de conta” que a imaginação da criança se desenvolve e onde ela faz tudo àquilo que ela gostaria de fazer. Ao criar esse mundo de imaginação, ela permite outros conhecimentos e os relaciona com o mundo do adulto, assim é que a criança usa a imaginação pra brincar de: casinha, professora, mamãe e filhinha, se projetando no mundo do adulto, imitando-o e ao observar o seu entorno vai criando seu repertório. Com o passar do tempo à criança vai desenvolvendo sua criatividade e sua interpretação das coisas é aí que ela começa a ser mais observadora com as coisas ao seu redor e sua imaginação vai se desenvolvendo cada vez mais. Neste processo de desenvolvimento das atividades é como interpretar uma história é muito importante à motivação, pois é isso que dará a ela uma maior segurança do que está fazendo e assim vai aumentando o seu desempenho.

A motivação leva a criança a querer produzir mais coisas para mostrar sua capacidade, e com isso vai começando a buscar coisas novas. Braslavsky, (1993) garante que: A motivação domina todo o processo de ensino e aprendizagem esse conteúdo, que inicialmente não responde às necessidades da criança. Os professores demonstram uma grande perspicácia e sutileza para promover extremamente essa motivação, encontrando motivos internos que lhe sirvam de apoio (BRASLAVSKY, 1993, p. Soma-se a isso o reconhecimento da importância sobre o que a criança diz sobre esse objeto real ou, imaginário, porque o desenho não é lido, ele é interpretado e narrado, portanto, é na narrativa do autor do desenho que ele atribui valor e sentido real. É importante que o professor se utilize de técnicas que despertem as dimensões psíquicas através da imaginação e da criatividade, além de propiciarem o desenvolvimento das habilidades artísticas e a expressão da linguagem, que se estreitam com o imaginário, e acredita-se que pelo desenho, com a livre expressão ganham mais liberdade.

No trabalho artístico imaginação entrelaçada a ação representam dois modos de ser distintos, dois âmbitos de ser, cada qual com seus limites, suas possibilidades e impossibilidades. OSTROWER, 1990, p. Afinal, até já faz parte das metas pedagógicas em relação à otimização da prática de ensino e aprendizagem o desejo do professor pesquisador conforme consta em Stenhouse (1987) de que: “todo professor deveria ser pesquisador, e a investigação de sua prática pedagógica levaria ao ser pesquisador”. Partindo deste pressuposto o seu desenvolvimento é considerado como resultado do processo de aprendizagem, considerando-se que as experiências vividas pelo sujeito é que impulsionam o seu desenvolvimento. Dessa forma, é que se entende a importância do professor promover a interação da criança com o meio e com os outros e quanto maior a for a condição de diversidade nas atividades propostas, bem como estimulação do professor/mediador/facilitador será mais rica para a aprendizagem e consequentemente o desenvolvimento infantil.

Conforme exposto, a importância do professor neste processo fica nítida a necessidade de ele oferecer estas oportunidades para promover um desenvolvimento integral da criança, tanto no sentido físico, como psicológico e cognitivo. É importante perceber o quanto, cada vez mais, no mundo moderno, a educação das crianças se caracteriza como essencial, posto que atua como impulsionadora do desenvolvimento infantil. Logo, é essencial se pensar em educação intencionalmente organizada (MELLO 2010, pp. Assim, entende-se ser imprescindível a rede de relações com os pais, bem como auxiliares da ação educativa e outros profissionais que atuam no atendimento das necessidades da criança. O autor destaca que: “. a educação da infância requer dos profissionais uma integração dos serviços para as crianças e suas famílias que alarga o âmbito das interações profissionais”.

OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002, p. Um professor que mantenha sintonia com as formas de vinculação de cada criança, apresenta-se como mais apto a fazer as intervenções didático-pedagógicas, tendo o desenho como estratégia deste trabalho, conforme fundamenta Aroeira; Soares; e Mendes, (1996): Refletir sobre a educação pré-escolar implica levar em consideração a criança, como sujeito desejante, ativo, cognoscente, filiado a determinado grupo social e familiar e, portanto, um sujeito histórico, condicionado a determinantes socioculturais. ao professor planejar uma sequência de atividades que possibilite uma aprendizagem significativa para as crianças, nas quais elas possam reconhecer os limites de seus conhecimentos, ampliá-los e/ou reformulá-los”. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 199, p. Ao projetar ações para o futuro o professor demonstra seus objetivos e consegue identificar, analisando as crianças, se foram alcançados com êxito ou não, além de considerar as necessidades de mudanças para ajustar o processo de forma mais adequada.

No entanto, como indica Mello [s/d], para elencar os objetivos no planejamento e a organização da rotina, o professor necessita de embasamento teórico e científico, não adianta partir somente das experiências próprias que não conseguirá projetar atividades para uma boa aprendizagem. Faz-se necessário que o professor adquira uma concepção que direcione a sua ação pedagógica, o que por sua vez lhe motivará e dará sentido à sua prática na educação infantil. Diante disso, o planejamento apresenta-se como instrumento fundamental. É inegável que uma tomada de decisão com base em um planejamento bem elaborado se torna indispensável para a concretização do trabalho na educação infantil. Dessa forma, Ostetto [s/d] p. destaca que: Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar elaborar um roteiro para empreender uma viagem de conhecimento, de interação, de experiência múltiplas e significativas para com o grupo de crianças.

Planejamento pedagógico é atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. e 96). As mudanças na formação profissional de professores é um processo que teve uma atuação mais clara Brasil do século XXI. Entretanto, ainda são encontradas fortes resistências no que tange adesão as diferentes Leis e documentos, especialmente para a Educação Infantil. Se o próprio ideário ainda se encontra arraigado ao tradicional, torna-se muito difícil falar e concretizar a proposição de novas teorias e práticas. Contudo, não se pode negar a imensa disponibilidade que o professor tem hoje para se capacitar ou se atualizar profissionalmente, desde cursos, eventos fóruns, publicações, presenciais ou virtuais. De acordo com Imbernón, (2006) Falar de desenvolvimento profissional, para além da formação, significa reconhecer o caráter profissional específico do professor e a existência de um espaço onde este possa ser exercido.

Também implica reconhecer que os professores podem ser verdadeiros agentes sociais, capazes de planejar e gerir o ensino-aprendizagem, além de intervir nos complexos sistemas que constituem a estrutura social e profissional. IMBERNÓN, 2006, p. Outro fator que em nosso entendimento sugere a desconexão teoria-prática, é o fato de a Educação Infantil ainda não ser “considerada” na prática como a primeira etapa da educação básica conforme preconiza a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9. LDBEN). Portanto, a formação dos profissionais da educação tem que criar momentos de reflexão, que por sua vez, gerem novas e (re) significadas experiências didáticas, nas quais os problemas são transformados em pesquisa e deem origem a mudanças na própria prática, ou como nos apresenta Ferreira (2006, p.

“São estes projetos, centrados em problemas sentidos pelos docentes nas suas situações de trabalho, que tem originado mudanças mais comprovadas”. Neste estudo ao rever as práticas pedagógicas do cuidar e do educar na Educação Infantil, encontra-se que professor da Educação Infantil ainda é influenciado por duas imagens acerca do conceito de criança, ou é tida como “adulto em miniatura” ou é percebida como um ser indefeso, carente da capacidade de pensar. O fato é que, o conceito de criança mudou, mas pedagogicamente nem sempre se percebe “quem é este ser infantil”, “suas necessidades” e “quais práticas favorecem seu desenvolvimento integral”. E nesse sentido, que Antunes, 2010, quais são as melhores estratégias de ensino para envolver os atos de cuidar e educar neste campo da educação: Seria muito bom se todos os professores observassem suas estratégias de ensino como os gorduchos em regime observam seus progressos na balança.

Por essa razão, o professor deve estar preparado teoricamente, mas também para compreender essas interfaces do processo Desta forma, é necessária uma prática de reflexão, que só a partir dela o professor da Educação Infantil será capaz de iniciar um ciclo de mudanças. Dessa forma os professores são fundamentais e de extrema importância, pois eles no processo de desenvolvimento da criança, não apenas no aspecto de ensino e aprendizagem, mas como ser pensante, criativo, ciente de sua realidade e preparado para convivência com o outro. A escola tem um papel importante inserindo a criança no meio social, agregando conhecimento e levando informações que serão usadas na sua vida. Especificamente do ponto de vista do professor das primeiras séries infantis, é fundamental salientar que o valor dado aos desenhos, tem sido pautado como forma de análise psicológica da personalidade, o que implica uma redução em que se coloca como primado de uma visão linear e comportamentalista.

Por fim, apenas reiteramos que o intuito principal é o de tornar visível o valor do desenho infantil em sala de aula. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. Ed. São Paulo: contexto, 2003. ANTUNES, C. A Avaliação da aprendizagem escolar: fascículo 11. L. C. Didática de pré-escola: vida criança: saber brincar e aprender/SOARES, M. I. B. Porto Alegre: Artmed, 2008. A. Social learnig theory. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1977. BARBOSA, M. MEC, 2009. BRASIL. MEC/SEF, 1998. G. A imaginação simbólica. e LLERA, J. A. B. Dificultades de aprendizaje. Madrid: Ed. A. A trajetória histórica da Didática. São Paulo: FDE, 1991. Série Ideias, n. CESÁRIO, P. COSTE, J. C. A psicomotricidade. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. DARSIE, M. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil.

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