Logística reversa, viabilidade nos negócios e meio ambiente

Este trabalho buscou analisar casos descritos na literatura com o objetivo de destacar o conceito de logística para atividades de recuperação de materiais e sua importância para a sustentabilidade ambiental, explicando as razões da utilização da logística reversa, seus custos e preocupações ambientais. Entre os autores do estudo, verificou-se que em sua maioria focaram no uso da logística reversa e assim demonstraram benefícios financeiros e diferenciais competitivos para as empresas envolvidas. Palavras-chave: Logística reversa; Reciclagem; Sustentabilidade. Introdução Com o fim da segunda Guerra Mundial as organizações atentaram-se para a importância de gerenciar toda a cadeia de logística de suas empresas, a fim de atender à crescente demanda do mercado, e satisfazer seus clientes. No decorrer dos anos esta demanda foi alavancada pelo avanço tecnológico e condições disponibilizadas para adquirir-se bens e consumos, o que gerou clientes mais exigentes e um consumo mundial exacerbado (WCED, 1987).

Em detrimentos dos altos índices de produção nociva ao meio ambiente, o ministério do Meio Ambiente viu a necessidade de instituir a Lei 12. que tem como foco abordar a PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos. O documento define a logística reversa como: Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010, Capítulo II, Art. inciso XII). Uma das definições pesquisadas de Logística Reversa é do autor LEITE (2005, p. Uma das definições pesquisadas de Logística Reversa é do autor LEITE (2005, p.

assim definida: Entendemos a logística reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuições reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. Rogers e Tibben-Lembke (1999, p. adaptando a definição de logística do Council of Logistics Management (CLM), definem a logística reversa como: O processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição.

Segundo Lacerda (2002 apud GARCIA, 2006, p. ” Impactos Dessa Prática no Meio Ambiente. Os eventos naturais gerados pela degradação do meio ambiente voltaram o “olhar” da sociedade para atentar-se aos problemas ambientais ocasionados pelo uso e descarte indevido de recursos, assim, a gestão do ciclo de vida do produto passou a ganhar destaque e torna-se fundamental para o desenvolvimento sustentável da sociedade. Apesar de não ser um processo habitual para as operações comerciais nas organizações, a logística reversa vem ganhando espaço no ambiente corporativo, onde as empresas têm fortalecido o comprometimento e interesse sob o ponto de vista operacional e financeiro. Tornando-se uma aliada a estratégia da organização. Segundo Lambert et. Esse posicionamento das firmas, em receber devoluções feitas pelos seus clientes vem de encontro à legislação de proteção ao consumidor e agrega valor positivo a imagem da organização percebida pelo cliente.

Redução dos custos e proteção da margem de lucro: Os benefícios econômicos relacionados à logística reversa são demonstrados pela redução de custos relativos à compra de matéria-prima, produção, armazenagem e estocagem, assim como no reaproveitamento de materiais reutilizáveis, redução de autuações por dano ao meio ambiente e consequente preservação dos mares de lucro da firma. Nesse sentido, a logística reversa agrega valor onde havia somente custos e permite a recuperação e avaliação adequada dos ativos. Análise dos Resultados O principal objetivo da logística reversa é o restabelecimento de valor por meio do regresso dos recursos materiais ao processo produtivo ou ao ciclo de negócios. Além de a imagem corporativa destacar-se no papel estratégico.

Estes podem ser desprezados, revendidos, reprocessado, restaurado e reaproveitados no processo de produção. A logística reversa assim bem como a logística tradicional dispõe dos mesmos processos: armazenagem, transporte, estoques, fluxo de materiais, nível de serviço e sistemas de informação. Logo, o mesmo deve estar bem estruturado, para que sejam evitadas falhas elevando o custo e causando danos para empresa. O processo de reaproveitamento de materiais e embalagens estimula novas iniciativas e melhorias no processo de logística reversa, apesar dos custos existentes para que estes materiais retornem a empresa, pois acarretam uma economia e beneficiam o meio ambiente. Segundo Lacerda (2002): São fatores relevantes para o sucesso e desempenho competitivo da logística reversa: processos mapeados e padronizados, tempo de ciclos reduzidos, sistemas de informação, rede logística planejada, relações colaborativas entre clientes e fornecedores.

Goldsby e Closs (2000) encontraram em seu estudo da cadeia de suprimentos de cerveja e refrigerantes que os membros da mesma terceirizavam o processo de coleta e devolução de embalagens usadas para reciclagem, economizando mais de US$ 11 milhões por ano. Os autores citados acima definiram valor agregado de um produto como o valor percebido pelos clientes que estão dispostos a pagar por ele. O valor de um produto desaparece em princípio após o término da função de uso, porém, para alguns específicos, existe o conceito de valor residual, pois mesmo após o desaparecimento da função, o valor ainda pode ser recuperado. Neste novo cenário, ambas as pontas da cadeia de abastecimento são favorecidas, por um lado, os consumidores satisfazem a sua consciência ecológica inserindo ou facilitando a inserção de resíduos na contracorrente, e permitem recuperar parte do valor pago pelo produto, enquanto os fabricantes serão os que mais se beneficiarão, pois produzirão novos produtos com custos e insumos significativamente menores.

Os elos intermediários de toda a cadeia produtiva também se beneficiam desse fluxo reverso, pois sua operação institucionalizada oferece novas oportunidades de negócios e acesso ao mercado de trabalho para segmentos marginalizados da sociedade. Segundo Lacerda (2002), a economia do uso de embalagens recicláveis ​​ou do reaproveitamento de materiais de produção rendeu benefícios que estimulam essas iniciativas, sendo o reaproveitamento de materiais uma das mais possibilidades de agregar valor aos materiais recicláveis. Conclusões A reciclagem é um conjunto de tecnologias destinadas a utilizar os resíduos e reutilizá-los no ciclo produtivo ou nos ciclos paralelos de produção em que são gerados. É a atividade de transferir, coletar, separar e tratar materiais que podem virar lixo ou já estão no lixo para serem utilizados como matéria-prima para a fabricação de novos produtos.

Como o custo desses materiais reciclados é sempre mais conveniente para as empresas recicladoras do que as matérias-primas virgens, a logística torna economicamente viável o transporte e armazenamento dos produtos, com o efeito colateral benéfico de reduzir os danos ambientais. O processo de logística reversa se apresenta como uma excelente oportunidade para desenvolver a sistematização de fluxos de resíduos, bens e produtos residuais, seja no final de sua vida útil ou por obsolescência tecnológica e seu reaproveitamento dentro ou fora da cadeia produtiva, contribuindo assim para a redução do uso de recursos naturais e outros impactos ambientais, ou seja, um sistema de logística reversa consiste em uma ferramenta organizacional destinada a apoiar técnica e economicamente a cadeia reversa de forma a promover uma cadeia produtiva que promova a sustentabilidade.

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