Livro: "A face da batalha" de John Keegan
Tipo de documento:Resenha Crítica
Área de estudo:História
Tradução de Luiz Paulo Macedo Carvalho. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2000. Credenciais do autor John Desmond Patrick Keegan, foi professor de história militar na Real Academia Militar de Sandhurst, e diretor de assuntos de defesa do Daily Telegraph de Londres. Autor de diversas obras sobre assuntos militares, entre elas The Face of the Battle (1976), The Mask of Command (1987) e The Second World War (1990) e Inteligência na Guerra, publicado em Português pela Companhia das Letras em 2006. Keegan (1934-2012) além de especialista em assuntos de defesa era um notável historiador militar que tinha a capacidade de discorrer sobre a guerra desde o ponto de vista dos soldados na frente de combate, combinando seus estudos com fontes e sua imaginação fértil, assim surgiam seus exemplares, resultava em textos brilhantes, plenos de emoção e realismo.
Assim fazia os participantes da refrega, controlavam o medo, suportavam a dor dos ferimentos e enfrentavam a morte, entretanto para Molke - marechal de campo prussiano - era considerado um dever de piedade e patriotismo, certos depoimentos tradicionais eram usado como inspiração. KEEGAN, 2000 p. tradução nossa) O último capítulo, fala sobre “The future battle” fatos como a abolição da batalha e o campo de batalha em movimento são refletidos. Dentro deste contexto é demonstrado o porquê e como os soldados continuam a lutar, fica evidente que num ambiente físico os combatentes elegem os seus próprios líderes e suas regras. Fazendo uma abordagem da forma de condução das guerras, apoiada na história cultural das sociedades desde os períodos pré-históricos, Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea.
No que tange a “Batalha de Waterloo”, o ensinamento foi valioso, pois, o plano foi seguido por cabeças pensantes, principalmente pela dificuldade de comunicação, ao contrário o avanço de qualquer tropa seria ineficaz e desorganizado. Neste sentido as informações da linha de combate, tendo a comunicação como a base e o planejamento para a tomada de decisões, são métodos indispensáveis para vencer a guerra. Uma das grandes diferenças aqui está na face desumana da guerra, que foi introduzido pela primeira vez em 1942. Atualmente as espadas tornaram-se armas, os elmos tornaram-se máscaras de gás e a batalha natural torna-se uma tendência na vontade de combater. A Face da Batalha, não fala apenas da guerra, fala das cicatrizes enraizadas na alma de cada combatente; da fraqueza exposta após a perda da batalha; de homens que venceram o medo e lutaram contra si em busca de seus ideais.
Entretanto, as sensações de posse e poder que o homem tem no campo de batalha influenciam em sua adequação total. É típica a rotina de enfrentar experiências com excessivo sofrimento humano, ou seja, situações em que a sua integridade física ou a de outras pessoas está ameaçada. Sendo assim, a tendência em buscar a superação na batalha é revelada quando debaixo de fogo inimigo, uma vez que tende a suportar a dor, solidão e até mesmo aceitar a morte como resultado final. Apreciação A Face da Batalha é uma obra paradigmática, publicada originalmente em meados dos anos de 1976, o livro analisa três batalhas - Agincourt (1415), Waterloo (1815) e o Somme (1916), todas as quais envolveram Exércitos ingleses. Outro fator importante é que quando este livro foi escrito - quarenta e quatro anos atrás - a história militar era geralmente contada através dos olhos de generais e comandantes.
tradução nossa) Faz-se necessária para o tempo em que estamos vivenciando a evolução das forças militares, ou seja, devemos compreender os fatos, como proposto pela tradicional história descritiva. Assim fez John, ao procurar ler o campo de batalha através da visão que tinha dos combatentes, que pelejaram. Assim,a História Militar tradicional e a Nova História Militar são tão complementares como o côncavo e o convexo. O trabalho de Keegan surgiu em um momento em que os historiadores começaram a ganhar interesse em contar histórias de pessoas comuns. Pois os níveis estratégico, tático e operacional, precisam, juntos, enfrentar o desafio de esclarecer, conscientizar e preparar os oficiais para o “novo”, para a transcendência de si enquanto indivíduos e grupo.
Quando isso ocorre tudo desanda e é o descarrilar dessa carruagem que pode causar os mais variados e amplos danos, ou seja, é a fraqueza de alguns exercendo o seu poder nefasto. A obra resenhada é um tratado monumental, o autor interliga todas as suas facetas, de modo a compreender uma dada época a realidade. Examinando as condições físicas da luta, as emoções e comportamentos específicos gerados pela batalha, bem como os motivos que impelem os soldados a resistir e lutar em vez de fugir. Já a solução do conflito e o próprio ensino da estratégia e tática, demonstrou ser um problema mais complexo. Ao que tudo indica a fonte deste conflito estava em alguns aspectos das orientações. A tentativa de surrupiar a verdade é uma prática muito comum, em primeiro lugar porque conforme o tempo que os fatos tenham acontecido e as dificuldades inerentes ao encontro de fonte escrita ou vestígios de qualquer natureza, muitas vezes estas fontes, quando encontradas, não estão em bom estado de conservação como também existe a exaltação de virtudes.
Entretanto o autor conseguiu buscar a verdade, buscando indícios, contrapondo elementos controversos da mesma fonte, tentando tirar alguma conclusão e em sua reavaliação escrupulosa. John Keegan vividamente transmite sua realidade para os participantes, seja enfrentando a nuvem de flechas de Agincourt, os mosquetes nivelados de Waterloo ou a chuva de aço do Somme. Dito isso, conclui-se que na busca do rico conhecimento histórico acumulado ao longo dos anos, temos escritores fantásticos que estão aí para nos auxiliar. Isso se torna possível, pois: “Os homens obedecem com a melhor vontade àquele que reputam mais sábio, e por isso capaz de lhes promover seus interesses. The Columbia Encyclopedia, 6th ed. Encyclopedia. com. Set. encyclopedia.
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