Resenha crítica do livro Dando nome ao elefante

Esse livro é um dos principais contribuintes para o pensamento da cosmovisão e o próprio passou por uma revisão no início dos anos 2000, evidenciada na publicação da primeira edição do livro em 2004. Tal obra tenta se apoiar no próprio conceito para entender o que é uma visão de mundo, como é formado e criado. Pode ser uma ferramenta útil para análise e compreensão do pluralismo, incluindo ideias de líderes cristãos contemporâneos. O autor traz a cosmovisão como um conceito que serve como uma introdução teórica de formar e manter uma visão de metáfora entendido como dar nome ao elefante, ou seja, todo mundo vê o elefante ou a realidade, mas como cada indivíduo nomeia ou entende depende dos pressupostos que trazem para a mesa.

Em outras palavras, o pensamento da cosmovisão é uma maneira de entender como as pessoas podem olhar para a mesma realidade e entendê-la de maneira diferente. A realidade básica de que nosso coração está orientado para encontrar nas ideias e histórias que melhor expressam nossa verdade. O autor sabiamente relata que pessoas inteligentes que se chocam durante o dia, fazem de tal uma ferramenta de análise. A declaração inicial de Sire no capítulo final, diz que: vivemos em um mundo pluralista e, nos dias de hoje, somos continuamente confrontados com a proliferação de diferentes crenças, moralidades, religiões, etc. Ao fazer parte de um contexto pluralista, a tentação é focar nos comportamentos e pontos específicos que manifestam diferença entre nós e os outros.

Nesse sentido essa obra compara isso a um mergulhador que é pego nos tentáculos de um polvo, cortamos um tentáculo que nos tem em suas garras, apenas para nos encontrarmos nas garras de outro. Como todos nós existimos e temos algum grau de conhecimento, todos temos uma visão, ou seja, toda pessoa tem uma filosofia. Sire é justo com as várias perspectivas que apresenta. Uma grande mudança desde que ele escreveu a primeira edição de seu outro livro é a prevalência do relativismo. Como muitos outros, o mesmo observa a autocontradição inerente à ideia de que não há absolutos, destacando que as visões de mundo podem mudar. Às vezes, a mudança é radical no estilo de vida e na percepção. No entanto, a crença no Tao acabou por levá-la à Bíblia e ao cristianismo.

O rei do céu no taoísmo se tornaria especificamente identificado como o Deus criador da Bíblia. Isso teria uma mudança radical no entendimento de pessoas, ética, governo, daquelas ideias de ser e saber e de seu comportamento. As ideias de Sire são importantes para discernir a melhor maneira de comunicar o evangelho aos indivíduos e culturas que têm cada vez mais uma visão de mundo diferente daquela revelada nas escrituras. Sem a compreensão das relações entre crenças, valores e práticas fundamentais, podemos ter certeza de que propagaremos um ministério de “cortar tentáculos” em vez de reorientar as pessoas para a visão de mundo do Reino de Deus. Nesse contexto o presente estudo, traz também uma reflexão sobre religiosidade que, pode ser muito bem aproveitada, trazendo a questão da visão de mundo também se aplica na religião e na filosofia, sendo o aspecto ou essência imaterial de um ser humano, o que confere individualidade e humanidade, muitas vezes considerada sinônimo de mente ou de si.

Baseado no livro podemos dizer que existem dois mundos, sendo um o espiritual ou mental, eterno, permanente, ordeiro, regular e universal e o da aparência, o mundo experimentado através da visão, toque, olfato, paladar e som que, está mudando, é imperfeito e desordenado. Também cabe salientar a ênfase dos assuntos da mente: literatura, história, filosofia e religião. A filosofia que tem como princípio as ideias, o conhecimento e a busca pela verdade, sendo que o foco está no raciocínio consciente da mente. Porém para entender a verdade, é preciso buscar conhecimento e se identificar com tal.