Letramento em Libras e a Importância do Professor Intérprete de Libras no Espaço Escolar
Atualmente, é comum a participação de Intérprete de LIBRAS em grandes eventos aberto ao público, em propagandas, em programas político-partidários, em novelas, entre muitos outros. Tudo isto permite ao surdo uma sensação de visibilidade, graças a algumas iniciativas de efetiva inclusão desses sujeitos em uma sociedade que ainda engatinha na intenção de incluir os diferentes. A inclusão de crianças surdas no ensino regular – principalmente quando se fala de Educação Infantil, ou seja, crianças de zero até seis anos – é um grande desafio, já que na maioria das vezes estas crianças chegam à escola sem conhecer LIBRAS, no caso de serem provenientes de uma família ouvinte. Neste caso, a escola é o espaço que terá que iniciá-la no idioma.
Mas se o espaço educativo é de ouvintes, ou seja, uma classe regular, estarão os profissionais da educação preparados para esta difícil missão? Para que a inclusão com sucesso de crianças surdas realmente se efetive, não basta que a escola tenha um Intérprete em LIBRAS – o que já é uma difícil missão no Brasil – mas é necessário também que toda a escola abrace o processo de inclusão. No século XIX, especificamente no ano de 1880, aconteceu o Congresso de Milão. Neste, depois de uma votação – dominada por professores ouvintes – ficou decidido que seria abolido o uso da Língua de Sinais, substituída pelo uso da língua oral, num processo de “oralização” dos surdos. Desta forma, ficou forçada a adequação do surdo à sociedade ouvinte através da leitura labial e da fala.
Neste momento histórico se defendia a tese de que a sociedade era, na sua maioria, ouvinte e que o aprendizado pleno só era possível através da oralização. O pensamento dominante era o de que a sociedade não deveria se adequar ao surdo, mas sim o contrário: o surdo, para viver nesta sociedade ouvinte, precisava se adequar. Como não poderia ser diferente, o Brasil seguiu as tendências mundiais e também proibiu o uso dos sinais. Entretanto, com o passar do tempo, percebe-se aqui também um grande fracasso escolar dos alunos surdos, somado à muita resistência por parte da comunidade surda que, sempre que podia, burlava o sistema e usava sinais para se comunicar. A partir do início do século XX – principalmente após as atrocidades cometidas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que tiveram como pano de fundo a intolerância para com os diferentes – as legislações e tratados internacionais tomam um rumo completamente diferente.
Vemos, a partir desta época, a aceitação da utilização de sinais por parte da comunidade surda, assim como tudo que fosse necessário para possibilitar a aprendizagem de todos e a construção de uma sociedade cada vez mais aberta para a diversidade humana. Como exemplo desta guinada legal, podemos citar, no Brasil, a promulgação da Lei nº 9. Termos estes que reforçam um estereótipo equivocado e simplista dos sujeitos surdos. Com o aprendizado das metodologias educacionais e a pesquisa científica na educação de surdos, chegou-se hoje em um consenso: a inclusão em escolas regulares que implantam o Bilinguismo tem levado muitos alunos a um nível satisfatório de aprendizado formal e a uma história de maior aceitação da sociedade ouvinte.
A criança surda, quando já em processo de inclusão em uma escola bilíngue, deverá ser estimulada com várias ferramentas a fim de explorar todas as suas potencialidades. Deve ser alfabetizada em português utilizando-se do alfabeto de LIBRAS, de muitas imagens do cotidiano, de representações e de uso abundante de expressões faciais e corporais. Assim, o estudante torna-se, ao longo do tempo, bilíngue. Lei número 9394, de 20 de dezembro de 1996 MONTANHER, Heloir Aparecido; JESUS, Jefferson Diego De; FERNANDES, Sueli. Letramento Em Libras. Curitiba: IESDE Brasil S. A. Volume I – Livro do professor ).
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