Language, learning and teaching. In: Principles of language learning and teaching
Tipo de documento:Resenha Crítica
Área de estudo:Letras
In: Principles of language learning and teaching: 4th edition, 1994. p. O livro Principles of language learning and teaching de Brown (1994) discorre em seu primeiro capítulo, intitulado Language, learning and teaching, acerca das diversas variáveis presente no ensino de uma segunda língua, entre elas, o autor discorre inicialmente que a aprendizagem de L2 vai muito além do que um mero sistema de regras, estruturas. Aprender uma segunda língua é um longa e complexa empreitada, pois o aprendiz é afetado de forma holística, em outras palavras, o aprendizado de uma nova língua envolve uma nova cultura, algo que afeta a identidade do indivíduo, envolve também um novo modo de pensar, sentimentos, um envolvimento tanto físico, intelectual como emocional. Todas estas instâncias são necessárias para que os inputs cheguem de forma bem sucedida e não sejam barradas pelo muro psicológico, muitas vezes levantados pelo aprendiz.
Neste sentido, seria válido ao professor mensurar quais seriam os ganhos dos aprendizes quando imersos neste contextos de segunda língua, a exposição de celebrações como o Halloween, Thanksgiving day, Saint Patrick day, Valentines day, Dia de los muertos, entre outros, colaborariam positivamente? Quais seriam os ganhos dos aprendizes quando aproximados destas perspectivas culturais, históricas, políticas e sociais? Outro ponto de destaque nos estudos de Brown é o propósito, qual seria a motivação do aprendiz em adquirir uma segunda língua: uma promoção na carreira, a aprovação em algum processo seletivo, a aproximação de uma cultura na qual o indivíduo se identifica? Além dessas categorias, quais seriam os outros fatores que interfeririam nesse propósito: fatores emocionais, psicológicos, pessoais, emocionais, intelectuais.
Dessa forma o docente consegue analisar as variáveis que poderão interferir na vontade do discente em adquirir uma segunda língua. Assim, o autor no transcorrer do capítulo elucida algumas questões relacionadas de como as pessoas aprendem e porque algumas pessoas fracassam no processo de aquisição de uma língua estrangeira. O referido autor tece a alusão a um quebra-cabeças, em que o professor é detentor de algumas peças, porém este deve ter em mente a figura do quebra cabeças de forma inteiriça, no intuito de visualizar o processo de ensino e aprendizagem de forma holística, abarcando o máximo de variáveis possíveis para uma aprendizagem bem sucedida, neste sentido, Brown recorre aos estudos de Thomas Kuhn (1970). Este último discorre a favor da abordagem comunicativa da língua, tendo-se a analogia do processo de ensino e aprendizagem de uma segunda língua como um quebra-cabeças, o professor não pode ficar preso a uma única peça, pois sendo assim, o processo será incompleto, o fato é que o professor de língua estrangeira deve ter uma visão geral, ampliada, total do quebra-cabeça e perceber ou intuir os muitos aspectos intricados ao processo de ensino e aprendizagem de uma L2.
Para ilustrar essa questão, o autor expõe vários exemplos entre eles o seguinte: se o professor acredita que o sistema não verbal de uma língua será a chave do sucesso para o aprendizado de L2, ele irá devotar alguma atenção no seu currículo a este item. Sendo assim, as crenças do professor acerca da aquisição de uma segunda língua também determinarão como será sua práxis em sala de aula. Em sequência, Brown (1994) versa sobre o processo de ensino e a aprendizagem. Neste tópico, o autor traz as variáveis que podem ser usadas na aquisição de uma língua estrangeira, entre elas, ele cita o reforço, a motivação, a memória, entre outros.
Neste quesito, o entendimento do professor acerca de como os aprendizes aprendem irá determinar suas metodologias, seu estilo de ensinar em sala de aula. Estes autores estudam sobre o interacionismo e o sociointeracionismo e tem como destaque o papel ativo do aprendiz na construção de sua aprendizagem e o professor como mediador do conhecimento. Vale ressaltar que o sociointeracionismo vem tendo resultados positivos na aquisição de uma segunda língua. Ao analisar materiais didáticos, o currículo, a BNCC de línguas estrangeiras, esta abordagem vem tendo destaque, ou seja, a interação social, o compartilhar conhecimento entre alunos, os trabalhos grupais e em equipes, a construção do conhecimento, numa perspectiva colaborativa vem alcançando sucesso no ensino de L2. Para fechar a discussão, Brown analisa o século XIX e o ensino de língua, recorrendo a Kelly (1969) que ilustra a delonga do ensino de latim e grego como sinônimo de ensino de língua e o foco na Abordagem Tradicional que privilegia as regras gramaticais, a tradução de textos clássicos e memorização de vocabulário.
Diante do exposto, conclui-se que até nos dias de hoje, encontra-se forte resquícios desta abordagem no ensino de língua estrangeira moderna em muitos países. Diante do exposto, pode-se concluir que Brown foi muito feliz ao traçar a analogia entre o processo de ensino e aprendizagem de L2 com um quebra cabeça, faltando várias peças, nas mãos de um professor. Pois o professor munido de um excelente aporte teórico das pesquisas acerca das abordagens de ensino e aprendizagem de L2 e um olhar clínico acerca de seu público alvo e as variáveis intrínsecas ao processo, permite ao docente levar para sua práxis aquilo que deu certa em determinada abordagem e eliminar o que deu errado em outra, pois a complexidade do ato de ensinar e aprender uma L2 parece não permitir um único caminho, ou uma única peça do quebra-cabeça, para o sucesso da aprendizagem.
Em outras palavras, vale a pena lançar mão da Abordagem Comunicativa, mas nada impede de trabalhá-la numa perspectiva sociointeracionista. E por que não lançar mão, diante da dificuldade do aluno na aquisição de léxico, de uma lista de vocabulário? O importante é estar atento a gama de variáveis que faz parte do contexto de sua práxis pedagógica.
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