Jesus, o Mestre dos mestres. Escola Dominical como missão e pedagogia cristã
Jesus Cristo, sem uma possibilidade de refutação histórica e religiosa, foi um grande mestre. Ensinou com autoridade nas praças e sinagogas, maravilhando a muitos que o escutava e incomodando outros tantos que não queriam perder seus privilégios. Os ensinamentos de Jesus podiam tocar os corações e transformar a vida de quem se deixava apaixonar pela proposta salvífica terrena e escatológica. Assim foi com Zaqueu, Mateus, Pedro, Maria Madalena entre outros tantos que se encontraram com Ele e se dispuseram a viver como era proposto, isto é, no amor e na comunidade. Também aqueles com não tiveram o privilégio de ver Jesus com os próprios olhos, mas ainda assim se encantou pelos ensinamentos de outros ou que tiveram uma grande experiência de transformação, tais como Paulo, Marcos e Lucas.
No entanto, o início não foi tão fácil quanto se parece. Raikes encontrou difíceis barreiras onde menos esperava: nas lideranças cristãs. “Achavam que ele estava profanando o domingo sagrado e profanando as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. ” (LEMOS, 2014. p. Falar em Cristo como modelo pedagógico pode parecer, de início, algo estranho aos ouvidos. No entanto, séculos e séculos da História da Educação perpassa pelos ensinamentos cristãos e, por consequência, baseados no próprio Jesus. As modificações de conceito de pedagogia são muitas no perpassar dos tempos. O que outrora era defino por pedagogia ou formato de ensinoaprendizagem, já não existe mais. Por exemplo, o aluno como um espectador da aula ou até mesmo, eu depósito de conteúdos.
” (BÍBLIA, Mateus 19, 13-15). Nessa passagem é possível ver claramente como Jesus lançava olhar de amor, misericórdia e cordialidade às pessoas e, por muitos momentos, às crianças. Assim devem ser as Escolas Bíblicas Dominicais e assim foi o espírito que impulsionou os primórdios do projeto. RODRIGUES, 2005). Ainda em relação à pedagogia de Jesus, Rodrigues (2005) diz que ela está pautada na verdade. Não condizem com a verdade nem com levar as crianças a um bom caminho. Muitas vezes querem status e outras tantas apenas dinheiro. O verdadeiro agente de ensino das Escolas Bíblicas Dominicais, pautados no ensino de Cristo e da Sagrada Escritura é aquele que aponta para o bom caminho. Ainda que o caminho seja difícil, é esse que deve ser trilhado. “Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram” (BÍBLIA, Mateus 7, 14).
às crianças se quem as diz pratica outra coisa. Por mais que tenha mostrado bom caminho e belas palavras, se a atitude não vir em seguida, é como construir um prédio na área: fácil de desmoronar. Para crianças, principalmente, é importante ter coesão, uma vez que elas se espelham nos adultos. CÉSAR, 1991). Wallon (1968), criador da teoria da pedagogia pela afetividade, diz que se o adulto ensina de um modo, mas pratica outra coisa logo em seguida, são as atitudes práticas que marcaram o psicológico da criança. Percebia o império, César, as festas, o movimento de João na beira do rio, a pobreza do povo, a riqueza dos sacerdotes, as crianças, as mulheres, os doentes, os vendedores no templo, os pescadores, a figueira estéril á beira do caminho, a falta de vinho na festa, a falta de pão no deserto, as pedras da construção do templo.
Parece que antes de pregar ele olhava ao redor e depois falava. A igreja na América latina hoje precisa aprender a fazer isso. Ver o que acontece ao seu redor e pregar a verdade de Deus para todos que a cercam. RODRIGUES, 2005 p. De que adiantaria levar o conforto e o caminho de Deus a uma criança que esteja com fome? Ela só se lembrará da necessidade imediata, não tendo efeito o proselitismo teórico daquele instante. Conhecer a realidade de cada criança é ser cristão na essência; e buscar transformar a realidade é pôr em prática o que Cristo quer ainda em nossos tempos. O próprio Raikes disse à Rainha Carlota em audiência uma vez: “Eu tenho a certeza que as escolas dominicais são, atualmente, a melhor instituição prática para controlar esses elementos indisciplinados e violentos da sociedade e providenciarlhes uma educação básica”.
BATCHELDER, 1985. p. Se por causa deles algum se desviar, pode se tornar um fardo enorme em seus ombros. Por isso que é tão importante se preparar, estudar, orar etc. Jesus sabia da sua missão e passou essa missão para a igreja. Então, não é possível que se faça de qualquer jeito. Os agentes precisam estar abastecidos do Espírito Santo para falar em nome dele. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. BÍBLIA, Mateus 13, 2-9). A semente sempre pode dar fruto, pois ela é boa. No entanto, uma afirmação pode ser levada em consideração: a Terra Prometida de hoje é onde existem pessoas que têm sede e fome da Palavra de Deus.
Pessoas que não conhecem a justiça anunciada por Cristo. O teólogo judeu Emmanuel Levinas faz uma alusão muito apropriada entre a pessoa de Abraão e Ulisses. Começando por Ulisses, ele é o personagem do conto A Odisseia do poeta grego Homero. Depois de dez anos na batalha de Troia, Ulisses inicia sua volta à casa. Abraão consegue se lançar ao escuro sem medo do que pode vir a acarretar negativamente em sua vida. Confiando no Senhor, ele faz uma nova nação: a nação dos que confiam em Deus. MELO, 2003) Agora vem a refutação: quem são os professores e agentes de ensino das igrejas de hoje? Ulisses ou Abraão? Quantas vezes as pessoas querem ensinar para ocupar um lugar de destaque e ser vangloriado por si mesmo? Essas pessoas são os Ulisses.
Enchem-se de glória, mas não passam de inertes. Fazem aventuras e até têm sucesso, mas elas não são para Deus. Ele mesmo pede para ir por todo o mundo e ensinar o evangelho a todas as criaturas. Sendo todas, não deve haver exclusão, principalmente social. O início das Escolas Dominicais foi para os pobres e esses devem ser contemplados ainda hoje. Eles merecem e têm o direito de conhecer Deus para também amá-lo e adorá-lo. Tirar o direito de alguém conhecer a Cristo seja pelo que for, é uma responsabilidade de quem o está negando e pode vir a ser julgado com mão firme pelo Senhor. Paraná: Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil, 2002. BATCHELDER, Max L. O homem que inventou a Escola Dominical.
In: Brasil Presbiteriano. p. revista e atualizada. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. CÉSAR, Ely Eser Barreto. A prática pedagógica de Jesus. Fundamentos de uma filosofia educacional. LIBÂNEO, José C. Ainda as perguntas: o que é Pedagogia, quem é o pedagogo, o que deve ser o curso de Pedagogia. In: Pimenta, Selma G. org. Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. Lisboa: Edições 70, 1968.
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