Interseccionalidade e mulheres negras
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Direito
Interseccionalidade e mulheres negras no Brasil O machismo estrutural da sociedade brasileira está nas entranhas do país. Maria Lugones trabalha com o feminismo decolonial. A autora (2008) afirma que o sistema colonial de gênero é marcado pelo acordo entre raça, gênero, sexualidade e classe. Essa combinação é o que ela considera a ocorrência da interseccionalidade. Segundo Lugones (2014) antes da chegada dos colonizadores no continente americano havia outras posições de gênero que não estas hierarquizadas e dicotômicas trazidas pelos colonizadores; o sistema colonial determina um padrão, isto é, o homem do ocidente é superior ao homem não ocidental e não europeu. As narrativas das trabalhadoras domésticas também revelaram como a identidade “mulher” não foi capaz de gerar solidariedade no interior do lar, uma vez que esta suposta identidade de gênero era entrecortada por diferenças de classe e raça.
Frequentes foram os relatos de discriminação racial e de classe ocorridas no local de trabalho, impetrados por outra mulher: a empregadora. Obviamente, não se trata aqui de perder de vista a divisão sexual do trabalho que ocorre no interior do lar, em que à mulher/patroa compete o gerenciamento das atividades domésticas – mesmo tendo ela uma jornada de trabalho igual ou superior à de seu marido no mercado de trabalho. O emprego da trabalhadora doméstica introduz, em verdade, uma nova realidade na divisão sexual do trabalho, diferenciando as atividades mais agradáveis daquelas menos agradáveis. BERNARDINO-COSTA, 2015, 152-153) As mulheres brancas esperavam viver 73,8 anos quando nasciam, mulheres negras, 69,5 anos; 46,27% das mulheres negras nunca passaram por um exame clínico de mama – contra 28,73% de mulheres brancas que também nunca passaram pelo exame.
AKOTIRENE, 2019, p. Segundo o Atlas da Violência (2019), 75% das pessoas assassinadas no Brasil são negras. As mulheres negras correspondem a cerca de dois terços (66%) do total de vítimas de homicídios femininos no país. Em 2013, foram assassinadas 4. mulheres no país. Fala-se muito de feminismo interseccional sem trabalhar o paradigma afrocêntrico, de forma desconexa da origem, fundamento e propostas epistemológicas das feministas negras. BATISTA, 2018, documento online) A mulher negra acaba dentro do feminismo lutando contra o conceito eurocêntrico de feminismo como se sua luta fosse igual. Neste sentido, Sueli Carneiro (2003) afirma que o feminismo negro dentro de um contexto de sociedades multirraciais, pluriculturais e racistas – como é o caso da sociedade brasileira, têm como seu principal articulador o racismo e seu impacto ao interagir com as relações de gênero, pois nestas sociedades ele determina a própria hierarquia de gênero.
O feminismo negro dialoga concomitantemente entre/com as encruzilhadas, digo, avenidas identitárias do racismo, cisheteropatriarcado e capitalismo. O letramento produzido neste campo discursivo precisa ser aprendido por lésbicas, gay s, bissexuais e transexuais, (LGBT), pessoas deficientes, indígenas, religiosos do candomblé e trabalhadoras. que torna obrigatório o ensino nas escolas sobre História e Cultura Afro-Brasileira e em 10 de março de 2008 foi sancionada a Lei Nº 11. que modifica a Lei Nº 10. para tornar obrigatório o estudo da história e cultura indígena além da história e cultura afro-brasileira. A mulher, no entanto, é constantemente apagada. Olhando os dados trazidos no artigo podemos ver que a mulher negra ocupa um espaço bem baixo na hierarquização da sociedade brasileira. org. br/o-que-e-interseccionalidade/ BERNARDINO-COSTA, Joaze.
Decolonialidade e insterseccionalidade emancipadora: a organização política das trabalhadoras domésticas no Brasil. Revista Sociedade e Estado - Volume 30 Número 1 Janeiro/Abril 2015. Disponível em: https://www. ibge. gov. br/visualizacao/livros/liv101736_informativo. pdf INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua 2019 Rendimento de todas as fontes. html KYRILLOS, Gabriela M. Uma análise crítica sobre os antecedentes da interseccionalidade. Rev. Estud. Fem. julio-diciembre 2008. Disponível em: http://www. scielo. org. co/pdf/tara/n9/n9a06.
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