INTENÇÃO EMPREENDEDORA: UM ESTUDO SOBRE OS MOTIVOS QUE LEVAM AS PESSOAS A EMPREENDEREM EM BRUSQUE E REGIÃO

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Administração

Documento 1

Quanto aos objetivos se classificou como uma pesquisa descritiva e quanto aos métodos e procedimentos se configurou como pesquisa bibliográfica. A coleta de dados foi feita por meio de um questionário semiestruturado, composto por 13 (treze) questões, aplicado e respondido on-line por 63 empreendedores com vistas a conhecer, além de variáveis demográficas, a motivação para empreender; fatores motivadores precursores da decisão de abrir um negócio; fatores motivadores precursores na escolha de produtos, serviços e mercados; participação em processo de formação que fomentasse o espírito empreendedor; e percepção dos entrevistados sobre a necessidade das faculdades investirem em educação para o empreendedorismo. Como resultado percebeu-se que os antecedentes pessoais influenciam na intenção de empreender, ou seja, os conhecimentos obtidos com a educação formal, aliados às experiências profissionais anteriores e os antecedentes familiares, são fatores relevantes na criação de futuros negócios.

Outros fatores também exercem influência, como os conhecimentos empresariais que possibilitam uma constante procura, identificação e desenvolvimento de novas oportunidades de negócios e tomada de decisões complexas. Constatou-se também que a energia e percepção individual, formada a partir das de valores adquiridos com família, amigos, colegas de trabalho e com as experiências educativas irá influenciar positivamente ou negativamente a intenção empreendedora. Data collection was performed through a semi-structured questionnaire, composed of 13 (thirteen) questions, applied and answered online by 63 entrepreneurs to know, in addition to demographic variables, the motivation to undertake; motivating factors forerunners of the decision to open a business; precursor motivating factors in the choice of products, services and markets; participation in the training process that fostered the entrepreneurial spirit; and perception of the interviewees about the need for colleges to invest in entrepreneurship education.

As a result, it was realized that the personal background influences the intention to undertake, that is, the knowledge obtained from formal education, combined with previous professional experiences and family background, are relevant factors in the creation of future businesses. Other factors also have an influence, such as business knowledge that enables constant search, identification and development of new business opportunities and complex decision making. It was also found that the energy and individual perception, formed from those of values ​​acquired with family, friends, co-workers and with educational experiences will influence positively or negatively the entrepreneurial intention. Thus, it was concluded that theoretical knowledge can not only help entrepreneurs to face management-related problems, but also provide important and indispensable knowledge for entrepreneurial intention to emerge and materialize. Dito isso, o problema delineado nesta pesquisa foi: quais os motivos que influenciam na intenção empreendedora? Assim, o presente estudo tem como objetivo geral identificar os motivos que levam as pessoas a empreenderem em Brusque e região.

Para atingi-lo foram definidos os seguintes objetivos específicos: (i) caracterizar o empreendedorismo; (ii) descrever as variáveis das dimensões de empreender; e (iii) validar quais são as variáveis do empreender em Brusque e região. O interesse pessoal pelo tema surgiu, pois, a temática do empreendedorismo permanece despertando o interesse e o esmero de estudiosos, para compreender a maneira como as pessoas estabelecem suas relações com seus negócios, consigo mesmo e com o ambiente em que ocorre essa triangulação. Já se consegue compreender um conjunto de características das pessoas empreendedoras, no entanto são poucas as pesquisas que incluem entre seus objetivos conhecer os estímulos que disparam tais comportamentos. A relevância social deste estudo está em compreender o que motiva as pessoas a empreenderem para que seja possível propor sugestões para as instituições de ensino superiores possam fomentar este espírito empreendedor em seus alunos e, assim, formar pessoas com atitudes diferenciadas e que podem impactar na economia de sua região.

O empreendedorismo pode ser compreendido com um conceito-chave que une distintas disciplinas acadêmicas; é um tema central de diferentes ciências sociais, podendo ser considerado como o alicerce fundamental de uma ciência social integrada. Por isso, a ação empreendedora “não pode ser compreendida como um fenômeno isolado, mas como um fenômeno complexo e sistêmico” (Cunha et al. p. Ademais, a disseminação na utilização do termo foi acompanhada de um enfraquecimento conceitual (Martes, 2010), o que demanda um resgate de seus diferentes conceitos para uma compreensão mais precisa das características e aspectos fundamentais do fenômeno do empreendedorismo. Um dos relatórios do Global Entrepreneuship Monitor (GEM), (2013) coloca o Brasil como o país pertencente ao do grupo dos BRICS5 com maior proporção de empreendedores por oportunidade (71% contra 29%, por necessidade).

E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso”. Empreendedorismo, desse modo, aparece relacionado com todas as funções, atividades e ações direcionadas à criação de empresas ou para a inovação dentro de empresas já existentes, desde que se promova a criação de algo que seja realmente inovação e que mostre possuir valor a partir do comprometimento de tempo e de recursos. Cada um dos conceitos citados refere-se ao tema sob uma perspectiva distinta, porém todas englobam os principais elementos citados na literatura sobre o tema. Envolvem criatividade, estabelecimento de objetivos, capacidade de identificar oportunidades, conhecimento de mercado, assumir riscos e capacidade de inovar. Assim, os conceitos de empreendedorismo, de um modo geral, trazem ao menos alguns dos seguintes aspectos: iniciativa em criar um negócio; gosto pelo que faz; uso dos recursos que dispõe de forma criativa; transformação do ambiente econômico e social em que vive; aceitação dos riscos calculados e do possível fracasso.

Objetivando fugir dessa figura mítica do superempreendedor, e fundamentando-se na lógica do empreendedorismo sugerida por Schumpeter, que Martes (2010) defende que empreender não é uma condição permanente, mas somente uma função. De fato, dependendo do campo ao qual está relacionado, o empreendedor admite papéis distintos. No campo do marketing, por exemplo, onde são escassas as pesquisas sobre empreendedorismo, Leão et al. discutem o papel do empreendedor na construção de marcas fortes a partir da utilização de sua própria intuição, que percebe o que realmente importa para os clientes e permite que seja desenvolvida uma identidade de marca. Desse modo, sua importância e características são adquiridas a partir do contexto ao qual se insere, seja como fundador de uma empresa, como inovador de destaque, ou mesmo como um grupo de agentes econômicos.

Figura 1 - Modelo conceitual do potencial empreendedor Fonte: Santos, Caetano e Curral (2010, p. No modelo de Santos, Caetano e Curral (2010), os fatores são agrupados em quatro grupos: motivações empreendedoras, que promovem os esforços e energia gastos com a atividade empreendedora; competências psicológicas, que são as aptidões e atributos inerentes ao indivíduo empreendedor; competências sociais, que exprimem a capacidade de interação com outras pessoas; e, por fim, competências administrativas, que são competências básicas para que se vislumbre uma gestão de negócios permeada pela excelência. Em suma, percebe-se a grande diversidade de fatores que são comumente relacionados com a intenção empreendedora de estudantes universitários nessas investigações. Contudo, como defendido por Santos, Caetano e Curral (2010), ainda permanece o desafio para a compreensão do fenômeno e construção de instrumento consistente de avaliação.

Enfatiza-se nesta seção a intenção em empreender. há uma grande quantidade de elementos que exercem influência sobre os diversos estudos em empreendedorismo, tais como: a sensibilidade na identificação de oportunidades, abertura à inovação, necessidade de autorrealização, ambiente institucional, condições ambientais, crises políticas, incertezas econômicas, educação, dentre outros, no intuito de fortalecer as teorias e justificar sua importância. Pode-se observar, com base nesta revisão bibliográfica, a existência de uma gama de compreensões e análises em relação ao estudo do empreendedorismo e de seus antecedentes, e o fenômeno pode ser concebido, valendo-se de diferentes visões, a depender da finalidade da investigação proposta. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Método é o caminho que se adota para atingir um determinado fim (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2017).

Logo, os objetivos do pesquisador dependem da metodologia adotada para que sejam alcançados resultados satisfatórios. Levando-se em conta o objetivo de levantar pesquisas sobre a intenção empreendedora, essa pesquisa será realizada, tendo uma abordagem quantitativa e qualitativa. define que “um questionário é um conjunto formalizado de perguntas para obter informações do entrevistado”. A população segundo Zenaro (2007, p. “refere-se ao conjunto de pessoas para o qual se deseja generalizar as informações levantadas na pesquisa. A população relevante consiste em indivíduos, unidades familiares, empresas, transações de mercado etc. ” Foi definida como população da presente pesquisa os empreendedores de Brusque e região. Questionados sobre com qual idade os entrevistados começaram a empreender, 41,3% responderam que foi entre 18 e 25 anos; 38,1% possuem entre 26 e 35 anos; e 20,6% deram início aos seus empreendimentos entre 36 e 50 anos (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Idade em que os entrevistados começaram a empreender Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Fazendo um comparativo com o estudo da Endeavor (2014) nota-se que a diferença de idade encontrada não foi significativamente relevante. Em 2014, segundo a pesquisa da Endeavor (2014) realizada em universidades brasileiras, 81,69% dos empreendedores entrevistados estavam na faixa de 26 a 50 anos tal como encontrado neste estudo. Perguntados se decidiram empreender por oportunidade ou por necessidade, a maioria (74,6%) respondeu que foi por oportunidade (Gráfico 3). Corroborando com os resultados encontrados nesta pesquisa, assevera Degen (2009), que todos os estudantes devem ter acesso à informação empreendedora, pois para ter sucesso no mundo dos negócios será necessário desenvolver habilidades e conhecimentos dessa área, por isso as escolas devem prepará-los para o futuro com ensinamentos de empreendedorismo. Desenvolver a educação empreendedora pode provocar um impulso no crescimento de pessoas com mentalidades voltadas para a prosperidade.

Esse ensino transformador refletirá diretamente na capacidade de aprendizado do aluno, pois desperta o desenvolvimento pessoal, a criatividade, a inovação e o conhecimento em gestão, possibilitando-lhe tornar-se agente de transformação econômica e social. Referente aos segmentos em que as empresas dos respondentes operam nos seguintes ramos: construção civil (19%); tecnologia (13%); área têxtil (7%); vestuário (6%); cuidados com o corpo e saúde (5%); marcenaria (3%); vestuário (3%); contabilidade (3%); recursos humanos (3%); química (3%); metalmecânico (3%); consultoria (3%), ao passo que os 32% referente à categoria “outros” referem-se a outros segmentos menos numéricos, porém significativos, quais sejam: decorações e souvenirs; carimbos decorativos e papelaria; doces; chocolateria; floricultura; estética canina; gêneros alimentícios; estética automotiva; alimentação; fungicultura; estética; setor moveleiro; A&B; veículos; prestação de serviços; publicidade; artigos de pesca on-line; venda de imóvel; comunicação visual; e alimentação fora do lar (Gráfico 6).

Gráfico 6 – Segmentos em que atuam as empresas dos respondentes Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Deseja-se que os futuros empreendedores tenham acesso a programas, projetos e metodologias que estimulem o empreendedorismo e despertem a intenção empreendedora. Assim, espera-se com esta pesquisa despertar a atenção de educadores e pesquisadores para reavaliar a forma como a disciplina “Empreendedorismo” está sendo ministrada nas universidades. Afinal, o movimento empreendedor impacta e promove resultados positivos para o mercado e a sociedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo teve como objetivo geral identificar os motivos que levam as pessoas a empreenderem em Brusque e região. E para responder à questão problema: “quais os motivos que influenciam na intenção empreendedora?”, foram definidos os seguintes objetivos específicos: caracterizar o empreendedorismo; descrever as variáveis das dimensões de empreender; e validar quais são as variáveis do empreender em Brusque e região.

E quanto ao terceiro objetivo específico, validar quais são as variáveis do empreender em Brusque e região, na pesquisa realizada, foi visto que o desenvolvimento de intenção empreendedora depende da combinação de diversos fatores pessoais e sociais. Respondendo ao objetivo geral de identificar os motivos que levam as pessoas a empreenderem em Brusque e região, percebeu-se que os antecedentes pessoais influenciam na intenção de empreender, ou seja, os conhecimentos obtidos com a educação formal, aliado às experiências profissionais anteriores e os antecedentes familiares, são fatores relevantes na criação de futuros negócios. Outros fatores também exercem influência, como os conhecimentos empresariais que possibilitam uma constante procura, identificação e desenvolvimento de novas oportunidades de negócios e tomada de decisões complexas.

Certifica-se também, na pesquisa em questão, que a energia e percepção individual, formada a partir das de valores adquiridos com família, amigos, professores, colegas de trabalho e com as experiências vivenciadas no âmbito pessoal e profissional, irá influenciar positivamente ou negativamente a intenção empreendedora. Entende-se que as percepções representam o ponto de partida sobre o qual se desenvolve o processo de estabelecimento da visão do empreendedor, sendo de relevante importância para o discente conhecer suas origens, histórias, valores, modelos e paradigmas resultantes de seu passado familiar e escolar, para assim evoluir e desenvolver sua percepção de mundo. A; IPIRANGA, A. S. R. O empreendedorismo como estratégia emergente de gestão: histórias de sucesso. Organizações & Sociedade, v. boletimeconomico.

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